segunda-feira, novembro 29, 2010

CASTELO BRANCO


A MINHA CIDADE - 2010
O Albicastrense

JORNAIS DA MINHA TERRA


UM POUCO DO SEU PERCURSO AO LONGO DOS TEMPOS (III)
(Continuação)
Em 1904 apareceu aquele que viria a ser um dos dinossauros da imprensa da nossa região, “Noticias da Beira”. O primeiro numero sai em 29 de Maio de 1904 e o último em 1926, ao todo saíram 831 números deste jornal.
A pesar de algumas vezes “suspenso”, manteve-se durante vinte e dois anos. Foi seu primeiro director António Trindade Cardoso e Silva que o imprimia na Rua dos Peleteiros. Consta que o dono da tipografia, Artur Silva, não tinha trabalho e resolveu, então formar um grupo com Pedro Bispo e António Trindade, do qual nasceu o referido semanário. Porém surgiram desentendimentos entre o director e o editor, e o jornal passou a ser impresso em Portalegre, a administração mudou para a Rua de S. Sebastião. Ao fim de sete anos toma o subtítulo de “Semanário Republicano” e começou a ser impresso na Tipografia Cristiano e Silva, na Praça da Republica em Castelo Branco.
Em 1914 era seu director Francisco Xavier Pereira. Em 1918 esteve suspenso. E em 1919, reaparece tendo como director Martinho Lopes Tavares Cardoso, era impresso na tipografia Batista em Castelo Branco.
Em 1922 era seu director o Dr. Adolfo de Lemos Viana; tinha a administração na Rua da Ferradura, e era impresso na tipografia J. Trigueiros, na Praça da Republica, em Castelo Branco. Neste semanário se encontra um interessante folhetim de António Roxo ; “O Pimentel” sobre a vida política social de Castelo Branco na segunda metade do século XIX.
Nota:
curiosamente este jornal apregoou no eu primeiro numero que era livre e despido de preconceitos e sem qualquer ligação interna a qualquer “coterie" politica ou mercantil. No entanto passou a sua existência a dançar o tango quer com o partido Renegador ou com o partido Republicano. Terminou tal como disse no inicio, com a saída do numero 831, que tinha como artigo de fundo: “A Rivérada”.
Em 1905 vem a lume outro periódico “O Jornal” tinha como subtítulo; “Semanário Regenerador”. Era dirigido por Vicente Sanches, tendo como editor e administrador Francisco Alves Mateus. Dizia-se defensor dos ideais do Partido Regenerador na Beira-Baixa. Terminou com a saída do número 52 em Outubro de 1910.
A “Gazeta da Beira” iniciou a sua publicação em 1906 e tinha como seu director, António Rodrigues Cardoso. Era impresso na Tipografia Trindade; passou depois a sua impressão para a Rua dos Ferreiros, e a redacção para a Rua do Pina. Dizia-se essencialmente politico, pois vai fazer politica partidária e cujos princípios podem resumir-se assim... “Justiça a todos, favor dos nossos”. Finou-se com o número 207, em Outubro de 1910.
Em 1911 nasceu “A Beira Baixa”. Era um semanário democrático que tinha como director fundador, José Pinto da Silva Faia. O primeiro número saiu em 9-4-1911. Tinha redacção em Proença-a-Nova. Desiludido com o novo regime republicano do qual fora adepto convicto, João Pinto da Silva Faia deixou a direcção do jornal e preferiu o isolamento. Foi substituído no cargo por; António Trindade Cardoso e mais tarde por; Carlos Martins.
Dizia-se defensor dos interesses da província e muito especialmente do distrito e como republicano prestava todo o seu concurso à formidável obra da regeneração social do novo regime. Terminou com a saída do número 30 em Dezembro de 1912. Muitos dos que abandonaram este jornal, iriam depois aparecer no jornal, “O Futuro da Beira”.
Em 1911 aparece outro jornal, desta vez tem por titulo: “O Futuro da Beira” e tinha por subtítulo; “Pelo povo e para o povo”. Prometia defender os interesses da província, pugnar pelas classes produtoras e pela difusão dos modernos processos de explorar as riquezas naturais e dizia ser órgão da liga do fomento da beira Baixa.
Tinha por director; Carlos Martins, como editor; Eugénio Cardoso.
Nota:
para quem prometia defender a província fez muito pouco, pois terminou com a saída do numero 6, a 28 de Janeiro de 1912.
Ainda em 1911 dá à luz o semanário “A Pátria Nova”, jornal de orientação republicano. Tem como director; António Lobato Carriço e como editor; Lobato Carriço. O primeiro número sai a 23 de Novembro de 1911 e tinha sede administrativa na Praça da Republica e era impresso na tipografia Silva.
Dizia: “Estar sempre, absolutamente e incondicionalmente ao lado da Pátria", pugnando pela sua defesa e prestigio das instituições Republicanas.
A partir de 1912 foi seu director Carlos Ascensão e passa a ser impresso na tipografia Progresso, no Largo da Sé.
Tornou-se então do órgão do partido evolucionista em Castelo Branco, era seu director o coronel Francisco Nunes da Silva. Em 1913 era seu director Manuel Pires Bento e chefe de redacção, José Ribeiro Cardoso.
Nota: O último número, (175) saiu em 14-5-1915. Uma semana depois apareceu uma folha suplemento, onde se faz a declaração de que estava suspense. E não é, que se finou mesmo!
(Continua)
PS. Os dados constantes nos postes: “Jornais da minha terra”, foram recolhidos em antigos jornais, (e actuais) da nossa cidade, assim como em publicações que se encontram na biblioteca albicastrense.
O Albicastrense

