sábado, setembro 23, 2023

CURIOSIDADES DA TERRA ALBICASTRENSE

 MEMÓRIAS!...

No início do ano e 1836 o governador civil enviou aos habitantes de Castelo Branco a seguinte “prenda”.
José Garcês Pinto Madureira, cavaleiro da ordem de Cristo, bacharel formado em Matemática, coronel do exército, governador civil do distrito de Castelo Branco, etc.
 
1º Todas as tabernas e lojas de bebidas se fecharão as oito horas da noite durante o inverno, e às nove durante o verão. A contravenção desta Ordem fica sujeita ao castigo que as leis vigentes cominam em tais casos.
2º Todas as pessoas que passada a hora marcada no paragrafo antecedente forem encontradas pela ronda da polícia paradas às esquinas das ruas, ou em qualquer ponto da cidade, serão pressas imediatamente e conduzidas a cadeia, para depois serem julgadas em polícia correcional.
E para que chegue a notícia de todos e ninguém possa alegar ignorância do disposto neste edital, o mando afixar nos lugares mais públicos desta cidade. O Governador Civil José Garcês Pinto Madureira
 
PS. O motivo para esta medida, poderá ter sido uma prevenção ao que pudesse acontecer por ocasião, do casamento de D. Maria como seu segundo marido, visto que por motivo do falecimento do primeiro a ordem publica fora alterada em Castelo Branco.
O ALBICASTRENSE

quinta-feira, setembro 21, 2023

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (8)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE"

Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional.  Um fantástico trabalho que António Roxo publicou durante anos no jornal "Notícias da Beira". Que nos anos sessenta, a "Revista Estudos de Castelo Branco", publicou.

O ALBICASTRENSE

terça-feira, setembro 19, 2023

CEMITÉRIO DE CASTELO BRANCO


    A ÚLTIMA  MORADA

😔 😓 😕 😖

No dia 8 de Maio de 1805, o Príncipe regente, D. João, que viria a ficar conhecido com D. João IV, autorizou a construção do cemitério de Castelo Branco. 

As obras deste cemitério foram pagas com o rendimento proveniente das portagens e dos baldios que se situavam no limite da cidade e seu termo, que fossem obtidos durante cinco anos.
Castelo Branco terá sido uma das primeiras cidades do pais a possuir um cemitério, o qual foi construindo nos terrenos que se situavam, na parte de traz da Igreja de São Miguel da Sé.  
Ao logos dos tempos o cemitério cresceu 
 imenso e, na segunda década do século XXI, foi construído nele um crematório. 

O ALBICASTRENSE

sábado, setembro 16, 2023

PRAÇA CAMÕES UM LOCAL ENCANTADO

 PALÁCIO DOS CUNHAS
 PALÁCIO DOS  MOTAS
 ARQUIVO DISTRITAL DE CASTELO BRANCO

Quando passamos pela Praça Camões, não podemos deixar de admirar uma zona da nossa zona histórica que nos encanta e nos deixa de boca aberta, perante tanta história. 

Entre o vasto conteúdo histórico existente na Praça, destaca-se o Palácio dos Cunhas, palácio que depois virou dos Motas e recentemente Arquivo Distrital de Castelo Branco. Curiosamente o palácio dos Cunhas na Praça Velha, hoje Camões, só viria a ser acabado após a sua morte e quem iniciou a sua construção.
 
RAFAEL JOSÉ DA CUNHA
(1791 - 1868)
QUEM FOI ESTE ALBICASTRENSE?
 
