segunda-feira, maio 31, 2010

DO BAÚ DO PASSADO, PRÓ BOLG.


FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR
127 ANOS DEPOIS
1883-2010
No dia 1 de Junho de 1883, nasceu em Lisboa na freguesia da Lapa, Francisco Tavares Proença Júnior, que foi um apaixonado pela arqueologia.
Em 10 de Abril de 1910 fundou em Castelo Branco, o Museu Municipal, o qual hoje ostenta o seu nome.
Morreu a 24 de Setembro de 1916, em La Rosiaz na Suíça.
O albicastrense

JORNADA DE LUTA DA C.G.T.P.





Para quem não esteve na jornada de luta promovida pela C. G.T.P do passado sábado, aqui ficam algumas das muitas fotografias que ali obtive.
O albicastrense

sexta-feira, maio 28, 2010

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - LXIX

CAPELAS E CRUZEIROS
(II)

(Continuação)
CAPELA DE S. BARTOLOMEU
Existiu no sítio da Feiteira e tinha uma mordomia que organizava uma festa anual no dia consagrado ao seu orago. Esta capela, cuja data da fundação não é conhecida, ainda se encontrava em bom estado no século XIX.
CAPELA DE S. BRÁS
Estava localizada nas proximidades do castelo. Tinha um portal no estilo do Renascimento, em arco de volta pleno sobre pilastras com capitéis muito singelos. A par destas pilastras havia outras que terminavam superiormente numa cimalheta recta cuja faixa passava tangencialmente ao fecho do arco. Sobre este fecho, a faixa tinha gravado a data de 1701 pouco perceptível, facto que induziu em erro António Roxo que, supondo que aquela data era a de 1101 da era de César ou 1063 da cristã atribuiu, na sua Monografia, a erecção da capela, aos fundadores de Castelo Branco. A data de 1710 era da reconstrução da fachada principal e da ampliação da capela absidal.
CAPELA DE S. GENS
Erguia-se no cimo de um outeiro conhecido pelo nome do mesmo santo, na serra da Cardosa. Do livro do Tombo da Comenda consta que ela ainda existia em 1753 com comprimento de 49 palmos e a largura de 21 palmos.
Em 1853, quando foi publicado o Memorial de Porfírio da Silva, apenas restava, no local da ermida, um cruzeiro de cantaria que veio a ser destruído no século XX por mero vandalismo.

CAPELA DE S. GIÃO
Situava-se nas cercanias da aldeia da Lousa, junto da ribeira de Alpreada. Do livro do Tombo da Comenda de Cristo consta que, em 1753 apenas restavam desta ermida, os alicerces das paredes.
CAPELA DE S. PEDRO
Estava situada nas proximidades do chafariz de S. Marcos, num local ocupado actualmente por casas particulares.
Na fachada da frente, voltada ao poente, possuía um alpendre sobre quatro arcos de cantaria. Alem do altar-mor havia dois altares colaterais. Contíguos à capela-mor, do lado do norte, uma sacristia com duas janelas e uma dependência para arrecadação.
Do tombo de 1620, da Misericórdia, consta que foram incorporados nos bens daquela instituição os que pertenceram à antiga Confraria de S. A irmandade de S. Pedro foi transferida para a Igreja de S. Miguel da Sé, após a demolição da capela, tendo-se dissolvido na primeira metade do século XVIII por discrepâncias suscitadas entre clérigos seculares que a constituíam.
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época. Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951. Autor; Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

TIRAS HUMORÍSTICAS - 64

BIGODES & COMPANHIA
Bigodes e Companhia comentam algumas das declarações da governadora do nosso distrito, ao jornal “povo de beira”.

O albicastrense

quarta-feira, maio 26, 2010

AMOR É ...



