sábado, novembro 28, 2009

ACONTECIMENTOS DESPORTIVOS


Numa altura em que o futebol da nossa cidade, "parece" andar esquecido pela grande maioria dos albicastrenses, aqui fica um cheirinho dos bons velhos tempos do futebol albicastrense.
A notícia saiu no jornal, “reconquista” em Março de 1946.
“Duas mil pessoas! À espera dos briosos rapazes…
Ao som da banda dos Bombeiros Voluntários e do estalejar dos foguetes.”
Comentários para quê!.......
O Albicastrense

sexta-feira, novembro 27, 2009

SINAL VERMELHO




A ideia de rapar algumas letras desta placa, até poderia ter alguma graça.
No entanto… a graça ficou sem graça, graças á falta de graça que a graça tem.

O Albicastrense

FAZ HOJE ANOS


724 ANOS DEPOIS
(27-11-1285/27-11-2009)
A vinte e sete de Novembro de 1285, Estiveram em Castelo Branco, suas majestades o rei D. Dinis e sua esposa, Rainha D. Isabel de Aragão.
Os régios visitantes saíram no dia seguinte. Porém, o monarca, achando que a vila não se desenvolvia e que o casario estava deveras espartilhado pelas muralhas, com ruas muito apertadas e vielas estreitas, ordenou que se construíssem novas muralhas, a fim de haver mais espaço, para melhor se urbanizar e para se poderem abrir ruas mais amplas, onde melhor se transitasse e mais confortavelmente se mercadejasse.
Neste sentido o perímetro das muralhas, que estava a asfixiar a urbe, passou a ter o triplo do seu comprimento.
PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias.
A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal ”A Reconquista

O Albicastrense

quarta-feira, novembro 25, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - LXII

MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO
" DOMUS MUNICIPALIS "
No antigo rossio da cidade, hoje denominado Praça de Camões e que é igualmente conhecido pela designação de Praça Velha, está situado um edifício notável, pela sua magnifica frontaria, de uma concepção magistral, onde se ostenta como principal elemento decorativo, uma bem lançada escadaria cujas guardas, de barras de ferro, são apoiadas em graciosas e espaçadas balaústres de cantaria de granito, (esta afirmação refere-se a 1951). Esta escadaria que, a julgar pela identidade das sua guardas e balaústres, deve ter servido de modelo ás existentes no magnifico jardim do antigo Paço Episcopal, dá acesso a um amplo terraço sustentado por uma elegante arcádia. Neste edifício estiveram instalados os serviços municipais o tribunal e a cadeia comarcã até ao limiar do século XXC. Sobre uma plataforma constituída por dois degraus quadrados erguia-se outra, no mesmo rossio, um pelourinho de granito de fuste cilíndrico e cujo capitel era ornamentado com simplicidade bem como o remate superior. Este velho símbolo de autonomia municipal foi demolido no último quartel do século XX para permitir a construção de casas particulares e a regularização da praça: não subsistiu por muito tempo à demolição sistemática das antigas fortificações medievais, empreendida no segundo quartel do mesmo século. Nos séculos XIII e XIV os Paços do Concelho da antiga vila de Castelo Branco estiveram nas dependências do castelo e no século XVI tiveram a sua sede na rua Nova. O edifício construído na Praça Velha, para a instalação dos serviços municipais e judiciais, data do século XVI. A atestar este facto, apresenta a sua bela fachada uma esfera armilar e as armas nacionais da época do Rei D. Manuel I esculpidas no granito regional. Ao lado dos dois emblemas do Rei Venturoso foi colocada na frontaria, no século XVII, uma lapide com uma inscrição composta por Frei António das Chagas e cuja tradução á a seguinte.
” À eternidade sagrada da Imaculada Conceição de Maria – D. João IV, Rei de Portugal, juntamente com as Cortes se votou tributário por si e pelos seus reinos com um censo anual e jurou defender perpetuamente a Imaculada Conceição da Mãe de Deus eleita para protectora do seu reino. Como lembrança da piedade lusitana ordenou que isto se exarasse nesta lápide viva, para eterna memoria. Ano de Cristo de 1646 e 6 do seu reinado.”
O censo anual votado foi de 50 cruzados ouro. Existem na cidade mais duas lápides iguais, à que está na fachada principal dos antigos Paços do Concelho. Essas lápides estavam colocadas nas muralhas que cingiam a povoação e estão actualmente incrustadas no reboco das paredes dos locais onde existiram a Porta da Vila (no extremo Norte da Rua dos Ferreiros) e a Porta do Espírito Santo (na entrada da Rua de Santa Maria).
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época. Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951. Autor; Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

