quarta-feira, janeiro 31, 2018

CASTELO DOS TEMPLÁRIOS - VI

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE
(Continuação)
O castelo com o seu palácio e a muralha mantiveram-se quase intactos durante mais umas dezenas de anos.
Porém na primeira metade do século XIX, em que a cidade foi conturbada pela Guerra Peninsular e pelas pugnas politicas, os seu habitantes empreenderam a demolição do velho baluarte, com o objetivo de utilizar a pedra nas construções particulares.
Para tanto obtiveram o assentimento das autoridades a quem competia velar pela conservação dos monumentos históricos.
Nessa época, que foi a mais nefasta da sua história, a cidade foi vítima das vicissitudes das guerras e das perturbações da ordem pública e, como se não bastassem essas calamidades, foi levada a efeito a destruição sistemática da majestosa fortaleza medieval.
Em 1821, num requerimento que um capitão secretário das armas da província, fez ao rei para tirar pedra da muralha e com ela edificar uma casa junto da porta do Espírito Santo. A Câmara informou que achava justo o deferimento contanto que não fosse tirada das muralhas ocupadas por particulares e que também achava conveniente que a pedra se consumisse em obras que tinham por fim aumentar a cidade.
Por portaria de 17 de Julho de 1835, o Ministério da Guerra, satisfazendo um pedido da Câmara Municipal, concedeu-lhe licença “para se apearem os arcos das muralhas da cidade e ser empregada a pedra em obras de manifesta utilidade pública”.
Em 21 de Outubro do mesmo ano, aquele departamento do estado determinou, numa nova portaria, que se desse imediato cumprimento á primeira.
Ordenou também o Governo, por portaria de 9 de Março de 1839, que fosse vendida parte da pedra das paredes do castelo e, por outra de 20 de março do mesmo ano, que se vendesse a telha e os madeiramentos!
(continua) 
Recolha de dados: “CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - (1958)”.
Da autoria de Manuel Tavares dos Santos
O Albicastrense

sábado, janeiro 27, 2018

CASTELO DOS TEMPLÁRIOS – (V)

  CASTELO BRANCO 
NA 
HISTÓRIA E NA ARTE
 
FANTÁSTICO PALÁCIO DOS  COMENDADORES
 DA
 VILA DE CASTELO BRANCO
 
(Continuação)
A Casa do Infantado foi fundada pelo Rei D. João IV, por alvará de 11 de Agosto de 1644, para ser desfrutada pelo filho segundo dos reis de Portugal e nela ingressaram os bens confiscados aos fidalgos que se bandearam com a Espanha durante as guerras da Restauração.
O palácio do castelo foi também incorporado nesses bens. Em 1791 a Rainha D. Maria I uniu a Comenda de Alcains à de Castelo Branco da qual era donatário o Príncipe do Brasil. Pela leitura do auto lavrado em 1753, do qual se faz uma transcrição integral por se julgar interessante pela exuberância, pode fazer-se uma ideia do antigo palácio sabendo-se que uma vara equivalia ao comprimento de 1.099, isto é, a 5 palmos de 0,2198. 
“Medição e descrição do palácio dos comendadores de Santa Maria do Castelo da vila de Castelo Branco.
Está o dito palácio fundado dentro do castelo da dita vila sobre um monte em cujas faldas, para a parte nascente, está situada a vila de castelo Branco. Entrando pela porta principal da muralha do dito castelo, fica à mão direita junto da capela-mor da igreja de Santa Maria a porta principal do palácio, que é de pedra de cantaria, e as suas portas de madeira chapeadas de ferro, tem a dita porta de altura 3 varas, e de largura 2 e meia, e à entrada desta está um pátio que tem de comprimento 25 varas e 4 palmos, e de largo 15 varas e 4 palmos; à mão direita da entrada do dito pátio está um quarto com balcão para onde se sobe por uma escada de pedra, de 12 degraus, e tem o dito quarto duas portas em cima do dito balcão, duas janelas na sua parede que caiem sobre o pátio; e para a parte da vila tem viradas 3 janelas; era o dito quarto uma sala grande, e se acha ao presente dividida em 4 quartos, dois são de telha vã, e os outros forrados de madeira.
Há debaixo do dito balcão um arco de pedra por onde se entra para a loja que serve de cavalariça, e tem todo o dito quarto de comprimento 18 varas e 2 palmos, e de largo 6 varas e 1 palmo.