DECLARAÇÃO DE AMOR…
Numa altura em que o desânimo é uma “espécie” de símbolo nacional, aqui ficam duas imagens (para alegrar o tal desânimo), captadas por mim, na parede de uma velha casa situada na Praça Rei Dom José.
Ao autor desta declaração, só posso desejar que a resposta da “doce” seja muito, (mas, mesmo muito) docinha.


O nosso anónimo disse…
… por amar a liberdade, deixo livre tudo que possuo!
Se voltares é pq sp foste minha…
de contrário nunca me pertenceste…
amo-te doce!..
Luís de Camões disse…
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem-querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?


O albicastrense

domingo, maio 23, 2010

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXXI


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.

Comentário do autor: Na sessão da Câmara realizada em 28 de Setembro de 1788 foi apresentada a lida uma carta do Secretario de Estado dos Negócios do Reino, Visconde de Vila Nova de Cerveira, datada de 11 do mesmo mês, comunicando que nesse mesmo dia, pelas quatro horas e meia da tarde, fora “Deus servido chamar á Sua Santa Gloria o Sereníssimo Senhor Príncipe do Brazil Dom José depois de muitos e católlicos autos de fervoroza resignação”. Os vereadores fizeram o que era costume:
Acta de 1788 … determinarão que logo fizessem todas as demonstrações de sentimento do estillo, tocandoce os sinos e rellogio os dias do estillo, e que nesta Cidade e termo se fizesse publico por pregoens Editaes e ordens que todas as pessoas ponhão e tragão luto seis mezes três riguroso, e três aleviado, e que as pessoas pobres tragão ao menos hum signal de luto, em demonstração de justo sentimento que deve ser geral pela falta de huma vida a mais precioza. E aquele que faltar será castigado a arbítrio.
Comentário do autor:
Nada menos do que castigados ao arbítrio dos senhores vereadores. Não o faziam por menos. E nesta sessão não se resolveu mais nada, apesar de haver vinte e dois dias que a Câmara não dava sinal de si. A sessão seguinte realizou-se no dia 7 de Outubro e lá nos aparece o carcereiro posto na rua a logo nomeado outro, que se chamava Manuel Silvestre Patinha. Não aqueciam o lugar os carcereiros, que em regra eram bons para o verão, porque eram frescos.
Nesta sessão deliberou-se ainda que do dia doze em diante “ficassem os alqueves coutada e que no mesmo dia despejassem todos os gados os mesmos alqueves”. E mais nada. Não estavam para se ralar os bons dos vereadores. No dia 22 de Outubro tornou-se a reunir-se a Câmara e a respectiva acta reza assim: “E logo determinaram que fazendosse a obra da Esquina da rua dos Peleteiros que faz fasse à rua dos ferreiros para que no dito citio da mesma rua fique ela direita para que sem embarasso passem as sejes e carros se dê deste conselho a metade da despeza que se fizer na mesma obra”. E pronto. O escrivão Aranha não teve mais nada que dizer, a não ser que ”por haver mais que despachar ouverão este auto por findo”.
É sem importância a deliberação; mas é bom notar que se chamava dos Peleteiros a rua a que, anos depois, começaram a chamar dos Paliteiros.
Dos Peleteiros é que se chamava, por estarem nela reunidos os operários que trabalhavam em peles. Dos Paliteiros era disparate, porque a indústria de palitos nunca existiu cá na terra. E a propósito:
Um cavalheiro que morou naquela rua, monárquico até à raiz dos cabelos enquanto houve Monarquia em Portugal, fez-se republicano “histórico” logo que apareceu a Republica e, para mostrar que o seu republicanismo era de raiz, logo que se reuniram as cortês constituintes, pediu como cego e conseguiu que a citada rua se chamasse das Constituintes.
Rua das Constituintes porque? Não seria de toda a conveniência que, em homenagem, à tradição, voltasse a chamar-se-lhe Rua dos?
E logo ali ao pé temos outra. A rua que se chamava dos Ferreiros, porque de facto antigamente nela trabalhavam os operários que à indústria de ferro se dedicavam, deu-se também o nome de Rua Alfredo Keil. Porque? Só se foi porque numa casa dela se faziam ensaios de uma banda que tocava a Portuguesa, a propósito de tudo e a propósito de nada.
Voltem a chamar-lhe Rua dos Ferreiros, que assim é que está certo. É assim que está certo e é assim que ainda hoje toda a gente lhe chama.
PS. António Ribeiro Cardoso interrogava-se em 1937, sobre as mudanças de nomes de algumas das velhas ruas do Castelo.
Até parecia que ele pressentia que mais tarde ou mais cedo, estas velhas ruas voltariam aos seus nomes de origem.
Alguns anos mais tarde, (década de 50) a autarquia albicastrense decidiu que as respectivas ruas voltariam aos seus nomes de antigamente, (
a rua das Constituintes voltou a chamar-se dos Peleteiros, e a rua Alfredo Keil voltou a chamar-se dos Ferreiros).
(Continua)
PS – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
O Albicastrense