domingo, novembro 22, 2009

A MAL-AVENTURADA PAREDE!.....


Quando critiquei o estado em que esta parede foi deixada após o final das obras feitas detrás do antigo edifício dos CTT, fi-lo na expectativa de poder vir a saber através da nossa imprensa ou dos responsáveis pela nossa autarquia, o porquê da desgraçaria que por ali ficou em exposição. Curiosamente, (ou talvez não!), não ouvi da parte das entidades locais, nem li em qualquer dos nossos jornais, o porquê desta parede mal enjeitada ter ficado como ficou, parecendo até, que tal situação fazia parte do respectivo menu das obras.
Os motivos que terão levado os nossos autarcas a deixarem esta parede, (como podemos ver nesta fotografia), prendiam-se, (segundo investigação… secretíssima e complicadíssima) com a compra desta velha casa. Casa, que depois seria mandada abaixo para se poder pôr à mostra mais alguns metros de muralha, que ainda existe naquele local.
A reparação desta parede por parte da câmara, parece querer indicar que tal compra não foi possível e que a parte restante da velha muralha vai continuar a servir de mijadouro e de marquise a uns tantos.
Senhores autarcas… Este faz de conta anda, mas que não andou mesmo nada, (pelo menos neste caso…), ainda me provoca um ataque cardial, depois… só quero ver quem é que paga as despesas de internamente.
Agora mais a sério! Senhor presidente… A continuação do bom trabalho feito nesta área, não pode nem deve ser interrompido por casas ou casinhas, por mais que os respectivos senhorios mendiguem por elas.


- Não deverá o interesse colectivo sobrepor-se ao interesse deste, ou daquele senhorio?
- Desistir agora, não será deixar este trabalho a meio do percurso?
- Ou será que tal expectativa mais não era, que uma artimanha eleitoral?

Perguntas que presumivelmente vão ficar sem reposta, mas que irei continuar a fazer enquanto os dedos não me doerem por tanto martelarem o velho teclado do computa.
O Albicastrense

quinta-feira, novembro 19, 2009

TIRAS HUMORÍSTICAS - 49

BIGODES E COMPANHIA
A Dupla Bigodes e Companhia comenta a entrevista dada por Fernando Raposo, ao jornal “Povo da Beira”.
Ao Fernando Raposo, (que conheço há muitos anos), este albicastrense só pode agradecer pelo trabalho realizado.
O albicastrense

