quinta-feira, março 30, 2017

UM TESOURO FOTOGRÁFICO

A TERRA ALBICASTRENSE

O jornal "Reconquista"
publicou esta semana, mais
um belo trabalho de
Leonel Azevedo.

Trabalho que tem por título,
"Um tesouro fotográfico". Artigo
que recomendo vivamente,
pois trata-se de mais um
belíssimo trabalho.

Como não podia deixar de ser,
o trabalho aqui fica postado para
poder ser lido por quem
ainda não o fez.


O Albicastrense

sexta-feira, março 24, 2017

OS MEUS DESABAFOS…..


BIBLIOTECA MUNICIPAL DE CASTELO BRANCO

Como já aqui disse variadas vezes, sou frequentador habitual da Biblioteca Municipal da terra albicastrense, local pelo qual ganhei um carinho do tamanho do mundo. Um dos motivos desse afecto é sem qualquer dúvida, a forma como sou acolhido por todos os que ali trabalham, pessoas que já trato como amigos de longa data.
Ao entrar ontem na biblioteca, confesso que fiquei baralhado e bastante intrigado com o vestuário que os trabalhadores da biblioteca vestiam, ou seja, a partir de ontem os mesmos são obrigados a vestirem farda.

Pulôver cinza, (que mais parece um polar), calças num tom de azul-escuro (que mais parecem ser as calças de um fato de treino).

Contudo o que mais me impressionou foi a tristeza que contemplei no rosto das senhoras que traziam este “fardamento”, até parecia que alguma tragedia tinha ou estava para acontecer por ali.
Não contesto a decisão de obrigar os trabalhadores a usarem farda, pois não conheço a legislação em vigor sobre essa matéria, mas confesso, que fiquei boquiaberto com a pobreza franciscana das mesmas.
A impressão com que fiquei quando vi as trabalhadoras com as referidas fardas, é que me tinha enganado no edifício, ou seja, em vez de entrar na “nossa” biblioteca, tinha entrado numa qualquer prisão, pois na minha modesta opinião (que vale o que vale), os fardamentos escolhidos talvez estivessem mais adequados para guardas prisionais.
Os responsáveis pela escolha dos referidos fardamentos que me desculpem, mas não posso deixar de aqui escarranchar o meu desabafo. 
Obrigar ou sensibilizar trabalhadores a usarem uma farda pela primeira vez, depois de terem andado anos e anos a usar as suas próprias roupas, obriga a que quem tomou essa decisão, escolha alguém competente e com muito bom gosto para escolher os respectivos trajes.

- Um último desabafo: Será que quem escolheu o vestuário para as trabalhadores usarem, o escolheu numa loja dos chineses?
O Albicastrense

quarta-feira, março 22, 2017

MEMÓRIAS DO BLOGUE – (II)

PUBLICADO NESTE BLOGUE EM DEZEMBRO DE 2006

CASTELO BRANCO E OS SEUS
ESPAÇOS CULTURAIS, ATRAVÉS DOS TEMPOS

A Cidade de Castelo Branco é desde sempre, (infelizmente), um rosário de amarguras e decepções, no desenrolar da existência dos nossos espaços culturais.
Praticamente desde o final do século XIX, que a problemática dos espaços culturais na cidade de Castelo Branco tem tido um caminho tortuoso, com alguns oásis pelo meio, de políticas e intenções privadas.
Quem não se lembra dos muitos projetos, (ao longo dos tempos), vindos a publico, para a construção de não-sei-quantos centros culturais, que nunca passaram do papel.
Porém a história é feita de realidades e não de projetos, que nunca passaram disso mesmo. Em virtude dessas mesmas existências aqui ficam alguns dados, dos espaços culturais que existiram na nossa cidade, entre os finais do século XIX e a inauguração do Cine-Teatro Avenida, no ano de 1954.
O Teatro União, segundo consta, foi a primeira casa de espetáculos da cidade de Castelo Branco, situava-se no largo de Santo António, e terá sido construído em 1853. 
Pouco se sabe desta casa de espetáculos, e da sua história. Por finais do séc. XIX, deu-se a construção do Teatro da Sé, (onde ainda hoje funciona o conservatório).
Foi um drama daqueles de faca e alguidar, uma série quase indeterminável de atos e cenas, podendo hoje dizer-se que, um edifício que foi inicialmente projetado para ser teatro nunca o foi efetivamente.
O Teatro de Castelo Branco, Construído no inicio do século XX, sucedeu ao famigerado teatro da Sé, e também construído no Largo de Santo António, (onde já anteriormente existira o Teatro União). È caso para dizer que o referido largo, é um verdadeiro cemitério de espaços culturais.
Nos anos 20, o Cine–Teatro Vaz Preto, que se situava na rua com o mesmo nome, e onde até à pouco tempo existia um armazém da firma Castanheira. O Cine – Teatro Vaz Preto, nasce da remodelação do antigo Salão Olímpia.
Nos anos 50, construi-se o Cine – Teatro Avenida.  Em 2013 foi inaugurado o  Centro de Cultura Contemporânea  de Castelo Branco, espaço que muito orgulha a terra albicastrense. 
Castelo Branco, teve igualmente algumas salas de cinema; O Salão A. P que de 1911 a 1913 funcionou na Rua do Relógio, o Animatógrapho Royal que funcionava na Devesa, o Salão Olímpia que será transformado mais tarde em Cine -Teatro Vaz Preto.
Muito mais haverá a dizer naturalmente destes espaços culturais, e das pessoas responsáveis pelas suas construções. Gostaria no entanto de aqui falar de um nome muito ligado a este sector. Tomás Mendes da Silva Pinto, (empresário albicastrense do sector dos espetáculos), que segundo os apontamentos que tive oportunidade de ler, foi um grande impulsionador nesta área ao longo de mais de 50 anos.

