domingo, abril 27, 2014

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS – LXXXV

A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).

O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.

(Continuação)
A sessão seguinte realizou-se no dia 22 de Maio e nela tomaram parte a “Nobreza e Povo que tinha sido convocada por pregoes e avisos”.
Não se contentaram com a invocação por pregões , como era costume recorreram aos avisos, porque o assunto a tratar era importancia e por isso todos deviam estar a postos.
Foi o caso que a Câmara da Covilhã pensou em proceder de uma assentada à construção de dias pontes, uma no rio Zêzere, outra na ribeira do Corges e, para angariar os meios necessários , representou à Rainha “pedindo Provisão para se fintarem os Povos desta Comarca Guarda e Pinhel ".
Mas os vereadores, nobreza e povo não estiveram para isso e responderam num longo arrazoado de advogado palreiro que começava assim:
Senhora, sobre a reprezentação que o Presidente e Vereadores da Camara da Villa da Covihan fizerão a V. Magestade afim de conseguirem Provizão para se fintarem os Povos desta Comarca e os da Guarda e Penafiel para as obras das duas Pontes que querem pressuadir são prezisas huma ao Rio Zezere em distancia de huma legoa no citio de Alvares (foi assim que conseguimos ler o nome do sitio) aonde há os pés direitos de hua Ponte de madeira e outra na Ribeira do Corges no citio da porta de Franco Eduardo aonde tãobem há hum Pontão de madeira: Foi V. Magestade servida mandar informar o Provedor daquela Camara ouvindo os officiais das Camaras Nobreza e Povo mais interessados nas ditas obras... Bem quizeramos nós Soberana Senhora poder acudir a todas as necessidades que se denominão publicas quando a urgencia corresponde ao nome que se lhe dá mas na estação prezente havia impossibilidade por falta de meyos para esta Cidade e Comarca poder contribuir para as obras das ditas Pontes negando que ellas fossem da sua utelidade”.
Depois tratava-se de demonstrar que as pontes não eram de utilidade para esta cidade e comarca, não eram necessárias para nada. Para ir daqui à Covilhã havia a Ponte Pedrinha; para ir para Belmonte, além da Ponte Pedrinha, havia uma outra que ficava entre Belmonte e Teixoso: por isso as pontes, para que a vila da Covilhã queria que “se fintassem” os povos da Comarca de Castelo Branco, Guarda e Pinhel, eram de utilidade para particulares, e por isso não podia nem devia ser concedido o que se pedia, porque a isso se opunha “a dispozição da Ord. 1. I. Nº 62 71”.
Em seguida tratava-se de demonstrar que, embora as pontes aludidas fossem de utilidade pública, a Comarca de Castelo Branco não disponha de meios para auxiliar a respectiva construção.
E para o provar alegava-se: que a guerra passada tinha aqui feito grandes estragos; que os anos últimos tinham sido escassos, na produção de géneros, que por isso estavam por um preço de arrasar; que já concorria com o dobro do real de água por motivo do auxílio que teve de prestar para a construção da ponte da Aldeia das Dez; que tinha concorrido com três contos e novecentos mil réis para as duas pontes de Caria; que estava chegada a ocasião de ter de concorrer com dois contos e quinhentos mil réis para as calçadas da cidade da Guarda; em suma, que não podia ser, tivesse a vila da Covilhã paciência.
A resposta era de advogado, longe como a légua da Póvoa e por isso não tivemos a coragem de a reproduzir na integra. Resumi-mola ao menor numero possível de palavras.
Quem a copiou no livro das actas foi o nosso escrivão Aranha: mas quem a fez, (quem deu o melhor dos seus miolos para que ela saísse obra de polpa e chorume, foi o Doutor José dos Reis Teixeira Castelão), que pelo seu trabalho recebeu grossa quantia; nada menos que dezassete tostões.
É o que se lê na acta, e com certeza o nosso escrivão Aranha não ia exagerar o custo da obra. Foram dezasseis tostões, nem mais nem menos.
Nesta sessão ainda os vereadores deliberaram que fossem coutados os alqueives que deviam ser despejados dentro do prazo de três dias, e que fossem arrematadas “as cancelas da folha dos milhos”.
E depois de tudo isto foram descansar, que bem precisados estavam disse.
(Continua)
PS. Aos leitores dos postes “Efemérides Municipais” : o que acabaram de ler, é uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
O Albicastrense

sexta-feira, abril 25, 2014

CASTELO BRANCO - 2014 (4)

