quarta-feira, dezembro 30, 2009

segunda-feira, dezembro 28, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXVI


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)

Comentário do autor: Em sessão de 8 de Julho de 1787 foi lida em sessão uma carta em que o Bispo de Castelo Branco, D. Frei Vicente Ferrer da Rocha, começa por dizer que, logo que fora encarregado do Mistério Apostólico do Governo da Igreja, se tinha lembrado de promover a eleição “do Santo Patrono desta cidade e de todo o Bispado em cuja intercessão nós (nós era ele, o Bispo) e todos os nossos súbitos e muito amadas filhos tivéssemos em nossas necessidades pronto recurso e eficaz socorro”; mas que vários trabalhos o tinham impedido de fazer isso tão depressa como convinha e, só agora se lhe oferecia ensejo de pedir que a Câmara, com a cooperação da Nobreza e Povo, procedesse à eleição do Santo Patrono, pedido que esperava que fosse deferido sem demora. A Câmara fez a convocação para o dia 15 do mês, realizando-se a eleição sob a presidência do juiz pela ordenação. Começa-se por receber os “papeis” que, com todas as formalidades, eram metidos “ em hum vazo” e;

Acta de 1787: ”Depois de todos terem entrado os foi o mesmo Juiz pela ordenação tirando cada hum por si abrindo vendo e entregando a mim Escrivão, e eu os publicava e assentava em hum papel avulso e depois de todos publicados e assentes se apurarão os mesmos votos uniformemente votarão em Nossa Senhora com o titulo do Rosário pela razão de não haver diante de Deos Nosso Senhor mais eficaz protecção do que a Sua e ser muito antiga a devoção que os moradores desta cidade lhe tem sempre tido, e juntamente pelos muitos milagres que a mesma Senhora tem obrado pela devoção do Rosário e porque se não acrescente ao Povo novo dia santo”.

Comentário do autor: Esta de se escolher para Padroeira do bispado e cidade de Castelo Branco Nossa Senhora do Rosário por várias razoes e, muito especialmente, porque se não acrescente ao Povo novo dia santo, devemos concordar que, se foi nota uniforme da Câmara, Nobreza e Povo da cidade. Chega a parecer do famoso rabiscador das actas, o escrivão Aranha, que não devia querer que houvesse mais dias santos para lhe não faltar tempo para a redacção das actas; que são verdadeiros monumentos de arte… rabiscatóris. Era tão genial artista que ainda escrevia mais mal que nós, o que é dizer tudo.
Em sessão de 28 do mesmo mês o procurador do concelho informou que o número de alqueires de pão estavam em divida ao Monte da Piedade desde o ano da sua fundação, excedia tudo o que podia supor-se; que a continuarem as coisas assim, não podia manter-se e do desaparecimento deste resultariam gravíssimos prejuízos para os lavradores; que, nestas circunstâncias, era preciso acudir com providências urgentes e por isso propunha que se tirasse dos livros competentes uma nota exacta do que cada um devia, “para os juízos os noteficarem para cada hum pagar até dia de Nossa Senhora de Agosto de prezente anno na forma das condiçoens declaradas no livro das Sahidas pena de que não o fazendo de se proceder a penhora em seus bens”.
Os vereadores acharam que isso estava bem e por isso se fizesse assim; mas não pudemos saber se foi cumprida á risca o deliberada, porque nas sessões que se seguem não se torna a falar em tal coisa.

(Continua)
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
O Albicastrense

sábado, dezembro 26, 2009

TIRAS HUMORÍSTICAS - 51


BIGODES E COMPANHIA
Agora mais a sério!.. Bom ano de 2010 para todos os albicastrenses.
O Albicastrense

quarta-feira, dezembro 23, 2009

O VELHO POTE - VIII

MÁGOAS DE UM VELHO POTE
Se houve algo que me entristeceu neste ano que agora termina, (no que diz respeito ao blog), foi o não ter conseguido que o velho pote regressasse à casa para onde foi ofertado em 1916, o Museu Francisco Tavares Proença Júnior. Publiquei neste blog em 2009 sete postes onde dei a conhecer um pouco da história deste pote.
Sete postes onde são apresentadas provas, (através de notícias publicadas em antigos jornais da nossa cidade) sobre o seu aparecimento numa casa do antigo bairro do Montinho. Da sua entrada no nosso museu e do seu abandono no jardim do Governo Civil.
Sete postes cujo único objectivo era o retorno do velho pote ao museu Francisco Tavares Proença.
Sete postes que não motivaram as entidades ligadas a este sector a tomar medidas, de forma a corrigir o abandono a que ele foi sujeito. Abandono que poderá ter acontecido em virtude da mudança do museu das instalações do Governo Civil, para o edifício do antigo Paço Episcopal.
Sete postes em que as entidades responsáveis, lavarão as mãos como Pilatos…
Se acreditasse em milagres! Pedincharia para que em 2010, (ano em que o nosso museu faz cem anos) uma estrela cintilante ilumine o intelecto adormecido dos responsáveis do Governo Civil e do Museu, para que o velho pode possa regressar finalmente ao nosso museu.
O Albicastrense