terça-feira, novembro 17, 2009

PRAÇA CAMÕES



A Praça Camões apresenta hoje uma nova imagem. Para uns esta requalificação terá ficado aquém do esperado, para outros a requalificação terá sido um bom trabalho. Fui até lá para poder ajuizar das críticas boas e más, que ouvi sobre esta requalificação.
Antes de mais convêm lembrar, que esta velha praça foi em tempos uma espécie de Rossio, na antiga vila de Castelo Branco e que durante muitos e muitos anos era lá que se discutia o passado, presente e futuro da vila. A importância desta praça na antiga vila de Castelo Branco, só poderá ser comparada nos dias de hoje, à actual zona nobre da nossa cidade.
Voltando à requalificação da velha praça é importante dizer-se que a situação em que esta velha praça se encontrava antes destas obras, era de uma miséria total. Os carros estacionavam por ali como moscas à procura da caca, (embora ainda por lá parem alguns, como aliás é visível nas fotos ali tiradas hoje). Os contentores do lixo, (sempre cheios e mal cheirosos), davam à praça um aspecto de lixeira onde se descarregava tudo e mais alguma coisa.
O piso da referida praça, há muito que deveria ter sido substituído, pois era notória a sua degradação. Descrita a miséria que por ali existia, resta acrescentar que tal desgraça só foi possível graças ao abandono a que a mesma foi sujeita ao longo dos últimos 40 anos, (pois tenho um postal dessa altura, onde é possível ver-se esta praça em belíssimo estado), pelas varias vereações da nossa cidade.
Voltando ao assunto inicial, (as obras ali realizadas), em meu entender o resultado é bastante positivo pois, não só se recuperou a velha praça, como se tirou de lá o parque de estacionamento e ainda, os miseráveis contentores sempre cheios e mal cheirosos.
No entanto também partilho da opinião de muito “boa” gente, no que diz respeito aos actuais contentores do lixo, que não estão no melhor local.
Porém, muito trabalho existe ainda por realizar nesta velhinha praça. O estado da Domus Municipalis, conhecido nos dias de hoje como edifício onde estava instalada a biblioteca municipal, está uma autêntica desgraça.
Como se não bastasse o desgraçado estado em que este se encontra, ainda há quem lhe cague em cima. Ao verem-me por ali, alguém me quis mostrar o “cagadouro”, utilizado por porca gente, que utiliza a escadaria que dá acesso à cruz vermelha, para ali fazer as suas necessidades!.. Uma autêntica porcaria.
Ao presidente da nossa autarquia só posso fazer um pedido, e deixar uma sugestão.

O pedido: A recuperação deste edifício deveria ser uma obrigação para todos nós, pois só assim será possível olharmos para o futuro da nossa cidade, sem que nas nossas costas fiquem as ruínas de um passado a cair no esquecimento colectivo.

Sugestão: Esta praça teve em tempos um Pelourinho, que foi mandado abaixo no último quartel do século XX. Este velho símbolo da autonomia municipal foi demolida para permitir a construção de casas particulares e a regularização da praça, (meus amigos! estes nossos antepassados eram loucos).
Porque não voltar a ergue-lo no lugar de onde foi barbaramente deitado abaixo? Existem dados sobre ele e seria relativamente fácil reconstrui-lo. Deste jeito estaríamos a corrigir um erro cometido por antepassados nossos e ao mesmo tempo a prestar homenagem, aos albicastrenses que o edificaram.
Manuel Tavares dos Santos diz no seu livro, “Castelo Branco Na História e na Arte” o seguinte sobre este pelourinho:

Sobre uma plataforma constituída por dois degraus quadrados erguia-se outra, no mesmo rossio, um pelourinho de granito de fuste cilíndrico e cujo capitel era ornamentado com simplicidade bem como o remate superior. ”

Alguns dirão que estou a sonhar acordado... Talvez!

MAS COMO DIZ O POETA: “O SONHO COMANDA A VIDA”.

PS. Bigodes e Companhia, sempre vigilantes aos postes do blog, resolveram levar à prática esta ideia “maluca” do albicastrense e colocaram na fotografia da renovada praça Camões, o pelourinho.


(Aceitam-se sugestões e melhorias ao projecto destes dois cabeçudos).

O Albicastrense

quinta-feira, novembro 12, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXIV


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso,ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Nota do autor: Em sessão de 22 de Junho foram nomeados louvados para avaliação das “ervagens”. Para se fazer uma ideia do que isso era, ai vai uma nota dos valores que lhes foram atribuídos:

Acta de 1786: “ Ervagem da Graça das Azenhas, 55.0000 réis; das Lombas, 60.000 réis, do Cabeço de Figueiredo, 45.000 réis; da Fonte do Taleigo, 35.000 réis; do Vale de Mouro, 35.000 réis; do Rouxinol, 48.000 réis; da Manga de Pero Velho, 60.000, réis; da Volta da Liria, 30.000 réis, do Barregão, 40.000 réis; do Ribeiro de Ega, 70.000 réis; do Couto da Liria, 55.000 réis; dos Alvarinhos, 80.000 réis.
Avaliaram-se também os restolhos pela forma seguinte: Rebouça, 50.000 réis; Canto, 45.000 réis; Carvalhal, 45.000 réis; Cagavaio, 36.000 réis; Meia sorte, 25.000 réis; Semedeiro, 50.000 réis; Vale de Lobato, 45.000 réis; Lomba do Velho, 50.000 réis; Pedra da Abelha, 45.000 réis Capa Rota, 60.000 réis ”.