quinta-feira, maio 20, 2010

EXPOSIÇÃO - X


ANTÓNIO ANDRADE FERNANDES
10 – MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR - 100 ANOS - E DEPOIS?

O trabalho deste mês de Maio, aborda uma composição alusiva às comemorações do centenário do Museu Francisco Tavares Proença Júnior. Iniciei esta obra em 1982 que concluí em Março de 2010 com a colaboração dos meus filhos, o Miguel e a Carolina e da minha querida cara-metade, a Céu.
Trata – se de uma homenagem sentida que eu e a minha família quisemos prestar a um dos mais ilustres Directores daquela Instituição, o Dr. António Salvado, nesta altura também digníssimo Comendador.
Materiais utilizados: madeira, manta de trapos, xisto, sisal, cerâmica, coiro, machado de pedra polida e ponta de seta (?) Pintura a acrílico, fogo e pirogravura.
O albicastrense

quarta-feira, maio 19, 2010

TIRAS HUMORÍSTICAS - 63


Bigodes e Companhia comentam declarações dos responsáveis da concelhia de Castelo Branco do PSD. Declarações proferidas durante as celebrações do 36º aniversário, do partido Social Democrático.
O albicastrense

segunda-feira, maio 17, 2010

DO BAÚ DO PASSADO, PRÓ BOLG.

PHILIPPE VALLE DE CALDEIRA
(372 ANOS DEPOIS)

No dia 16 de Maio de 1648, Philippe Valle de Caldeira, foi nomeado Sargento-mor de Castelo Branco, sendo a primeira individualidade a exercer estas funções na nossa região.
Faleceu no dia 24 de Junho de 1674 e encontra-se sepultado (assim como a sua esposa), Maria de Sande Pereira, na antiga “Casa do Despacho”, do ex. Convento da Graça, que se situa por detrás da capela-mor da Igreja da Graça, hoje pertença da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco.
Nesta sala, onde se encontram expostos, dois preciosos altares, de tolha dourada e colunas torsas, estilo renascença, local este que também já serviu de secretaria da Santa Casa, esta colocado na parede, um elucidativo epitáfio, em memoria do Sargento-mor Philippe Valle.

PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias.
A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal ”A Reconquista
O albicastrense

domingo, maio 16, 2010

COMENTÁRIOS - X

Anónimo disse…
Os cabos dão, de facto, um ar descuidado à zona mas fosse esse o único problema que ainda por aí persiste e estávamos nós muito bem.
Há muito trabalho a fazer na zona histórica de Castelo Branco. Quando olho por exemplo para o edifício que já serviu de biblioteca, bem bonito por sinal, e o vejo todo grafitado e num péssimo estado de conservação não posso deixar de pensar que toda a zona histórica precisa e merece uma intervenção bem mais profunda que aquela que tem sofrido. Não podemos aspirar a torná-la num espaço turístico da cidade, como se tem tentado fazer com a criação da praça académica e com as novas instalações do museu, se os edifícios e as ruas não forem tratados convenientemente.