Há no dito pátio um jardim cercado de pedra de cantaria de almofadas, que tem de largo 7 varas e 4 palmos, e de comprimento 9 varas e meia; tem algumas árvores de espinho, e à roda seus jasmineiros. Fica o dito jardim debaixo da galeria que o dito palácio tem sobre o dito pátio, que consta de 4 janelas rasgadas.
À parte esquerda da entrada do dito pátio está uma cisterna com suas guardas de pedra de cantaria, e por esta mesma parte cerca o dito pátio uma parede em que está uma porta que vai para uma cerca detrás da igreja de Santa Maria, que tem de circunferência 152 varas e 4 palmos, e fica toda tapada com a parede da dita igreja pela parte por onde se entrava para a tribuna que os comendadores tinham na mesma, e com a muralha. Dentro da dita cerca estão umas casas térreas, que serviam antigamente de armazém para o tesouro e munições de guerra: estão ao presente quase arruinadas, tem duas portas para a cerca, e de comprimento 19 varas e 4 palmos, e de largo 4 varas.
Por cima da porta da cerca há um patim de cantaria, do qual se sob para a escada principal da pátio, que tem 26 degraus de pedra; e no cimo da dita escada, está outro patim coberto de forro de madeira, sustenta-se sobre 3 colunas. 
Na entrada há uma porta de 9 palmos de alto e 7 de largo por onde se entra para um recebimento lajeado de pedra sobre a abobada, que antigamente era descoberto, e consta que servia de cisterna, que tem 4 varas de comprido e 3 de largo, no qual estão duas portas, e se desce pela da esquerda por uma escada de pau para uma casa térrea em  que está uma chaminé e um forno; e pela outra porta se entra para a sala da espera do palácio, que tem duas janelas, uma de assentos e outra rasgada viradas para o nascente, e uma chaminé, tendo de comprimento 10 varas, e 5 de largo.
Há nesta sala mais três portas, por uma das quais se entra para um quarto que tem uma janela rasgada sobre o pátio; e deste quarto há uma porta para outro que tem uma janela rasgada, e por ali se entra por uma porta para um outro quarto com sua janela, e tem este 5 varas de comprimento, e 3 e 2 palmos de largo.
Pela porta que está no canto da dita sala de espera, se entra para uma outra sala com sua janela para o norte, tendo de comprimento 6 varas e meia, e 5 e 4 palmos de largo. Tem esta duas portas, uma à direita, que dá entrada para o ultimo quarto, e outra para a ultima sala com duas janelas, uma para o norte e outra para o nascente, e uma chaminé, tendo 8 varas e meia de comprimento e 5 de largo; e havendo ainda outra porta por onde se entra para um quarto ladrilhado de tijolo, que tem 5 varas de comprido e outras 5 de largo.
 Há no dito quarto três portas que dão entrada, uma para a cozinha, que tem 6 varas de comprimento é 5 de largo, outra que dá saída para a varanda do palácio, da parte do nascente, que é ladrilhada de tijolo com sua guarda de parede pela dianteira, e pelos lados tem seus alegretes para flores, tendo de comprimento 14 varas e 4 palmos, e de largo 4 ditas.
Estão os três quartos de que se fez menção formados sobre três arcos de pedra, que estão ao presente tapados, á exceção de um, pelo qual se entra ficando á mão esquerda um portado que dá entrada para uma casa que fica debaixo do primeiro recebimento do palácio que é de abobada.
Defronte do dito arco está um portado de cantaria lavrada, grande e magnífico, por onde se entra para uma sala que fica debaixo da de espera, que é toda ladrilhada, e no meio tem um florão de azulejo, tendo de comprido 10 varas e 2 palmos, e de largo quatro varas e dois palmos; e nesta sala está uma porta para o norte, por onde se sai para um passeio ladrilhado de pedra miúda e cercada de parede com seus alegretes de roda, pelo que mostra que foi jardim, o qual tem de comprido 12 varas e de largo 5.
No cimo da dita sala à direita da sua entrada está outra porta por onde se entra para uma loja, que serve ao presente de tulha; e defronte da casa de abobada há outra porta por baixo de um arco por onde se entra para a tulha do azeite.
As paredes do palácio são todas mais altas do que os seus telhados, e todas cercadas de ameias que forma a perspetiva da torre da muralha.
Na forma referida é que está o sobre dito palácio e todo está suficientemente reparado sem ameaçar em parte alguma ruína”.
Acentua-se que, em Outubro de 1753, a antiga alcáçova ainda se encontrava em ótimo estado de conservação.
(continua)
Recolha de dados: “CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE”.
Da autoria de Manuel Tavares dos Santos
O Albicastrense