sábado, novembro 27, 2010

EXPOSIÇÃO - XV




ANTÓNIO ANDRADE FERNANDES
"GABRIEL"
De todos os trabalhos pictóricos que já realizei até hoje, o quadro intitulado “Gabriel” que vos apresento este mês de Novembro, é aquele que representa a página mais dolorosa de toda a minha vida. Tratou – se da morte do meu irmão, que tinha a idade de 40 anos e que faleceu há cinco anos. Era e acredito que ainda seja o meu maior amigo. Não queria acrescentar mais sobre o trabalho deste mês, mas como homenagem a esse meu irmão aqui vos deixo um Requiem que um amigo anónimo me ofereceu.
REQUIEM POR GABRIEL
Enquanto a grande nau da vida sulca as águas no mar dos afectos
os passageiros, vão confiantes de que, o comandante ou o piloto
sabem a rota. Seja ela através de consulta às estrelas, ou por
qualquer outro meio usado em navegação emocional
Quando a tripulação sabe da qualidade do piloto
a viagem é serena e tranquila e todos os medos
vêem do lado de fora, por vezes com a fúria das
grandes ondas, por vezes com a sagacidade do vento salgado.
( lágrimas )
Também pode acontecer o barco atracar e partir dos vários cais
que delimitam a linha da vida, sem que, ninguém redija o diário de bordo.
Quando o conhecimento inter geracional deixa de funcionar
quando o conhecimento da rota efectuada é esquecida.

OS DEUSES
Enviam à terra dos homens hipnotizados pela ignorância e pelo egoísmo
alguém que no meio do caos, da tempestade e naufrágio eminente
Se levanta junto ao tombadilho da evolução psico somática
e aponta o dedo indicador na direcção da calmaria e da terra prometida.
Uma dessas pessoas enviadas à terra pelos Deuses é um criador de cores e formas, cidadão de trato simples e afável, cujo irmão
Gabriel é comandante de uma das naus que recebeu ordem dos Deuses
para tomar a rota dos céus.

A nau encontra – se agora ancorada na baía das boas memórias.
Gabriel está sentado à mesa onde os Deuses reservam lugar para os justos
que terminaram a sua viagem.
Estou autorizado a informar que, por detrás do banco onde Gabriel se senta está uma pintura igual àquela que abre a porta deste Requiem.

O Albicastrenses

quinta-feira, novembro 25, 2010

Grupo Amato Lusitano




DIA INTERNACIONAL
DA
ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Fui hoje surpreendido (pela positiva,) na minha visita à nossa biblioteca, com um pequeno espectáculo organizado pelo grupo: "Amato Lusitano - Associação de Desenvolvimento de Castelo Branco".
Esta associação resolveu associar-se, (e muito bem) às comemorações do dia Internacional da Violência contra a mulher. Dia demasiado trágico no nosso pais.
Só em 2010 já morreram 39 mulheres vitimas da violência doméstica.
Dizem os especialistas que Portugal tem das melhores leis nesta área, porém, há quem continue a maltratar e a matar as suas companheiras. Meus amigos! as nossa leis até podem ser boas... mas para que servem elas, se todos nós continuamos a ignorar muitas e muitas vezes, os sinais que nos chegam das portas vizinhas à nossa.
Ao grupo Amato Lusitano que encenou este belíssimo programa, este albicastrense só pode agradecer e dizer Bem-Haja.
O Albicastrense