PS - Diga-nos o que pensa sobre o que está a ser feito na nossa zona histórica…
O albicastrense

sexta-feira, maio 14, 2010

VELHAS RUAS DA MINHA CIDADE



RUA DO RELÓGIO
(ANTIGA RUA DA ESTALAGEM)
Das minhas idas à zona histórica da nossa cidade, tenho encontrado situações, que por vezes dou comigo a pensar se o que estou a ver é apenas uma anormalidade temporária e que brevemente estará solucionado, ou se esta anormalidade temporária, não irá tornar-se uma aberração definitiva.
Vem esta conversa, a propósito de uma situação caricata que se pode ver na rua do Relógio.
Nesta rua é possível vermos um cabo eléctrico, (conforme as fotografias documentam) que percorre mais de cem metros da rua, amarrado com fios às portas das muitas casas ali abandonadas.
Penso tratar-se de um cabo, que em tempos transportou sinal de televisão, porém, seja de televisão ou de electricidade, é inadmissível, que na zona histórica de uma cidade onde se tem gasto uma pipa de massa, para lhe dar uma nova imagem se permita este tipo de aberrações.
O magano do cabo está pendurado às portas das casas há uma quantidade de tempo, e para espanto de quem por ali passa ou mora, até parece que a situação, em que o magano se encontra é perfeitamente normalíssima!..
O trabalho de recuperação da nossa zona histórica, tem sido bastante meritório, por isso, este albicastrense não consegue compreender, que o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos seja emporcalhado aos olhos dos albicastrenses e de quem nos visita, com parvoíces como esta e outras iguais a esta.
Já uma vez aqui alvitrei aos responsáveis pela nossa autarquia o seguinte: Para quando a criação de uma equipa de observadores, que percorra regularmente a nossa cidade, de forma a evitar situações que nos envergonham a todos
Como a esperança é a ultima coisa a morrer! Volto a propor aos nossos autarcas, a mesma ideia garantindo não reivindicar direitos de autor.
UM POUCO DA HISTÓRIA DESTA RUA
Numa carta de perdão, concedida por D. João em Santarém, a oito de Março de 1486, faz-se referência a um tal Afonso Vaz, lavrador e morador em Castelo Branco, na Rua da Estalagem… Não voltamos a ter outra notícia sobre esta artéria, mas, como já vimos, aparece-nos no rol dos capitães as ordenanças (1527), uma estalagem que podemos situar à esquina da Praça com a rua (proveniente da Porta do Relógio), a qual inexplicavelmente, não está citada na dita relação. Por outro lado, só vejo mencionada a Rua do Relógio no livro das posturas antigas do concelho de Castelo Branco, coligidas e actualizadas em 1620, mas seguidas desde épocas remotas...
A Torre do Relógio, que acabaria por dar nome à Porta e à rua, deve ter sido levantada na segunda metade do séc. XV, após a abertura da porta flanqueada pelas duas torres quadradas, como vemos perfeitamente na vista N.E. do L.F.I. (Duarte de Armas escreveu ali, em 1509, a seguinte legenda: “Relógio”). Tudo isto lava-me a supor (com uma grande margem de insegurança) que, inicialmente, depois da abertura deste Porta, talvez a artéria que dela partia de designasse por Rua da Estalagem, em virtude da circunstancia atrás referida; mais tarde, após o levantamento da Torre do Relógio, tal designação seria substituída pela actual…
PS. Dados históricos retirados de: “SUBSIDIOS PARA O ESTUDO DA TOPONÍMIA ALBICASTRENSE DO SÉCULO XVI”. De Manuel da Silva Castelo Branco.
O albicastrense