quarta-feira, janeiro 24, 2018

CASTELO DOS TEMPLÁRIOS – (IV)

 
CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE
 (Continuação)
Para facilitar a entrada e a saída da população, sempre crescente, foram mais tarde abertas, na muralha, mas três portas; a do Relógio, dando entrada para a Rua do mesmo nome;Postigo, dando acesso à Rua do Poço das Covas; e o Postiguinho de Valadares, cuja designação se mantém numa travessa que liga o Largo da Sé com a Rua dos Peleteiros.
No primeiro quartel do século XIX foi praticada, na muralha, ao Norte da Igreja da Misericórdia Velha que é atualmente da invocação de Santo António, mais uma abertura para dar acesso à quelha denominada Barbacã do Norte.
O vetusto castelo, com as sete torres das quais sobressaia a de menagem e a muralha poligonal, que cingia a povoação, com as suas onze portas providas de vigias e seteiras, eram construídas de silhares de granito e constituíam um fortíssimo propugnáculo de especto imponente, majestoso.
 O adarve, com os seus parapeitos e palanques apoiados em consolas e cachorros, formava uma dupla fila de ameias em toda a extensão da muralha.
 A torre situada no ângulo Nascente-Norte do castelo, da qual se vêm ainda umas paredes com janelas góticas geminadas, fazia parte da alcáçova que foi residência dos alcaides e comendadores das Ordens do Templo e de Cristo.
As janelas e portas da parte desaparecida da alcáçova eram também talhadas no estilo gótico característico da época da fundação do castelo.
No livro do Tombo da Comenda figura um auto de mediação e descrição da antiga alcáçova, lavrado em 16 de Outubro de 1753, data em que foi feito um inventário dos bens sa extinta Casa do Infantado pelo juiz do Tombo Manuel Tavares Falcão.
(continua)
Recolha de dados: “CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - (1958)”.
Da autoria de, Manuel Tavares dos Santos
O Albicastrense

domingo, janeiro 21, 2018

CASTELO DOS TEMPLÁRIOS – (III)

