quarta-feira, agosto 29, 2007

Museu do Brinquedo

DAR VOZ

A cidade de Castelo Branco vai ter o Museu do Brinquedo.
O processo para a instalação de um Museu do Brinquedo na urbe albicastrense, com expressão nacional e até internacional, está bem encaminhada, havendo fortes possibilidades de este projecto se tornar realidade dentro de relativamente pouco tempo.
Segundo apurámos, a Câmara Municipal de Castelo Branco está a liderar todo o processo para a instalação do futuro Museu do Brinquedo.
Aliás, o próprio presidente da Câmara, Joaquim Morão, confirmou que o processo se encontra em curso e que está bem encaminhado. No entanto, o autarca mostrou-se sempre comedido nas palavras e não quis adiantar muitos pormenores sobre todo o processo.
Apesar disso, Joaquim Morão confirmou que o antigo edifício dos CTT, junto à Sé Catedral, é uma forte possibilidade para vir a receber o futuro Museu do Brinquedo de Castelo Branco.
Recorde-se que a autarquia albicastrense adquiriu aquele imóvel que se encontra em fase de recuperação e onde investiu qualquer coisa como cerca de um milhão de euros.
Uma coisa é certa. Joaquim Morão garantiu que a concretizar-se este projecto, o Museu do Brinquedo virá para Castelo Branco sempre com uma perspectiva em mente, isto é, que seja um museu de expressão nacional.
28-08-2007 Carlos Castela ora aqui está a BRINCADEIRA CULTURAL DO MUNICÍPIO DE CASTELO BRANCO

PS – Não há mais museus do brinquedo em Portugal? O que é que Castelo Branco ganha?

O texto que acaba de ler, foi colocado na secção de comentários deste blog, com a assinatura de Carlos Castela.
Por entender que o mesmo levanta uma questão importante na comunidade albicastrense, o mesmo foi colocado como post, para poder ser comentado por todos nós (entre os quais eu próprio).

O Albicastrense


quinta-feira, agosto 23, 2007

TIRAS HUMORÍSTICAS – II

Bigodes e Companhia

Os albicastrenses são, como todos sabemos, pessoas sem grande sentido de humor, não sei porém qual a razão deste macambúzio comportamento. Carrancuda conduta que até nos jornais locais é possível observar-se, através da falta secções humorísticas, sobre a nossa realidade local. Gostaria porém de salvaguardar duas pequenas excepções do jornal reconquista: “As crónicas quinzenais do Dr. Freitas”, e os “Retratos da autoria de JC”, a eles o meu bem-haja pelas suas belas crónicas. Mesmo sabendo da nossa falta de humor, gostaria de aqui colocar um desafio a todos aqueles albicastrenses que visitam este blog e pensem ter alguma graça: Este blog esta á vossa disposição para aqui poderem colocar situações humorísticas sobre a nossa terra, (na secção de comentários), sem porém ofender quem quer que seja.

Humor é a arte de verbalizar, o que queremos dizer com um sorriso nos lábios e com toda a tolerância imaginável, pois quem não conseguir rir-se de si próprio, nunca se poderá rir dos outros, mas sim apenas sorrir.

O Albicastrense

terça-feira, agosto 21, 2007

COLECTIVIDADES DA MINHA TERRA


O PARQUE DESPORTIVO

(1921-1940)

