(Café típico da primeira metade do
século XX)
Local de convívio de muitos albicastrenses ao longo de décadas, foi brutalmente destruído em 2003, para dar lugar a outro tipo de estabelecimento. Era lá que nos anos cinquenta e sessenta as classes mais pobres se reuniam, para ver televisão, ainda hoje recordo as tardes de sábado e domingo que em conjunto com um grupo de amigos para ver os filmes de Mickey Rooney e Shirley Temple, entre outros. Foi lá que assisti ás primeiras transmissões de futebol pela televisão.
Era lá que nos anos setenta, pós 25 de Abril se discutia política entre um jogo de bilhar e o beber de uma cerveja.
Numa época em que a cidade de
Castelo Branco
está em claro desenvolvimento, como foi
possível a
sua destruição?
Será que a defesa da nossa identidade cultural não
é tão ou mais importante, que a construção de uma qualquer rua, parque de estacionamento ou rotunda!
Que raio de pessoas somos
nós, que tudo permitimos a quem nos governa, (ou desgoverna neste
caso), quem foram os responsáveis
pela sua destruição?
TODOS OS ALBICASTRENSES!
UNS POR OMISSÃO, OUTROS POR FALTA DE SENSIBILIDADE CULTURAL E OUTROS, POR INCOMPETÊNCIA...
UNS POR OMISSÃO, OUTROS POR FALTA DE SENSIBILIDADE CULTURAL E OUTROS, POR INCOMPETÊNCIA...
O Albicastrense
Já estava esquecido, mas também para mim foi um dos poucos locais onde podia espreitar a televisão, nos primeiros anos de liceu, em que poucos televisores havia.
ResponderEliminarMais um silencioso e irresponsável atentado à nossa memória cultural. Desta vez o motivo deve ter sido justificado pela necessidade de modernização dos espaços funcionais do centro. E vai daí o velho café foi comprado por uma loja de óptica. É caso para perguntar o que é que o Polis, afinal o motor dessa necessidade de ancorar a cidade à modernidade, andou a fazer? Com efeito o café Lusitânia fazia parte da alma do centro cívico albicastrense. Ainda que ultimamente muito degradado, aí se podiam observar os seus cromados, os seus espelhos, os tampos marmóreos das suas mesas, matérias que datavam da renovação que o espaço tinha orgulhosamente vivido, nos inícios da década de trinta. Nesses tempos era um café para as elites. O Café Lusitânia possuía esse património de ter sido o primeiro café café de Castelo Branco. Por outro lado, esta conjugação consciente de materiais e objectos (espelhos, mesas, etc) reflectia para lá de um peculiar gosto do proprietário ( quase uma arte nova local), uma nova maneira de encarar e de fruir estes espaços de sociabilidade citadina. Anos mais tarde afirmar-se-iam nessa zona urnbana outros estabeleciemntos do mesmo tipo, como o Café Arcádia hoje transformado numa loja de roupa ou a gulosa pastelaria Rosel. Todo este pequeno mundo de idas e vindas( lembram-se o que era o bulício da área a partir das cinco e meia, com os petiscos dos funcionários públicos ou com os negócios e as conspirações dos senhores da terra), de olhares quantas vezes vigiados, desapareceu. Restam as memórias. Por certo, não há outras fotografias? E que sumiço é que tiveram os espelhos? Responda quem souber. Mais. Para recordar é de observar a revista Terras de Portugal, nº 48, 1933 acho que existe exemplar na Biblioteca Municipal, artigo O Café Lusitania, com fotografias do interior e da fachada.
ResponderEliminarAinda o frequentei, embora sem ser de forma assídua. Era um espaço muito peculiar mas que, tal como muitos outros, não resistiu ao ditame da Economia. Um dos resistentes que conheço, aqui bem perto, é o Alentejano, em Portalegre.
ResponderEliminarAlguém se o nome da revista é mesmo Terras de Portugal? É que gostaria de consultar a edição acima referida!
ResponderEliminarRita. o nome é mesmo esse. Pode ver a revista na nossa biblioteca.
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