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE
 (Continuação)
Compulsando o Livro das Fortalezas do Reino, elaborado por Duarte de Armas no século XVI e arquivado na Torre do Tombo, pode fazer-se uma e reconstituição aproximada das fortificações medievais de Castelo Branco, hoje quase totalmente desaparecidas.
Perlustrando as desenhos que lhe dizem respeito e cotejando-os com as atuais ruínas, verifica-se que a cidadela ocupava todo o planalto que domina a povoação e era formada por sete torres coroadas de ameias, ligadas por espessos muros também ameiados, estando no recinto a alcáçova de elegante construção.
A torre de menagem, de seis faces, estava localizada no angulo Poente-Norte, sobrepujando as outras seis torres quadrangulares.
A muralha da qual restam uns pequenos troços, partindo do angulo Sul-Poente do castelo, descia a colina pela parte ocidental da Rua dos Chões até ao largo do Espirito Santo: daqui infletia para a Torre do Relógio, seguindo a direção da atual Vaz Preto, com pequenas variantes: daquela torre (primitivamente equilibrada com uma cúpula piramidal e não com a moderna cónica destoante) continuava até ao quintal da casa da família Tavares Proença, situado no Largo da Sé, onde formava um angulo e, passando nas traseiras das casas da Rua das Olarias, infletia novamente, subindo a encosta, para fechar o perímetro no planalto onde avultava a cidadela.
A muralha tinha sete portas: a de Santiago, ao Norte, ao cimo da calçada da Alegria; a da Vila, também ao Norte, dando acesso á Rua dos Ferreiros; a do Espirito Santo, ao Sul, dando entrada para a Rua de Santa Maria; a do Ouro, ao Sudoeste, junto da torre da Igreja de Santa Maria, que esteve próxima do local onde no seculo XVI, foi edificada a Capela de S. Brás; a de Santarém, ao Poente, em frente da Igreja de Santa Maria; a da Traição, em frente do sítio onde esteve a Capela de S. Gens e a do Esteval, entre a Porta da Traição e a de S. Tiago.
(continua) 
Recolha de dados: “CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - (1958)”.
 Da autoria de, Manuel Tavares dos Santos  
O Albicastrense

sexta-feira, janeiro 19, 2018

CASTELO DOS TEMPLÁRIOS – (II)

 CASTELO BRANCO  NA  HISTÓRIA E NA ARTE 
(Continuação)
Em muitos castelos havia a Porta da Traição, que dava passagem para os campos ou para as florestas através de galarias subterrâneas e por onde os sitiados poderiam fugir quando julgassem inútil a resistência ou impossível a defesa.
Dos castros da idade antiga que foram, na sua maior parte, arrasados pela invasão dos guerreiros bárbaros, apenas restam algumas ruínas dispersas em regiões distantes. Por estas ruínas foi possível estudar a constituição das fortificações primitivas e verificar que elas não diferiam essencialmente das medievais.
O período áureo dos castelos foi a idade Média, em que o feudalismo exerceu uma grande preponderância em muitas regiões da Europa. Constituíram esses baluartes, sólidos pontos de apoio para a nobreza impor aos povos o seu domínio e até registar arrogantemente aos soberanos.
Em Portugal, esses bastiões, desempenharam um importantíssimo papel na formação e na consolidação da nacionalidade.
Na Beira Baixa predominam, entre as relíquias do património artístico português, os castelos medievais, atalaias vigilantes erguidas nas eminencias da acidentada região fronteiriça e por vezes alcandoradas nos píncaros de alcantiladas penedias.
As suas pedras, carcomidas pelos agentes atmosféricos e desmanteladas pelas fúrias dos homens, são testemunhas do passado distante em que o nosso território foi disputado aos muçulmanos em ásperas e sanguinolentas batalhas.
No cimo da colina onde se situa a cidade de Castelo Branco existem uns restos da cidadela da fortaleza construída pelos Templários no seculo XIII.
(continua)
Recolha de dados: “CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE”.
 Da autoria de, Manuel Tavares dos Santos
O  Albicastrense

quarta-feira, janeiro 17, 2018

CASTELO DOS TEMPLÁRIOS – (I)