Natural de Castelo Branco e batizado na Covilhã, oriundo de uma família albicastrense, agricultores de eleição com estreitas ligações á Casa Real, muito novo percorre a Europa em plena Revolução Industrial, inteirando-se das novas inovações no mundo agrícola e se apercebeu que só no Ribatejo as poderia pôr em prática; com familiares influentes em Tomar e Torres Novas decide fixar-se na Golegã em 1817.
Numa época em que a Família Real Portuguesa se encontrava no Brasil, devido às invasões napoleónicas e com Esta grande parte dos Nobreza proprietária de terras no Ribatejo, começa inicialmente por arrendar e depois adquirir grande número de propriedades nos Concelhos da Golegã, Santarém, Rio Maior e Chamusca.
Em 1831 compra ao 8º Conde da Ribeira Grande) a Quinta do Almonda, esta grande propriedade passa a ser o centro da sua enorme casa agrícola, composta por várias propriedades; Quinta do Almonda (mais tarde denominada Quinta da Broa, Quinta dos Álamos, Quinta da Gâmeira, Quinta do Castilho em Vale de Figueira entre outras compradas ao Duque de Loulé e Conde de Linhares. Rafael José da Cunha, foi padrinho de batismo de Rafael Bordalo Pinheiro, conhecido jornalista e caricaturista, autor de vários periódicos satíricos.
Faleceu na Quinta da Brôa na Azinhaga a 27 de Abril de 1868 e foi sepultado na capela do palácio que mandou construir nesta propriedade, terminado em 1862.
Recolha de dados: Wikipédia  
O ALBICASTRENSE

quarta-feira, setembro 13, 2023

MEDALHA DA CIDADE DE CASTELO BRANCO

CONHECER A NOSSA HISTÓRIA

O 245º aniversário da Elevação de Castelo Branco a Cidade (20/03/2016) serviu de mote ao lançamento de uma nova medalha comemorativa.
Da autoria de Isabel Carriço e Fernando Branco, autores da primeira moeda produzida em Portugal com utilização de cor e que teve por base o Bordado de Castelo Branco, a nova medalha tem uma produção limitada e numerada de 100 unidades.
A primeira destas medalhas está em depósito, à guarda da Câmara Municipal, sendo que as seguintes foram entregues aos dois últimos presidentes de câmara, César Vila Franca e Joaquim Morão. 
A medalha apresenta numa das faces os nomes de ilustres albicastrenses, figuras que até ao início do século XIX ficaram na História do Concelho. Na outra face, a medalha apresenta um motivo em Bordado de Castelo Branco, com um núcleo central rotativo que apresenta o Brasão da Cidade.
 
Especificações Técnicas
Edição : Câmara Municipal de Castelo Branco, 2016
Autores : Isabel Carriço e Fernando Branco
Gravura: Gravo, Lisboa
Metal: Bronze prateado
Esmalte sintético: Vermelho e branco
Dimensão: 80mm e 28mm
Observações: 4 cunhos com peça central rotativa

Ao centro o seu Brasão – símbolo da sua identidade como Autarquia. Mas este símbolo tanto se refere ao significado do conteúdo duma das faces da medalha, como da outra. É pertença de ambas as realidades. Por isso, está incluído numa pequena peça centrada que, rodando em torno dum eixo vertical, vai marcar a sua presença no lado para que esteja virada.
Numa das faces, um desenho do Bordado das suas Colchas, seu Património, inspirado na barra de uma colcha existente no Museu Machado de Castro, em Coimbra.
Na outra face está inscrito o nome de 15 Figuras Históricas nascidas em Castelo Branco com exceção de D. Pedro Alvito e do seu primeiro Bispo que, de qualquer modo, deram o seu contributo a esta Cidade, à  sua História e a Portugal, ultrapassando muitas vezes as nossas fronteiras.
 
FIGURAS HISTÓRICAS

D. PEDRO ALVITO, 11º Mestre da Ordem do Templo e dos Três Reinos concedeu, em 1213, a primeira Carta de Foral à povoação de Vila Franca da Cardosa, na qual é já designada por Castelo Branco.
“Eu, mestre de milícia do templo, Pedro Alvito, com todo o convento de Portugal queremos restaurar e povoar Castel-Branco, concedendo-vos o foro e costumes de Elvas, tanto presentes como futuros, para que as duas partes dos cavaleiros vão ao fossado e a terça parte fique na vila: e uma vez por ano façais fossado”.
D. Pedro Alvito começou a exercer as funções de mestre da ordem em 1214, tendo terminado o exercício em 1223.
 
AFONSO DE PAIVA
 é natural de Castelo Branco, desconhecendo-se quer a data do seu nascimento, quer a data da sua morte. Sabe-se, porém, que viveu no século XV.
Juntamente com Pêro da Covilhã, Afonso de Paiva foi incumbido por D. João II de, em África, recolher informações sobre os povos, o Oriente e seus mares e rotas, bem como sobre o comércio oriental.
Esta viagem tinha como objetivo estabelecer uma primeira ligação marítima entre a Europa e a Índia, bem como estabelecer contacto com o Reino de Preste João.
 
