quinta-feira, setembro 27, 2007

Jornais da minha cidade - II

A Nossa Imprensa

A 29 de Maio de 1904, apareceu em Castelo Branco, o jornal “ Noticias da Beira”. Este semanário tinha como director, António da Trindade Cardoso e Silva, que também era editor e proprietário deste jornal.
A sua administração situava-se na Rua dos Peleteiros, nº 39, em Castelo Branco, onde também era composto e impresso.
Foi um dos grandes marcos da imprensa albicastrense, quer pela sua longevidade quer pela sua pertinência, intransigência, espírito e vida, fortemente agitada. Embora no primeiro numero afirmasse que estava despido de preconceitos e livre de peias partidárias, sem ter ligações a qualquer “ coterie” politica ou mercantil, a verdade é que o director era um fervoroso Regenerador, afirmando ser este o único partido capaz de ultrapassar toda a crise do desenvolvimento.
Depois do dia 5 de Outubro de 1910, passou a servir as novas instituições, sob a direcção de Gastão Correia Mendes, tornando-se órgão dos republicanos filiados no Partido Republicano Português. Em 30 de Outubro de 1910, passa a ter como subtítulo: “ Semanário Republicano”. Em 1923, é proprietário das comissões Politicas do Partido Democrático. Termina em 23 de Maio de 1926, com a publicação do nº 831 e com um artigo de fundo fortemente contundente” Rivérada”

PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias.
A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal ”A Reconquista”

O Albicastrense

Castelo Branco na História - II


(Continuação do número anterior)
Os seguintes achados arqueológicos compravam a existência de uma população romana nesta região.
No cunhal nascente sul da torre do castelo que ainda subsiste, existiu. Antes da sua derrocada em 1936 e da sua reconstrução em 1940, uma pedra quadrangular aparelhada à romano em duas almofadas que a dividiam em partes iguais, numa das quais estava esculpido um Phallo, emblema do Deus Priapo de religião pagã;
Nas proximidades do cunhal sul poente da alcáçova do castelo (hoje desaparecida) e aproximadamente à altura de 3 metros, existiu uma pedra com um peixe esculpido.
Na muralha foi encontrada uma lápide com uma inscrição tumular que vem transcrita e traduzida por António Roxo na sua Monografia de Castelo Branco, publicada em 1890;
Entre as ermidas de Santa Ana e da Nossa Senhora de Mércoles têm aparecido fragmentos de telhas e de utensílios de uso doméstico; Entre Escalos de Cima e Lardosa junto à estrada nacional, numa propriedade denominada Vale da Lagoa, foram descobertos alicerces de casas, utensílios, fragmentos de tijolos e algumas moedas do tempo de César; Na rua de Santa Maria, em Castelo Branco, quando se procedeu à reconstrução de uma casa em 1929, foi encontrada soterrada uma lápide romana com uma inscrição que foi reproduzida e traduzida pelo Sr. José Ribeiro Cardoso no nº 8 do jornal Terra da Beira publicado em 15 de Outubro de 1929.
Foram os vestígios das edificações romanas e a designação de Castelo Branco, tradução Portuguesa de Castra Leuca, que conduziram alguns autores à errónea persuasão de que era esta a povoação que estava situada na colina da Cardosa.
Frei Joaquim de Santa Rosa de Viterbo, corroborando a opinião de Manuel Pereira da Silva Leal, diz no Elucidário que “ ainda que Cattaleuca, palavra grega, signifique ad albos, não podia existir algum dia na Cardosa que ficava entre Tejo e Douro, devendo, para ser a de Psolomeu, ficar entre Tejo e Guadiana”.
Ainda segundo o Elucidário de Viterbo, o município da Egitania abrangia os territórios situados desde a Zarça ( hoje na Espanha) Até Tomar e de Seia Até Almourol.
Dividia-se este município em preceptorias governadas pelos freires das Ordens Militares.
Subsistiu a antiga vila romana, situada na Cardosa, durante a época em que esteve submetida ao domínio dos suevo-godos e dos sarracenos. Após a conquista do antigo município da Egitania por D. Afonso Henriques, fez este rei uma doação da sua maior parte aos Templários, em 29 de Novembro de 1203 da era de César ou de 1165 da era de Cristo.
(Continua – 2 /103)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951

Autor. M. Tavares dos Santos
O Albicastrense

sábado, setembro 22, 2007

Tiras Humorísticas - IV

Sem comentários, mas com muita indignação do albicastrense.