CASTELO BRANCO  NA HISTÓRIA E NA ARTE 
É muito remota a origem dos castelos. Na idade Antiga era nestas fortalezas que viviam os chefes das tribos e se celebravam as cerimónias religiosas.
Estes entrincheiramentos fechados e falqueados por torres eram edificados, por via de regra, nos cerros e montes elevados que dominavam vastos horizontes.
Quando era necessário defender vastas planícies e tinham de erigir-se em locais de fácil acesso, eram circundados por profundos fossa cheias de água que só eram transponíveis, em tempos de paz, por meio de pontes lavadiças. Inspirando confiança os seus espessos muros, era junto deles que se erguiam e cresciam as povoações.
Os habitantes eram eficazmente protegidos pelas cintas de muralhas onde, de espaço a espaço, se elevavam fortíssimas torres guarnecidas de ameias, das quais podiam ser facilmente atacados os sitiantes.  
Para que estas fortificações se tornassem quase inexpugnáveis, eram as cercas reforçadas com recintos interiores onde os assaltantes se debatiam e por vezes baqueavam, quando conseguiam superar o primeiro obstáculo.
Dos merlões, dos postigos, das frestas, dos palanques e parapeitos construídos sobre cachorros lançavam-se impiedosamente sobre os inimigos as setas, os pedregulhos, o azeite em abolição, o pez e o chumbo derretido.
O interior dos castelos era dividido por fortes paredes, formando vários compartimentos, onde se arrecadavam os produtos dos saques e os tesouros coletivos.
As portas eram seguras por ferrolhos e arnelas e flanqueadas por cubelos e torreões que protegiam as comunicações dos recintos com o exterior.
A torre de menagem, onde flutuava o pendão e cuja altura excedia a das outras, era o derradeiro refúgio dos defensores no caso de assédio.
(continua)
Recolha de dados: “CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE”.
 Da autoria de Manuel Tavares dos Santos
O Albicastrense

sexta-feira, janeiro 12, 2018

ZONA HISTÓRICA DA TERRA ALBICASTRENSE - TRAVESSA DO JASMIM

Se a tristeza matasse, suponho que ao passarmos por esta travessa nos daria o badagaio perante o estado deplorável em que esta casa se encontra.
Palavra que não encontro vocábulo para descrever a mágoa que senti, ao passar por esta travessa. 
Como é possível que esta casa esteja como as imagens
documentam, e nada seja feito para resolver a desgraça. 

Quando olho para muitas das obras que decorrem na terra albicastrense, não posso deixar de cogitar sobre a nossa zona histórica e de me questionar.

Que raio de gente somos nós, que ambicionamos uma cidade com novos largos, novas praças, novas ruas, novas urbanizações, novas estruturas desportivas, recreativas e culturais, enfim, uma cidade nova, e depois, aceitamos que o local onde foi semeada a terra albicastrense, se desmorone todos os dias, um pouco mais?
                                               O  Albicastrense

quarta-feira, janeiro 10, 2018

MEMORIAS DO BLOGUE - (IX) (Toponímia Albicastrense - 1)


RUAS
 DA TERRA ALBICASTRENSE


DADRA
(Antigo Território Português na Índia)

Na toponímia albicastrense é relativamente fácil percebermos o significado de certos nomes das nossas ruas.
A Rua da Figueira, da Amoreirinha ou Avenida 1º de Maio, são exemplos desse facto. No entanto com a rua que aqui trago hoje, passa-se precisamente o contrário, e muita gente certamente ao passar por lá e ao olhar para o seu nome, terá perguntado a si próprio, o porquê deste nome, uma vez que ele pouca ou nada nos diz.
A rua Dadra começa junto à Capela do Espírito Santo, passa ao lado da praça, desaguando na Rua dos Combatentes da Grande Guerra, por detrás do liceu.
Entre 1779 e 1954, pertenceu ao Império Português, tendo sido a primeira colónia do Império a ser ocupada pela União Indiana. 
Fazia parte do antigo distrito de Damão. Dadra assim como Damão, é um enclave no estado do Gujarat e Nagar-Aveli fica na fronteira entre este e Maharashtra. 
Em 1992, desapareceram todas as sequelas entre a Índia, (independente desde 1947) e Portugal, que se recusara, desde Fevereiro de 1950 até ao 25 de Abril de 1974, a admitir que tinha perdido, de facto e de direito, as suas antigas províncias ultramarinas.
Desta forma foi encerrado o contencioso sobre estes territórios e procedia-se aos funerais dos militares portugueses mortos durante a invasão pela Índia.
Salazar disse na altura da invasão, que só aceitaria o regresso dos soldados e marinheiros Portugueses, vitoriosos ou mortos.
O Albicastrense

domingo, janeiro 07, 2018

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE – (XXXV)

RUAS DA TERRA ALBICASTRENSE 
O seu nome foi dado a uma rua de Castelo Branco (perto do Largo do Saibreiro), e ainda esculpido na memória dos grandes beneméritos da Misericórdia. Formado em Cânones e prior da igreja de S. Pedro, de Torres Vedras, viveu e ficou sepultado na mesma vila.