JOÃO ROIZ DE CASTELO BRANCO, nasceu no século XV, Cavaleiro nobre, Fidalgo da Casa Real das Cortes de D. Manuel I e D. João III. Contador da Fazenda da Beira e Almoxarife da Guarda. Humanista, é mais conhecido pelos poemas incluídos no “Cancioneiro Geral” de Garcia de Resende, entre eles a sua cantiga “Partindo-se”.
Na realidade, à época não se chamavam ainda poemas mas sim cantigas. É que apesar de o poeta ser datado do século XV/XVI, séculos em que na Itália se vivia o apogeu do Renascimento, em Portugal, João de Roiz de Castelo-Branco situa-se ainda numa época anterior, na chamada Poesia Trovadoresca – das Cantigas de Amigo, Cantigas de Amor, Cantigas de Escárnio e Mal dizer.
A belíssima cantiga “Partindo-se” fala da separação da pessoa amada.

Senhora, partem tão tristes

Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.

partem tão tristes os tristes,
tão fora de esperar bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

 
JOÃO RODRIGUES, mais conhecido por AMATO LUSITANO, foi um judeu português, médico e escritor do século XVI, nascido em Castelo Branco, em 1511.
A sua obra mais conhecida - “Centúrias das Curas Medicinais” - resulta da compilação dos trabalhos desenvolvidos entre 1541 e 1561.
Cada «Centúria» apresenta 100 casos clínicos descritos pormenorizadamente, com informações sobre os doentes, doenças e tratamentos prescritos. Publicou “Tratamento das estenoses uretrais” (1552), com que alcançou grande notoriedade. 
Entre 1556 e 1558 escreveu a Sexta Centúria e os tratados “In Dioscorides de Medica materia Librum quinque enarrationis” e “Curationium Centuriae Septem”. Amato foi um verdadeiro homem da Renascença. Humanista e Naturalista, que quebrou fronteiras nos campos médico e científico, pelas suas qualidades de observador perspicaz e clínico experiente. 
Mas quebrou também fronteiras culturais e sociais, por via das suas convicções, pelos seus valores de tolerância e respeito pelo Homem. Descrito por Max Solomon como “o Homem que representa a Medicina do Século XVI, como erudito, anatomista e clínico” deixou às gerações seguintes não só conhecimentos sobre o passado mas uma importante mensagem de crença no progresso e no futuro.
Morreu em 1568, aos 57 anos, durante uma epidemia de peste, enquanto prestava cuidados aos doentes.
 
FREI BARTOLOMEU DA COSTA, (1553-1608) sobrinho-bisneto do Cardeal de Alpedrinha, doutorou-se em Teologia na Universidade de Coimbra. Foi fundador do Hospital de Convalescentes de Castelo Branco e, em Lisboa, ocupou o cargo de Tesoureiro-mor e Coadjutor da Sé, onde lhe foi atribuído o cognome de Venerável pelas suas ações de caridade.
Acabou por ser sepultado em Lisboa, mas manteve-se sempre ligado à Misericórdia de Castelo Branco e foi homenageado, durante as Comemorações do V Centenário da criação da Misericórdia albicastrense, com a instalação de uma estátua monumental, da autoria de Cristina Ataíde.
 
FILIPE ELIAS DE MONTALTO, (1567-1616) nasceu em Castelo Branco, filho de António Aires e de Catarina Aires, neto materno de Filipe Rodrigues, irmão de Amato Lusitano.
Estudou Filosofia e Medicina na Universidade de Salamanca e tirou o grau de bacharel em Artes, em 1586. Casou em Castelo Branco, mas emigrou para Livorno (Itália), onde se estabeleceu como médico. Em Novembro de 1606 publicou em Florença o seu primeiro livro “Optica”, que assina com o pseudónimo de "Philipp Montalto, Lusitani Medicine doctoris’’ e, segundo afirma na Dedicatória, tivera já contacto com a família Médicis e a Rainha Maria de França, durante uma curta estadia em Paris, onde fora alvo dos favores régios e disfrutara de grande consideração.
Maria de Medicis convida-o para seu médico, cargo que aceita na condição de poder praticar a religião judaica. Em 1614 publica em Latim “Archipatologia” a sua obra mais importante e pioneira, na qual se estudam doenças mentais. Após a sua morte, o seu corpo já embalsamado é levado para cemitério de Oudekerk da Comunidade Judaica, em Amsterdão.

