MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO
Domus Municipalis – (V)
(Continuação)
Numa portaria de 22 de Junho de 1872 a Câmara foi compelida a inscrever no orçamento a quantia de 50$000 réis para fazer face aos encargos de uma biblioteca, nos termos do decreto de 2 de Agosto de 1870. A verba foi inscrita no orçamento mas não foi aplicada: ainda desta feita não logrou, a cidade, o funcionamento da sua Biblioteca Municipal.
Nesse ano, o Comendador José Morão decidiu entregar ao Liceu a maior parte dos livros que haviam sido legados por seu tio ao público da sua terra natal, deixando assim de cumprir as disposições testamentárias do seu parente e o compromisso que perante ele tinha assumido. Organizou-se então uma biblioteca no Liceu, que tornada pública, mas a Câmara recusou-se sempre a satisfazer os pedidos do bibliotecário e do reitor, feitos respectivamente em 20 de Janeiro de1875 e em 29 de Junho de 1884, para que lhes fosse entregue a importância inscrita no orçamento para a aquisição de livros.
A atitude era baseada no protesto de não considerar como publica a biblioteca do Liceu que funcionou num edifício, hoje desaparecido, que existiu do lado do Norte da Igreja da Misericórdia Velha, passando mais tarde para outro prédio que houve no local onde se encontra actualmente a sede da Circunscrição dos Correios Telégrafos e Telefónicos, no largo da Sé. A biblioteca funcionou durante muitos anos numa das dependências do liceu mas somente durante as horas das aulas, conforme preceituava o seu regulamento de 7 de Abril de 1888 elaborado contrariamente ao espírito da lei de 18 de Janeiro de 1883 que determinava que as bibliotecas públicas deviam funcionar durante algumas horas da noite.
Não respeitando também as disposições testamentárias do Dr. José António Morão, o regulamento permitia aos professores do Liceu que levassem os livros para o seu domicílio. Em 1990 foi a biblioteca encerrada e assim se manteve durante alguns meses. Reorganizou-se por decreto de 7 de Março de 1901, ficando a cargo da Câmara Municipal mas sujeita à superintendência da Inspecção Geral das bibliotecas e Arquivos Públicos criada pelo decreto com força de lei de 29 de Dezembro de 1887.
Quando se efectuou a transferência do Liceu do velho edifício do largo da Sé, (onde se encontra actualmente o dos Correios, (atenção… Manuel Tavares dos Santos está a referir-se a 1953) para o do antigo Paço Episcopal, (em 1911) mudou-se a Biblioteca Publica para o andar térreo do edifício da Câmara Municipal, também situado no largo da Sé onde está hoje o Tribunal da Comarca, (hoje... 2010 Consevatório). Em 1 de Julho de 1940 foi nomeado director da Biblioteca o Tenente-Coronel de Cavalaria António Elias Garcia, erudito numismata, que consegui adquirir numerosos volumes e melhorar os existentes com encadernações, não obstante dispor, para esse fim, de uma dotação irrisória.
A exiguidade das instalações não permitiu, todavia, a arrumação metódica e profícua dos 6.000 volumes, nem a sua catalogação racional de forma que se tornasse fácil a consulta de qualquer obra.
Após a reedificação dos antigos Paços na Praça Velha, concluída em 1951, foi ali instalada, no primeiro e no segundo piso, a Biblioteca Municipal que hoje depende somente da Câmara Municipal, (1953).
Sob a proficiência do Dr. Francisco Palmeiro, os livros existentes e oriundos das bibliotecas do Dr. José António Morão, do Dr. Rebelo Albuquerque, da Mitra de Castelo Branco, da Residência Albicastrense, da casa Almeida Garrett e Cunha, do extinto Grémio dos Artistas e ainda os que foram obtidos por compra e por ofertas, foram devidamente catalogados, fazendo-se criteriosamente a sua arrumação em amplas salas apropriadas.
Por seu turno, a Câmara Municipal, promovendo a acomodação da Biblioteca em condições magnificas e proporcionando a aquisição de numerosas obras para o seu engrandecimento, está resgatando, louvavelmente, os erros de um passado sem grandeza.