Nota do autor: Leve-se em conta a diferença do valor da moeda e ver-se-há que isto, que à primeira vista parece insignificante, tinha certa importância.
Nesta mesma sessão, tendo chegado ao conhecimento da Câmara que tinha aparecido quem se lembrasse de espalhar falsidades e infâmias contra o corregedor Gaspar de Sousa Barreto Ramires, que tanto se tinha interessado pelo bem-estar da população do concelho quando o pão faltou e os mercantes lhe fizeram subir o preço quase para o dobro, falsidades e infâmias que facilmente se sabe a causa que tinham, desde que se saiba que foram postas a correr pela matilha que ele, com a sua iniciativa da importação de pão para ser vendido ao publico pelo preço por que aqui ficasse, tinha lembrado a tempo, os vereadores José Carlos de Souza Coutinho e Castro e António Iguacio Cardoso Frazão apresentaram uma longa exposição dos relevantíssimos serviços que a cidade e o concelho deviam ao caluniado corregedor, que “com os seus Provimentos fez a felicidade dos moradores desta cidade”, e propunham que se lhe desse testemunho solene do reconhecimento da “Câmara, de toda a Nobreza e da parte san do resto do Povo” e que se lhe pedisse que continuasse a prestar os seus serviços ao concelho e, “a empregar o seu zello e a sua eficassia na execução das obras que elle havia progetado e que sam da maior urgência e precisão”.
A vereação, por unanimidade, fez sua a exposição e insistiu no pedido, o corregedor continuou a bem servir a comarca e os caluniadores encolheram-se. Houve sempre mariolas que apreciam a honra alheia pela deles, mas houve também quem soubesse fazer justiça. É o que vai valendo aos homens de bem.
Na sessão de 13 de Agosto de 1786 alguns moradores do lugar da Lousa reclamaram contra o facto de as ervagens daquele freguesia terem sido arrematadas por pessoas de fora, alegando que, além de outros prejuízos, havia o de não serem as terras destinadas á lavoura estrumadas pelos gados do povo. Foram ouvidos diversos moradores do mesmo lugar e todas, "una você"; “responderão que hera justo o requerimento dos subscritores no que convinhão se lhes facultasse a graça que pedião”.
A Câmara ouviu, mas não esteve lá com contemplações. Entendia que a ervagem devia ser para quem mais desse; “Quanto às terras que nescessitão ser extrumadas para lavouras tanto importava serem extrumadas com o gado do Povo como com o de fora delle”.
E, porque assim era, tivessem paciência. E naturalmente tiveram a paciência necessária para suportar a contrariedade, porque não se torna a falar em tais ervagens.
Durante o mês de Setembro de 1786 a Câmara não reúne vez nenhuma. Pelo menos não há acta nenhuma desse mês. Naturalmente os vereadores trataram das vindimas e deixaram as coisas municipais confiadas ao escrivão, que era um artista a rabiscar as actas. Ainda escrevia mais mal do que nós o sujeito, que acudia pelo nome de José Correia da Silva Aranha. Em Outubro houve duas sessões, uma no dia 1, outra no dia 15.
Na primeira apenas se resolveu que; ”se baldiassem os alqueves se hoje em diante não cruzando os Gados perda algua nos feijões que ainda ouver por apanhar que deverão guardar e cauzando a pagarão e seus donos”.
A do dia 15 foi de respeito, como se ve da respectiva acta, que reza assim;“Deferirão alguas petiçoens e por não haver mais que despachar ouverão este auto por findo que asignarão”.
E mais não diz o aranhão do escrivão, certamente porque mais não houve. Não estavam para se ralar os senhores vereadores.
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
O Albicastrense

quarta-feira, novembro 11, 2009

EXPOSIÇÃO - " Ética a Vida (n)a Morte "