ANTÓNIO SOARES DE ALBERGARIA, (1581-1639 ou 1640?), filho de Fernão Rodrigues de Coimbra e de Francisca Soares de Albergaria, ambos das famílias mais nobres da vila de Veiros.
Sacerdote, Beneficiado da Colegiada da Igreja de Santo Estêvão, de Lisboa, Capelão das Capelas de Santo Eutrópio e de São Mateus, de Lisboa, Heraldista, Genealogista, edificou uma Ermida dedicada a Jesus, Maria e José no caminho que vai de Casilhas para Nossa Senhora do Cabo, onde viveu. Notabilizou-se pelas suas célebres obras “Tropheos Lusitanos” e “Livro de Armaria” (que ensina, declara todos os modos, formas de escudos e suas significações).
 
MIGUEL ACCIOLY DA FONSECA LEITÃO
, (c.1609-c.1674) Filho de Francisco da Fonseca Leitão (Desembargador da Casa da Suplicação) e de D. Genebra Achioli de Castelo-Branco, formou-se  em Jurisprudência pela Universidade de Coimbra.
Ao longo da sua vida foi também Cavaleiro professo da Ordem de Cristo, Juiz dos Órfãos do Porto, Ouvidor do Mestrado de Aviz, Procurador da Comarca de Leiria, Provedor dos Resíduos em Lisboa, Desembargador da Casa da Suplicação, Sindicante Geral nos Estados do Brasil, cargo pelo qual foi agraciado com uma Comenda de cem mil réis para dote de sua filha. Como Genealogista escreveu “Famílias de Castelo Branco”, “Famílias do Reino de Portugal” e “Árvore de Costados de Títulos de Portugal”.
 
PADRE ESTÊVÃO CABRAL
, (1734 – 1811 ou 1812?) nasceu em Tinalhas. Em Coimbra, ingressou na Companhia de Jesus em 1751. Jesuíta, Matemático e Físico, Membro da Academia Real das Ciências de Lisboa (eleito a 17/07/1789), reorganizou o Museu Kircheriano de Roma. Foi no Curso de Matemáticas que desenvolveu o seu entusiasmo pelo estudo da Hidráulica. Esteve em Itália e regressou a Portugal a pedido de D. Maria, para estudar os leitos dos rios de Portugal.
Escreveu:
Memória sobre os danos causados pelo Tejo nas suas ribanceiras”, in Memórias Económicas da Academia Real das Ciências de Lisboa, Tomo II, 1790, pp. 177-204; Memória sobre os danos do Mondego no campo de Coimbra, e seu remédio”, in Memórias Económicas da Academia Real das Ciências de Lisboa, Tomo III, 1791, pp. 141-165; Memória sobre o tanque e torre no sítio chamado em Lisboa Amoreiras pertencente às Águas Livres”, in Memórias Económicas da Academia Real das Ciências de Lisboa, Tomo III, 1791, pp. 201-206; Memória sobre o modo de obter e conservar água da chuva de óptima qualidade”, in Memórias Económicas da Academia Real das Ciências de Lisboa, Tomo IV, 1812, pp. 53-59; Memória sobre o papel”, in Memórias Económicas da Academia Real das Ciências de Lisboa, Tomo IV, 1812, pp. 153-157.
 
JOSÉ PESSOA TAVARES DE AMORIM,  (1738-1815), Sargento-Mor da Companhia de Ordenanças de Castelo Branco.
Vereador da Câmara Municipal, Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo, foi um dos homens mais ricos da Beira no tempo do Marquês de Pombal, segundo o Engº Manuel Castelo Branco.
 