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE - (IX)

Ruas e Praças da Terra Albicastrense

A rua Tavares Francisco Proença Júnior, será certamente uma das muitas ruas da terra albicastrense, que a grande maioria dos albicastrenses não conseguirão localizar num abrir e fechar de olhos.
Curiosamente nasci nesta rua em 1950, ainda ela se chamava, Rua de S. Marcos. Nesse mesmo ano, decidiram os responsáveis autárquicos da terra Albicastrense, mudar o  nome de algumas das ruas da nossa cidade. Entre essas mudanças, conta-se esta rua, que deixou de se chamar de S. Marcos, para se começar a chamar de Francisco Tavares Proença Júnior.
Depois desta minha explicação sobre a mudança do nome, não será difícil saber onde ela fica, todavia vou fazer a pergunta de sempre: 
Sabem onde fica esta rua? 
Aceitem o desafio e escrevam na secção de comentários a sua localização da dita cuja.

QUEM FOI FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR?












 Nasceu a 1 de Junho de 1883, em Lisboa, filho de Francisco de Almeida Tavares de Proença e de Luzia de Judite Galdino.
A 20 de Outubro de 1899, sai de Portugal com destino a Inglaterra onde ingressa no colégio de Arreton Vicarege, na ilha de Wight.
Durante a sua estadia no colégio o jovem Francisco conheceu novas realidades, cresceu física e intelectualmente, tende sido um aluno brilhante.
A 27 de Julho de 1900 deixou Inglaterra com destino a Portugal, fazendo uma paragem por Paris, tendo visitado a Exposição Universal e apreciado o pavilhão de Portugal.
A nove de Agosto chega a Castelo Branco com um aspecto muito debilitado, atribuído por todos ao cansaço da viagem e à má alimentação, faz exames médicos e é-lhe diagnosticado tuberculose. Parte para Davos na a Suíça a fim ser internado no sanatório de Schatzalp, situava-se nos Alpes Suíços. A 30 de Março de 1901 regressa a Portugal, no início do verão instala-se numa das suas casas na Serra da Estrela e aproveita a estadia para conhecer melhor alguns aspectos da região: geografia, hidrologia, etnologia e climatologia, tende inclusivamente preparado um estudo que nunca chegou a ser publicado.
Em Dezembro de 1901 regressa a Davos para novo tratamento e aproveita o tempo para se dedicar à fotografia. A vinte de Marco de 1902 è considerado completamente curado e regressa á serra da estrela, onde permanecera até ao fim do verão desse ano. Em Outubro do mesmo ano ingressa na Faculdade de Direito de Coimbra mais por vontade do seu pai do que por sua própria vontade. 
Durante a estadia em Coimbra surgem as primeiras referências ao seu gosto pelo estudo da arqueologia, tendo sido aqui que a paixão pela arqueologia tomou forma: Começou a frequentar o Museu do Instituto, a convite do Dr. Bernardino Machado, bem como a sua biblioteca, o direito ficou assim relegado para segundo plano. 