Criado em 1921, esta colectividade foi uma das mais simbólicas da nossa cidade no século XX.
Esta colectividade irá ficar instalada durante 20 anos no espaço que hoje conhecemos como parque da cidade, este espaço é alugado pela Câmara Municipal à associação Parque Desportivo em 1921.
Esta associação foi constituída por membros da alta sociedade albicastrense e tinha por objectivos proporcionar aos sócios jogos desportivos, divertimentos ao ar livre e promover festas públicas e outros divertimentos compatíveis com o carácter do clube.
Segundo os estatutos do clube os lucros conseguidos com as suas actividades revertiam a favor de associações de beneficência.
O parque desp
ortivo em 1935 possuía cerca de 400 sócios e ocupava apenas o espaço do bosque (Parque dos Loureiros).
Durante o espaço de tempo (aproximadamente 20 anos) em que ali esteve instalado, muitas foram as iniciativas ali realizadas, procedeu-se à construção de um ringue de patinagem, à construção de uma carreira de tiro, foi aberto um bar e animatógrafo. O cinema funcionou no Parque Desportivo a partir de 1921 e durante alguns anos ali passou regularmente, a colectividade leva a efeito pela primeira vez em Castelo Branco a realização de touradas (no pátio do Paço Episcopal, hoje Museu) assim como a realização de um jogo de futebol no campo de Montalvão, as “festas de Junho” começam a realizar-se no parque.
Em 1932 o Parque Desportivo organiza no seu recinto um concurso de Ténis e de Tiro e em 1943 o recinto é electrificado.
Além das infra-estruturas criadas o Parque Desportivo possuía entre outras coisas, aparelhos de ginástica, baloiços para crianças, uma barraca de chá, uma esplanada com telefonia (um luxo na época). Com o passar dos anos o Parque Desportivo entra em decadência, sendo cada vez menor o número de sócios a frequentar as suas instalações.
Em 1940 um grupo de cidadãos pede à Câmara Municipal a restituição desse espaço á cidade (o aceso ao local era exclusivo para sócios desta associação). A Câmara Municipal concorda com as razões apresentados, e decide em 1940 não renovar o contrato de arrendamento, tomando posse do local, com esta decisão estava dado o passo de morte para a sua extinção, o que acontece em Assembleia-geral realizada em Outubro de 1940.
Os seus bens foram adquiridos pela Câmara Municipal e o saldo foi distribuído por varias instituições de solidariedade da cidade.

Ps. Dados recolhidos na revista semestral de investigação “istopía”, editada pela Câmara Municipal de Castelo Branco.

                                                 O    ALBICASTRENSE

sábado, agosto 18, 2007

A minha cidade através do tempo

Fotografias restauradas por V/Bispo - 2007
ANTIGO LARGO DOS CAFÉS

Os autores destas duas fotografias já não estão entre nós, todavia deixaram-nos o seu arquivo de lembranças, através do qual podemos sonhar e contar histórias do tempo que passou.
A todos aqueles que nos deixaram estas lembranças, estejam onde estiverem, um grande bem-haja.
Fotografar o passado e o presente é acima de tudo arquivar lembranças para o futuro.

O albicastrense

quinta-feira, agosto 16, 2007

TIRAS HUMORÍSTICAS

Tiras humorísticas sobre Castelo Branco, vão aparecer regularmente neste blog.
Espero ter alguma graça… qualidade que muita falta faz aos albicastrenses.


P.S. - Já agora, o blog "Heróis do Quotidiano" irá ser actualizado. Visitem-no e divirtam-se clicando aqui.

O Albicastrense

terça-feira, agosto 14, 2007

ECOS DE UMA ENTREVISTA


OFICINA ESCOLA DE BORDADOS
DO MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR

Extracto de um trabalho jornalístico publicado pelo jornal “Gazeta do Interior” na sua edição 973, de 8 de Agosto de 2007.973
A Oficina Escola do Museu Tavares Proença Júnior, de Castelo Branco, vai acabar por encerrar, a médio prazo, se entretanto não entrar mais nenhuma bordadeira, o que parece estar fora de hipótese. O núcleo já chegou a funcionar com duas dezenas de bordadeiras, mas ao longo dos anos foram saindo, umas porque preferiram trabalhar por conta própria, outras porque abandonaram a profissão, outras por motivos de aposentação. Neste momento, trabalham no museu quatro bordadeiras, já com anos suficientes de serviço para pedir aposentação, (começaram a trabalhar muito novas), mas ainda sem idade para tal.
O trabalho jornalístico apresentado pelo jornal gazeta do Interior sobre os nossos bordados, mais não é que a confirmação daquilo que tenho dito ao longo dos últimos dois anos, sobre este assunto.
O trabalho jornalístico tem a assinatura de Célia Domingues, (que não conheço), contêm uma afirmação, que não corresponde à verdade.