MANUEL JOAQUIM HENRIQUES DE PAIVA, nasceu na cidade de Castelo Branco, em 23 de dezembro de 1752. Era filho do boticário português Antônio Ribeiro de Paiva, que era natural da Vila de São Vicente da Beira e farmacêutico em Castelo Branco, e de Isabel Henriques Aires.
Na Universidade de Coimbra, onde se matriculou no curso de Medicina em 23 de dezembro de 1776, estudou Anatomia Humana e diplomou-se em Medicina em 1781.
Em 1795 foi nomeado médico da Casa Real. Posteriormente, e ainda em Portugal, foi encarregado da administração do armazém e da Botica da Marinha Real (02/07/1800), e professor da cadeira de Farmácia (1801), então anexada à Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra.
Segundo João Rui Pita, no seu percurso académico e científico Manuel Joaquim Henriques de Paiva foi, para "além da Química, da Botânica e outras áreas científicas, o principal divulgador médico e farmacêutico de finais do século XVIII e do início do século XIX". Faleceu no Brasil.
 
JOSÉ ANTÓNIO MORÃO (1786-1864) foi Comissário dos Estudos do Distrito de Castelo Branco (com Carta de 12/03/1852), 2º Reitor, mas 1º nomeado, do Liceu de Castelo Branco (08/04/1852-02/05/1853).
Formado pela Universidade de Coimbra em Matemática, Filosofia e Medicina (06/07/1812), exerceu como médico em Almada e Castelo Branco, foi Governador Civil de Castelo Branco (1848) na qualidade de Vogal do Conselho do Distrito, bem como Provedor da Misericórdia de Castelo Branco e Deputado da Nação pela Beira Baixa (1834).
Legou a sua vasta biblioteca (mais de 3200 volumes) à cidade de Castelo Branco.
 
RAFAEL JOSÉ DA CUNHA
 (1791-1868), natural de Castelo Branco, oriundo de uma família albicastrense, agricultores de eleição com estreitas ligações á Casa Real.
Desde muito novo percorre a Europa em plena Revolução Industrial, inteirando-se das novas inovações no mundo agrícola, tendo-se apercebido que só no Ribatejo as poderia pôr em prática. Com familiares influentes em Tomar e Torres Novas decide fixar-se na Golegã em 1817.
Torna-se grande proprietário, notável lavrador e criador do gado português. Com ele começou um longo processo para a construção do chamado Palácio dos Cunhas, na Praça Velha, só acabado após a sua morte.
 
MANUEL VAZ PRETO GERALDES (1828-1902), filho de João José Vaz Preto Geraldes e irmão de João José Vaz Preto Geraldes e de Fernando Afonso Vaz Preto Geraldes. Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, Capitão-Mor de Castelo Branco, Eleitor-Mor, General, Patrono da Beira Baixa e Marechal, Político, Fundador do Partido Constituinte (1884) e do Porto Franco (1888).
Como Deputado do Partido Constituinte proferiu um importante discurso na Câmara dos Dignos Pares do Reino, em 27 de Março de 1878, em que de uma forma violenta atacou fortemente o governo, devido à demora na construção do caminho-de-ferro da Beira Baixa.
Vaz Preto, como político, aproveitou sempre todas as oportunidades para defender a  construção desta infraestrutura, tanto mais que haviam sido já construídos o Ramal de Cáceres e a Linha da Beira Alta.
Foi também responsável pela proposta de criação da Linha da Beira Baixa com ligação direta a Castelo Branco, Fundão, Covilhã e Guarda, projeto que viria a ser definitivo e adotado para a linha.
Diretor da Infância Desvalida de Castelo Branco, foi intitulado Patrono da Beira Baixa.
 Dados: Site, da Câmara Municipal de Castelo Branco.
O ALBICASTRENSE

sexta-feira, setembro 08, 2023

POBRE RUA DE SANTA MARIA

A TRISTEZA MORA AQUI!!
😞 😣 😤 😥 😦 😩
Esta publicação tem quinze imagens, mas podiam ser quarenta ou cinquenta. Ficar calado caladinho perante a tristeza que é passar pela rua de Santa Maria, não é afirmar que se ama a terra ande se nasceu. Mas antes, ser convivente com o deixa andar, o não querer saber, ou ainda, eu nada tenho a ver com esta desgraça. 
Vou continuar a descarregar neste blog e na minha pagina do Facebook, imagens da tristeza instalada, pois tenho para mim, que só envergonhando quem dirige a terra albicastrense, poderei ajudar a nossa zona histórica.



