segunda-feira, dezembro 28, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXVI


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)

Comentário do autor: Em sessão de 8 de Julho de 1787 foi lida em sessão uma carta em que o Bispo de Castelo Branco, D. Frei Vicente Ferrer da Rocha, começa por dizer que, logo que fora encarregado do Mistério Apostólico do Governo da Igreja, se tinha lembrado de promover a eleição “do Santo Patrono desta cidade e de todo o Bispado em cuja intercessão nós (nós era ele, o Bispo) e todos os nossos súbitos e muito amadas filhos tivéssemos em nossas necessidades pronto recurso e eficaz socorro”; mas que vários trabalhos o tinham impedido de fazer isso tão depressa como convinha e, só agora se lhe oferecia ensejo de pedir que a Câmara, com a cooperação da Nobreza e Povo, procedesse à eleição do Santo Patrono, pedido que esperava que fosse deferido sem demora. A Câmara fez a convocação para o dia 15 do mês, realizando-se a eleição sob a presidência do juiz pela ordenação. Começa-se por receber os “papeis” que, com todas as formalidades, eram metidos “ em hum vazo” e;

Acta de 1787: ”Depois de todos terem entrado os foi o mesmo Juiz pela ordenação tirando cada hum por si abrindo vendo e entregando a mim Escrivão, e eu os publicava e assentava em hum papel avulso e depois de todos publicados e assentes se apurarão os mesmos votos uniformemente votarão em Nossa Senhora com o titulo do Rosário pela razão de não haver diante de Deos Nosso Senhor mais eficaz protecção do que a Sua e ser muito antiga a devoção que os moradores desta cidade lhe tem sempre tido, e juntamente pelos muitos milagres que a mesma Senhora tem obrado pela devoção do Rosário e porque se não acrescente ao Povo novo dia santo”.

Comentário do autor: Esta de se escolher para Padroeira do bispado e cidade de Castelo Branco Nossa Senhora do Rosário por várias razoes e, muito especialmente, porque se não acrescente ao Povo novo dia santo, devemos concordar que, se foi nota uniforme da Câmara, Nobreza e Povo da cidade. Chega a parecer do famoso rabiscador das actas, o escrivão Aranha, que não devia querer que houvesse mais dias santos para lhe não faltar tempo para a redacção das actas; que são verdadeiros monumentos de arte… rabiscatóris. Era tão genial artista que ainda escrevia mais mal que nós, o que é dizer tudo.
Em sessão de 28 do mesmo mês o procurador do concelho informou que o número de alqueires de pão estavam em divida ao Monte da Piedade desde o ano da sua fundação, excedia tudo o que podia supor-se; que a continuarem as coisas assim, não podia manter-se e do desaparecimento deste resultariam gravíssimos prejuízos para os lavradores; que, nestas circunstâncias, era preciso acudir com providências urgentes e por isso propunha que se tirasse dos livros competentes uma nota exacta do que cada um devia, “para os juízos os noteficarem para cada hum pagar até dia de Nossa Senhora de Agosto de prezente anno na forma das condiçoens declaradas no livro das Sahidas pena de que não o fazendo de se proceder a penhora em seus bens”.
Os vereadores acharam que isso estava bem e por isso se fizesse assim; mas não pudemos saber se foi cumprida á risca o deliberada, porque nas sessões que se seguem não se torna a falar em tal coisa.

(Continua)
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
O Albicastrense

4 comentários:

  1. Olá, caro Antóni Veríssimo. Venho a seu blog interessado em um post já antigo seu sobre as arrematações da renda do verde em aldeias próximas a Castelo Branco.
    Como estudo a vila de São Paulo (Brasil), também apareceu-me esta forma da vila angariar dinheiro, pela renda do verde; mas gostarias de perguntar se poderias me explicar melhor no que caracterizava a arrematação da renda do verde. Com o que o arrematante se comprometia dando lance e o que ele fazia com esta renda? Se puderes me apontar algumas respostas ou apontar onde procurar, ficaria muito grato do lado de cá do Alântico!

    Parabéns pelo blog! Muito interessante ver o que passam por aí!

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  2. Anónimo10:39

    Grande Efeméride ainda em 2009
    "exposição" Pais Natal na Casa do Arco -Truque de quem não tem ideias
    COMPRA teve honras na RTP com discurso de quem tem responsabilidade
    e lá se vende gato por lebre
    quanto pagaram ao G.T.ou não pagaram o favor-como se chama isto
    Por favor tenham lá umas ideias brilhantes para o Natal de 2010
    É que a animação de rua este ano foi linda, linda
    de morrer por mais
    uma explicação pedem os albicastrenses
    robin dos bosques

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  3. Caro pontoos...

    O que me pede não é de fácil esclarecimento.
    Posso no entanto dar-lhe o nome de um estudioso nesta matéria: Alberto Silbert (1915-1996).

    Um abraço

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  4. Recebo muito grato sua resposta! Estou com problemas para explicar o ponto que tange as rendas do verde do Concelho de São Paulo. Isto pois, dizem que se arrematam, mas não dizem o que são.

    Um abraço do lado de cá do oceano! E bom virar de ano!

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