terça-feira, novembro 23, 2010

GREVE GERAL



A JORNADA DO NOSSO DESCONTENTAMENTO
Amanhã este blogue não publicará qualquer poste em solidariedade para com todos aqueles que neste dia tão difícil, decidiram perder um dia do seu salário, (já tão penalizado) para demonstrar o seu repúdio pelas politicas seguidas pelos responsáveis políticos da “fava podre”.
Políticos que ao longo dos últimos 20 anos, deixaram afundar o nobre barco lusitano, em aguas turvas.
Porém, lançava aqui um repto a quem me visitar:
Diga o que pensa sobre esta jornada de descontentamento.
Os melhores comentários serão publicados como poste no dia seguinte.
O Albicastrense

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XL

A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Comentário de “ARC” referentes à acta do poste anterior das efemérides)
E nesta sessão mais nada, a não ser que consideremos alguma coisa um pedido do procurador do povo, Diogo da Fonseca Barreto Mesquita, para se lhe dar outro companheiro, por se achar impedido o Dr. José dos Reis, pedido que foi logo satisfeito, pois se nomeou para substituir o impedido capitão mor José Martins Goulão.
E agora vejam os meus três leitores como em todos os tempos se escreveu a história! O corregedor Gaspar de Sousa Barrete Ramires, pelo visto, era um marajá de respeito, como do que fica transcrito se apura.
Mas em sessão da Câmara, realizada cerca de quatro anos antes, ou seja em 22 de Julho de 1786, os vereadores José Carlos de Sousa Coutinho e António Ignacio Cardoso Frazão propuseram e todos os mais membros da Câmara, segundo diz a acta respectiva, aprovaram o mais formidável voto de louvor agradecimento ao mesmo corregedor por ter dado provas de um “zelo pelo publico como certamente não mostrou outro algum Ministro”. E citam-lhe as obras para por em evidência o zelo inexcedível do homem:
a grande calssada do Spirito Santo, a da Fonte Santa, da rua de Santa Maria, da rua de Ferradura, da Senhora da Piedade, da rua do Rellogio, as minas da fonte do tostão, o rico Tumulo ou (seguem-se duas palavras que não conseguimos ler) que se fez para a Igreja da Sé desta cidade, o retablo da capela do Spirito Santo que he do Povo desta cidade a Estrada que abrio para o Tejo em evidente beneficio do Comercio desta cidade e Comarca os últimos estabelecimentos do Celeyro comum para prover os lavradores de sementes de Trigo e de Senteio, o da Escolla de fiação e corda para acupar a oceosidade e importar dinheyro para esta cidade e termo; zelo que se manifestou não só com a pessoal assistência do dito Menistro mas com a Economia das rendas desta Camara que não sendo mayor no tempo em que elle servio do que herão no annos antessedentes, só se virão luzir e aproveitar ao publico quando elle administrou; zelo que elle continuou a mostrar nos Provimentos que fez na sua primeira Correyção em que respira amor do publico que está saltando à vista sem que possa ser contestado ainda pello mais animoso; zelo que elle principiuou a estender as villas desta comarca para que os bens publicos não servissem de preza aos ambiciozos como o notorio, etc., etc., etc.,”
Um nunca acabar de zelo e de prendas que levavam o corregedor até aos picaros da lua. Até lhe puseram em destaque: “a sua conhessida Literatura, a sua retidão, o seu comportamento afável sem abuzar da autoridade o seu desinteresse superior a toda a contestação!”
Seria realmente ele quem escreveu toda esta lenga-lenga num papel e teriam os vereadores de 1786 consentido que se copiasse na acta “para comprazer com o seu companheiro”, para satisfazer as suas instâncias, para ver se com aqueles “illugios” contrários à verdade contribuíam “para por termo à perturbação que já havia na Câmara” como explicou, desculpando-se o vereador António Ignacio Cardoso Frazão, que tomou parte tanto na sessão de 22 de Julho de 1786 como na de 5 de maio de 1790? É verdade que já em 1786 havia quem lhe atirasse às faces as acusações de certa gravidade a respeito das obras das pontes da Ocreza e do Alvito.
Mas... as coisas deste mundo. Certifica-se hoje quem ontem se pós nas estrelas, Deus sabe se com tanta justiça num caso como no outro.
PS – Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”, que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
O Albicastrense