   


O ALBICASTRENSE

quarta-feira, setembro 06, 2023

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (7)

 DEPOIS DO APOSULUTISMO

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE"

Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. Um fantástico trabalho que António Roxo publicou durante anos no jornal "Notícias da Beira". Que nos anos sessenta, a "Revista Estudos de Castelo Branco", publicou.

O ALBICASTRENSE

segunda-feira, setembro 04, 2023

MEMÓRIAS DO BLOGUE - CAFÉ LUSITÂNIA

 ANIVERSÁRIO 
(setembro de 2005 - setembro de 2023)

😂 😃 😄 😅 😆 😇

No décimo oitavo aniversario deste blog, nada melhor que repor a primeira publicação do mesmo, assim, como os comentários que recebeu. Dezoito anos depois, confesso que não esperava andar por estas bandas tantos anos  depois.

quarta-feira, setembro 07, 2005

CAFÉ LUSITÂNIA - 1827 - 2003


(Café típico da primeira metade do século XX)

Local de convívio de muitos albicastrenses ao longo de décadas, foi brutalmente destruído em 2003, para dar lugar a outro tipo de estabelecimento. Era lá que nos anos cinquenta e sessenta as classes mais pobres se reuniam, para ver televisão. Ainda hoje recordo as tardes de sábado e domingo, que em conjunto com um grupo de amigos, íamos para para lá assistir aos filmes de Mickey Rooney e Shirley Temple. 
Foi lá que assisti ás primeiras transmissões de futebol pela televisão. 
Era lá que nos anos setenta, pós 25 de Abril se discutia política entre um jogo de bilhar e o beber de uma cerveja. 
Numa época em que a cidade de Castelo Branco
 está em claro desenvolvimento, como foi
 possível a sua destruição? 
Será que a defesa da nossa identidade cultural não é tão ou mais importante, que a construção de uma qualquer rua, parque de estacionamento ou rotunda!
Que raio de pessoas somos nós, que tudo permitimos a quem nos governa, (ou desgoverna neste caso), quem  foram os responsáveis pela sua destruição?
TODOS OS ALBICASTRENSES!
 UNS POR OMISSÃO, OUTROS POR FALTA DE SENSIBILIDADE CULTURAL E OUTROS, POR INCOMPETÊNCIA.
O ALBICASTRENSE


PS. A publicação teve  6 comentários que podem ser igualmente lidos 

Idanhense 09:03
Amigo Veríssimo. Bem-vindo ao mundo da blogosfera. Já fazia falta um espaço destes a versar temas sobre Castelo Branco. Eu de vez enquanto lá vou escrevendo alguma coisa sobre a cidade, mas estou longe e muitas coisas passam sem que eu me aperceba.
Parabéns reiterados
Joaquim Baptista
perplexo 21:51
Já estava esquecido, mas também para mim foi um dos poucos locais onde podia espreitar a televisão, nos primeiros anos de liceu, em que poucos televisores havia.
Anónimo16:43
Mais um silencioso e irresponsável atentado à nossa memória cultural. Desta vez o motivo deve ter sido justificado pela necessidade de modernização dos espaços funcionais do centro. E vai daí o velho café foi comprado por uma loja de óptica. É caso para perguntar o que é que o Polis, afinal o motor dessa necessidade de ancorar a cidade à modernidade, andou a fazer? Com efeito o café Lusitânia fazia parte da alma do centro cívico albicastrense. Ainda que ultimamente muito degradado, aí se podiam observar os seus cromados, os seus espelhos, os tampos marmóreos das suas mesas, matérias que datavam da renovação que o espaço tinha orgulhosamente vivido, nos inícios da década de trinta. Nesses tempos era um café para as elites. O Café Lusitânia possuía esse património de ter sido o primeiro café  de Castelo Branco. Por outro lado, esta conjugação consciente de materiais e objectos (espelhos, mesas, etc) reflectia para lá de um peculiar gosto do proprietário (quase uma arte nova local), uma nova maneira de encarar e de fruir estes espaços de sociabilidade citadina. Anos mais tarde afirmar-se-iam nessa zona urbana outros estabelecimentos do mesmo tipo, como o Café Arcádia hoje transformado numa loja de roupa ou a gulosa pastelaria Rosel. Todo este pequeno mundo de idas e vindas (lembram-se o que era o bulício da área a partir das cinco e meia, com os petiscos dos funcionários públicos ou com os negócios e as conspirações dos senhores da terra), de olhares quantas vezes vigiados, desapareceu. Restam as memórias. Por certo, não há outras fotografias? E que sumiço é que tiveram os espelhos? Responda quem souber. Mais. Para recordar é de observar a revista Terras de Portugal, nº 48, 1933 acho que existe exemplar na Biblioteca Municipal, artigo O Café Lusitania, com fotografias do interior e da fachada.
Stalker 12:57
Ainda o frequentei, embora sem ser de forma assídua. Era um espaço muito peculiar, mas que, tal como muitos outros, não resistiu ao ditame da Economia. Um dos resistentes que conheço, aqui bem perto, é o alentejano, em Portalegre.
Rita 15:14
Alguém se o nome da revista é mesmo Terras de Portugal? É que gostaria de consultar a edição acima referida!
António Veríssimo 18:46
Rita. o nome é mesmo esse. 
Pode ver a revista na nossa biblioteca.

