A
rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e
Março de 1937, no jornal “A
Era Nova”.
Transitou para o Jornal “A
Beira Baixa”
em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A
mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do
primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC”
foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho
que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O
texto está escrito, tal como foi publicado.
Os
comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Realizou-se
a sessão imediata no dia 10 de Janeiro. Do que se passou nela diz a
acta:
“nesta
Vereação se determinou se alugassem humas casas para viverem ou se
aquartelarem os comandantes de Destacamento que se acha estabelecido
nesta cidade ficando responsável pela sua renda os rendimentos do
conselho os todas as vezes que os ditos comandantes a não pagarem
como são obrigados”.
Eram
obrigados os comandantes de tal destacamento a pagar as rendas das
casas; mas, pelo sim, pelo não, sempre se dava aos donos das casas a
garantia dos bens do conselho, porque podiam os tais comandantes
pregar calote e não se havia de ir pleitear com eles, porque, enfim,
eram gente da tropa...
A
sessão de 19 de Janeiro teve a assistência dos procuradores do
conselho e do Povo da Lousa:
“que
haviam sido convocados para responderem sobre hum requerimento que os
habitantes do dito Lugar fizeram a S. Magestade para se lhe conceder
a graça de poderem aplicar os sobejos das cinzas do seu Concelho
para modificação da Ermida de Santo António e São Francisco que
totalmente se acha minada, responderam todos uniformemente que
convinhão na expressada aplicação pela nescessidade que havia da
mencionada obra”.
Foi
por causa desta obra que, quando se tratou de reconstrução da
Igreja matriz de Santa Maria do Castelo, os procuradores da Lousa
votaram contra a aplicação dos sobejos das suas sisas às
importantes despesas que aquela reconstrução exigia. A sessão de
27 de Fevereiro teve a assistência da Nobreza e Povo para que se
pronunciassem sobre um requerimento de Diogo da Fonseca Barreto
Mesquita que queria:
“tapar
huma terra que possue na Folha de Mercolles no sitio dos carris
chamado da Quejeira da Estacia que leva sincoenta alqueires de
semeadura”.
A
Nobreza e o povo mostraram-se muito razoáveis. Declararam todos:
“que
eles convinhão que o Sup. Tapasse a mencionada Terra não só por
ser verdade o que alega no seu requerimento mas pela conhecida
utelidade ao publico dos Tapumes que aumentão a agricultura”.
E
lá ficou tapada a terra do fidalgo Diogo da Fonseca, que ficava
perto da queijeira da Estacia, que era nem menos do quue o sitio que
hoje é conhecido pelo nome da “Terra
do Desembargador”.
(Continua)
PS.
Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides
Municipais”,
que o que
acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na
época.
O
Albicastrense