segunda-feira, dezembro 21, 2009

sábado, dezembro 19, 2009

COMENTÁRIOS - VIII

ONDE PÁRA A POLÍCIA ??
VT disse...
Ainda inserido no tema "Praça Camões" vem esta pergunta a propósito da total vergonha que se vive naquela zona da cidade durante a noite. Os bares "manhosos" pejaram aquela zona de bêbados e drogados que para além de impedirem os desafortunados residentes de dormir com os permanentes desacatos e barulheiras ainda destroem tudo à sua passagem. As paredes são constantemente borradas, os vidros das janelas são partidos, candeeiros, caixotes, sinais de trânsito e até as cablagens que se encontram nas paredes são arrancados e vandalizados. Não há canto que não esteja mijado, cagado ou vomitado ficando tudo com um cheiro nauseabundo. Nas "melhores noites" também há tiros e facadas!! Porque razão a polícia abandonou esta zona? Há anos que não se vê policiamento à noite na Praça Camões.
Quem nos ajuda???
PS – Não dar a este comentário o devido relevo, seria ser convivente com a pouco vergonha que reina por aquela pobre zona da cidade a partir de determinada hora.
Faço minhas as palavras do “VT” que aliás já me tinham chegado aos ouvidos, quando da publicação do poste da Praça Camões.

O Albicastrense

quinta-feira, dezembro 17, 2009

TIRAS HUMORÍSTICAS - 50


O presidente da nossa autarquia foi nomeado “Presidente do Fórum Ibérico das Cidades Amuralhadas e Vice-Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses”.
Tais nomeações são sem dúvida um orgulho para os albicastrenses e uma honra para a nossa cidade.
Bigodes e Companhia sempre em cima dos acontecimentos, resolveram presentear o nosso presidente com um projecto, (em maqueta fotográfica) para que ele possa recuperar, mais alguns metros de muralha da nossa cidade. Bigodes e Companhia albicastrenses, dos sete costados pedem aos santos anjinhos para que este esboço fotográfico, não acabe numa qualquer gaveta esquecido pelos responsáveis da nossa autarquia.
A proposta é lindinha e merecedora de ser estudada pelos grandes crânios da nossa autarquia. A sua recusa abalará profundamente a fé destes dois pobres incrédulos nas nossas instituições demográficas.
PS - O albicastrense não se responsabiliza pelo que estes dois infelizes possam fazer das suas existências, se este projecto for parar ao caixote do lixo.


O Albicastrense

terça-feira, dezembro 15, 2009

FAZ HOJE ANOS

97 ANOS DEPOIS

15/12/1912 – 15/12/2009

No dia 15 de Dezembro de 1912, iniciou a sua publicação o semanário “A União” Era seu director, José Barros Nobre. Tinha como editor e administrador, Joaquim Lúcio Pelejão. Era composto e impresso na tipografia de Joaquim Lúcio Pelejão.
Dizia que, como semanário político que era, queria fazer a propaganda da agremiação partidária a que pertencia, discutir os actos públicos das pessoas educadas e elogiar os actos de utilidade para o pais e para a região. Terminou em 26 de Março de 1914, com a publicação do nº 65.
PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias.
A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal
”A
Reconquista”
O Albicastrense

EXPOSIÇÃO - V

António Andrade Fernandes

"SÍMBOLO DA PAZ"
(Realizado no ano de 2008)
A escolha deste trabalho para este mês de Dezembro prende-se com duas razoes:
Primeira: Natal é tempo de Paz e Dezembro é um mês genuíno e sincero.
Segunda: A oliveira também simboliza a paz e é dos seus frutos que se extrai o azeite que irá iluminar o Deus que se fez menino.
Tive a colaboração para a realização deste trabalho do meu amigo Veríssimo, o autor deste blog, que através da sua objectiva conseguiu captar nas oliveiras milenares existentes na Nossa Senhora da Alagada, em Vila Velha de Ródão, todas as simbologias a elas ligadas.

Materiais utilizados: Fotografia. Manta de trapos, madeira, latas de refrigerantes, sementes, fios, tinta acrílica e óleo.
António Andrade Fernandes
O Albicastrense

segunda-feira, dezembro 14, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - LXIII


MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO
Domus Municipalis – (III)
(Continuação)
Os antigos Paços do Concelho, na Praça Velha, continuaram a servir exclusivamente de cadeia até ao ano de 1984 em que se concluiu a construção de um edifício apropriado para esse fim ao norte da cidade. Nesse ano foi iniciada a execução de um projecto de adaptação do palácio para nele serem instaladas a Biblioteca Municipal e a Direcção de Urbanização do Distrito de Castelo Branco mas, reconhecendo-se que ele não oferecia as imprescindíveis condições de estabilidade, procedeu-se à sua demolição e reconstrução. A arquitectura das fachadas, concebidas no dealbar do Renascimento, foi rigorosamente mantida na reedificação: reconstituíram-se todos os elementos decorativos, incluindo a esfera armilar, as armas nacionais do século XVI e a lápide de século XVII. Em Setembro de 1951 já puderam ser alojados, no edifício reconstruído, os serviços de Urbanização dependentes do Ministério das Obras Publicas que estavam deficientemente instalados no andar térreo do Palácio do Governo Civil e a Biblioteca que funcionava acanhadamente no primeiro piso do Tribunal da Comarca no Largo da Sé. A Biblioteca Municipal era uma velha aspiração dos habitantes da cidade desde que foi verificada a viabilidade da sua instituição. Em 9 de Setembro de 1834 ordenou o Governo, numa portaria, que se organizasse uma biblioteca pública em Castelo branco com os livros dos extintos conventos da província. Esta determinação, porém não foi cumprida e aqueles livros foram armazenados numas salas húmidas do antigo Paço Episcopal que em 1835 passou a ser a sede do Governo Civil. Quando o Governo, em 25 de Agosto de 1836, instou junto do prefeito da província para que se escolhesse um edifício público destinado a biblioteca e museu foi indicado em 18 de Outubro desse ano, o da Misericórdia Velha situado entre a Rua E’ ga e a dos Oleiros, que se encontrava então devoluto por ter sido transferida a Santa Casa para o antigo convento da Graça. Não foi ali, todavia, arrumada a biblioteca publicam mas sim o Tribunal da Comarca.
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951. Autor; Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

sexta-feira, dezembro 11, 2009

ALBICASTRENSES ILUSTRES - XVI

MARIA EMÍLIA LOURAÇA
(1869/1925)
Nas minhas aventuras pelos jornais antigos da nossa cidade, descobri a notícia que aqui podem ver. Curiosamente em 2008 tinha aqui escrito um poste, onda dava a conhecer esta ilustre albicastrense.
A notícia não nos diz a data em que a decisão terá sido tomada, nem os motivos que terão levado os responsáveis da altura a metê-la na gaveta.
Em 1980 o saudoso padre Anacleto, levantou o problema que caiu mais uma vez em saco roto. Só recentemente a nossa autarquia lhe fez justiça, ao atribuir a uma rua do Bairro da Carapalha, o nome desta ilustre albicastrense.

PEQUENA BIOGRAFIA
Faleceu em Castelo Branco em 12 de Fevereiro sua terra natal, e onda sempre viveu, Maria Emília Louraça de Oliveira Pinto, com 57 anos de idade. Era professora do ensino particular, ilustre escritora, e distinta jornalista. Foi directora e editora do quinzenário, de sensibilidade literária e noticiosa, que se publicou em Castelo Branco, desde 5 de Agosto de 1917 a 26 de Outubro de 1919, sob o título “ A Aurora”. Apesar da sua notável cultura, dinamismo, talento intelectual e forte intuição jornalística, Mara Emília Louraça viveu sempre com imensas dificuldades económicas. Neste sentido para sobreviver tinha de recorrer ao trabalho de eximia encadernadora, que executava na modesta papelaria de que era proprietária e se situava na rua da Figueira nº 37, em Castelo Branco, que também servia de redacção e administração do jornal “A Aurora”. Ali compunha o jornal e ali vendia também estampas, revistas, histórias da carochinha e literatura de cordel.

Rua. Professora Emília Louraça Castelo Branco 6000-342
O Albicastrense

quinta-feira, dezembro 10, 2009

AVENIDA NUNO ÁLVARES




Nos últimos tempos vários visitantes deixaram deste blog, comentários referentes a uma possível mexida na Avenida Nuno Alvares.
Existe um ditado popular, que diz o seguinte; “Não há fumo sem fogo”. Como considero que este ditado até tem muito de verdade, resolvi tentar saber mais, sobre o “diz que diz”, que depois ninguém confirma.
Após alguns contactos, umas tantas perguntas e algumas horas perdidas, consegui encontrar o site de uma empresa que faz projectos, (RISQUE), que apresenta na sua página da internet “
http://www.risco.org/pt/02­­_03.html” um projecto para a “Zona Envolvente da Estação Ferroviária,” com a data de 2007.
Afinal tanto secretismo e pseuda-participação da população, quando tudo parece estar já decidido para o nosso presidente.
Em meu entender o projecto é medonho, (para este local) e acaba, definitivamente, com a cidade equilibrada.
Ganhou o betão, perdeu a cidadania e honra na política.
UMA PERGUNTA….
Porque razões não foram estes bonecos divulgados pela nossa autarquia, antes das últimas eleições?
Se fosse mauzinho… Diria que alguém pretendeu esconder aos albicastrenses, coisas que “parecem” estar há muito decididas.
Se assim for! Só posso concluir que devem existir consciências desassossegada na nossa autarquia.
Vamos esperar para que o tempo se encarregue de nos trazer os próximos capítulos desta pobre novela da TVI, (perdão! dos nossos autarcas…).
O Albicastrense

terça-feira, dezembro 08, 2009

COMENTÁRIOS - VII

A importância do comentário da CDU é inquestionável, por esse motivo ele salta, (como já aconteceu com outros comentários) da secção de comentários, para a secção de postes.
À CDU o bem-haja por este esclarecimento.