O ALBICASTRENSE

 

sábado, setembro 02, 2023

O AMOR E A MORTE... NOS ANTIGOS REGISTOS PAROQUIAIS ALBICASTRENSES – (23)


XV - Drama e Escândalo na Igreja de Santa
Isabel (1805). 

 Por Manuel da Silva Castelo Branco

(Continuação)
Assento 43
 - D. Leonor Pereira Pessoa, casada com o sargento-mor José Pessoa Tavares, faleceu com todos os sacramentos e com testamento de mão comum com seu marido, em o qual deixou se dissessem 2 ofícios e missas até o sétimo dia; faleceu, digo, em os 20 de outubro de 1805 e foi sepultada na igreja da Misericórdia, que serve de presente de freguesia, de que fiz este termo que assinei / O Vig° Manuel Martins Pelejão.
Comentário
No Assento de óbito, acima transladado, não vislumbramos a menor alusão aos sucessos dramáticos ocorridos na igreja de Santa Isabel, a quando da inumação dos restos mortais de D. Leonor 26 Pereira da Siva esposa de José Pessoa Tavares, sargento-mor das ordenanças de Castelo Branco, cavaleiro professo da Ordem de cristo, fidalgo de cota de armas, negociante de grosso trato e «uma das pessoas mais ricas da província da Beira». D. Leonor nascera na Covilhã a 18.4.1745 e ali casara, a 11.4.1773, com seu primo José Pessoa Tavares natural do Fundão, mas residente na urbe albicastrense, onde veriam pela primeira vez a luz do dia todos os seus filhos.
Ambos descendiam de famílias cristãs-novas, mas seguiam e praticavam escrupulosamente a religião católica, vivendo com «muito asseio e luzimento» na sua casa da Rua do Pina e tratando-se à lei da nobreza com escudeiros, lacaios, seges, cavalos, etc. Acometida de prolongada e dolorosa enfermidade, D. Leonor passou os últimos dias da sua vida em estado bastante crítico, quási moribunda... No decurso deste período, a 17.10.1805, o R. do P. Francisco José Robalo Moutoso presbítero secular, bacharel em Cânones pela Universidade de Coimbra e comissário do Santo Ofício, visitara a enferma com o fim de prestar-lhe algumas consolações espirituais mas o marido opusera-se energicamente a tal propósito, increpando-o para que não molestasse a mulher... Pouco depois, na madrugada de 20 de Outubro, D. Leonor expirava após lhe haverem sido administrados todos os sacramentos pelo P. António da Maia Nogueira, cura da Sé.
Nesse mesmo dia, pelas 10 horas da manhã, saiu da Rua do Pina o préstito fúnebre com os seus restos mortais, nele se incorporando além de familiares, amigos e dependentes, as figuras mais representativas da cidade e muito povo. Encaminhou-se o cortejo para a igreja de Santa Isabel, em cujo edifício estava ainda instalada a primitiva Misericórdia e que então servia de paroquial da freguesia da Sé Catedral, em obras de restauro…
 Ali tiveram lugar as cerimónias litúrgicas habituais e, depois de encomendada a alma da falecida, lançou-se cal e vinagre sobre o corpo e lhe puseram por cima uma grande toalha, que a cobria dos pés à cabeça. Finalmente, fecharam o caixão, cuja chave ficou na posse de José Tudela de Castilho, fidalgo da Casa Real e a quem tinha sido confiada a sua guarda... Entretanto, o coveiro Simão Rodrigues Serra procurou o P. Francisco José Robalo para lhe comunicar as suas apreensões quanto ao enterramento, pois a colocação da referida toalha sobre o cadáver levantara certo sussurro dos que nesse ato julgavam descobrir um rito judaico...