Nota. Os dados sobre os espaços antigos, foram recolhidos em, “Castelo Branco - Antigo”, da autoria de Ernesto Pinto  Lobo. 
Às "amarguras e decepções, no desenrolar da existência dos nossos espaços culturais" descritas por Pinto Lobo,  seguiram-se  (felizmente) tempos bem diferentes  na terra albicastrense neste sector.
O Albicastrense

sexta-feira, março 17, 2017

OS HENRIQUES DE PAIVA, DE CASTELO BRANCO – (VI)

Dr. JOSÉ HENRIQUES FERREIRA
(Comissario do Físico-mor e médico do Vice-Rei do Brasil)
(Continuação)
Dos “Estatutos” consta que se compunha de professores de Medicina, Cirurgia, Farmácia e outros mais, a determinar; de um presidente, três diretores e secretário, eleitos secretamente pela pluralidade de votos; nas sessões, das quatro às seis horas da tarde, liam-se as obras apresentadas, podendo ser objecto de comentários por escrito; distribuía-se, a cada sócio a meteria da sua profissão ou do seu gosto, sem impedimento da livre escolha dos assuntos, os sócios de terras distantes obrigavam-se a comunicar observações e notícias do seu país e remeter matérias de estudo e prestar esclarecimentos ou pareceres necessários; Havia um académico, informante, erudito em observações históricas, línguas e belas letras; as discussões deviam revestir-se de correção, “sem crisi ou insinuações odiosas contra os que não assentirem ás suas opiniões”, nos trabalhos escritos, exigia-se clareza de estilo e criava-se um horto botânico, para se tratarem e recolherem todas as plantas notáveis,  sob a observação dos académicos, com encarregados da sua conservação e alguns desenhadores de plantas.
O Dr. José Henriques Ferreira, presidente e fundador, figura à cabeça da Academia e dos académicos de Medicina, enquanto o pai dirige a secção de Botânica e o irmão, a de farmácia. Eles são as figuras centrais da “Sociedade”.
Esta Academia correspondeu-se com outras, entre as quais a Academia Real  das Ciências da Sueca pelo seu secretario Pedro Wargentin e pelo Dr. Pedro Jonas Berguis.
O insigne médico Ribeiro Sanches foi sócio correspondente, anunciou a Lineu a sua fundação e para ela conseguiu que a Sociedade de Usal na Suécia lhe conferisse  o diploma de fraternidade. 
Teve depois dos fundadores outros associados nacionais e estrangeiros. Esta agremiação promoveu a criação do bicho-da-seda e outras inovações e melhoramentos. 
Havia sessões bis-semanais ás quintas feiras e aos sábados, no horto botânico estabelecido junto do colégio dos jesuítas, vigorando com regularidade até 1779.
Dela resultou, em grande parte, a honra conferida pelos historiadores ao Marquês de Lavradio, de “alinhar entre as figuras que se prendem à Historia da Farmácia no Brasil ”.
O trabalho do irmão que, na altura, ainda não completara vinte anos de idade, e lhe servia de estreia académica e publicitária intitulava-se: “Discurso Farmacêutico, por Manuel Joaquim Henriques de Paiva, director da Farmácia da Academia”.
A sociedade contou nos primeiros meses actividade brilhante, não somente académica, mas pratica, pois  ainda promoveu a criação do bicho-da-seda, a cultura do indigo, o estabelecimento do horto e do laboratório químico.
O papel desempenhado pelos três albicastrenses na introdução de uma iniciativa cultural na vida da colónia, deve  considerar-se facto extraordinário, na historia da grande Nação que veio a ser o Brasil.
Recolha de dados “Estudantes da Universidade de Coimbra
Naturais de Castelo Branco”. Da autoria de, Francisco
Morais e José Lopes Dias.
O Albicastrense