quinta-feira, novembro 18, 2010

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - LXXII


MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO
(CAPELAS E CRUZEIROS - VII)
(Continuação)
CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE
Está assente do lado do nascente da antiga vila de castelo Branco, numa colina hoje povoada e compreendida na área da cidade actual. Ignora-se a data da sua fundação. Sabe-se que foi reconstruída no século XVIII e restaurada no segundo quartel do século XX. Na fachada principal do lado poente existia no século XVIII um alpendre, com 6 metros de comprimento e 5,50 de largura, apoiado em seis arcos de cantaria. Exteriormente nada tem de notável.
Interiormente as paredes são forradas de azulejos artísticos do século XVIII representando os Mistérios de Nossa Senhora, as dos apóstolos, a de Santo António e a de S. Francisco, a Ceia de Jesus Cristo e outros assuntos religiosos. Um quadro, também de azulejo, tem os seguintes dizeres:
"Esta obra a azulejo foi um benemérito se fez com o dinheiro do doutor Francisco Rafeiro. Pede-se um Padre-Nosso e uma Ave-Maria".
Ao meio do pavimento está uma laje sepulcral com o seguinte epitáfio:
"Aqui está depositado o corpo de Gil Vaz Lopo governador das armas que foi de ambos os partidos desta província da Beira. Ham-se de transladar os seus ossos para a sua capela de Nossa Senhora do Monte, que mandou se fizesse na sua quinta de Odivelas e faleceu em 7 de Março de 1678".
A Capela de Nossa Senhora da Piedade foi primitivamente da invocação de S. Gregório. António Roxo, aventou a hipótese de ter esta capela, mudado de designação pelo facto de ter sido para ali lavada a imagem do Senhor da Piedade quando se arruinou a capela hexagonal que lhe ficava fronteira e onde também estava a imagem do Senhor da Azinha, tendo o povo deturpado o nome de Senhor em Nossa Senhora da Piedade. Não se afirma muito criável esta hipótese, sendo mais natural admitir-se que, venerando-se também a imagem de Nossa Senhora da Piedade na Capela de S. Gregório, o povo mudasse a sua designação pelo mesmo motivo que o levou a substituir o nome da do Senhor da Piedade pelo de Senhor da Azinha.
PS. Falta acrescentar que Manuel Tavares da Silva escreveu este texto em 1958. Presentemente estão a decorrer obras de restauro nesta Capela, obras que começaram no interior e que se estenderam agora ao seu exterior. Vamos aguardar para podermos avaliar as obras que actualmente ali decorrem.
CAPELA DO ASILO DA INFÂNCIA DESVALIDA
Foi construída no século XVIII e inaugurada com a invocação de Santa Maria Madalena em 24 de Fevereiro de 1753, pelo Bispo da Guarda D. bernardo António de Melo Osório, fundador do extinto Recolhimento de mulheres convertidas que tinham a sua sede no edifício do asilo. É de arquitectura muito singela.
CAPELA DE S. MARTINHO
Num outeiro que avulta ao sueste da cidade, à distancia de quatro quilómetros, onde existiu um castro pré-romano e se encontra actualmente um marco geodésico construído em 1852, ergue-se esta ermida que está mencionada, como pertencente à Comenda de Santa Maria do Castelo, no Tombo das Rendas e Direitos do Convento de Tomar e Comendas da Ordem de Cristo existente na Biblioteca Nacional e que foi escrito em 1560 por ordem do Rei D. Sebastião.
O Dr. José Ribeiro Cardoso, na sua obra, “Castelo Branco e o seu Alfoz” emite a opinião de que esta ermida é a mais antiga de todas as que foram edificadas nos subúrbios da nossa cidade e que foi construída em louvor de S. Martinho, em substituição de outra que existia no mesmo local, consagrada à deusa Trebaruna.
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época. Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951.
Autor; Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