Célia Domingues diz o seguinte
:ao longo dos anos as bordadeiras foram saindo, umas porque preferiram trabalhar por conta própria, outras porque abandonaram a profissão”, (onde colheu Célia, tal informação)?
Célia tal não corresponde à verdade!
Durante os trinta anos de existência da Oficina Escola de Bordado do Museu, (1976/2006) nenhuma das bordadeiras que ali trabalhou durante esse tempo, saiu para trabalhar por conta própria, ou porque abandona-se a profissão, todas as bordadeiras, saíram por motivo de reforma nos últimos anos.
No entanto não é sobre esta pequena inverdade, que aqui quero falar, mas sim sobre a “fase terminal da Oficina Escola de Bordados do Museu” assumida publicamente, pela actual directora do museu (Calculo! com o patrocínio do
Instituto dos Museus e Conservação) …

Diz a actual responsável pelo museu:
“Existem muitas bordadeiras que podem e fazem já este tipo de trabalho lá fora, com muita qualidade e satisfazem já muitas encomendas".
“As bordadeiras que restam no museu vão entrar na reforma daqui por dez anos, e a Oficina Escola do Museu vai acabar por fechar
“A vocação da instituição não é "produzir" bordado mas sim preservar e investigar esta arte”

A pílula dourada que a actual direcção do (I.M.C. - Instituto dos Museus e Conservação), está a tentar enfiar-nos pela boca dentro, através da actual direcção do museu F.T.P.J mais não é que uma carrada de areia para os olhos da opinião publica albicastrense.
A criação da OFICINA ESCOLA DE BORDADOS DO MUSEU DE FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR, foi obra de gente empenhada e dedicada aos bordados de Castelo Branco, e à sua cidade.
A Oficina Escola de bordados é parte integrante do nosso museu, e não um apêndice de menor importância, que possa ser descartável a qualquer momento, conforme o poder politico assim o entender.
O fim da Oficina Escola de bordados será mais um arrombamento no prestígio do nosso museu, deixar fechar a oficina escola com o argumento de que já “Existem muitas bordadeiras que podem e fazem já este tipo de trabalho lá fora, com muita qualidade e satisfazem já muitas encomendas", é em primeiro lugar dar um tiro de canhão no próprio museu, é reduzir os últimos trinta anos da oficina escola, a uma mera fabrica de bordados, os directores que a antecederam no cargo a meros gestores de activos humanos, e pessoas como a D. Etelvira, Teresa, Augusta a abelhas mestras e todas as restantes bordadeiras a abelhas operarias.
Tal afirmação é ainda demonstrativa, dum total desconhecimento da importância da oficina escola, na vida do museu nos trinta anos passados. A continuação da oficina escola e a presença das bordadeiras na instituição chamada Museu Francisco Tavares Proença júnior, dá aos visitantes do museu a possibilidade de olharem para os nossos bordados, como algo que foi passado, é presente e será futuro.
A presença das bordadeiras no museu, permite ainda aos visitantes uma relação de proximidade com os nossos bordados e com as bordadeiras de tão bela arte.
Fechar a escola de bordados é encerrar parte do próprio museu e da sua história, se os responsáveis que tutelam os nossos museus, ainda não conseguiram descortinar esta simples constatação, só me resta dizer-lhes mudem de profissão meus senhores!
Para quem como eu, ali trabalhou cerca de trinta anos, e viveu de perto o desenvolvimento dos nossos bordados ao longo desse tempo, as declarações feitas no jornal Gazeta do Interior, levam-me ainda a questionar os albicastrenses sobre o que queremos nós para o nosso museu?
Um museu de proximidade, que permita a quem nos visitar no nosso museu, saber quem fomos, quem somos e o que queremos.
Ou pelo contrário queremos um museu, cujo recheio até pode ser “interessante”, mas pouco ou nada diz, da nossa região, e das nossas gentes.
A discussão pode e deve ser feita pelos albicastrenses... ou será que mais uma vez vamos ficar sentados, quietos e mudos, deixando que os inteligentes do reino decidem por nós, sobre o que é melhor para Castelo Branco e para os albicastrenses?
Para terminar lembrava aqui declarações feitas por Dalila Rodrigues sobre a credibilidade daqueles que nos desgovernam:
"Estou surpreendida porque nunca me foi feito nenhum reparo por parte da tutela sobre a forma como dirigi o museu. Recebi sempre elogios", disse Dalila Rodrigues, pouco depois de lhe ter sido comunicada a não renovação da comissão de serviço pelo director do Instituto dos Museus e Conservação (IMC), Manuel Bairrão Oleiro.
Triste espectáculo este…. Mais comentários para quê?
O Albicastrense