OS HENRIQUES DE PAIVA, DE CASTELO BRANCO – (V)

Dr. JOSÉ HENRIQUES FERREIRA
(Comissario do Físico-mor e médico do Vice-Rei do Brasil)

Nasceu em Castelo Branco a 31-VIII-1740, e faleceu em Lisboa a 19-IX-1780. Casou com Maria Isabel Gonzaga, tendo o casal sete filhos.
Formou-se em Filosofia e Medicina em 1762. Após a formatura, estabeleceu consultoria em Castelo Branco. Foi para Lisboa, concorreu ao lugar de médico do Hospital real de Nossa Senhora dos Prazeres da Luz, mas foi preferido por um concorrente de menor valor.
Foi sócio correspondente das Sociedades de Medicina de Madrid, de Estocolmo e da Academia de Ciências de Lisboa, desde a sua fundação.
Mais tarde, passou à cidade da Baía, acompanhando o governador, Marques de Lavradio, D. Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão Silva Mascarenhas, e foi ali Comissario do Físico-mor do reino e médico do presidio.
Quando aquele fidalgo passou a Vice-Rei do Brasil, acompanhou-o ao Rio de Janeiro, na qualidade de primeiro médico do Hospital Real, distinguindo-se não só como clínico, mas ainda como bom administrador, igualmente, regulou o serviço do Hospital da Santa Casa da Misericórdia, sendo nomeado médico da Câmara e da Saúde.
Deu instruções para se estabelecer um Hospital Militar e ali prestou serviço, assistindo a mais de vinte e cinco mil doentes. 
Na qualidade de comissario e delegado Físico-mor do reino, incumbia-lhe, pelo regimento de 19-5-1744, a fiscalização e repressão do uso ilegal da Medicina e da Farmácia, a visitação das boticas, a inspecção dos medicamentos, dos pesos e medidas, da qualidade e do preço das drogas, a examinação dos oficias com quatro anos de pratica de boticários, e a autorização do exercício farmacêutico, etc.  
Nesta comissão, exercia grande influência entre os médicos e boticários da época. 
Durante o seu comissariado e o desempenho do cargo de médico do vice-rei do Brasil, Marquês do Lavradio, tomou a peito a criação da “Academia Fluviense Medica, Cirurgia, Botânica Farmacêutica” ou “Sociedade de História Natural do Rio de Janeiro”, que se inaugurou a 18-11-1772, na sala do palácio do vice-rei, na sua presença e de um numeroso concurso de pessoas de toda a qualidade, recitando os diretores da mesma Academia cinco eruditas orações sobre Medicina, Anatomia, História Natural, Química e Farmácia.
(Continua)
Recolha de dados “Estudantes da Universidade de Coimbra
Naturais de Castelo Branco”. Da autoria de; Francisco
Morais e José Lopes Dias.
O Albicastrense

terça-feira, março 14, 2017

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS – CXVI

A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).

(Continuação)
Agora as sessões da Câmara dão um salto de perto de dois meses e meio, porque á sessão de 25 de Março se segue a de 6 de Junho.
Nesta à sessão deliberou a Câmara: haver por coutada a folha dos alqueves; nomear “Inspetor das Amoreiras do lugar de Malpica a António Miz Ruivo por demissão que lhe fez o capitão Manuel Lopes Siborro”; que não se passassem licenças “para cortar-se erva na folha do pão… enquanto o mesmo pão não fosse ceifado, e que depois as que se passassem só seriam aquelas que tivessem terras semeadas na mesma folha ou aquelas pessoas que eles demitissem o seu direito”; que se lançassem pregoes para que todos os moradores da cidade dentro do prazo de quinze dias entregassem na Câmara cinco cabeças de pardais, sob pena de serem condenados na multa de cinco tostões, podendo, as cabeças de pardais ser substituídas de cotovias, por serem muito danosas às searas”.
E mais nada.