CDU disse...
A CDU, tendo verificado que o prédio situado na rua J. A. Morão (antiga Garagem dos Limas) foi demolido sem que estivessem afixadas as razões da demolição, da obra ou de qualquer projecto para o local, violando os preceitos legalmente exigidos, enviou, através do deputado municipal João Delgado, um requerimento ao presidente da Assembleia Municipal, solicitando que sejam facultados os esclarecimentos que levaram a tal procedimento e também que, na eventualidade de haver qualquer projecto para o local, lhe seja facultado o mesmo. Chamou, ainda, a atenção para as condições ilegais em que a demolição ocorreu já que, não respeitaram as normas de segurança e ambientais em vigor, não colocando os devidos resguardos que evitassem ou atenuassem os perigos resultantes da queda de entulho ou de poeiras produzidas, pondo em perigo a integridade física e a saúde dos transeuntes, moradores e empresários dos estabelecimentos. Chamou, também, a atenção para a ausência de sinais ou cuidados de levantamento ou pesquisa de tipo arqueológico, numa zona que devia merecer esses cuidados.
O Albicastrense

sexta-feira, dezembro 04, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXV


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.

Comentários do autor: Na sessão que se segui à de 15 de Outubro de 1786 a que fizemos referencia no capítulo antecedente, realizou-se precisamente um mês depois daquela, em 15 de Novembro e apesar de tão largo intervalo, não há nesta nada, absolutamente nada, que interesse. Parece poder depreender-se de que a vida municipal ia em manifesta decadência. E os vereadores, vamos lá, também não estavam para se ralar muito. Em sessão de 17 de Dezembro aparece um requerimento da Madre Abadessa e mais religiosas do convento de S. Francisco da Vila de S. Vicente da Beira pedindo o seguinte:

Acta de1786:“a Sua Magestade hum real de agoa em toda a comarca por sinco annos parar reparar as ruinas do seu convento a exemplo de outro real de agoa que por sinco annos lhe consedeo o Senhor Rey Dom José que Santa Gloria haja no anno de 1754 sobre cujo requerimento manda Sua Magestade ouvir esta Câmara Nobreza e Povo....”

Comentário do autor: A Câmara, com o apoio unanimo da Nobreza e do Povo, achou que o auxílio era preciso porque este convento; “ era o único que havia não só nesta Comarca mas ainda em toda a extensão que decorre desde Gouveia até Abrantes e que não tendo este convento meios para se reparar das suas ruínas por ser notória a sua pobreza hera de interesse de toda a Comarca a sua conservação e reparo ”.
Mas, se isso era verdade, também era verdade que isso do real de água tinha que se lhe dissesse, “porque faria uma notável alteração nos viveres sujeitos a este tributo ” e com coisas de víveres não se podia brincar. O que podia fazer-se era dividir a importância em que fossem orçadas as obras por todos os concelhos da comarca, pagando-se com “os sobejos do Concelho ou do Povo”, em três, quatro ou cinco anos. Muita pena das pobrezinhas Irmãs do Convento de S. Francisco, mas dinheiro era sangue, especialmente quando se tratava do pão-nosso de cada dia, dos viveres, e então que se arranjassem lá com os “ sobejos do Conselho ou do Povo ”.
E assim pensaram todos, incluindo o Sr. José Agostinho Pancas, que é o primeiro a assinar a acta.
Até 2 de Abril de 1787 não aparece nada que jeito tenha. As sessões da Câmara são raras e nestas não aparece uma deliberação que tenha sombra de interesse. Em sessão realizada nesta data, porem, aparece-nos de novo a Câmara a lançar uma finta para acudir á necessidade de pagar às amas dos expostos e é outra vez á freguesia de Monforte que se exige a maior quantia.
Monforte tem de pagar 80.000 réis, ao passo que a cidade paga apenas 30.000 réis.
É com certeza a história do Chaparral que provoca esta diferença. Em 7 de Abril aparece a carta régia com a nomeação dos novos vereadores e do procurador do concelho. Os vereadores eram Francisco da Fonseca Coutinho e Castro João de Mendonça Valadares e Manuel Vaz Nunes Preto da Castillo; o procurador do concelho era o Dr. José Esteves Póvos.
A nomeação desta vez aparecia com notável atraso. Costumava a carta régia vir em princípio de Janeiro; veio desta vez três meses mais tarde.
Os novos vereadores, pelo que se pode desprender-se da pobreza das actas, não vinham com grande vontade de trabalhar. Durante o primeiro mês não fazem nada que se veja. Em sessão de 23 de Maio, porem, aparece coisa seria. Os arrematantes da carne de vaca apareceram a dizer mal da sua vida e a pedir que lhes acudissem. Tinham arrematado o fornecimento desta carne a 30 réis o arrátel, mas estavam a perder um dinheirão.
E o caso era sério a valer, porque antes de eles começarem com o fornecimento apenas se chegava a matar duas reses e na altura em que se encontravam chegavam a ser obrigados a matar cinco e seis ”por todas quererem vaca por ser pelo preço da carne meuda”; pediam por isso que lhes valessem, permitindo-lhes elevar o preço.
A câmara, ponderando que os arrematantes se tinham sempre portado bem, ao contrario do que tinha acontecido com os arrematantes que os tinham precedido, com os quais as questões eram o pão-nosso de cada dia, e considerando que já havia exemplos de alteração de preços da arrematação, foi generosa: consentiu na elevação do preço da carne de vaca de 30 réis para 35 réis.
Eram 5 réis de aumento em cada arrátel, o que representava qualquer coisa como o agravamento do preço em cerca de 17 por cento.