Nesse ano, o Comendador José Morão decidiu entregar ao Liceu a maior parte dos livros que haviam sido legados por seu tio ao público da sua terra natal, deixando assim de cumprir as disposições testamentárias do seu parente e o compromisso que perante ele tinha assumido. Organizou-se então uma biblioteca no Liceu, que tornada pública, mas a Câmara recusou-se sempre a satisfazer os pedidos do bibliotecário e do reitor, feitos respectivamente em 20 de Janeiro de1875 e em 29 de Junho de 1884, para que lhes fosse entregue a importância inscrita no orçamento para a aquisição de livros.
A atitude era baseada no protesto de não considerar como publica a biblioteca do Liceu que funcionou num edifício, hoje desaparecido, que existiu do lado do Norte da Igreja da Misericórdia Velha, passando mais tarde para outro prédio que houve no local onde se encontra actualmente a sede da Circunscrição dos Correios Telégrafos e Telefónicos, no largo da Sé. A biblioteca funcionou durante muitos anos numa das dependências do liceu mas somente durante as horas das aulas, conforme preceituava o seu regulamento de 7 de Abril de 1888 elaborado contrariamente ao espírito da lei de 18 de Janeiro de 1883 que determinava que as bibliotecas públicas deviam funcionar durante algumas horas da noite.
Não respeitando também as disposições testamentárias do Dr. José António Morão, o regulamento permitia aos professores do Liceu que levassem os livros para o seu domicílio. Em 1990 foi a biblioteca encerrada e assim se manteve durante alguns meses. Reorganizou-se por decreto de 7 de Março de 1901, ficando a cargo da Câmara Municipal mas sujeita à superintendência da Inspecção Geral das bibliotecas e Arquivos Públicos criada pelo decreto com força de lei de 29 de Dezembro de 1887.
Quando se efectuou a transferência do Liceu do velho edifício do largo da Sé, (onde se encontra actualmente o dos Correios, (atenção… Manuel Tavares dos Santos está a referir-se a 1953) para o do antigo Paço Episcopal, (em 1911) mudou-se a Biblioteca Publica para o andar térreo do edifício da Câmara Municipal, também situado no largo da Sé onde está hoje o Tribunal da Comarca, (hoje... 2010 Consevatório). Em 1 de Julho de 1940 foi nomeado director da Biblioteca o Tenente-Coronel de Cavalaria António Elias Garcia, erudito numismata, que consegui adquirir numerosos volumes e melhorar os existentes com encadernações, não obstante dispor, para esse fim, de uma dotação irrisória.
A exiguidade das instalações não permitiu, todavia, a arrumação metódica e profícua dos 6.000 volumes, nem a sua catalogação racional de forma que se tornasse fácil a consulta de qualquer obra.
Após a reedificação dos antigos Paços na Praça Velha, concluída em 1951, foi ali instalada, no primeiro e no segundo piso, a Biblioteca Municipal que hoje depende somente da Câmara Municipal, (1953).
Sob a proficiência do Dr. Francisco Palmeiro, os livros existentes e oriundos das bibliotecas do Dr. José António Morão, do Dr. Rebelo Albuquerque, da Mitra de Castelo Branco, da Residência Albicastrense, da casa Almeida Garrett e Cunha, do extinto Grémio dos Artistas e ainda os que foram obtidos por compra e por ofertas, foram devidamente catalogados, fazendo-se criteriosamente a sua arrumação em amplas salas apropriadas.
Por seu turno, a Câmara Municipal, promovendo a acomodação da Biblioteca em condições magnificas e proporcionando a aquisição de numerosas obras para o seu engrandecimento, está resgatando, louvavelmente, os erros de um passado sem grandeza.
PS. Entre 1953 e 2008 a Biblioteca continuou nos antigos Paços do Conselho na Praça Velha, em 2008 teve finalmente um edifício criado de raiz para esse fim.
A Biblioteca tem hoje, finalmente instalações dignas e adequadas ao seu funcionamento.
Estou convicto que Manuel Tavares dos Santos gostaria de terminar a sua narrativa sobre a nossa biblioteca, com este último capítulo.
A Biblioteca tem hoje, finalmente instalações dignas e adequadas ao seu funcionamento.
Estou convicto que Manuel Tavares dos Santos gostaria de terminar a sua narrativa sobre a nossa biblioteca, com este último capítulo.
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951. Autor; Manuel Tavares dos Santos.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951. Autor; Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense
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