Nos fins-de-semana deslocaram varia vezes à quinta da Cortiça propriedade da família, situada perto de Leiria, onde tentava por em pratica os seus conhecimentos de arqueologia. Em Março de 1903 descobre a Anta da Urgueira e registou a topografia das capelas da Senhora de Mercules, de Santa Ana e de São Martinho, neste ano ainda publica vários trabalhos. Em 1905 é convidado a participar no congresso Préhistori que de Franca, em Pèrigueux, onde apresenta duas comunicações. Em 1906 publica vários trabalhões e visita pela primeira vez o museu da Figueira da Foz, nesse mesmo ano escreve ao pai a dizer-lhe que está muito descontente com o curso de direito e que tinha desejo de dar outro rumo à sua vida, o pai proibiu-o de abandonar a Universidade. Em Outubro de deste mesmo ano vai a Lisboa visitar o Museu de Etnologia e conhece o Dr. Leite de Vasconcelos, volta a Coimbra para tentar concluir os seus estudos, porem advocacia não era de facto a sua vocação e perde o seu tempo com os amigos. 
Em 1907 publicou em O Archeologo Português um estudo sobre “ inscrições Romanas de Castelo Branco” e prepara um trabalho para o congresso de Autun, com o título de “Essai d`un inventaire des enceintes portugaises (résume)“, nesse mesmo ano abandona definitivamente Coimbra.
Em 26 de Março enviou 1909 enviou à Câmara Municipal de Castelo Branco uma proposta para a criação de um Museu, a 8 de Abril a Câmara aceitou formalmente a proposta cedendo para o efeito a capela do Convento de Santo António.
Em Junho de 1909 publicou “Anta da Urgueira (Beira Baixa)” e prepara ansiosamente a inauguração do Museu Arqueológico de Castelo Branco.
Em Janeiro de 1910, desloca-se a Lisboa onde se encontra com leite de Vasconcelos, com quem conversa sobre a inauguração do Museu por ele financiado recebendo por doação as peças da sua colecção privada ficando também a seu cargo a direcção a e conservação do espolio.
A 17 de Abril abriu ao público o Museu de Castelo Branco que teve na sua primeira direcção Francisco Tavares Proença Júnior, o conservador Dr. Manuel Pires Bento e o Conservador – Ajudante Sr. Manuel dos Santos.
Nesse mesmo ano fez o lançamento do nº 1 da sua revista a que chamou “ Materiais para o estudo das antiguidades portuguesas”
Ainda nesse ano o pai envolve-se na luta politica pelos ideais Monárquicos, e foi o chefe do Partido progressista no distrito de Castelo Branco, e a 5 de Outubro dá-se a implantação da Republica em Portugal.
Depois da Implantação da Republica em Portugal Francisco Tavares Proença Júnior aderiu à causa Monárquica e sublevou a Beira Baixa contra os Republicanos e juntou-se na Galiza, ao movimento de Paiva Couceiro, não tanto para defender os seus ideais mas sim os do seu pai. Durante aproximadamente dois anos entra em escaramuças contra os republicanos, sendo obrigado a fugir de Portugal.
Em Outubro de 1912 voltaram a evidenciar-se os sinais da do doença respiratória que lhe tinha sido diagnosticada em 1900, parte par Davos e instala-se no hotel Curhaus onde é observado pelo Dr. Spengler, que lhe disse não haver motivos para preocupação, regressa a Paris, onde aluga um pequeno apartamento.

Um mês depois volta a Davos com novos sintomas da doença, em Abril de 1913 escreveu ao Presidente da Republica Francesa, Raymond Poincaré, a dar-lhe conhecimento de um projecto com inovações para um navio de guerra.
Em Maio, não suportando mais o ambiente de Davos, mudou-se para Lousanne e a 8 de Junho remeteu para a Chancelaria Particular do Imperador da Rússia uma carta dando-lhe conhecimento do projecto, anteriormente apresentado ao Presidente Francês. Os Russos pediram mais detalhes ao que respondeu com algumas indicações isentas de pormenores técnicos. Nunca recebeu resposta.
Durante o ano de 1914 deambulou pela Europa, em Agosto de 1915 instalou-se em La Rosiaz, na Suíça, e ali dedicou os seus últimos meses de vida ao estudo fisiologia e da microbiológica, a 24 de Setembro de 1916 morre com 33 anos.
No dia 12 de Outubro a comissão executiva da Câmara Municipal de Castelo Branco aprovou por unanimidade a alteração do nome do museu, para Museu Municipal Tavares Proença Júnior.
A 14 de Outubro realizou-se o seu funeral em Castelo Branco

(PS) - Dados desta pequena biografia foram retirados do livro ”Arqueologia: 
coleções de Francisco Tavares Proença Júnior” de Carlos Fabião.
O Albicastrense

