quinta-feira, junho 28, 2018

UM TRISTÍSSIMO CASO NA TERRA ALBICASTRENSE

No dia 7 de Março o jornal "Gazeta do Interior" publicou o artigo que pode ser lido a seguir:

NO MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR
(Obras revelam achado arqueológico)

No Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, as obras que estão a decorrer naquele espaço cultural, e que têm acompanhamento arqueológico, levaram a um achado.

Pedro Salvado, do Conselho Diretor da Sociedade de Amigos do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, adianta à Gazeta que no hall de entrada, onde estavam a decorrer trabalhos para a instalação de um elevador, foi encontrada “uma estrutura circular, em granito aparelhado, que poderá datar de meados do Século XVIII”, a qual será agora analisada, para determinar a sua função, sendo avançado que, “em princípio se trata de uma estrutura para conservação ou transformação de produtos”.
Pedro Salvado garante que “se trata de um caso muito raro em Portugal”, tratando-se de uma “estrutura que tem de ser preservada” e realça “o interesse assumido pelo presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, nesta descoberta que vai reforçar o interesse patrimonial e o conhecimento da história do palácio”.
Também destacado é que este achado “é a confirmação da importância arqueológica do subsolo do Museu”, pelo que “é muito importante uma sondagem do subsolo do Museu, porque, de certeza, esta estrutura não será um caso único”.
Este achado, leva inclusive a que seja referida a pertinência do Museu “ser uma escola prática de arqueologia, o que seria muito interessante e lhe daria um valor acrescentado, uma vez que é a matriz da existência do Museu”.
As obras a decorrer no Museu foram, de resto, um dos temas abordados na Assembleia Municipal de Castelo Branco, realizada na passada quarta-feira, dia 28 de fevereiro, com Nuno Figuinha, da bancada do Partido Social Democrata (PSD), a questionar o motivo dos atrasos verificados.
Na resposta, o presidente da Câmara, Luís Correia, explicou que o atraso se deve “a um achado arqueológico, no sítio onde ia ser instalado o elevador” e adiantou que isso “obrigou a alterar o projeto”.
António Tavares

Três meses depois, sou surpreendido no facebook com uma imagem onde  se pode ver uma placa de betão em cima de parte do bordo da estrutura de granito que se diz ser século XVIII.
Perante tal imbecilidade, só me resta perguntar a quem de direito  (responsáveis da nossa autarquia), o seguinte: desculpem lá a franqueza, mas, será que estão todos malucos, ou o responsável pela obra estava bêbado quando mandou fazer a placa de betão?
Por mais explicações que agora venham dar sobre esta besteira, esta é a prova de que o nosso museu está mesmo sem rei nem roque. 
Eu pergunto: se o nosso museu tivesse à sua frente um director a tempo inteiro e competente, esta besteira alguma vez teria acontecido?
 Ao presidente Luís Correia, pessoa por quem “ainda” tenho estima e consideração, só posso exigir que de imediato tome medidas para resolver este triste caso. Acontecimento que seria grave se tivesse acontecido num outro local, mas que se torna gravíssimo, por ter acontecido dentro de uma instituição que tem por obrigação defender o nosso património e não dar cabo dele.
O Albicastrense

6 comentários:

  1. Anónimo18:04

    Ao luisinho não vale a pena falar sobre o assunto. Se nem memória recente tem quanto mais da história que lhe ensinaram na escolinha? Quanto ao resto nem comento dada a quantidade de sumidades supostamente responsáveis pelo espaço.

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  2. Caro anónimo. Eu quer acreditar que este infeliz assunto vai ter um desenrolar positivo. Se assim não acontecer, vou ter que rever a minha opinião em relação ao nosso presidente. Abraço

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  3. Fico impressionado com o que acabo de ler. Quero crer que ainda haverá um desfecho positivo, isto é,o interesse do estudo da peça achada irá sobrepor-se ao avanço da obra.
    Luís Fernandes

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  4. Espero que sim, amigo Fernandes. Se tal não acontecer, confesso-lhe que vou perder a pouca fé que ainda tenho nos políticos. Um grande abraço.

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  5. Infelizmente, cumpriu-se a máxima. Não se completou o estudo sobre a estrutura e foi parcialmente tapada. Quando um visitante ali entrar vai questionar o que é e ninguém vai responder, porque tinha de se terminar a obra. Mais um atentado.

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  6. Quero acreditar num final feliz. A cidade não é assim tão rica arquiologicamente, e, mesmo que o fosse, não nos podemos dar ao "luxo" ao ponto de se deixar para 2º. plano, o que é de extrema importância.

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