 PRIMAVERA NA
TERRA ALBICASTRENSE


Imagem captada no dia 25 de  abril,  para os muitos albicastrenses espalhados por todo o mundo.
  O Albicastrense

quinta-feira, abril 24, 2014

25 DE ABRIL SEMPRE!...


No dia de hoje apenas aqui poderia postar o que se segue:

VENHAM MAIS CINCO 

Zeca Afonso

Venham mais cinco, duma assentada que eu pago já
Do branco ou tinto, se o velho estica eu fico por cá
Se tem má pinta, dá-lhe um apito e põe-no a andar
De espada à cinta, já crê que é rei d’aquém e além-mar

Não me obriguem a vir para a rua
Gritar
Que é já tempo d' embalar a trouxa
E zarpar

Tiriririri buririririri, Tiriririri paraburibaie,
Tiiiiiiiiiiiiii paraburibaie ...
Tiriririri buririririri, Tiriririri paraburibaie,

A gente ajuda, havemos de ser mais
Eu bem sei
Mas há quem queira, deitar abaixo
O que eu levantei

A bucha é dura, mais dura é a razão
Que a sustem só nesta rusga
Não há lugar prós filhos da mãe

Não me obriguem a vir para a rua
Gritar
Que é já tempo d' embalar a trouxa
E zarpar

Bem me diziam, bem me avisavam
Como era a lei
Na minha terra, quem trepa
No coqueiro é o rei

A bucha é dura, mais dura é a razão
Que a sustem só nesta rusga
Não há lugar prós filhos da mãe

Não me obriguem a vir para a rua
Gritar
Que é já tempo d' embalar a trouxa
E zarpar.

              

Venham mais cinco - Zeca Afonso - YouTube

                                       
Venham mais Cinco é um álbum de canções originais de José Afonso. Foi editado no Natal de 1973. Na época em que este álbum foi concebido, José Afonso estava a cantar um pouco por todo o lado como símbolo antifascista de oposição ao Estado Novo Português.
Muitas sessões foram proibidas pela PIDE/DGS e, em Abril de 1973 ele foi detido no Forte-prisão de Caxias onde esteve até finais de maio. À semelhança dos seus discos anteriores, este contou também com a colaboração de José Mário Branco.
O Albicastrense

terça-feira, abril 22, 2014

25 DE ABRIL SEMPRE!..











Que pena não poder estar no próximo dia 25 de Abril no Largo do Carmo para poder assistir às celebrações promovidas pela Associação 25 de Abril e, poder escutar ao vivo as declarações de Vasco Lourenço.
Não estarei presente fisicamente, mas estarei lá de alma e coração, pois a isso me obriga a minha consciência.
25 DE ABRIL SEMPRE!...
O Albicastrense

segunda-feira, abril 21, 2014

CASTELO BRANCO - 2014 (3)

PRIMAVERA 
NA 
TERRA ALBICASTRENSE


Imagem captada hoje, para os muitos albicastrenses espalhados por todo o mundo.
                           
                                       O Albicastrense

sexta-feira, abril 18, 2014

ZONA HISTÓRICA DA TERRA ALBICASTRENSE

TRAVESSA DA RUA NOVA
Nas minhas idas à zona história da terra albicastrense, muitas são as vezes que ao passar por determinado local, alguém se aproxima de mim e me diz: “Tire lá uma fotografia e ponha na internet, a miséria que aqui está”.
Desta vez ao passar pela rua da Travessa Nova, alguém me chamou a atenção para a existência de dois pequenos caís sem qualquer proteção, para quem por ali passa.

A mesma pessoa que me chamou a atenção para a existência dos caís, arrematou de seguida: “Um dia destes morre aqui alguém, e depois lá vêem eles dizer que vão resolver o problema”.
Nas imagens que aqui estou a postar, pode ver-se que os pequenos cais são um convite ao acidente, não nos podemos esquecer que por ali mora gente de idade avançada e que de noite, todos os gatos são pardos.
Ao passar-se por ali à noite, existe a forte possibilidade de quem vier da Travessa da rua Nova e vá para a rua Nova ou para a rua do Cavaleiro, não reparar (ou esquecer-se) da existência dos pequenos caís, o resultado pode ser uma queda com resultados trágicos.