SALA DA NORA : CINE TEATRO AVENIDA
6 a 28 de Novembro
Esta exposição colectiva, tem quadros de trinta e um artistas, uns naturais da nossa região e outros com fortes ligações a ela. Nesta exposição podemos ver quadros de: Manuel Gargaleiro, Barata Moura, Ribeiro Farinha, Costa Camelo, Tomás Mateus, Cristina Ataíde, Rosário Belo, João Sena, José Simão, José Manuel Castanheira e muitos outros artistas.
Aos responsáveis por esta lindíssima exposição, este albicastrense só pode dizer bem-haja.
AOS VISITANTES DESTE BLOG, UMA SUGESTÃO
Se mora em Castelo Branco ou perto na nossa cidade.
Desligue a TV…
Ponha o computador em pausa…
Levante o rabo do sofá…
Dê corda aos sapatos…
E vá visitá-la! Se não for, quem fica a perder é você…
O Albicastrense

terça-feira, novembro 10, 2009

TIRAS HUMORÍSTICAS - 48


Bigodes e Companhia comentam as nomeações de Fernando Serrasqueiro e Valter Lemos, para secretários de estado.
O Albicastrense

domingo, novembro 08, 2009

EXPOSIÇÃO - IV


António Andrade Fernandes
4 – ALEGORIA DA EIRA
(Realizado no ano de 2008)
Com a chegada do Outono, uma certa nostalgia invade-me a alma. Recordo os tempos idos da infância na aldeia onde nasci, por altura das malhas dos cereais.
Este trabalho foi realizado tendo como tema de fundo não essas eiras e essas malhas, mas a política e alguns políticos iluminados.
Trata-se de uma homenagem a alguns desses ilustres. Tive a colaboração dos meus filhotes e trata-se de uma pintura a óleo e acrílico sobre tela e manta de trapos. Utilizei também bonecos feitos de trapos e madeira
.
O Albicastrense

