A
rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e
Março de 1937, no jornal “A
Era Nova”.
Transitou para o Jornal “A
Beira Baixa”
em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A
mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do
primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC”
foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho
que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O
texto está escrito, tal como foi publicado.
Os
comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
E
agora desaparece de uma vez para sempre o escrivão Aranha. Morreu ou
que foi que aconteceu?
Morreu,
presumimos nós, porque não se encontra qualquer referencia a que
ele fosse exonerado, suspenso ou coisa assim parecida e nesta acta se
diz que foi nomeado “Escrivão
da Câmara interinamente Joam Cardozo Taborda natural de Freixal do
Campo”,
interinidade que se prolonga pelos anos fora sem nunca aparecer
qualquer referencia ao nosso querido Aranha.
Deus
o tenha por lá alguns anos sem nós e nos perdoe o que dele temos
dito.
Note-se
que o tal escrivão nomeado interinamente que se prolonga pelos anos
fora, que a acta desta sessão nos aparece com o nome de João
Cardoso Taborda de Figueiredo, subscreve todas as actas que seguem,
termos de juramento, posse, etc, com o nome de João Cardoso Frazão
Taborda.
E
atrás de nós virá... Se o Aranha que Deus haja era um artista a
redigir as actas, este era artista em duplicado.
Da
caligrafia basta dizer que ainda era pior que a nossa, o que não é
dizer pouco. A ortografia era uma beleza no género pitoresco. A
redacção... Os senhores já vão ver a admirar.
A
sessão seguinte realizou-se no dia 20 de Julho e o que nela se
passou conta-o o nosso escrivão Taborda assim:
“Que
pello que requereo o Doutor Antonio Ignacio Goncalves Forte primeiro
Medico Expector do Exercito de Beira para efeito de lhe declarar os
salarios que se costumam parar-se nesta cidade aos Carpinteiros e
Pedreiros seus officiais, trabalhadores, lavradores, Almocreves e
homens de pé se determinarão e declararam que aos mestres
carpinteiros e pedreiros se lhe costuma pagar trezentos réis por dia
aos officiais destes mais emfriores duzentos e quarenta aos serventes
e trabalhadores da enxada cento e sessenta Lavradores Almocreves ou
sejão as bestas de albarda ou sela quatro centos reis por dia, hum
homem de pé duzentos e quarenta reis tudo isto em quanto se com
servarem os preços no estado actual. E por não haver mais que andar
ouverão este auto por findo, que comigo assignarão”.
A
sessão seguinte realiza-se logo no dia 24 de Julho. Assuntos a
tratar apenas a nomeação dos avaliadores das ervagens “que
se haode a rematar dia de Sam Thiago do presente anno”.
Os
nomeados foram o infalível Manuel Martins Mas-barbas e Manuel da
Silva Canelas e, apesar de dia de S.Tiago ser o de 25 de Julho, isto
é, o imediato ao da sessão, os homens apareceram logo com o seu
trabalhinho complete.
As
ervagens a avaliar eram em número de 26 e foi-lhes atribuído o
valor de 1.303.000 réis.
(Continua)
PS.
Aos leitores dos postes “Efemérides
Municipais”,
o que acabaram de ler, é uma transcrição fiel do que foi publicado
na época.
O
Albicastrense
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