Sessão de 6 de Julho de 1806.
Presidida pelo juiz de fora António José da Silva Peixoto. Começou a sessão pela nomeação doa avaliadores das ervagens, que recaiu em Diogo Beato e Manuel Cabarrão.
A seguir foi autorizado o juiz de fora a conceder licença “para carrejar o pão da folha às pessoas que tivessem necessidade, e circunstâncias de se lhe facultar ainda antes da licença geral”.

Segue-se a sessão de 13 de Julho de 1806.
Apareceram primeiro os avaliadores das ervagens com o serviço já completo. As ervagens do concelho, em número de 24, foram avaliadas em 1.214.000 réis, quantia que, para o tempo, era alguma coisa. As ervagens do povo, que eram apenas duas, foram avaliadas em 120.000 réis.
De todas as ervagens, que foi avaliada em maior quantia foi a da Manga de Pero Velho, a que se deu o valor de 100.000 réis.
A título de curiosidade, damos a seguir os nomes das ervagens.
Eram as de Voltas da Líria, Val de Mouro, Lameiras da Capata, Fonte do Taleigo, Barregoa, Cabeço de Figueiredo, Rouxinol, Manga de Pero Velho, Olival do Soeiro, Fonte Feiteira, São Bartolomeu, Agoas de Álvaro Gil, Barrocal do Caliço, Cabeço de Atalaya, Poço de Pero Vicente, Val de Botelho, Val Longo, Penedo Gordo, Fonte do Sapo, Pedra da Lagoa, Penedo do Tortulho, Fonte das Pias, Sorte e Meia, carvalhinho, Corga das Azenhas, Lombas.
 Ainda nesta sessão foi dada a licença geral “para os lavradores poderem tirar livremente o seu pão da folha de quarta-feira que se contão desaseis do corrente em diante”.
(Continua)
PS. Aos leitores dos postes “Efemérides Municipais: O que acabaram de ler é uma transcrição fiel do que foi publicado na época.  
O Albicastrense

quarta-feira, março 08, 2017

OS HENRIQUES DE PAIVA, DE CASTELO BRANCO – (IV)

(Continuação)
O avô Gaspar casara duas vezes: do 1º matrimonio  houve um filho e duas filhas, Francisco Nunes de Paiva, Catarina e Brites Henrique, de Penamacor; do 2º, além do filho António, dois irmãos, Gaspar Rodrigues de Paiva, médico, casado com uma senhora quase homónima de sua esposa, Isabel Aires da Cunha, Luís Nunes Ribeiro e uma irmã, Leonor Henriques. Do Dr. Gaspar, que foi médico em Castelo Branco, inserimos uma breve noticia mais adiante.
Um tio-avô paterno, também chamado Francisco Nunes de Paiva, de Proença-a-Velha, foi cirurgião na Covilhã, onde viveu com a esposa e filhos, quatro varões e cinco senhoras, o primogénito, de nome Manuela Nunes Sanches, foi em cirurgião em Portalegre.
Da linha colateral da avó paterna, Maria Nunes Ribeiro, os Henriques de Paiva contavam dois tios e cinco tias. O mais velho, António Ribeiro Sanches, exerceu clinica no arraial Paracatu, Minas Novas do Rio de Janeiro, quase homónimo do ilustre António Nunes Ribeiro e com ele confundido, algumas vezes, pelos historiadores menos avisados.
Da linha colateral da bisavó paterna, Ana Nunes Ribeiro, irmã de outra Maria Nunes Ribeiro, avó materna de Ribeiro Sanches, eram parentes deste insigne médico e escritor.
Reproduzimos os informes biográficos do Dr. José Henriques ferreira, condensados principalmente dos estudos do historiador da Medicina, Dr. Augusto da Silva Carvalho, que a seu respeito divulgou copiosos elementos.
Dos restantes irmãos, Francisco António, Manuel Joaquim e Filipe Joaquim, inserimos nos próprios lugares dos registos universitários as respetivas biografias.
Recolha de dados “Estudantes da Universidade de Coimbra
Naturais de Castelo Branco”. Da autoria de, Francisco
Morais e José Lopes Dias.
O Albicastrense

segunda-feira, março 06, 2017

sábado, março 04, 2017

OS HENRIQUES DE PAIVA, DE CASTELO BRANCO – (III)