terça-feira, setembro 18, 2007

MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO

(Continuação do número anterior)
Porfírio da Silva, natural de Castelo Novo, ex – alferes do exercito de D. Miguel e depois do exercito constitucional e 2º oficial do Governo Civil de Castelo Branco, onde residiu durante 40 anos e onde faleceu em 1875, no seu livro Memorial de Castelo Branco publicado em 1853, tratando da origem desta cidade, diz que “a opinião mais seguida e a que tem carácter de mais verdadeira é, sem duvida, a do licenciado Gaspar Alvares de Lousada que fundada em inscrições do tempo dos Romanos, afirma ser Castelo Branco a “celebre Castraleuca em que nasceu e padeceu Santa Wilgeforte …”
Porém Manuel Pereira da Silva Leal, nas Memórias do Bispado da Guarda, refuta do seguinte modo a opinião de Lousada:
“Com grande empenhe procurou Gaspar Alvares de Lousada ilustrar-nos o Bispado de Idanha com o martyrio da ínclita Virgem Santa Wilgeforte, fazendo-a natural da Vila de Castelo Branco, em hum manuscripto que compôs em defesa do Lecionario da Igreja Catedral de Siguença (Espanha), querendo assim como muitos escritores, que aquela vila fosse a antiga Castraleuca.
“Que não he Castelo Branco, mostra bem o Padre Bívar de Btolomeu; se este testefica a Castra Leuca situada nos povos Célticos entre Lisboa e o Promontório Sacro (Cabo de S. Vicente, no Algarve), como he Castra Leuca em tão distantes e diferentes sítios?
George Cardoso, no Agiologio Lusitano e Pinho Leal no Portugal Antigo e Moderno, escreveram que a Santa Virgem Wilgeforte nasceu na cidade de Velcagia (que hoje dizem ser Bolonha). E Alexandre Herculano julga assim a idoneidade de Lousada: “A Reputação de antiquário que Lousada desfrutou entre os seus contemporâneos era mentida. Foram suas invenções embusteiras, aparecendo maravilhosamente a ponta de favorece as patranhas históricas então na moda, que lhe granjearam essa reputação imerecida. Quais eram na verdade os conhecimentos históricos dos Britos, dos Higueiras e doutros impostores, mais de um escritor o tem advertido”.
Embora Porfírio da Silva perfilhasse a opinião de Lousada, é fora de dúvida que a Castra Leuca, como origem da actual cidade de Castelo Branco, não passa de uma lenda ou te uma “patranha histórica” a que aludiu o nosso maior historiador.
(Continua – 2 /103)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. M. Tavares dos Santos
O Albicastrense

sexta-feira, setembro 14, 2007

quarta-feira, setembro 12, 2007

Jornais da minha Cidade


A 27 de Julho de 1919; Surgiu á luz do dia o jornal “A VOZ DA RAZÃO” Este periódico tinha como subtítulo “pela verdade; pela justiça; pela legalidade” O artigo de fundo versava sobre “A maior violência – A ultima das ilegalidades – O Cumulo ridículo
Era seu diretor Fernando Pardal e tinha como redactores e Secretários, José Maria Curado e José da Cruz Mendes. 
Eram seus administradores, João Ribeiro Costa e Florindo Bispo. 
Era impresso na Empresa Tipográfica Lda, com sede em Castelo Branco. 
Tinha como estatuto redatorial, ser “uma folha defensora dos empregados de barbearia desta cidade”. Publica-se quando os interesses da classe o exigirem. (Os interesse da classe devem ter deixado de existir, porque este jornal só teve uma única edição).

PS. A recolha dos dados históricos é de José Dias.
A compilação é de Gil Reis e foram publicados no Jornal
 ”A Reconquista"
                                           O Albicastrense

segunda-feira, setembro 10, 2007

Castelo Branco na História - (I)

Castelo Branco
Os

Nossos Monumentos
O jornal “A Beira Baixa” publicou semanalmente durante os anos de 1954 / 55 uma rubrica com o título “Monumentos de Castelo Branco ” da autoria de M. Tavares da Costa, onde dava a conhecer aos albicastrenses os monumentos da nossa cidade.
Cinquenta e dois anos depois descobri esta rubrica, após uma pesquisa pelo referido jornal.
Antes de mais gostaria de dizer que os meus conhecimentos sobre os nossos monumentos são muito diminutos, não podendo por isso mesmo avaliar o rigor científico e histórico, desta rubrica.
No entanto após uma leitura de leigo, gostei do que li, e resolvi colocar neste blog esta rubrica. Assim teremos a partir de hoje, (um por semana), um pequeno texto sobre castelo Branco ou sobre um dos nossos monumentos, que por vezes terá continuidade no texto seguinte.
Tentei saber na biblioteca de Castelo Branco, quem foi M. Tavares da Costa, porém o seu nome não consta nos arquivos da nossa Biblioteca, nem como autor de publicações sobre Castelo Branco, nem como autor de quaisquer outros livros.

Faço aqui um apelo: Sabe quem foi M. Tavares da Costa? Escreva na secção de comentários qualquer informação que tenha sobre ele, pois gostaria de ter dados sobre ele.

O porquê desta rubrica pode definir-se em dois pontos:
Primeiro: 
Dar a conhecer aos albicastrenses, (e não só), a história dos nossos monumentos. Todos sabemos onde fica a Igreja da Sé, porém se perguntarmos algum albicastrense, em que ano começou a ser construída, ou qual a personalidade que esteve ligada á sua construção, ficaremos seguramente sem resposta.
Segundo:
Dar igualmente a conhecer homens e mulheres, que de uma ou outra maneira, muito fizeram por Castelo Branco.