Convém dizer-se desde logo, que o problema se deve ao facto de ter havido obras no local, (Praça Académica e Museu Cargaleiro), obras que transformaram por completo toda aquela zona, todavia perece-me que alguém se esqueceu da armadilha que ali foi deixada.
O recado está dado, espero que quem de direito analise o assunto, de forma a evitar uma possível tragédia, ou será que vamos esperar pela dita cuja, para depois nos lamentar-mos do sucedido?
                                        O Albicastrense

terça-feira, abril 15, 2014

COMEMORAÇÕES DO VINTE E CINCO DE ABRIL


A autarquia da terra albicastrense, resolveu apostar em força nas comemorações dos 40 anos sobre o 25 de Abril, iniciativa que só pode ter o apoio deste albicastrense e (com certeza) de muitos e muitos outros. 
A quem visitar este blogue, só posso mesmo pedir que não deixe de participar nestas ou noutras comemorações, pois o momento é de participação e não de ficar a olhar para o dia de S. Nunca à Tarde.
Todavia, fazendo das palavras do rabugento Companhia as minhas, não posso deixar de colocar uma questão:

Quarenta anos para colocar na toponímia da terra albicastrense, uma placa comemorativa sobre o 25 de Abril !..
Como foi possível que durante quarenta anos, ninguém se preocupasse com tal homenagem, quando os nomes de certas pessoas estão espalhados por tudo o que é parede, no nosso distrito?

Responda quem quiser ou souber, pois eu fiquei sem palavras para comentar tal desleixar...
O Albicastrense

segunda-feira, abril 14, 2014

CASTELO BRANCO - 2014 (2)

 PRIMAVERA NA
TERRA ALBICASTRENSE
Imagem captada hoje, para os muitos albicastrenses espalhados por todo o mundo.

O Albicastrense

sexta-feira, abril 11, 2014

UM VELHO PALACETE CENTENÁRIA



As imagens que ilustram este “poust”, mostram um velho palacete da terra albicastrense com mais de um século de existência, palacete que foi deixado ao abandono durante muitos anos, mas que felizmente agora foi recuperado.
Tal como aqui tinha denunciado o abandono do velho palacete, cabe-me agora o dever de anunciar a boa nova.
A nova imagem do palacete, é agora a de uma moradia que irradia esperança, esperança que deveria alastrar-se a toda a zona histórica da terra albicastrense, pois só assim, ela deixará de ser um cemitério de almas penadas e passará a seu um local onde a história e a vida, podem caminhar lado a lado de mãos dadas.
Aos responsáveis pela recuperação do velho palacete, este albicastrense só pode mesmo dizer: Bom trabalho meus senhores”.
O Albicastrense

terça-feira, abril 08, 2014

VELHAS CAPELAS DA TERRA ALBICASTRENSE

CAPELA DE NOSSA SENHORA DA AJUDA
(Rua dos Ferreiros)
(Esta ainda existe! Todavia, é como se não existisse...)

Construída no Século XVIII, a Capela da Nossa Senhora da Ajuda apresenta uma elegante frontaria ao estilo barroco e terá (?) sido mandada construir pela família Pina de Carvalho Freire Falcão, mais tarde terá sido adquirida pela Família Tavares Proença, cujos os herdeiros mais tarde a venderam a D. Ana Maria Teixeira Gordino (1).
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Em setembro de 2008, publiquei um “poust” sobre a capela da Nossa S. da Ajuda, “poust” onde apelava aos responsáveis autárquicos da terra albicastrense, para a necessidade de recuperar esta velha capela.
Aproveitando o facto de estar a relembrar antigas capelas da terra albicastrense e, tendo em conta que nada se alterou no que diz respeito à velha capela, volto de novo a colocar neste blog, (agora aos novos responsáveis autárquicos) a seguinte questão:
Seis anos após ter divulgado este triste caso e nada ter acontecido, não terá chegado a hora de algo ser feito para recuperar a bonita capela?
A reparação das ruas da nossa zona histórica, foi sem qualquer dúvida um passo em diante, contudo, de que nos vale ter boas ruas se tudo o resto está como está !...
As pequenas capelas são hoje coisa raríssima na terra albicastrense, a sua recuperação seria com certeza uma mais valia para a respectiva zona e uma grande alegria para os albicastrenses, a sua recuperação podia incluí-la no roteiro turístico à referida zona histórica.
Será necessário fazer um peditório em Castelo Branco,
para recuperar a capela de Nossa Senhora da Ajuda?