sexta-feira, novembro 06, 2009

MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO


CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DOS CAPUCHOS
As notícias vindas a público recentemente sobre o futuro do Convento de Santo António dos Capuchos, (actualmente prisão) colocaram-me a pulga atrás da orelha.
O presidente da nossa autarquia, (Joaquim Morão) anunciou a sua compra, porém, pouco mais adiantou em relação ao seu futuro, a não ser que o mesmo irá ser devolvido á cidade.
Passado o folclore eleitoral, (onde esta notícia foi divulgada várias vezes) resolvi tentar saber um pouco mais sobre a história deste antigo convento e dar a conhecer aos albicastrenses, um pouco do seu passado.
UM POUCO DA SUA HISTÓRIA
Data do século XVI a fundação do mosteiro de Santo António dos Capuchos, localizado do lado nascente da cidade de Castelo Branco. Profiro da Silva, no seu Memorial de Castelo Branco, fixou em 1562 a data da fundação do convento e afirmou que ele foi instituído por D. Fernando de Meneses, comendador da Ordem de Cristo e alcaide-mor de Castelo Branco, por antonomásia o “Boca Aberta” por ter o hábito de não fechar a boca e que era avô doutro D. Fernando de Meneses o bisavô de D. Leonor de Meneses que foi casada com D. Jerónimo Ataíde, conde de Atouguia.
Não esclareceu Porfírio da Silva o fundamento do seu asserto, que parece ser erróneo, a julgar por uma inscrição latina que se encontra no pórtico da entrada principal e cuja tradução á a seguinte:
“Este mosteiro, cujos fundamentos foram lançados pelos frades, foi depois continuado por António, o qual (mosteiro) durará para sempre.”
“As paixões do mundo, umas arrebatadas e violentas como as ondas do mar, alteroso, outras suaves e deleitosas como o brando murmúrio dos rios, jamais perturbarão o bestifico sossego deste cenóbio.”
O convento foi reedificado no fim do século XVII e no princípio do século XVIII. A sua fachada principal, construída no acaso do Renascimento e no dealbar do estilo barroco acusa uma notável semelhança com a do Convento da Graça: são iguais os arcos de volta dos pórticos, os capitéis das piastras, os perfis COMOdas cornijas e os pináculos. Pertencia, o mosteiro a um a Ordem medicante à qual segundo os estatutos, era vedado possuir bens de raiz. Esta circunstância, porém era causa de muitas reclamações dos proprietários dos prédios rústicos onde os frades apascentavam o gado que lhes era ofertado pelos lavradores.
Consta do arquivo municipal que a Câmara dava anualmente ao Convento de Santo António dos Capuchos a quantia de 20$000 réis em cumprimento de uma provisão de 3 de Novembro de 1660 da Rainha Regente Luísa de Gusmão, viúva de do Rei D. João IV, para que os frades pregassem os sermões do concelho e mais 40$000 réis para a manutenção de uma escola primaria criada pela Rainha D. Maria I EM 24 DE Novembro de 1770, sendo metade dessa quantia para o convento e a outra para o frade regente. Esta escola, da qual foi professor frei José do Dominguizo, funcionou até ao ano de 1807 e, como nesta cidade foi encerrada pelos frades, criou-se outra de ensino gratuito em 9 de Novembro desse ano, tendo sido nomeado mestre régio António Gomes da Almeida. Com a extinção das congregações religiosas, em 1834 o convento foi incorporado no património do estado. No mesmo ano destinou-se o edifício a hospital, prevendo-se a hipótese, que não se verificou, de alastrar a Castelo Branco a epidemia da cólera-morbo que então grassava nos pais. Em 21 de Março de 1836 foi autorizado a venda de uma parte do convento para ser adaptado a teatro. Não chegou porém a ser feita a adaptação. Por portaria de 12 de Novembro de 1836 foi a cerca do mosteiro cedida à pelo ministério do reino ao da guerra para servir de horta ao Regimento de Cavalaria nº 3 aquartelado no castelo. A antiga capela dos Terceiros, situada do lado sul do convento, foi cedida à sociedade União, por decreto de 25 de Maio de 1845, para será adaptada a teatro. Foi então ali instalada uma casa de espectáculos de exíguas dimensões, que era insuficiente para a população da cidade, pelo que foi condenada à demolição em 31 de Março de 1888.
Durante alguns anos serviu de teatro um barracão provisório até ser construído um edifício próprio, pela sociedade do Teatro de Castelo Branco, no local da antiga Capela dos Terceiros. O novo teatro foi inaugurado em 1900 e era justamente considerado um das melhore casas de espectáculos que nesse época existiam no pais, fora das cidades de Lisboa Porto.
Entre 1835 e finais do século XX o convento serviu de quartel e várias unidades militares por ali passaram. No antigo mosteiro de Santo António dos Capuchos esteve alojado o Museu regional de Francisco Tavares Proença Júnior deste a sua fundação em 1910, até ao ano de 1929 em que foi transferido para o edifício do Governo Civil. Em 1935 foi ampliado o edifício para serem melhoradas as instalações do Batalhão de Caçadores nº 6. Ainda para ampliar as dependências da mesma unidade militar, foi comprada em 1950 pelo ministério da guerra à sociedade do teatro de castelo Branco, a casa de espectáculos ali erguida no inicio do século XX.
Este pequeno resumo histórico é apenas uma pequena migalha, do muito que existe por saber sobre a história do convento de Santo António. Aos responsáveis pela devolução do convento á cidade pede-se inteligência e bom senso sobre qualquer projecto que ali possa vir a ser implementado, pois no local estão cerca de quinhentos anos da história de nossa terra.
PS - Recolha de alguns dados históricos: “Castelo Branco na História e na Arte” - Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

quarta-feira, novembro 04, 2009

EXPOSIÇÃO - SOPRO DE ÁGUA


Manuela Justino
Museu Francisco Tavares Proença Júnior
31DE OUTUBRO A 27 DE DEZEMBRO DE 2009
Visitei esta exposição e quero deixar aqui um apelo aos vistantes do blogo, ”Castelo Branco - O ALBICASTRENSE” para que não deixem de a visitar.
Tal como costume dizer: De corda aos sapatos e vá até lá….

