terça-feira, fevereiro 27, 2024

FUNERAL DE FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR

JORNAL «O BEIRÃO»

Relato do funeral de Francisco Tavares Proença, na imprensa da nossa cidade.

 
                                                                      
   O ALBICASTRENSE
 

domingo, fevereiro 25, 2024

MEMÓRIAS DO BLOGUE - LEMBRANÇAS PARA A HISTÓRIA DO BISPADO - (VII)


MEMÓRIAS DO BLOGUE

"DEZ ANOS DEPOIS"

LEMBRANÇA

Para a história do Bispado de Castelo Branco


(Continuação)
Estremecem de indignação e de impotência da época. Provavelmente de Alcântara, debalde Junot proclama aos portugueses e, em primeiro lugar, a esta cidade (20 de Novembro de 1807), os falsos propósitos de nos “salvar da dominação inglesa”, de manter a disciplina e o bom comportamento da suas tropas, sob a pena das leis e conselhos de guerra; debalte, seria acolhido com Delabord, Loison, o governador Peyre Ferry e outros chefes gauleses à mesa do prelado, no magnifico Paço, concorrendo a cidade no bom gasalhado aos intrusos, em boletos, requisições e facilidades de varias ordem.
Sofriam-se ultrajes na honra e na fazenda, e assim sucederia em outras terras beiroas, Sarzedas, Covilhã, Alpedrinha e Tinalhas, até que, decorridos tempos, contra a saque, o morticínio e o incêndio, os primeiros gritos de explosão patriótica levantassem a resistência e a insurreição por toda a parte.
Por ali passou o Conde de Aranda, comandante do exercito franco-espanhol na Campanha de 1762, o infante espanhol D. Carlos, em 1833, e bem merecia evocar-se o que de curioso, trágico ou burlesco, presenciou o histórico cenário. Mas após o ultimo bispo de Castelo Branco, foi-se de deteriorando e delapidando o recheio do Paço, até 1835, em que passou a outras funções. 
Ali se hospedou Saldanha em 1846, que por medida de segurança mandou recolher a baixela a Tomar, restituída no ano seguinte e conservada em deposito particular, até 1854, em que se verificou ter o peso de 28864,9 oitavas de prata. Tudo foi entristecendo e envelhecendo naquela casa, até à instalação do liceu em 1911 e após ter decaído em funções mesquinhas....
(Continua)
Texto retirado do livro: Estudantes da Universidade de Coimbra Naturais de Castelo Branco de: Francisco Morais e José Lopes Dias

O ALBICASTRENSE

terça-feira, fevereiro 20, 2024

MILAGRE NO LARGO DO ESPÍRITO SANTO!!!

 SETE ANOS PARA RECUPERAR UMA CASA NO LARGO DO ESPÍRITO SANTO

 
Sete anos depois de ter divulgado pela primeira vez, a colocação de grades de ferro  num pequeno pátio existente no largo do Espírito Santo, deu-se o milagre!

A história conta-se em poucas palavras:
   
Em 2017 resolveram   os responsáveis pela nossa autarquia, colocar grades de ferro frente a uma velha casa que existe no pátio. O motivo era; “o perigo de uma telha cair na cabecinha de quem passasse por ali”.
 
Hoje ao passar pelo local, constato que passados sete anos o milagre da recuperação da casa está  acontecer! Ou seja, foram necessários sete anos e muitas denuncias nas redes sociais, para que o bom senso penetrasse nas mentes de quem comanda a terra albicastrense e finalmente mandassem recuperar a casa. 
 
Não vou bater mais no ceguinho, pois, o mais importante é constatar que finalmente se vai poder passar no pátio, sem ter de descer e subir escadas. Confesso que por vezes dou comigo a pensar, que até parece que existe gente mais interessada em deixar andar, que em resolver coisas simples como a recuperação de uma velha casa.
 O ALBICASTRENSE 

sexta-feira, fevereiro 16, 2024

MEMÓRIAS DO BLOGUE - LEMBRANÇAS PARA A HISTÓRIA DO BISPADO - (VI)

MEMÓRIAS DO BLOGUE

"DEZ ANOS DEPOIS"