(1). Recolha de dados: “Castelo Branco Na História e na Arte da autoria de Manuel Tavares Dos Santos (1958).
O Albicastrense

sábado, abril 05, 2014

EUGÉNIA LIMA


UMA MULHER DA BEIRA
(1926-2014)
No dia do seu falecimento, nada melhor que relembrar aqui dois “poust” sobre ela. 
Nesta casa nasceu a 29 de Março de 1926, aquela que viria a ficar conhecida como umas das melhores acordeonistas de sempre em todo o mundo. Ao passar pela rua do Espírito Santo, (também conhecida por rua do Valente Maluco), e ao olhar para a placa que na fachada da casa, assinala esse facto, pensei para comigo próprio, em como os albicastrenses podem ser madrastas para com os seus conterrâneos mais conhecidos por esse mundo.
Noutra qualquer terra destes país, não tenho qualquer dúvida em como esta casa, estaria à muito, transformada em casa Museu Eugénia Lima.
Oitenta e um anos depois do nascimento desta grande artista, penso ter chegado o momento dos albicastrenses exigirem a si próprios e à sua autarquia, a possibilidade de tal ser possível enquanto a artista está entre nós.
Senhor presidente da câmara Municipal de Castelo Branco tenho-o por pessoa interessada, por estas causas, tal iniciativa seria acima de tudo uma justa homenagem a quem muito divulgou a nossa cidade por esse mundo fora, pois falar em Eugénia Lima é falar em Castelo Branco e na Beira Baixa. (Publicado em agosto 2006).
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"MIÚDA DE CASTELO BRANCO" 
Dando continuidade ao prometido, vou hoje apresentar outro grande albicastrense, neste caso, uma albicastrense. Não fiz até à presente data, qualquer comentário sobre as personalidades aqui apresentadas, hoje, gostaria de desejar a esta grande mulher, muitos e muitos anos de vida.
Aos quatro anos, o pai deu-lhe um pequeno acordeão, diz Eugénia Lima: “Comecei a tocar com quatro anos. O meu pai era afinador de acordeões, e como tinha muitos instrumentos desses lá em casa comecei a brincar com eles, e mais tarde a tocar, foi amor à primeira vista”. Hoje, a acordeonista é uma das melhores intérpretes mundiais. Nasceu em Castelo Branco, em Abril de 1926. Diplomada com o Curso Superior de Acordeão na categoria de Professora pelo Conservatório de Acordeão de Paris. Iniciou-se no Teatro Vaz Preto, em Castelo Branco, aos quatro anos de idade. O ciclo de actuações por toda a Beira Baixa valeu-lhe o epíteto de "Miúda de Castelo Branco" Estreou-se no Teatro Variedades na revista "Peixe Espada". Actuou em diversas casas de espectáculo em Portugal e no estrangeiro.
Fez digressões pela Europa e África, actuou na Televisão portuguesa e em diversas televisões estrangeiras. Escreve melodias para vários artistas consagrados. Tem numerosos discos gravados. Foi fundadora da "Orquestra Típica Albicastrense".
O seu nome figura no Dicionário Mundial de Mulheres Notáveis de Américo Lopes de Oliveira e Mário Gonçalves Viana. É Cooperadora da SPA desde Maio de 1977. (Publicado em agosto de 2007).
O Albicastrense

quinta-feira, abril 03, 2014

CASTELO BRANCO - 2014 (1)

 PRIMAVERA NA
TERRA ALBICASTRENSE


Imagem captada hoje, para os muitos albicastrenses espalhados por todo o mundo.

O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...