segunda-feira, agosto 13, 2007

Uma grande mulher

EUGÉNIA LIMA

Nesta casa nasceu a 29 de Março de 1926, aquela que viria a ficar conhecida como umas das melhores acordeonistas de sempre em todo o mundo.
Ao passar pela rua do Espírito Santo, (também conhecida por rua do Valente Maluco), e ao olhar para a placa que na fachada da casa, assinala esse facto, pensei para comigo próprio, em como os albicastrenses podem ser madrastos para com os seus conterrâneos mais conhecidos por esse mundo.
Noutra qualqu
er terra destes país, não tenho qualquer dúvida em como esta casa, estaria à muito, transformada em casa Museu Eugénia Lima.
Oitenta e u
m anos depois do nascimento desta grande artista, penso ter chegado o momento dos albicastrenses exigirem a si próprios, e à sua autarquia a possibilidade de tal vir a ser possível enquanto a artista está entre nós.
Senhor presidente da câmara Municipal de Castelo Branco tenho-o por pessoa interessada, por estas causas, tal iniciativa seria acima de tudo uma justa homenagem a quem muito divulgou a nossa cidade por esse mundo fora, pois falar em Eugénia Lima é falar em Castelo Branco e na Beira Baixa.
O Albicastrense

quarta-feira, agosto 08, 2007

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE - (VII)



Ruas e Praças 
da Terra  Albicastrense

A Rua hoje aqui apresentada, será uma das mais conhecidas pelos albicastrenses, tanto assim é, que me dispenso de falar da sua localização na nossa cidade.
Gostaria de dar uma sugestão à nossa autarquia sobre a placa toponímia de Pedro da Fonseca, para que de futuro o erro aqui cometido, possa ser evitado.
A placa, (como é possível ver-se na fotografia), diz apenas o nome da personagem, (neste caso Pedro da Fonseca). Surgiria aos responsáveis autárquicos, para que de futuro por baixo do nome fosse colocado (como em alguns casos acontece), o século em que a personagem viveu e a sua área de actividade. 
Desta forma, evitamos que ao ler a placa nos interroguemos, sobre qual Pedro da Fonseca estará esta  placa a homenagear. O Aristóteles Português ou O Cardeal? Penso que a homenagem diz respeito ao primeiro, sobretudo porque o mesmo nasceu no nosso distrito, porém, certezas não tenho.

QUEM FOI PEDRO DA FONSECA?
“O Aristóteles Português”
(1528 - 1599)
Pedro da Fonseca nasceu em Proença-a-Nova no ano de 1528, e faleceu em 1599, aquele que seria cognominado o"Aristóteles Português" e considerado um exemplar restaurador da filosofia aristotélica. Estudou no colégio das artes em Coimbra em 1552 e neste mesmo colégio leccionou embora ainda fosse estudante.
A sua notoriedade como professor vai-se divulgando e, em 1561 dispensam-no da actividade docente a fim preparar textos de teor propedêuticos a serem utilizados pelos alunos.
Doutor em teologia pela universidade de Évora, aqui lecciona em 1570, dois anos depois é escolhido para participar em Roma na terceira Congregação Geral da sua ordem, na eleição dos jesuítas, vendo-se nomeado assistente – geral do eleito.
Em Roma residira cerca de 10 anos e ai estuda textos da filosofia aristotélicos. Regressa a Portugal em 1582 e assume o cargo de superior da casa de S. Roque em Lisboa. Em 1593 vai novamente a Roma para assistir como delegado, à 5º congregação geral, regressa a Portugal e aceita ser nomeado por Filipe I para a Junta de ministros.
Pedro da Fonseca deixou-nos várias obras, que gozaram de grande projecção nos meios universitários e eclesiásticos no estrangeiro em Portugal. Era um mestre em grego e árabe cuja erudição lhe facultava uma linha de ideias próprias em relação a temas desenvolvidos por Tomás de Aquino e Aristóteles.
O Albicastrense