(Continua)
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.

O Albicastrense

terça-feira, dezembro 01, 2009

OBRAS NA MINHA CIDADE


A antiga garagem da Beira está a ser demolida, (e bem demolida segundo este albicastrense), pois este espaço estava uma autêntica lixeira.
Esta garagem ocupava um espaço que dá para a Rua J. A. Morão e largo de S. Marcos, sendo precisamente este pormenor que me leva a escrever esta pequena nota.
A pergunta que aqui gostaria de deixar aos responsáveis da nossa autarquia, só pode ser uma.


Está esta obra a ser seguida por responsáveis devidamente competentes, ligados à defesa da nossa história local?

Ou mais uma vez, (tal como aconteceu no largo de S. João), manda-se abaixo a garagem, retalha-se o subsolo e depois se aparecer alguma coisa, logo se vê!..
Gostaria de lembrar aos responsáveis da nossa autarquia, que estas obras não estão a decorrer num local qualquer!
Neste subsolo, existe muita da nossa história ligada ao sector da água, se olharem ao redor, podem ver a existência de um velho chafariz, que durante muitos e muitos anos deu de beber aos albicastrenses e que só a incúria de alguns, levou ao estado em que se encontra.
Ora como todos nós sabemos, este chafariz, (e não só) era alimentado por uma fonte que brotava na encosta do castelo, sendo pois legítimo pensar-se que no subsolo desta zona, possam estar condutas ou túneis por onde essa água passava.
Meus amigos as precauções tomam-se antes de as desgraças acontecerem! Por isso, este albicastrense mendiga o máximo cuidado, (se não for já demasiado tarde…) para com a defesa da nossa história local.

O Albicastrense.

sábado, novembro 28, 2009

ACONTECIMENTOS DESPORTIVOS


Numa altura em que o futebol da nossa cidade, "parece" andar esquecido pela grande maioria dos albicastrenses, aqui fica um cheirinho dos bons velhos tempos do futebol albicastrense.
A notícia saiu no jornal, “reconquista” em Março de 1946.
“Duas mil pessoas! À espera dos briosos rapazes…
Ao som da banda dos Bombeiros Voluntários e do estalejar dos foguetes.”
Comentários para quê!.......
O Albicastrense

sexta-feira, novembro 27, 2009

SINAL VERMELHO




A ideia de rapar algumas letras desta placa, até poderia ter alguma graça.
No entanto… a graça ficou sem graça, graças á falta de graça que a graça tem.

O Albicastrense

FAZ HOJE ANOS


724 ANOS DEPOIS
(27-11-1285/27-11-2009)
A vinte e sete de Novembro de 1285, Estiveram em Castelo Branco, suas majestades o rei D. Dinis e sua esposa, Rainha D. Isabel de Aragão.
Os régios visitantes saíram no dia seguinte. Porém, o monarca, achando que a vila não se desenvolvia e que o casario estava deveras espartilhado pelas muralhas, com ruas muito apertadas e vielas estreitas, ordenou que se construíssem novas muralhas, a fim de haver mais espaço, para melhor se urbanizar e para se poderem abrir ruas mais amplas, onde melhor se transitasse e mais confortavelmente se mercadejasse.
Neste sentido o perímetro das muralhas, que estava a asfixiar a urbe, passou a ter o triplo do seu comprimento.
PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias.
A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal ”A Reconquista

O Albicastrense

quarta-feira, novembro 25, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - LXII

MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO
" DOMUS MUNICIPALIS "
No antigo rossio da cidade, hoje denominado Praça de Camões e que é igualmente conhecido pela designação de Praça Velha, está situado um edifício notável, pela sua magnifica frontaria, de uma concepção magistral, onde se ostenta como principal elemento decorativo, uma bem lançada escadaria cujas guardas, de barras de ferro, são apoiadas em graciosas e espaçadas balaústres de cantaria de granito, (esta afirmação refere-se a 1951). Esta escadaria que, a julgar pela identidade das sua guardas e balaústres, deve ter servido de modelo ás existentes no magnifico jardim do antigo Paço Episcopal, dá acesso a um amplo terraço sustentado por uma elegante arcádia. Neste edifício estiveram instalados os serviços municipais o tribunal e a cadeia comarcã até ao limiar do século XXC. Sobre uma plataforma constituída por dois degraus quadrados erguia-se outra, no mesmo rossio, um pelourinho de granito de fuste cilíndrico e cujo capitel era ornamentado com simplicidade bem como o remate superior. Este velho símbolo de autonomia municipal foi demolido no último quartel do século XX para permitir a construção de casas particulares e a regularização da praça: não subsistiu por muito tempo à demolição sistemática das antigas fortificações medievais, empreendida no segundo quartel do mesmo século. Nos séculos XIII e XIV os Paços do Concelho da antiga vila de Castelo Branco estiveram nas dependências do castelo e no século XVI tiveram a sua sede na rua Nova. O edifício construído na Praça Velha, para a instalação dos serviços municipais e judiciais, data do século XVI. A atestar este facto, apresenta a sua bela fachada uma esfera armilar e as armas nacionais da época do Rei D. Manuel I esculpidas no granito regional. Ao lado dos dois emblemas do Rei Venturoso foi colocada na frontaria, no século XVII, uma lapide com uma inscrição composta por Frei António das Chagas e cuja tradução á a seguinte.
” À eternidade sagrada da Imaculada Conceição de Maria – D. João IV, Rei de Portugal, juntamente com as Cortes se votou tributário por si e pelos seus reinos com um censo anual e jurou defender perpetuamente a Imaculada Conceição da Mãe de Deus eleita para protectora do seu reino. Como lembrança da piedade lusitana ordenou que isto se exarasse nesta lápide viva, para eterna memoria. Ano de Cristo de 1646 e 6 do seu reinado.”
O censo anual votado foi de 50 cruzados ouro. Existem na cidade mais duas lápides iguais, à que está na fachada principal dos antigos Paços do Concelho. Essas lápides estavam colocadas nas muralhas que cingiam a povoação e estão actualmente incrustadas no reboco das paredes dos locais onde existiram a Porta da Vila (no extremo Norte da Rua dos Ferreiros) e a Porta do Espírito Santo (na entrada da Rua de Santa Maria).
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época. Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951. Autor; Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

domingo, novembro 22, 2009

A MAL-AVENTURADA PAREDE!.....


Quando critiquei o estado em que esta parede foi deixada após o final das obras feitas detrás do antigo edifício dos CTT, fi-lo na expectativa de poder vir a saber através da nossa imprensa ou dos responsáveis pela nossa autarquia, o porquê da desgraçaria que por ali ficou em exposição. Curiosamente, (ou talvez não!), não ouvi da parte das entidades locais, nem li em qualquer dos nossos jornais, o porquê desta parede mal enjeitada ter ficado como ficou, parecendo até, que tal situação fazia parte do respectivo menu das obras.
Os motivos que terão levado os nossos autarcas a deixarem esta parede, (como podemos ver nesta fotografia), prendiam-se, (segundo investigação… secretíssima e complicadíssima) com a compra desta velha casa. Casa, que depois seria mandada abaixo para se poder pôr à mostra mais alguns metros de muralha, que ainda existe naquele local.
A reparação desta parede por parte da câmara, parece querer indicar que tal compra não foi possível e que a parte restante da velha muralha vai continuar a servir de mijadouro e de marquise a uns tantos.
Senhores autarcas… Este faz de conta anda, mas que não andou mesmo nada, (pelo menos neste caso…), ainda me provoca um ataque cardial, depois… só quero ver quem é que paga as despesas de internamente.
Agora mais a sério! Senhor presidente… A continuação do bom trabalho feito nesta área, não pode nem deve ser interrompido por casas ou casinhas, por mais que os respectivos senhorios mendiguem por elas.


- Não deverá o interesse colectivo sobrepor-se ao interesse deste, ou daquele senhorio?
- Desistir agora, não será deixar este trabalho a meio do percurso?
- Ou será que tal expectativa mais não era, que uma artimanha eleitoral?

Perguntas que presumivelmente vão ficar sem reposta, mas que irei continuar a fazer enquanto os dedos não me doerem por tanto martelarem o velho teclado do computa.
O Albicastrense

quinta-feira, novembro 19, 2009

TIRAS HUMORÍSTICAS - 49

BIGODES E COMPANHIA
A Dupla Bigodes e Companhia comenta a entrevista dada por Fernando Raposo, ao jornal “Povo da Beira”.
Ao Fernando Raposo, (que conheço há muitos anos), este albicastrense só pode agradecer pelo trabalho realizado.
O albicastrense