Não é Castelo Branco, como outras cidades e vilas privilegiadas, um vasto repositório de monumentos artísticos legados pelos nossos antepassados.
Entre as relíquias do velho património artístico português predominam na Beira Baixa, os castelos medievais, atalaias de vigilantes alcandoradas nas eminências da acidentada região fronteiriça.
No outeiro que domina a cidade de Castelo Branco, que se estende pela colina do lado do nascente, existe o antigo Castelo dos templários, cuja construção foi iniciada no primeiro quartel do sécu
lo XIII.
É quase absolutamente desconhecida a história desta região nas épocas anteriores à sua conquista aos mouros, no século XII, por D. Afonso Henriques, que a doou aos Templários para que estes cavaleiros a defendessem das investidas dos infiéis. É porém, m
ais remota a fundação do povoado ao qual os templários deram o nome de Castelo Branco. Por vários achados arqueológicos, tais como fragmentos de telhas romanas e utensílios de uso domestico, sabe-se ter existido em Mércoles, nos subúrbios da cidade actual, uma vila rústica romana e, por varias inscrições encontradas nos restos das antigas muralhas, pode inferir-se a existência de uma vila urbana onde talvez tivesse tido a sua residência o dominus ou senhor do núcleo de povoamento.É pois, natural que a origem de Castelo Branco remonte à época em que a Beira Baixa (Antiga Egitânia) fazia parte do vasto império romano.
No período da monarquia visigótica, a Egitânia foi centro de cultura de relativa importância, tendo uma sede episcopal em Idanha-a-Velha.
O domínio dos muçulmanos, destruindo a tradição dos municípios, não consegui apagar inteiramente os vestígios da antiga soberania romana, tendo mantido a designação de vilas alguns núcleos populacionais da velha Egitânia, entre os quais o de Vila Franca de Mancarche, situada no local da actual cidade de Castelo Branco.
(Continua – 1/103)
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 21 de Abril de 1951
Autor. M. Tavares dos Santos
O Albicastrense

quarta-feira, setembro 05, 2007

Orquestra Sinfónica


Paula Ventura

Desenvolve projecto no Conservatório

O Conservatório Regional de Castelo Branco está a criar uma orquestra sinfónica. Trata-se de um projecto novo que se iniciou no presente ano lectivo com a vinda para Castelo Branco, do professor Paulo Videira.
De acordo c
om a directora pedagógica do Conservatório albicastrense, Paula Ventura, a chegada de Paulo Videira, professor e maestro, trouxe este novo e aliciante projecto que foi proposto à direcção do Conservatório.
Inicialmente,
tratava-se de um projecto a médio prazo e apenas composto por instrumentos de cordas.
No entanto, Paulo Videira
entendeu criar dois
grupos de instrumentos: Cordas e sopro.

(PS) – Aos responsáveis por esta boa ideia, comprimentos do albicastrense e continuação de bom trabalho. 

O Albicastrense

terça-feira, setembro 04, 2007

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE - (VIII)



Ruas e Praças da
Terra Albicastrense
Rua Dr. Jaime Lopes Dias

A rua Jaime Lopes Dias, será para muitos albicastrenses uma rua desconhecida, independentemente da sua boa localização na nossa cidade. Esta rua tem o seu início no largo frente ao “Catorze”, e termina a meio da rua que vem do quartel da guarda-fiscal, para a rotunda da Europa.

QUEM FOI JAIME LOPES DIAS?
(1890-1977)

Nasceu em Vale de Lobos, actual Senhora da Póvoa (Penamacor) em 1890. Formou-se em direito pela Universidade de Coimbra, navegou pelo funcionalismo público, tendo desempenhando vários cargos: notário em Idanha-a-Nova, administrador deste concelho, secretário-geral do Governo Civil de Castelo Branco, alto funcionário do Ministério do Interior, e, desde 1946 a 1960 (data da sua aposentação), director dos serviços centrais da Câmara Municipal de Lisboa.
Nesta ultima data, a citada autarquia o galardoou com a sua medalha de ouro. Pertenceu a inúmeras associações científicas, literárias, artísticas, regionalistas (Portuguesas e estrangeiras). Em 1962 viu-se eleito académico efectivo da Academia de Ciências de Lisboa. Folclorista de nomeada, a sua Etnografia da Beira (em onze volumes, o primeiro dos quais publicado em 1962), continua a constituir trabalho de referência no conjunto da literatura Portuguesa consagrada ao tema. 
E sem duvida que o folclore, (como ciência englobante da etnologia, etnomusicologia e segmentes afins), formaliza o cume de interesse no conjunto da uma obra de conteúdos multistraficados: direito, arte, história, instrução, problemas administrativos, social, económico e regionalistas.
Autor de inúmeras obras das quais destacava “Portugal e a Etnografia”, “Pelourinhos e Forcas do Distrito de Castelo Branco”, “Aspirações e necessidades da Beira”, “Código Administrativo de 1936 e 40” e muitas outras. Jaime Lopes Dias teve igualmente uma faceta de jornalista importante: fundador, director e colaborador de um sem número de periódicos regionais e nacionais.  Faleceu em Lisboa no ano de 1977.