quinta-feira, maio 13, 2010

FOTOGRAFIA DE CASTELO BRANCO


QUADRO COM FOTOGRAFIA DE CASTELO BRANCO
QUER COMPRAR !?...
(Dimensões do quadro 1,35x62)
Contactos: Caixa de comentários, (que servirá apenas para contacto inicial).
O albicastrense

terça-feira, maio 11, 2010

FIGURAS CASTIÇAS DA MINHA TERRA


GUILHERMINO GERALDES
Guilhermino de Geraldes, era uma das figuras mais castiças do seu tempo, na cidade de Castelo Branco. Quem não se recorda dele? A festejar no estádio da luz, ou no Vale do Romeiro, de bandeira em punho a dar voltas e mais voltas, à volta do campo.
Numa altura em que o Benfica comemora mais um título de campeão nacional, interessa recordar esta figura, que se hoje fosse vivo estaria (no mínimo) a dar saltos de contentamento, por mais esta conquista do seu clube de coração.
O "tio Guilhermino", como carinhosamente era tratado por muitos albicastrenses, ou ainda como o homem que transportava as fitas cinematográficas da estação, para o cine teatro Avenida, (ou vice-versa) morreu na década de 80, (se a memória não me atraiçoa) em sua homenagem, aqui ficam dois pequenos recortes do jornal, “reconquista” publicados na década de 70.
O Albicastrense

segunda-feira, maio 10, 2010

MUSEU DE FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR - VII

UM PEQUENO COMENTÁRIO
SOBRE OS PRIMEIROS ANOS DO NOSSO MUSEU




Tal como prometi, aqui ficam mais algumas páginas da história do museu entre os anos de 1910 e 1961.
(Continuação)
Tal como disse no poste anterior, o museu irá manter-se nas instalações do Governo Civil, até inícios da década de setenta do século XX.
Em finais dos anos cinquenta, começa a falar-se da necessidade de construção, de um edifício de raiz para albergar o museu.
Existia na nossa cidade em finais dos anos cinquenta, um grupo dominado de: ”Circulo Cultural de Castelo Branco”, resolveu esse grupo, mandar fazer um estudo de arquitectura e engenharia para construção de um edifício, (a que eu chamaria hoje Centro Cultural, que curiosamente! não propunha nenhuma pista de gelo…) fotos, 1 e 2.
O edifício em causa, iria albergar o museu, uma Biblioteca, a Repartição ou Comissão de Turismo, e o Circulo Cultural num conjunto impressionante, quanto à convergência de objectivos e interdependências, (como aliás se pode ler numa edição do jornal “reconquista” de 6 de Julho de 1958).
O grupo fez contactos com o Arquitecto Terra e Mota (que fez o projecto), o Ministro das obras Publicas, o Governador Civil do Distrito, a Fundação Gulbenkian, (através do seu Presidente da altura Dr. Azeredo Perdigão).
O local de construção chegou a estar designado, (local onde hoje se encontra o Palácio da Justiça), ou seja, parecia que tinha pernas para andar.
Pelo que pude constatar, nas várias edições do jornal “reconquista” que consultei, o projecto era de se lhe tirar o chapéu, porém, por motivo que desconheço o projecto morreu antes de nascer.
Como nada se resolveu em relação a novas instalações, o museu vai ficar à espera de nova oportunidade e encerra portas entre 1962 e 1971. Como a ocasião faz o ladrão, o museu é assaltado em 1968 e 1969, (os autores destes assaltos ainda hoje estão por descobrir!..).
Com estes assaltos, o museu fica muito mais pobre, pois foram roubadas centenas de valiosas moedas, assim como outras peças de grande valor.
Curiosamente, é durante a estadia do museu no Governo Civil, que este albicastrense se apercebe da sua existência.
No início do anos sessenta, (era eu um puto com pouco mais de dez anos) ao passar por ali, reparei num velho homem sentado à porta da entrada do museu, e ao qual eu perguntei se podia entrar, o velhote muito simpaticamente deixou-me entrar, a partir dessa altura comecei a passar por lá regularmente, até que em 1962 fechou portas. Confesso que ainda hoje recordo, as velhas vitrinas de madeira cheias de moedas e condecorações, que me deixavam os olhos esbugalhados pelo brilho dos objectos expostos.
Num pequeno balanço aos primeiros sessenta anos do nosso museu, posso dizer, (não querendo ser demasiado duro) que embora existisse legalmente e tivesse instalações próprias, o seu dia-a-dia era de triste figura, pois foi mais o tempo em que esteve de portas fechadas que de portas abertas.
Consultei sessenta anos de antigos jornais da nossa cidade, para recolher informações sobre esses tempos, porém, o mais que consegui encontrar sobre esses mesmos tempos, foram pequenas notícias sobre ofertas de moedas ou de pequenos objectos, encontrados aqui ou acolá.
Sobre a actividade do museu no seu dia-a-dia, não consegui encontrar praticamente nada, que valha a pena mencionar, independentemente de o nosso museu ter tido como directores, homens como Manuel Paiva Pessoa, António Elias Garcia e D. Fernando de Almeida.
Para finalizar este primeiro período do nosso museu:
- Diria que ele nasceu em ano de acalorada disputa, (derrube da monarquia e implantação da república).
- Viveu a sua juventude, numa época de golpes e contra golpes republicanos.
- Fez-se adulto, numa época em que o vinho, o fado, e o futebol eram o slogan de Portugal.
- E sucumbiu aos sessenta anos (temporariamente) numa época em que o salazarismo, amordaçava todos aqueles que não acreditassem no tão proclamado slogan.
Sessenta anos descritos em meia dúzia de postes, é no mínimo de uma ligeireza confrangedora, porém, como apenas pretendi dar a conhecer um pequeno resumo histórico, espero ser perdoado por quem efectivamente possa contar esta história, com mais rigor e melhor investigação histórica.
No próximo posts vou começar a falar do museu entre os anos de 1971 e 2010.
O Albicastrense