LEMBRANÇA

Para a história do Bispado de Castelo Branco

(Continuação)
O destino da residência alcançava certo grau de luxo, um século depois, com o mitrado D. João de Mendonça, filho dos condes de Vale de Reis e natural de Estremoz.
Cursara Filosofia e Humanidades no Colégio de Santo António de Lisboa, estudante porcionista no Colégio Universitário de S. Paulo e matriculado em Cânones desde 1690. Vinha a desfrutar a Sé da Guarda (em 1711), após sagrado bispo pelo Cardeal da Cunha e, em tal qualidade, demorava bastas vezes em Castelo Branco.
O aparato da corte de D. João V e uma visita à cidade eterna (em 1717) concorreram, decerto, para a construção do anexo Jardim de S. João Batista, com as datas de 1725, na peanha da estátua do santo percursor e de 1726 na bem conhecida Cascata de Moisés. As alfaias da residência, tapetes de Rás, faianças e porcelanas, vidros e pinturas, biblioteca erudita, moedas, mobiliário, indumentária, artefactos e botica episcopal preciosa deviam-se, com efeito à memória de D. João de Mendonça, conservadas e melhoradas pelos seus sucessores.
O seu ultimo benfeitor, na construção do peristilo, do salão a casa a correspondentes do lado sul, dos estuques e da capela, foi D. Vicente Ferrer, 2º bispo albicastrense.
O edifício adquirira então a fama de sumptuoso, em adereços artísticas, tapeçarias, a cadeirões, baixela de magnificas pratas e bragal de colchas artísticas, de sorte que nenhum outra morada episcopal a excedia no conforto de aposentos e salas, no mimo dos fogões, nos jardins com laranjeiras bravas, ao gosto da Itália do sul, jogos de água e tanque alagado, sua curiosa estatuária de granito, a perpetuar doutores e apóstolos da Igreja, reis de Portugal, signos do Zodíaco, símbolos das artes, da natureza e da geografia; com anexos de pomar e horta, quinta e bosque de sombras aprazíveis, hoje moderno jardim, recreio e pulmão da cidade; com farto olival e o cercado dos coelhos bravos, açougue da culinária pascense... Ali foi hospedo de D. Vicente Ferrer, Junot, em 1807, no comando da 1ª invasão napoleónica.
(Continua)
                                                                O ALBICASTRENSE

segunda-feira, fevereiro 12, 2024

MEMÓRIAS DO BLOGUE - LEMBRANÇAS PARA A HISTÓRIA DO BISPADO - (V)

 

 MEMÓRIAS DO BLOGUE

"DEZ ANOS DEPOIS"

LEMBRANÇA

Para a história do Bispado de Castelo Branco

(Continuação)
Duas palavras sobre a residência episcopal, o famoso Paço do Bispo, de curiosa história e tradição sem confronto, nesta cidade.
Ordenara-lhe a traça primitiva, D. Nuno de Noronha, 34º bispo da Guarda, um aristocrata letrado e teólogo, com registo nas crónicas dos fins do séc. XVI e alvores do imediato.
Filho de D. Sancho de Noronha, 4º conde de Odemira e alcaide-mor de Estremoz, e de D. Margarida da Silva, herdeira do 2º conde de Portalegre, fora escolar teólogo nos crúzios de Coimbra, mestre em Artes e bacharel em Teologia, eleito Reitor da Universidade pela corporação dos mestres e estudantes.
Obtende confirmação do Cardeal-Rei (1578), tomou graus de licenciatura e doutoramento (1584), não sendo excecional que um estudante como ele ocupasse a prelazia universitária.
Filipe II o despachou para a Sé de Viseu (1586), e dali se transferiu para a Guarda (1594). A sua memória perpetua-se na edificação dos seminários diocesanos e na organização do Sínodo de 1579, em que se aprovaram as novas constituições deste bispado. Ora os bispos guardenses usufruíam direitos episcopais, rendas e procurações, no termo de Castelo Branco, desde eras remotas.
O “gentilhomem de grande estatura e grandiosa trato na sua casa”, segundo os testemunhos do secretário Belchior de Pina e do Padre Carvalho, deliberou estabelecer aqui uma residência hibernal, para si e seus sucessores. A edificação primitiva (1596-98) abrangia somente uma parte da atual, “a que tem janelas rasgadas sobre o parque, sem o perystilo nem o salão de entrada e todo o corpo correspondente”.
Era um personagem faustoso do quinhentismo, evidenciado na conhecida visita a Filipe II, “para concertar alguns negocio do reino”, à própria residência da corte, em Madrid, capital de Espanha e, também – ai de nós! - de Portugal. Finava-se em 1608, arruinado na fazenda, a ponto de um sucessor na Mitra (desde 13 de Fevereiro de 1610), D. Afonso Furtado de Mendonça, doutor em Cânones e futuro bispo de Coimbra, arcebispo de Braga e de Lisboa, ter providenciar na aquisição em hasta pública, da quinta do bosque, pele falta de pagamento aos proprietários.
(Continua)
                                                             O ALBICASTRENSE

quinta-feira, fevereiro 08, 2024

MEMÓRIAS DO BLOGUE - LEMBRANÇAS PARA A HISTÓRIA DO BISPADO - (IV)