terça-feira, novembro 17, 2009

PRAÇA CAMÕES



A Praça Camões apresenta hoje uma nova imagem. Para uns esta requalificação terá ficado aquém do esperado, para outros a requalificação terá sido um bom trabalho. Fui até lá para poder ajuizar das críticas boas e más, que ouvi sobre esta requalificação.
Antes de mais convêm lembrar, que esta velha praça foi em tempos uma espécie de Rossio, na antiga vila de Castelo Branco e que durante muitos e muitos anos era lá que se discutia o passado, presente e futuro da vila. A importância desta praça na antiga vila de Castelo Branco, só poderá ser comparada nos dias de hoje, à actual zona nobre da nossa cidade.
Voltando à requalificação da velha praça é importante dizer-se que a situação em que esta velha praça se encontrava antes destas obras, era de uma miséria total. Os carros estacionavam por ali como moscas à procura da caca, (embora ainda por lá parem alguns, como aliás é visível nas fotos ali tiradas hoje). Os contentores do lixo, (sempre cheios e mal cheirosos), davam à praça um aspecto de lixeira onde se descarregava tudo e mais alguma coisa.
O piso da referida praça, há muito que deveria ter sido substituído, pois era notória a sua degradação. Descrita a miséria que por ali existia, resta acrescentar que tal desgraça só foi possível graças ao abandono a que a mesma foi sujeita ao longo dos últimos 40 anos, (pois tenho um postal dessa altura, onde é possível ver-se esta praça em belíssimo estado), pelas varias vereações da nossa cidade.
Voltando ao assunto inicial, (as obras ali realizadas), em meu entender o resultado é bastante positivo pois, não só se recuperou a velha praça, como se tirou de lá o parque de estacionamento e ainda, os miseráveis contentores sempre cheios e mal cheirosos.
No entanto também partilho da opinião de muito “boa” gente, no que diz respeito aos actuais contentores do lixo, que não estão no melhor local.
Porém, muito trabalho existe ainda por realizar nesta velhinha praça. O estado da Domus Municipalis, conhecido nos dias de hoje como edifício onde estava instalada a biblioteca municipal, está uma autêntica desgraça.
Como se não bastasse o desgraçado estado em que este se encontra, ainda há quem lhe cague em cima. Ao verem-me por ali, alguém me quis mostrar o “cagadouro”, utilizado por porca gente, que utiliza a escadaria que dá acesso à cruz vermelha, para ali fazer as suas necessidades!.. Uma autêntica porcaria.
Ao presidente da nossa autarquia só posso fazer um pedido, e deixar uma sugestão.

O pedido: A recuperação deste edifício deveria ser uma obrigação para todos nós, pois só assim será possível olharmos para o futuro da nossa cidade, sem que nas nossas costas fiquem as ruínas de um passado a cair no esquecimento colectivo.

Sugestão: Esta praça teve em tempos um Pelourinho, que foi mandado abaixo no último quartel do século XX. Este velho símbolo da autonomia municipal foi demolida para permitir a construção de casas particulares e a regularização da praça, (meus amigos! estes nossos antepassados eram loucos).
Porque não voltar a ergue-lo no lugar de onde foi barbaramente deitado abaixo? Existem dados sobre ele e seria relativamente fácil reconstrui-lo. Deste jeito estaríamos a corrigir um erro cometido por antepassados nossos e ao mesmo tempo a prestar homenagem, aos albicastrenses que o edificaram.
Manuel Tavares dos Santos diz no seu livro, “Castelo Branco Na História e na Arte” o seguinte sobre este pelourinho:

Sobre uma plataforma constituída por dois degraus quadrados erguia-se outra, no mesmo rossio, um pelourinho de granito de fuste cilíndrico e cujo capitel era ornamentado com simplicidade bem como o remate superior. ”

Alguns dirão que estou a sonhar acordado... Talvez!

MAS COMO DIZ O POETA: “O SONHO COMANDA A VIDA”.

PS. Bigodes e Companhia, sempre vigilantes aos postes do blog, resolveram levar à prática esta ideia “maluca” do albicastrense e colocaram na fotografia da renovada praça Camões, o pelourinho.


(Aceitam-se sugestões e melhorias ao projecto destes dois cabeçudos).

O Albicastrense

quinta-feira, novembro 12, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXIV


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso,ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Nota do autor: Em sessão de 22 de Junho foram nomeados louvados para avaliação das “ervagens”. Para se fazer uma ideia do que isso era, ai vai uma nota dos valores que lhes foram atribuídos:

Acta de 1786: “ Ervagem da Graça das Azenhas, 55.0000 réis; das Lombas, 60.000 réis, do Cabeço de Figueiredo, 45.000 réis; da Fonte do Taleigo, 35.000 réis; do Vale de Mouro, 35.000 réis; do Rouxinol, 48.000 réis; da Manga de Pero Velho, 60.000, réis; da Volta da Liria, 30.000 réis, do Barregão, 40.000 réis; do Ribeiro de Ega, 70.000 réis; do Couto da Liria, 55.000 réis; dos Alvarinhos, 80.000 réis.
Avaliaram-se também os restolhos pela forma seguinte: Rebouça, 50.000 réis; Canto, 45.000 réis; Carvalhal, 45.000 réis; Cagavaio, 36.000 réis; Meia sorte, 25.000 réis; Semedeiro, 50.000 réis; Vale de Lobato, 45.000 réis; Lomba do Velho, 50.000 réis; Pedra da Abelha, 45.000 réis Capa Rota, 60.000 réis ”.