(PS) – Dados retirados do livro: Autores Nascidos no Distrito de Castelo Branco da autoria de: António Forte Salvado.
O Albicastrense

domingo, setembro 02, 2007

Os Fonsecas de Castelo Branco - IV

O Ultimo dos Fonsecas

FREI EGÍDIO DA FONSECA
OU
(Da Apresentação)

(1539 – 1626)

Nasceu em Castelo Branco no ano de 1539, irmão consanguíneo de Frei. Roque do Espírito Santo e irmão germano de Diogo da Fonseca e de Frei. Bartolomeu da Fonseca, aparentava-se pelo lado materno com o jesuíta Pedro da Fonseca.
Estudante em Coimbra desde muito novo, e estudante distintíssimo que sendo discípulo competia com os mestres na profundeza com que explicava os textos mais antinómicos, segundo Barbosa de Melo, professou aos dezanove anos de idade no Convento da Graça dos Eremitas de Santo Agostinho, de Lisboa, em 25 Abril de 1558.
Mestre conventual, iria doutorar-se em Teologia, e ocupar as cátedras de Gabriel, a de Escoto e a de Véspera, da faculdade de Teologia. Chegou a obter a mercê da cadeira de prima, por carta de Filipe III, mas pelos seus achaques não veio a reger. As cátedras principais designavam-se, como é sabido, pela nomenclatura das horas canónicas.
Somente os Teólogos de grande reputação ascendiam às cadeiras de Prima e de Véspera. Foi doutor em Teologia e substituído na cadeira de Véspera por Frei. Pedro Mártir, da Ordem dos Pregadores.
Frei. Egídio figura na escola dos afamados teólogos e filósofos da escolástica, desempenou, em diversas ocasiões, o cargo de Vice-Reitor e durante algum tempo o de Reitor da Universidade.
Recusou a mitra de Coimbra, oferecida por Filipe III, recusou igualmente o cargo de provincial, para que fora eleito. No último período da sua vida ficou cego, suportando com perfeita conformidade o seu infortúnio.
Autor de muitas obras publicadas, e de numerosos textos de filosofia, que até hoje não encontrou quem os analisasse em profundidade, o que nos daria a exacta e definitiva craveira intelectual de frei Egídio.

Esteve com o seu irmão Frei Roque do Espírito Santo em Alcácer Quibir, a tentar demover o rei D. Sebastião da sua louca aventura, porém sem sucesso.

Morreu em Coimbra, a 8 de Novembro de 1626, e ali jaz sepultado, entre varões ilustres, na igreja da Graça de Coimbra.

Muito mais haveria para dizer deste grande albicastrense, no entanto os dados sobre este “homem sábio” são escasso, tornando-se difícil dizer algo mais sobre ele.

Com Frei Egídio, chaga ao fim a apresentação da família dos Fonsecas de Castelo Branco, que durante aproximadamente um século (1530/1630 desempenhou em Portugal um papel de relevo em praticamente todas as áreas.

A Capela do Carneiro ou dos Fonsecas
, (hoje actual sacristia da igreja da Graça), como era vulgarmente conhecida, em Castelo Branco, destinou-a o seu edificador Diogo da Fonseca a mausoléu de família, pais, esposa, irmãos e seus descendentes.
Era ao mesmo tempo uma homenagem à memória dos insignes irmãos, a consagração do seu valor e de suas glórias terrenas, mas não repousam ali, os restos mortais de Frei Roque e de Frei Egídio, (em tempos terão ali repousado os restos mortais de Diogo da Fonseca, e seus familiares).
No entanto a esta família voltarei uma última vez, para falar de um quadro que actualmente se encontra no Museu Francisco Tavares Proença, onde podemos ver Frei Roque e Frei Egídio resgatando prisioneiros.

O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...