Já aqui disse por várias vezes, que ao longo dos tempos, aconteceram no burgo albicastrense, “impiedades” muito estranhas!.. E que por mais voltas que lhe possamos dar, a pergunta será sempre a mesma.
- Como foi possível que alguém tenha permitido esta barbaridade!
- Ou... como foi possível que ninguém se tivesse levantado contra esta desgraça!?
Como albicastrense que sempre aqui viveu, (com excepção do tempo em que estive na vida militar) e descendente de muitos outros albicastrenses, não posso deixar de me interrogar sobre as tais, “impiedades”.
Procurei no “Dicionário Nacional Geográfico Humanóide”, a designação correcta para este desapego intemporal pela nossa história local. Após alguma pesquisa, encontrei a tão proclamada designação:
Albicastruenses, (1) “Seres submissos e obedientes”.
A pequena reinação com que comecei este posts, tem como objectivo contar aqui, mais uma das muitas desgraças de que a minha cidade, tem sido vítima ao longo dos tempos.
UM PEQUENO RESUMO HISTÓRICO
Entre as muitas maletas de que a minha cidade foi vítima ao longo dos tempos, existem algumas dignas de figurarem no Guinness da estupidez.
- Em finais do século XVIII, decidiram os responsáveis da cidade, derrubar grande parte da velha muralha. Os albicastrenses, submissos e obedientes ficaram no seu canto e até compraram parte da pedra, para construírem as suas próprias casas.
- Na década de 50 do século XX, resolveram outros responsáveis mandar abaixo o velho Teatro do Largo de Santo António, para se construir no local, um edifício para uso militar.
- Ainda nesta década, resolveram os mesmos responsáveis mandar abaixo o Solar da Família Fevereiro, situado no Largo da Devesa para construir o mamarracho que lá existe.
- Na década de setenta, resolveram outros responsáveis arrasar o velho Hotel de Turismo de Castelo Branco.
Após o relato de algumas das calinadas do passado da nossa cidade, passemos aos dias de hoje, e àquilo que me levou a escrever este posts.
No inicio da década de noventa, entenderam os responsáveis pelo burgo albicastrenses, (Finais do reinado de Vila Franca) autorizar a construção de habitações na encosta do Castelo. A vereação que lhe sucedeu na casa grande, alinhou pela mesma bitola.
Os albicastrenses como sempre!.. Ficaram serenamente sentados, muito acomodados, a olhar para o dia de ontem.
Hoje constatamos, que ali nasceu não meia dúzia de casas como inicialmente se argumentava, mas uma resma de casas que transformaram aquela que era uma bonita encosta, num aglomerado de casas. Que haja gente, para quem a defesa da sua cidade venha depois dos interesses de uns tantos, é normal! Agora que a grande maioria dos habitantes dessa mesma terra, ficassem cegos, surdos e mudos, perante mais esta monstruosidade, é de gritar aos céus.
A questão a perguntar só pode ser uma!.. Tendo a nossa cidade, espaços mais que suficientes para se expandir, como foi possível, que alguém tenha decidido por todos nós, a destruição da encosta do castelo e que os albicastrenses, virassem a cara para o outro lado como se nada fosse com eles?
Responda quem souber e quiser, que este albicastrense até confessa, que em certas ocasiões, tem inveja de algumas pessoas que se amarram a portões, para impedir que certos senhores retalhem, vendam, ou destruam aquilo que é de todos em benefício de uns tantos.
(1) Palavra inexistente.