sexta-feira, maio 07, 2010

ALBICASTRENESES ILUSTRES - XVIII


D. JOSÉ ANTÓNIO DA MATA E SILVA

Nasceu na cidade de Castelo Branco a 23 de Junho de 1800. Formou-se em Cânones, tendo sido sucessivamente, Cónego da Sé de Évora em 1825 e Tesoureiro mor da mesma Sé no ano seguinte; nomeado vigário apostólico do bispado da Guarda, em Janeiro de 1846, cargo de que, a seu pedido, foi dispensado em 17 de Março de 1852 e elevado à dignidade de deão do Cabido da Sé de Évora.
Em 29 de Março de 1848, foi deputado pelo círculo de Castelo Branco. Apresentado Bispo de Beja, por decreto de 10 de Fevereiro de 1859; foi confirmado, por bula de 20 de Junho do mesmo ano. Tomou posse por seu procurador, o padre João Baptista da Silva, em 25 de Agosto de 1850, recebeu a Sagração em Lisboa em 18 de Outubro; tomou posse do pariato, em 5 de Novembro de 1859, e entrou em Beja, a 25 do mesmo mês. Por decreto de 19 de Abril de 1860 foi eleito Arcebispo de Évora dignidade em que Pio IX o confirmou, no Consistório de 13 de Julho, do mesmo ano. Ainda depois de confirmado Arcebispo de Évora, continuou Mata e Silva, exercendo por algum tempo, o governo da Diocese de Beja, como administrador apostólico.
Assim consta da prosão de 20 de Agosto de 1860, pela qual nomeou vigário geral e juiz dos casamentos o dr. Francisco Repelo da Costa, abade de Santa Maria das Chão na diocese de Viseu. José António Mata da Silva, viria a morrer em 1869.
PS. Alguns destes dados históricos, são da autoria do saudoso padre, Anacleto Pires Martins
O albicastrense

quarta-feira, maio 05, 2010

DO BAÚ DO PASSADO, PRÓ BOLG.