O Albicastrense

domingo, novembro 01, 2009

BIGODES E COMPANHIA – REPÓRTERES


AS TRÊS DA VIDEIRADA
Bigodes e Companhia repórteres de investigação, (da caca) resolveram entrevistar as “Três da videirada” que actualmente habitam á porta da nova biblioteca albicastrense.

Bigodes para Companhia.

- Companhia este trabalho parece-me mais uma grande treta! Penso que quem vai sair chamuscado desta léria de entrevista, somos nós.
- Ainda nem começámos e já estás a queixar-te de ires para a fogueira Bigodes?

- Afinal o que diz o dicionário da língua portuguesa sobre a palavra; “Vitrina”?
- Diz o seguinte: “Vidraça ou mostrador com tampo de vidro onde estão expostos objectos.
- Como vês Companhia, essa é precisamente a utilidade que o nosso prefeito está a dar às “Três da videirada”. – Elas servem para expor o ar da erudição produzido pelos assíduos da biblioteca.
- Lá estás tu com paninhos quentes! Se o prefeito fosse da minha facção já estavas a mandá-lo prá fogueira.

- Bom! Vamos deixar-nos de bocas foleiras e falar com as ditas “três da videirada”.
Já no local, os nossos repórteres dirigiram-se às respectivas vitrinas e toca a fazer-lhes perguntas e mais perguntas.

- Donas vitrinas, (ou será D. abandonadas!?) nós gostaríamos de lhes colocar algumas contendas.
- Olha que dupla!

- Digam-nos D. Vitrinas, como é ser-se vitrina e não ter qualquer serventia?
- Olha para estes! Quem não está a ter serventia são as vossas mulheres, pois parece-me que vocês já deram o que tinham para dar.

- Bigodes… estas estão a cantar de galo, quando não passam de três galinholas em fase de penugem.
- Nós somos as primeiras de uma nova geração de vitrinas, cuja função é mostrar aos visitantes da biblioteca como antigamente as peças se mostravam em vitrinas como nós!

- Eh pá! Esta não lembrava nem ao diabo… Então agora expomos as vitrinas em vês das peças?
- Claro seus palermas!

- D. Vitrinas não queremos ser mal interpretados, mas têm que concordar que é muito estranho aquilo que nos estão a dizer.
- Estranho uma ova! Nós custámos uma pipa de massa e não íamos agora servir para colocar dentro de nós, um qualquer achado encontrada por ai fora.

- As D. Vitrinas desculpem a nossa insistência, até podem ter custado uma pipa da massa, porém, era de esperar que pudessem ter algum proveito!
- Nós não fomos arquitectadas para exibir achados, mas antes para sermos nós a ser exibidas!
Companhia para Bigodes.
- Bigode… Estas fazem-me lembrar algumas tias que gostam de se exibir, sem no entanto terem feito nada de essencial para tal.
- Olha! Vamos reatar esta espécie de entrevê, com uma sugestão sacramental!

- Donas e queridas abandonadas… Já que são as primeiras de uma nova geração de vitrinas, temos um alvitre a propor-lhes.
- Chutem lá esse alvitre!
- Nós alvitramos! Que as donas sonhadoras deixem de ser três cangalhos abandonados e comecem a ser prestáveis a quem lhes pagou as vidraças e a ossatura.
- Que dupla de invejosos! Se em vez de andarem por aqui a incomodar as obras do nosso prefeito, lhe pedissem para ele arranjar mais duas ou três iguaizinhas a nós.
- Mais duas ou três iguais a vocês!?
- Sim! Sentimo-nos muito sozinhas.
- Bigodes… Vamos dar música para outra banda, antes que estas patetas nos mendiguem para exporem as nossas ossadas.
O Albicastrense
PS. O Albicastrense pede desculpa aos visitantes pelos desabafos das vitrinas, (desabafos rascas) em relação às mulheres do Bigodes e Companhia.

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...