 

 MEMÓRIAS DO BLOGUE

"DEZ ANOS DEPOIS"

LEMBRANÇAS

Para a história do Bispado de Castelo Branco

(Continuação)
Eis as dignidades da novel diocese: primeiro vigário geral, o cónego Dr. Manuel Cardoso Frazão, arcipreste de Castelo Branco, que já desempenhava o cargo com o bispo da Guarda e, em seu nome, visitador ordinário em 1767 primeiro promotor de justiça, o Dr. Jacinto Pereira Goulão, de Alcains; primeiro escrivão da Câmara eclesiástica, o Padre João Baptista Castanheira, pouco depois substituído pelo Padre José Sabino, que vinha na companhia de Frei José. O que consta da seguinte noticia:
 “El Rey nosso Senhor o Senhor D. José no anno de 1771 creou cidade a v.ª de Castelo Branco e obteve de Sua Santidade, o desanexar   da ordem de Christo a igreja de S. Miguel e a deu para Sé da Cidade ao novo Bispo o Ex. mo R. Snr. D. Fr. Jose de Jesus M.ª Religioso q era de S. Deus, o qual foi sagrado em 10 de Novembro de 1771 e este elegeo p.ª Provisor ao Padre Mestre o Dr Frey Manoel Baptista Dourado Religioso da mesma ordem e para vigario geral ao Dr. Manuel Cardozo Frazão natural de Castelo Branco. Faleceu este em 5 de Abril de 73 de pellas onze horas da noite. O Ex.mo Snr. D. Frey Jose de Jesus Maria Caetano he natural de Lx.ª.
O Doutor Provisor o Senhor  Fr. Manoel Baptista he da cidade de Portalegre. Veio para Castelo Branco em 18 (13 ou 15?) de dezembro de 1771, e tomou posse do Bispado por procuração do Snr. Bispo em 21 de dezembro de 1771. Logo q. Tomou posse do Bispado o d.º Snr. Elegeo p.ª Promotor da Justiça o meu f.º o Dr. Jacinto Per.ª Goulão p.ª escrivão da Camara Eclesiástica ao mordomo q era do  Sr. Bispo Bernardo Antonio a Joaõ Baptista Castaneira mas q. Veio o Sr. Bispo nomeou p. Escrivão da Camara Jose Sabino q. Veio na sua compa.ª. Em Domingo 22 de novembro de 1772 pellas duas horas da tarde chegou o Snr. Bispo a Cidade de Castelo Branco”.
Pastoreou D. Frei José a diocese cerca de una dezena de anos, até á sua morte, a 13-VII-1782, e jaze no claustro do Convento de Santo António, actual Quartel de Caçadores 6.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

segunda-feira, fevereiro 05, 2024

MEMÓRIAS DO BLOGUE - LEMBRANÇAS PARA A HISTÓRIA DO BISPADO - (III)

 MEMÓRIAS DO BLOGUE

"DEZ ANOS DEPOIS"