domingo, agosto 05, 2007

Memórias da minha cidade

Recordações

O Júlio Ramos partiu à muito! O Café Arcádia também já não mora cá… todavia as nossas lembranças ainda cá habitam e enquanto assim for, a nossa história nunca se apagará.

O Albicastrense

sábado, agosto 04, 2007

EXPOSIÇAO DE BORDADOS

Em 1986 o Museu Francisco Tavares Proença terá feito uma das suas melhores exposições sobre bordados de Castelo Branco, a exposição decorreu na Galeria Almada Negreiros em Lisboa, e foi visitado por milhares e milhares de Lisboetas e de albicastrenses ali a residir.
Estiveram presentes nessa “aventura” várias bordadeiras da oficina Escola do Museu, tornando esta “montra de bordados” num acontecimento bastante marcante na capital Portuguesa.
Esta exposição contou ainda com a public
ação deste pequeno livro, cujos exemplares rapidamente se esgotaram.
O catálogo tem um pequeno texto de António Forte Salvado. A leitura das colchas é de Maria Adelaide Salvado, sendo as fotografias de Veríssimo Bispo.
Lembrar esta exposição, mais não é, que prestar homenagem àqueles que nos últimos trinta anos, (contrariamente ao que muita gente hoje quer fazer crer), muito fizeram pelo nosso bordado.
Os trinta anos de existência da Oficina Escola de Bordados de Castelo Branco, serão seguramente o período de ouro, dos cerca de quatrocentos anos de história do nosso bordado.

O futuro dos nossos bordados está hoje nas mãos incertas daqueles que muito prometem em relação ao seu futuro… mas a quem nunca vimos no passado fazer fosse o que fosse em sua graça.
Aos albicastrenses deixo aqui um recado, o futuro do nosso bordado não se resolve de boca fechada, mas sim com a participação efectiva de todos os albicastrenses que estejam interessados nesta dádiva que deus nos deu.

Sobre o bordado de Castelo Branco disse um dia António Salvado:

Do bordado de Castelo Branco se poderá dizer sem exagero, que constitui de sempre uma alegria para os olhos e uma consolação para a alma.

De um montículo formado por semicírculos em tons de castanho, bege e azul a ponte de Castelo Branco irrompe, desenvolvendo-se por todo o campo, uma “árvore da vida” também no mesmo ponto.
Do tronco castanho, partem vários ramos verde-claro dispostos com certa simetria.
Dessas ramagens nasce, em explosão de varias cores, uma multiplicidade de motivos: miosótis, romãs, baças, girassóis, pinhas, palmas.
Dispersas, nove aves: um pavão e oito galaripos, de plumagem multicolor (brigues, verdes e beges). Embora o tema da “árvore da vida” não seja raro nas colchas antigas de Castelo Branco, o mesmo aparece nesta particularizado mediante a introdução de três novos motivos: o primeiro constituído por três cavaleiros trajando a moda da época (séc. XVII-XVII), um deles negro (na fila em ultimo lugar), os cavalos em jeito de trote de dimensão muito menor que a dos cavaleiros; o segundo correspondendo a uma águia bicéfala de coração sangrando colocada sobre a cabeça do primeiro; o terceiro dado por quatro corvos esvoaçantes, distribuídos pelo campo, e cujo negro sobressai com uma nota agressiva no conjunto dum colorido alegre dominante
.