CENTO E UM ANO, DEPOIS…
O NOSSO MUSEU
No dia cinco de Maio de 1009, o Município Albicastrense aprovou o orçamento que serviria de almofada financeira para custear as obras que iriam ter lugar na Capela do Antigo Convento de Santo António, a fim de adaptar este templo a Museu, pois o Convento devoluto havia sido transformado em Hospital Militar.
PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias.
A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal ”A Reconquista
PS. A fotografia que ilustra este poste, terá sido tirada nos primeiros dias do museu regional de Castelo Branco, hoje com o nome de Francisco Tavares Proença Júnior. Local, Capela do Convento de Santo António dos Capuchos.
O albicastrense

TIRAS HUMORÍSTICAS - 63


Bigodes e Companhia brincam com a proposta de um anónimo para baptizar a nova praça albicastrense, metendo na reinação o clube de coração do Companhia.

O albicastrense

segunda-feira, maio 03, 2010

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - LXIII


MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO

CAPELAS E CRUZEIROS
Na cidade de Castelo Branco e nos seus arrabaldes foram erguidas numerosas capelas destituídas, na sua maior parte, de valor artístico ou arquitectónico. Alguns destes pequenos edifícios, de fundação remota, perduraram através dos séculos. Outros, não puderam resistir as vicissitudes das épocas que atravessaram, ou da acção inexorável do tempo e desapareceram para sempre sem deixar vestígios da sua existência.
Pertenciam, algumas capelas, à extinta Comenda da Ordem de Cristo, outras eram independentes e ainda outras faziam parte de propriedades particulares. As pertencentes á Comenda da Ordem de Cristo eram as seguintes: a de Santo André, a de S. Bartolomeu, a de S. Brás, a do Espírito Santo, a de S. Gens, a de S. Gião, a de S. João Baptista, a de S. Lourenço, a de S. Marcos, a de S. Pedro em Castelo Branco, a de S. Pedro na povoação de Salgueiro, a de Nossa Senhora da Piedade, a do Senhor da Piedade e a de S. Sebastião.
Eram independentes, as de Santa Ana, de Santa Eulália, dos Presos, de Nossa Senhora dos Remédios e de Santo Iago.
As capelas particulares que tinham acesso pela via pública eram a de Nossa Senhora da Ajuda, a de Nossa Senhora da Conceição, a de Nossa Senhora da Graça, a de Nossa Senhora do Rosário, a de S. Judas Tateu, a de Santa Maria Madalena e a da família Mesquita.
Actualmente existem apenas as capelas de Nossa Senhora de Mércoles, do Espírito Santo, de S. Marcos, de Nossa da Ajuda de Santa Ana, de Nossa Senhora da Piedade, de Santa Maria Madalena, de S. Pedro na Povoação de Salgueiro, dês. Lourenço no lugar de Palvarinho, de Nossa Senhora dos Remédios, e de S. Martinho.
A ERMIDA DE SANTO ANDRÉ.

Estava no situada no sitio da Polida e tinha na frente um cruzeiro muito simples, de cantaria. Segundo o Tombo da Comenda, tinha de comprimento 9 varas e 2 palmos e meio e de largura e 3 varas e meio. Ignora-se as datas da sua fundação e da sua demolição. É porém, indubitável que já existia no século XVI quando o Rei D. Manuel I instituiu a Misericórdia de Castelo Branco e nela incorporou os bens da Confraria de Santo André que na totalidade, rendiam anualmente 6$185 réis e duas galinhas e que se compunham de 43 casas, 14 chãos, 12 vinhas e 28 olivais.
No dia de Santo André havia nesta capela uma festividade promovida pela irmandade da Santa Casa de Misericórdia.

(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época. Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951. Autor; Manuel Tavares dos Santos

O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...