LEMBRANÇAS

Para a história do Bispado de Castelo Branco

(Continuação)
Em os vinte, e hum de Dezembro de mil, setecentos, e setenta, e hum pelas tres horas da tarde do dia de Sabbado, em que a Igreja festejou o Apostolo São Miguel Archanjo, que era Collegiada da Ordem de Nosso Senhor Jesus Christo com vigário e sinco Beneficiados, e hum Thesoureiro sacerdote, e no mesmo  acto ficou erigida em Santa Sé Cathedral com o mesmo Santo Archanjo por Orago na forma, que Sua Magestade Fidelissima foi servido mandalo; tomou posse o Excellentissimo, e Reverendíssimo Snr. D. Fr. Joseph de Jesus Maria Caetano, que no actual era Provincial  da Esclarecida Ordem dos Pregadores, pelo seu Rev. Mo Procurador o mesmo presentado Fr. Manoel Batista Dourado da mesma Ordem dos Pregadores co, assistencia do Clero desta Cidade e suas vizinhanças, Nobreza Ministros, e povo; que todos com grande exultação, e alegria assistiraõ  a taõ  gostoso acto, em que foraõ lidos O Breve, porque o Santissimo Padre Clemente Decimo  Quarto desmembrou do Bispado da Guarda este novo da cidade de Castello Branco, com os Arcediagados desta cidade, Monsanto, e Ouvidoria de Abrantes, na forma que Sua Magestade, que Deos garde, lhe supplicou, ficando na forma do d.º Breve Apostolico pertencendo ao Real Padroado a nomeação do mesmo Bispado, das Dignidades, Conegos,  Meios Conegos, Capellanes, e mais Beneficios  ou Officios, que no Cabbito da mesma Cathedral Sua Magestade for servido determinar; e a respeito do actual Paroco, e Vigario da mesma Igreja se vê no mesmo Breve Apostolico oseguinte: 
“Absque temen “ultus perjudicio Dlecti moderni istius Rectoris, Cui vita” ejus naturali durante, sue dome, et quoresque ijo se Modernus” Rector de aliis reditibus Ecclesiasticis Canonice provisus fueril,” omnes illus fructus intgre remarere debebunt" e o d.º Breve Apostolico vinha incuido no processo  de sentença do Ex. mo Mons. 
Conti Arcebispo de Tyro, e Nuncio Apostolico deste Reyno, e no mesmo processo e fora delle vinhaõ os Avisos de Sua Magestade Fidelissima, que Deos guarde; e para memória do referido eu o vigário actual da mesma Igreja do Archanjo Saõ Miguel desta cidade de Castello Branco o escrevi, e assignei Cast.º b.º 23 de Dezembro de 1771.
O Vigr.º Dr. Philippe Gomes de Santiago.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

quinta-feira, fevereiro 01, 2024

MEMÓRIAS DO BLOGUE - LEMBRANÇAS PARA A HISTÓRIA DO BISPADO - (II)

 MEMÓRIAS DO BLOGUE

"DEZ ANOS DEPOIS"

LEMBRANÇAS

Para a história do Bispado de Castelo Branco

(Continuação)
Sem dilação, outorgada o mesmo diploma pombalino “todos os privilegios e liberdades de que devem gozar e gozam as outras cidades destes Reinos, concorrendo com ellas em todos os actos públicos, e uzando os cidsdaons da mesma cidade todas a distincçoes e preeminencias de que uzão os das outras sem diferença alguma”.
Pela carta régia da Chancelaria-Mor do Reino, de 15.IV do mesmo ano, com duplicado para a Torre do Tombo e cópias para a Câmara Municipal e a Correição de Castelo Branco, entra definitivamente em vigor o diploma de cidadania. Pouco tempo depois, o breve apostólico de Clemente XIV promove à dignidade se Sé catedral a igreja paroquial, e estabelece o bispado, 19.VI do mesmo ano. A diocese fica sufragânea do patriarcado, e o Pontífice confirma a nomeação do primeiro bispo, D. Frei José de Jesus Maria Caetano, provincial  dos dominicanos e mestres dos filhos do Marquês de Pombal, enquanto exorta o cabido, clero e fieis a obedecer ao seu prelado.
Logo, no breve do dia imediato lhe autoriza a sagração anta três ou mais bispos de sua escolha. Foi efectivamente sagrado a 7-XI-1771, e tomou posse a 21-XII, por procuração ao padre-mestre dos dominicanos e provisor do novo bispado, Dr. Manuel Batista Dourado, natural se Portalegre.
A D. Frei José não lhe correu pressa vir ocupar a sede episcopal. Deixou estralejar os morteiros da calorosa e triunfal recepção aos ouvidos do provisor, já não era novo, a dispunha da felicidade de um feitio repousado e folgazão. Profìrio da Silva esclarece: “vulgarmente era conhecido pelo bispo-trasgo, por ser dotado dum génio e maneiras joviais, de quem por isso se contam varias anedotas de gracejos
(Continua)
O ALBICASTRENSE

ANTIGAS FONTES E POÇOS DA TERRA ALBICASTRENSE - (iI)

 A NOSSA HISTÓRIA (Continuação) As fontes públicas mais antigas de que há notícia são as da Feiteira, do Penedo, do Torneiro, o Chafariz da ...