(Continuação)
António Joaquim comandou no posto de tenente uma companhia de caçadores, no combate de Proença-a-Nova às tropas de Junot, em 1808 “Duas companhias de caçadores, uma de Salvaterra do Extremo composta de 50 homens comandada pelo tenente António Joaquim Henriques de Paiva e outra de Monsanto de 45 homens que tinha por capitão Manuel Domingos Crespo, tenente o Lourenço Pires e alferes José Nicolau Beja, são mandadas para Proença.
De Coimbra é mandado o capitão de cavalaria Manuel de Castro Correia de Lacerda, inteligente e intrépido, que em 14 de Agosto de 1808 tomou o comando das duas companhias e do povo de Proença e seu termo, couraçado de patriotismo e armado de chuços, quando as espingardas faltavam….”
“No dia 17 concertam o piano de ataque e dá-se-lhe imediata execução. Em Rio Maior de Moinhos fica uma emboscada comandada pelo P. Beja para cortar a retirada aos franceses.
O resto entra em Abrantes, aos gritos de viva a Pátria e morram os franceses, rechaça a guarda que estava junto da igreja de S. Francisco e toma as saídas da vila. Os franceses, refugiados no quartel, ripostam com intensa fuzilaria. Então o P. Crespo faz subir ao telhado da igreja de S. Vicente alguns bons atiradores donde varejam os que se atrevem aparecer às muralhas.
E quando, perdida a esperança da vitória, os franceses procuram a salvação na fuga, esta é-lhes cortada, tendo de render-se 117 soldados e deixando 52 mortos”.
Gaspar Henriques de Paiva vem citado no processo da inquisição de Coimbra, no caso dos paios e presuntos da sua quadra de estudante da Faculdade de Cânones, assunto versado mais adiante com a nota biográfica do Dr. Manuel Joaquim, e de quem não conhecemos outras notícias.
Os avós paternos, Gaspar Rodrigues de Paiva, de Proença-a-Velha e Maria Nunes Ribeiro, de Monforte de Beira, residiam em Penamacor.
(Continua)
Recolha de dados “Estudantes da Universidade de Coimbra
Naturais de Castelo Branco”. Da autoria de, Francisco
Morais e José Lopes Dias.
O Albicastrense

quarta-feira, março 01, 2017

OS HENRIQUES DE PAIVA, DE CASTELO BRANCO – (II)

(Continuação)
Precisamente, o casal veio habitar uma casa na Rua do Relógio, foreira à Confraria da Misericórdia. Adquiri-a António Ribeiro de Paiva a um mercador, de nome João Soares, em 1752, e vendeu-a em enfiteuse a seu filho, Eusébio Ferreira, em 1785.
A modesta residência ainda conserva actualmente a sigla de Misericórdia na verga da porta de entrada, um M maiúsculo e, algum dia deverá assinalar-se com uma lápide comemorativa do berço de tão ilustres filhos desta cidade. Pagava o foro anual de 375 réis, segundo os “Tombos” daquela instituição.
Como tivessem numerosa prole, quando a família cresceu e já mal podiam acomodar-se na residência, onde também se achava a botica, adquirida  por enfiteuse  em 1759 ou 1759 outra casa, na  mesma rua, também da Misericórdia e siglada com as letra M , “de janela, três sobrados e duas torrinhas”, de que pagaram foro de 100 réis anuais, até 1764, em que foi trespassada a outro enfiteuta.
Cirurgião e farmacêutico examinado, como dissemos, António Ribeiro prestou os melhores serviços profissionais da Campanha de 1762, contra invasores espanhóis e franceses.
Era fornecedor habitual dos dois hospitais locais, da Misericórdia e dos Convalescentes. Servia os conventos da Graça e de Santo António, as pessoas principais e o povo, com “boa aceitação de todos os moradores, pela especialidade e bom preparo de seus Remédios” conforme diz no requerimento para lhe ser autorizada a botica, “por hum seu filho médico partidista na vila de S. Vicente ser chamado para a Vila de Castelo Branco, por não haver nesta mais que hum só medico, e haver precisão de outro pelos muitos enfermos”.  
Aqui nasceram os filhos do casal, além dos quatro médicos e do Dr. Teotónio Ribeiro de Paiva, bacharel em leis, os restantes irmãos, Eusébio Ferreira, António Joaquim e Gaspar Henriques de Paiva.
 Eusébio Ferreira viveu e faleceu nesta cidade, no lar de família de seus pais e em que permaneceram a sua viúva, Maria da Conceição e o filho de ambos, João Henriques Ferreira.
 (Continua)
Recolha de dados “Estudantes da Universidade de Coimbra
Naturais de Castelo Branco”. Da autoria de, Francisco
Morais e José Lopes Dias.
O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...