terça-feira, novembro 16, 2010

VELHAS IMAGENS DA MINHA CIDADE - IX

IMAGEM DOS ANOS 50
A imagem que aqui deixo para ser identificada pelos visitantes do blogue “Castelo Branco O Albicastrense”, foi captada nos anos cinquenta do século passado.
Em que praça da nossa cidade, tinha este velho edifício residência e para que servia ele?
O velho edifício foi mandado abaixo nessa mesma década. A praça que o albergava mudou de nome e está hoje bem diferente.
PS. Tal como das outras vezes, as respostas certas só serão publicadas dois ou três dias depois, para que a perspicácia de todos possa ser posta à prova.
O Albicastrense

domingo, novembro 14, 2010

TIRAS HUMORÍSTICAS - LXX


BIGODES & COMPANHIA
Os responsáveis do P.S.D na nossa cidade, vieram a público através da comunicação social (como não podia deixar de ser), demonstra a sua preocupação pela segurança dos albicastrenses.
Bigodes & Companhia sempre em cima do acontecimento, comentam na galhofa essa preocupação.
Segundo a tira publicada, “parece” que Companhia se mostra disponível para ajudar na caça aos infractores da nossa tranquilidade.
O Albicastrense

quinta-feira, novembro 11, 2010

BORDADOS DE CASTELO BRANCO

A NOSSA MAIOR RIQUEZA
Os bordados de Castelo Branco, não são só as Colchas e os Painéis. Além das Colchas e dos Painéis, existem outras peças que merecem igualmente ser conhecidas por todos aqueles que admiram os nossos bordados.
Para esses aqui fica a imagem de uma lindíssima almofada, feita na Oficina-Escola do Museu Francisco Tavares Proença Júnior na década de 80 do século passado.
As mãos que bordaram esta almofada ainda perduram, a pessoa a quem ela foi oferecida pela sua passagem à reforma, já partiu! 
Em sua memória (D. Delfina), aqui fica esta pequena homenagem.
O Albicastrense

quarta-feira, novembro 10, 2010

FORTALEZA DE CASTELO BRANCO


Embora se afirme que há testemunhas da presença do homem, desde as mais remotas idades no actual assento de Castelo Branco e nas suas cercanias, parece, contudo, que a fundação castrense situada na colina da cidade deve ser coeva ou mesmo posterior à época romana.
Sabe-se que, quando Júlio César atravessou o Tejo no ano 61 a. C. e subiu à Guarda para ocupar de vez o coração da Lusitânia (os chamados Campos da Idanha), ainda não completamente dissecados, e que por isso mal permitiam o estabelecimento de pequenos núcleos de população nas partes mais elevadas, estavam quase despovoados.
Afastada como ficava a posição de castelo Branco das estradas que cruzavam o vale do Tejo, a montante desses terrenos em dessecaçao, pois que estava situada à beira deles por ocidente, e se estendia para poente uma vasta zona montanhosa delimitada, e sem qualquer espécie de valor politico ou militar, é de presumir que, durante os primeiros tempos da sua ocupação, os romanos se limitassem a manter uma simples atalaia levantada na parte mais alta da colina em que assentou a cidade.
Portante, Castelo Branco só teria começado a ganhar importância política com a retirada dos romanos e o declínio de Idanha-a-Velha, de onde foram sendo transferidos os vario serviços administrativos.
É quase totalmente desconhecida a história desta região até à sua conquista aos Mouros por D. Afonso Henriques, e em especial a do seu povoado. Em 1165, D. Afonso Henriques fez doação de toda a região da Idanha à Ordem do Templo, confirmada por D. Sancho no ano de 1198, não havendo noticia de haverem feito qualquer obra militar no sítio de Castelo Branco pelos seus donatários.
Só 1 de Novembro de 1214, D. Afonso II faz nova doação de Castelo Branco aos Templários. E impôs como obrigação, repovoar a vila (então chamada Vila Franca da Cardosa (?)), e de levantar na parte mais alta, um poderoso castelo com missão especial de vigiar as entradas internacionais que, passando pelos portos de Fraldona e Malpique, no Tejo, convergiam em Castelo Branco.
Em 1252 o Mestre do Templo, D. Pedro de Alvites concedeu-lhe o primeiro foral, em que é designada por vila de Castelo Branco.
Porém, em 1286 el-rei D. Dinis, (ou porque os Templários não estivessem levantado as fortificações que D. Afonso II lhes impusera na doação ou porque não satisfizessem a uma defesa eficaz), mandou fazer outro castelo, com sua torre de menagem de sete quinas, e cercar a povoação de uma grossa e alta cerca amuralhada. São deste tempo as fortificações desenhadas por Duarte Darmas.