Leitura de Maria Adelaide Salvado

O albicastrense

quinta-feira, agosto 02, 2007

OS FONSECAS DE CASTELO BRANCO - IV

FREI BARTOLOMEU DA FONSECA

(Inquisidor geral do Santo Oficio)

Frei Bartolomeu da Fonseca doutor em Cânones pela Universidade de Coimbra e o primeiro colegial de São Paulo.
Bartolomeu da Fonseca foi o terceiro filho de Francisco Martins da Costa e o segundo de Perpetua da Fonseca, (segunda esposa), nasceu em Castelo Branco entre 1530/38 e terá falecido por volta de 1620.
Fez os seus estudos no real colégio de São Paulo de Coimbra, e ali foi o primeiro colegial que entrou por oposição, quando D. Sebastião o fundou novamente, tendo inclusivo chegado a reitor deste mesmo colégio.
Começou a sua carreira servindo em Coimbra em 1579 com o cargo de deputado do Santo Oficio, por altura em que D. Sebastião e o Cardeal Infante D. Henrique, então inquisidor-mór, ali estabeleceram a inquisição.
Nomeado com 30 anos inquisidor em Gôa, (segundo o seu testamento, contra a sua vontade), permaneceu ali onze anos, onde exerceu os cargos de inquisidor e deputado da mesa da consciência, em Gôa perseguiu, julgou e condenou os chamados cristãos novos.
Durante os anos que esteve em Goa promoveu muitos autos da fé (1) ”quasi todos os annos”, (segundo palavras suas)
Chamado por El Rei a Lisboa serviu na inquisição como inquisidor no tempo do Principie Alberto, que era o inquisidor Geral. Foi mandado para Coimbra para compor discórdias entre os inquisidores e a câmara, Bartolomeu da Fonseca abreviou despachos, fez autos da fé, e pacificou as discórdias (!), (mais uma vez segundo palavras suas).
Durante aproximadamente cinco anos esta personagem, (que eu designaria de maligna), esteve na corte Portuguesa, (segundo ele) tendo durante esse tempo conseguindo destruir e rebater as maquinações dos sediciosos fazendo com que El Rei ficasse “mui satisfeito” com os ministros da inquisição em Portugal.
Segundo livro publicado em 1905 (2) por Victor Ribeiro, Bartolomeu da Fonseca terá feito três testamentos, um em 1595 outro em 1617 e por fim o ultimo em 1620,
Em 1605/6 após uma queda em Castela, e estando em perigo de vida, pediu licença para se retirar da corte, tendo vindo para Castelo Branco. Foi então chamado a Lisboa por El Rei, para que fosse residir no Santo Oficio.
Nas pesquisas feitas mandadas fazer por Victor Ribeiro ao Padre Manuel Duarte Preto em Castelo Branco, não foi encontrado qualquer documento comprovativo de que ele esteja sepultado na Capela dos Fonsecas, na sacristia da Convento da Graça, porém foi possível assegurar-se que ali se encontram os seus despojos, assim como os do irmão Diogo e seus descendentes.
Como disse no inicio deste texto Bartolomeu da Fonseca foi o terceiro filho desta família albicastrense, o primeiro Frei Roque foi um santo homem, o segundo Diogo da Fonseca um politico que serviu Portugal, Espanha e se serviu a si próprio (um camaleão), o terceiro este Frei Bartolomeu foi com certeza a desonra de uma época que ainda hoje nos envergonha a todos e nos coloca na boca a seguinte palavra: Como foi possível toda esta barbaridade por parte dos homens da Igreja?

(1) - Os autos da consistiam em cerimónias mais ou menos públicas onde eram lidas e executadas as sentenças do Tribunal do Santo Ofício, (sentenças de morte na fogueira ou tortura por todos os meios, o fanatismo era tal que nem Garcia da Horta escapou a tal monstruosidade, foi Condenado post-mortem em 1580 pelo Tribunal do Santo Ofício pelo “crime de judaísmo”,os seus ossos foram desenterrados e queimados);
(2) – O livro “Os testamentos do Inquisidor Bartolomeu da Fonseca”, por Victor Ribeiro, pode ser consultado na Biblioteca Alberto Beneviste.

O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...