No livro de Castro e Silva, encontra-se um valioso capítulo dedicado ao famoso testamento do Prior Manuel de Vasconcelos, notando o autor a escassez dos elementos biográficos, que lhe respeitam.
Do seu testamento consta o seguinte: “… Não tenho erdeiros forsados   asendentes, nem  desendentes , que de forsa aiao de suseder em meus bens e fazenda, pelo que instituo e fasso minha universal erdeira a Santa Casa da Misericórdia da villa de Castello Branco, minha pátria, de todos os bens assi moveis como de raís que na quella villa tenho e possuo…”
Deixou alguns legados a entidades e instituições de Torres Vedras, além do perdão de numerosas dívidas, enunciando os devedores, sem, as mais vezes mencionar as quantias, o que consta do referido testamento, redigido e aprovado 1617.

Nasceu em 1575, conforme ele próprio diz no mesmo documento, que a sua idade vai “passante de setenta e dou anos e com algãs achaques que não prometem muita vida…”.
Faleceu a 13.08.1647, como se verifica do auto de aprovação subscrito por Bartolomeu Barreiros Baracho, vereador servindo de juiz de fora, de Torres Vedras, que abriu o testamento e o cadecilho cerrado, por ter falecido o testador.
Nota: No seu testamento, impôs este benemérito, que toda a sua avultada fortuna, então avaliada em 50 contos, à Santa Casa de Misericórdia de Castelo Branco. A obrigação de construir e sustentar, na Praça Velha defronte da cadeia, uma capela para que os detidos pudessem assistir à missa.

Dados recolhidos no livro; “Estudantes da Universidade de Coimbra naturais de Castelo Branco” da autoria de, Francisco Morais e José Lopes Dias.                                 
                                                O Albicastrense

quarta-feira, janeiro 03, 2018

COLECTIVIDADES DE CASTELO BRANCO

ASSEMBLEIA 
DE 
CASTELO BRANCO
 (1849 – 199?)

A intervenção feita por Luís Vicente Barroso na Assembleia Municipal sobre o prédio onde esteve instalada a antiga Assembleia de Castelo Branco e sobre a própria Assembleia, leva-me a postar aqui, de novo, um pouco da história desta antiga coletividade albicastrense.
Fundada em 1849 teria hoje a bonita idade de 169 anos (se ainda tivesse as portas abertas), e seria a segunda coletividade mais antiga do país.
Fiz parte dos corpos gerentes no ano de 1987 na qualidade de tesoureiro e fui sócio até finais de 80, altura em que deixaram de cobrar quotas. 

UM POUCO DE HISTÓRIA

O aproximar dos fins do século XIX, marca em Portugal, o aparecimento de uma verdadeira multidão de Associações Culturais e Recreativas, ligadas a movimentos operários ou de funcionários administrativos “do fundo da tabela” e outras, preenchidas por elementos da média e alta burguesia com algumas misturas de nobreza media.
Assim, apareceu nos anos 40 do século XIX. A Assembleia de Castelo Branco, vingou no seio da comunidade dos seus apaniguados, pela realização de convívios culturais e recreativos que em muito animaram a terra albicastrense no passado.
A Assembleia esteve instalada nos seus primeiros anos, no primeiro andar de uma casa de D. Maria da Piedade Ordaz Caldeira de Valadares, na Rua do Pina. 
Essa casa foi destruída por um incêndio em 1902 e a Assembleia mudou-se, provisoriamente, para uma casa da Rua de Santa Maria.
Durante o segundo semestre de 1906 passou para o prédio do Largo da Devesa, no fundo do Passeio Público, onde se manteve até à sua extinção (imagem do poste).
Para finalizar não posso deixar de aqui colocar uma velha questão. Como foi possível deixar fechar as portas a uma coletividade com quase cento e cinquenta anos de existência na época?
                                                   O ALBICASTRENSE

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...