PS. Texto publicado na revista Estudos de Castelo Branco na década de sessenta, do século passado.
O Albicastrense

segunda-feira, novembro 08, 2010

PEQUENAS NOTÍCIAS DE OUTROS TEMPOS


A 24 de Novembro de 1788, o Pré – Medicado do Porto, passou o diploma de parteira a Maria Martins, foi a primeira obstetra a exercer esta actividade clínica (oficialmente), em Castelo Branco.
Treze anos depois, (12-11- 1801), tomou posse do cargo de parteira municipal da cidade de Castelo Branco, Maria do Carmo. O acto de posse, que se revestiu de um certa solenidade, teve lugar nos Paços do Concelho.
Cento e vinte anos depois, (2-11-1926), os responsáveis pela cidade albicastrense, concederam a José Inácio Robalo, licença para abrir uma botica em Castelo Branco. Foi a primeira farmácia a funcionar na nossa cidade.
PS. A recolha dos dados históricos é de, José Dias.
A compilação é de, Gil Reis
e foram publicados no Jornal ”A Reconquista
O Albicastrense

quinta-feira, novembro 04, 2010

VELHAS RUAS DA MINHA CIDADE


A NOSSA VERGONHA
Já aqui abordei por variadas vezes, a desgraçada situação habitacional em que se encontram, muitas das velhas ruas da nossa cidade. Também já aqui disse anteriormente que existem velhas ruas da nossa cidade, onde a única coisa que lá consegue habitar são os ratos.
Podia continuar com este já disse que disse, (pois foram muitas as vezes que aqui já denuncie esta calamidade) porém, mais que aqui denunciar o estado em que muitas das casas, de muitas das nossa ruas se encontram, interessa mostrar imagens dessas ruas, para que todos nós possamos ver com olhos de ver e assim tomar consciência, de que a nossa cidade não é nem pode ser só a pílula dourada que muitos querem fazer crer. O mapa que ilustra este poste, mostra-nos cinco pequenas ruas bem situadas no coração da nossa cidade, cinco ruas que são o espelho de muitas outras, que todos nós conhecemos.
A escolha das ruas para este poste, deve-se ao facto de elas estarem lado a lado, com aquilo a que muitos gostam de chamar a nova cidade.
O mapa mostra-nos ruas onde as pessoas deixaram há muito de habitar, pois elas são hoje apenas recordações habitacionais de outros tempos, tempos em que essas ruas e essas casas, tinham vida, vida que transformava essas ruas em locais de vivência permanente e não em locais de passagem. Sobre estas ruas bem poderíamos dizer: Quando entramos na Figueira sentimos o cheiro do abandono, ao passarmos para a Amoreirinha sentimos o cheiro do desprezo, ao subirmos pela do Pina sentimos o cheiro do desdém, ao chegarmos à do Relógio sentimos o cheiro do desabrigo e quando entramos na Sebastião, sentimos a orfandade de todas estas ruas. Orfandade que levou ao abandono, abandono que levou à inexistência de gente que gerava vida, vida que gerava mais vida.
Quem devemos nós culpar por todo este abandono? Os senhorios por se estarem borrifando para os seus imóveis? As sucessivas vereações da nossa autarquia, por nada terem feito para impedir esta tragédia ? Ou a nossa passividade perante este abandono criminoso? Ou talvez não haja culpados!? Mas apenas saudades... de ver esta velhas ruas florir de vida, uma e outra vez.
O Albicastrense