Nota do autor: Leve-se em conta a diferença do valor da moeda e ver-se-há que isto, que à primeira vista parece insignificante, tinha certa importância.
Nesta mesma sessão, tendo chegado ao conhecimento da Câmara que tinha aparecido quem se lembrasse de espalhar falsidades e infâmias contra o corregedor Gaspar de Sousa Barreto Ramires, que tanto se tinha interessado pelo bem-estar da população do concelho quando o pão faltou e os mercantes lhe fizeram subir o preço quase para o dobro, falsidades e infâmias que facilmente se sabe a causa que tinham, desde que se saiba que foram postas a correr pela matilha que ele, com a sua iniciativa da importação de pão para ser vendido ao publico pelo preço por que aqui ficasse, tinha lembrado a tempo, os vereadores José Carlos de Souza Coutinho e Castro e António Iguacio Cardoso Frazão apresentaram uma longa exposição dos relevantíssimos serviços que a cidade e o concelho deviam ao caluniado corregedor, que “com os seus Provimentos fez a felicidade dos moradores desta cidade”, e propunham que se lhe desse testemunho solene do reconhecimento da “Câmara, de toda a Nobreza e da parte san do resto do Povo” e que se lhe pedisse que continuasse a prestar os seus serviços ao concelho e, “a empregar o seu zello e a sua eficassia na execução das obras que elle havia progetado e que sam da maior urgência e precisão”.
A vereação, por unanimidade, fez sua a exposição e insistiu no pedido, o corregedor continuou a bem servir a comarca e os caluniadores encolheram-se. Houve sempre mariolas que apreciam a honra alheia pela deles, mas houve também quem soubesse fazer justiça. É o que vai valendo aos homens de bem.
Na sessão de 13 de Agosto de 1786 alguns moradores do lugar da Lousa reclamaram contra o facto de as ervagens daquele freguesia terem sido arrematadas por pessoas de fora, alegando que, além de outros prejuízos, havia o de não serem as terras destinadas á lavoura estrumadas pelos gados do povo. Foram ouvidos diversos moradores do mesmo lugar e todas, "una você"; “responderão que hera justo o requerimento dos subscritores no que convinhão se lhes facultasse a graça que pedião”.
A Câmara ouviu, mas não esteve lá com contemplações. Entendia que a ervagem devia ser para quem mais desse; “Quanto às terras que nescessitão ser extrumadas para lavouras tanto importava serem extrumadas com o gado do Povo como com o de fora delle”.
E, porque assim era, tivessem paciência. E naturalmente tiveram a paciência necessária para suportar a contrariedade, porque não se torna a falar em tais ervagens.
Durante o mês de Setembro de 1786 a Câmara não reúne vez nenhuma. Pelo menos não há acta nenhuma desse mês. Naturalmente os vereadores trataram das vindimas e deixaram as coisas municipais confiadas ao escrivão, que era um artista a rabiscar as actas. Ainda escrevia mais mal do que nós o sujeito, que acudia pelo nome de José Correia da Silva Aranha. Em Outubro houve duas sessões, uma no dia 1, outra no dia 15.
Na primeira apenas se resolveu que; ”se baldiassem os alqueves se hoje em diante não cruzando os Gados perda algua nos feijões que ainda ouver por apanhar que deverão guardar e cauzando a pagarão e seus donos”.
A do dia 15 foi de respeito, como se ve da respectiva acta, que reza assim;“Deferirão alguas petiçoens e por não haver mais que despachar ouverão este auto por findo que asignarão”.
E mais não diz o aranhão do escrivão, certamente porque mais não houve. Não estavam para se ralar os senhores vereadores.
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
O Albicastrense

quarta-feira, novembro 11, 2009

EXPOSIÇÃO - " Ética a Vida (n)a Morte "


SALA DA NORA : CINE TEATRO AVENIDA
6 a 28 de Novembro
Esta exposição colectiva, tem quadros de trinta e um artistas, uns naturais da nossa região e outros com fortes ligações a ela. Nesta exposição podemos ver quadros de: Manuel Gargaleiro, Barata Moura, Ribeiro Farinha, Costa Camelo, Tomás Mateus, Cristina Ataíde, Rosário Belo, João Sena, José Simão, José Manuel Castanheira e muitos outros artistas.
Aos responsáveis por esta lindíssima exposição, este albicastrense só pode dizer bem-haja.
AOS VISITANTES DESTE BLOG, UMA SUGESTÃO
Se mora em Castelo Branco ou perto na nossa cidade.
Desligue a TV…
Ponha o computador em pausa…
Levante o rabo do sofá…
Dê corda aos sapatos…
E vá visitá-la! Se não for, quem fica a perder é você…
O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...