O nosso Comissário atuou imediatamente. Na companhia do coveiro subiu a nave central do templo até chegar à uma e, invocando o nome do Santo Ofício, perguntou a Manuel de Sousa Cardoso, escudeiro de José Pessoa Tavares, que mortalha levava a sua senhora. Perante a resposta de “que ia amortalhada como as mais”, disse que queria examinar a toalha para ver se era de pano de linho novo e cru.
E, efetivamente, depois de a apalpar, tirou-a para fora mas verificando a falsidade da denúncia, pois tratava- -se de uma velha toalha de Bretanha com folhos e rendas e enxovalhada pelo uso, arremessou-a ao chão. Então, mandou prosseguir a cerimónia e retirando-se pelo mesmo caminho, foi comentando para a assistência que “esta gente sempre queria levar roupa de linho...” Todas estas diligências provocaram um certo borborinho entre as 300 pessoas que enchiam o templo, varrido por um sopro de drama e escândalo: uns, sentindo-se ofendidos e amargurados com a atitude do Comissário; outros, procurando conhecer melhor a razão do seu procedimento; quiçá alguns encantados pela vergonha infligida a uma família rica e poderosa, por quem nutriam inveja e ressentimento...
Três dias depois deste incidente, a 23 de Outubro, José Pessoa Tavares apresentava ao juiz de fora de Castelo Branco um requerimento dirigido a S.A.R., o Príncipe Regente D. João, expondo o sucedido e pedindo o castigo do P. Francisco José Robalo Moutoso pelo “ato infame e injurioso com que pretendera denegrir a sua reputação”. Como o acusado era Familiar do Santo Oficio, todo o processo acabou por correr sob a alçada do respetivo Conselho Geral. Para apuramento do caso foram ouvidas diversas testemunhas e vistas as justificações apresentadas por ambas as partes. Através delas verificou-se, entre outras coisas, o seguinte: 
- Atendendo a semelhante aviso do coveiro, o P. Francisco José Robalo já alguns anos antes fizera despir na igreja uma filha de Estevão Soares Franco, cristão novo, estando também amortalhada para a sepultarem (28.3.1787). - Ele excedera os seus deveres e jurisdição, agindo contra as disposições expressas nas leis de 25.5.1773 e 15.12.1774 (que, confessou não conhecer) e infringiu ainda o parágrafo 1 do liv. 3, Titº19 do Regimento. Por tudo isto, ao pronunciar a sua sentença, em 16.5.1806, o referido Tribunal condena o Comissário a suspensão perpétua do exercício do seu cargo e a 3 anos de degredo para fora de Castelo Branco.
Além do mais, este caso revela-nos como as leis 27 do marquês de Pombal (acima indicadas e abolindo a distinção entre cristãos velhos e cristãos novos, a prova da “limpeza de sangue”, etc.) iriam promover a reforma de mentalidades e constituíram profundo golpe num dos institutos mais sinistros da nossa História: a Inquisição.
 (Continua)

                                                  O ALBICASTRENSE

ANTIGAS CAPELAS DA TERRA ALBICASTRENSE - (VII)

CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO "MEMÓRIAS DE OUTROS TEMPOS" E xistiu na antiga rua da Bela Vista, atualmente denominada de S...