terça-feira, novembro 02, 2010

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXXIX


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Comentário do autor: As sessões da Câmara dão agora um salto de quase mês e meio. De 21 de Março saltam para 5 de Maio. No mês de Abril nem uma só sessão para amostra. A sessão de 5 de Maio, porem, tem que se lhe diga. Os leitores lembram-se dos grandes elogios que, em sessão de 22 de Julho de 1786, se fizeram ao corregedor Gaspar de Sousa Barreto Ramires, de quem se disse que servia com “hum zelo pelo publico como certamente não mostrou outro algum Ministro”.
Pois agora façam favor abrir os olhos e ler o que consta da acta de 5 de Maio de 1790, que fielmente se copia do original, deixando-se apenas de fora o “intróito” que diz quem eram os vereadores presentes:
Acta de 1790: E logo nesta Camara foi acordado pellos Vereadores a sima nomeados e tão bempelo dito Procurador do Conselho que vistas as desordens que nesta Cidade e Comarca tinha produzido a urgulhosa admenistração de Gaspar de Sousa Barrete Ramirez que acaba de servir de Corregedor achandosse intrigado com todos os Povos o que fez que nesta Cidade e toda a sua Comarca tivessem perdido a pás, o sossego, e a mancidão que fazião o destintivo careter do Clero, Nobreza, e Povo, de que bem podem ser as mais qualificadas e veridicas testemunhas todos os Menistros que servirão nesta Cidade e Comarca no tempo em que foy Corregedor Gaspar de Sousa.
E não podendo elles Vereadores ver com indiferença perturbada a paz e sosego publico, e temerozos de que continuassem as mesmas desordens pois tinhão a certeza que o dito Corregedor Gaspar de Sousa fazia as mais eficazes deligencias para ser reconduzido no dito lugar, e elle mesmo publicava tinha a segurança de o conseguir.
Nestas desgraçadas circunstancias conferirão e assentarão entre si em suplicar a Sua Magestade e o Princepe Nosso Senhor quizessem dar a esta Cidade hum novo Corregedor digno do seu Real serviço e que restituísse a tranquillidade aos Povos, e com effeito elles Vereadores fizeram a dita suplica a Sua Magestade e ao Princepe Nosso Senhor, e tiverão a fortuna de ser despachado outro Corregedor cujo beneficio não só elles Vereadores mas toda a Comarca agradecem e prostrados digo elles fazem os mais fervorozos votos ao Ceo para que a dolate a vida e prospere o Reynado da nossa Augusta Seberana que tão senssivel he a felecidade dos seus Povos. Porem como aquellas suplicas não forão lançadas neste livro por quererem guardar o mais inviolável segredo afim de se não exporem aos dezatinos que podia fazer o dito Corregedor com a custumada propotençia com que obrava tudo, e ainda mesmo para que no cazo que ellas não produzissem o fim dezejado de o exluirem da recondução não ficarem mais expostos a serem vitimas do odio com que olhava para elles o dito Corregedor. Porem agora já livres do susto que então os ocupava declarão por este Acordão que elles uniformemente assentarão em fazer e com efeito fizerão e deregirão a suplica a Sua Alteza Real para que fosse servida não reconduzir
o dito Corregedor cuja rezolução tomarão por julgarem que hera huma couza principal e primeiro dever de obrigação delles Vereadores. E tendo felizmente conseguido outro novo Corregedor com o qual esperam ver restituída a paz e felicidade publica. Satisfeitos com estas bem fundadas esperanças não tratão de acuzar ao dito Corregedor que foi Gaspar de Souza, sem que por isso deixem de estar prontos a fazer verificar a verdade das suplicas todas as vezes que Sua Magestade ou os Seus Tribunaes assim o julguem necessário.
E pelo que respeita ao Acordão feito nesta Camara em vinte e dous de Julho de mil setecentos oitenta e seis neste livro na folha 105 e seguintes assignnado pellos Vereadores José Carlos de Souza, e António Ignacio Cardoso Frazão, declarão por nullo não só pela sua ilegalidade e falta de assignaturas de capitão mor José Martins Goulão, que nesse tempo era actual Vereador e Juiz pella ordenação que se achou prezente a factura do dito Acordão e constantemente recuzou assignallo por conter factos contrários à verdade que por si mesmo fabricou o dito Corregedor dando hum papel pelo qual se copiou o referido Acordão.
O Vereador António Ignacio Cardoso Frazão, declara ingenuamente que assignara o dito Acordão não só por compraser com o seu companheyro, mas ainda por se ver instado pello dito Corregedor, e também por se pressuadir que o tal Acordão concorria para por termo à perturbação que já havia na Camara o que assim não suçedeo porque daquele tempo em diante he que o dito Corregedor deu mais a conhecer a sua orgulhoza conduta. E por esta maneira ouverão por revogado e declarado aquelle Acordão de 22 de Julho de 1786 e feitas as mais declarações constantes neste para que em todo o tempo conste da retidão e probidade com que precederão a este respeito em utelidade publica: E por esta maneyra ouverão este Acordão por feito e acabado que todas assignarão.
(Os comentários desta acta, serão publicados no próximo poste das efemérides)
PS – Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”, que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...