quarta-feira, dezembro 26, 2012

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - LXIX

A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Na sessão de 29 de Março de 1794. Sessão sem importância de maior. Foram eleitos para procuradores do povo da cidade Francisco da Fonseca Coutinho e Castro e o Dr. José Esteves Povoa, foi escuso de cobrador da sisa em Alcains, Manuel Duarte Trindade Tirante e nomeado para o substituir Luís da Costa; também mandaram passear Manuel Martins Más-barbas que duas semanas antes tinha sido nomeado cobrador do subsidio literário e substituíram-no por António Pereira da Silva.
E com isto deram por finda a sessão, “e por haver mais que despachar”.
A sessão seguinte realizou-se em 9 de Abril e a respectiva acta reza assim:

Nesta vereação por se acharem suspensos os actueas Juizes do lugar de Monforte nomearam em seu lugar para continuarem a servir no prezente anno Manuel Giraldes Coelho e António Frz Torneyro e mandarão fossem notificados para virem tomar juramento: E para cobrador do Subsidio Literário nesta cidade nomearão a Manuel Marques Simoens e mandarão fosse avizado”.

Que teriam feito os juízes de Monforte para serem suspensos?
E a nomeação do novo cobrador do subsidio literário que tal lhes parece?

Em sessão de 15 de Março nomeiam o famoso Más-barbas; em sessão de 29 do mesmo mês põem com dono o Más-barbas e nomeiam António Pereira da Silva; em sessão de 9 de Abril, sem fazerem a mais leve referencia ao Pereira da Silva, aparece nomeado Manuel Marques Simões.
Até parece que vereadores à falta de melhor ocupação, se entretinham a brincar aos cobradores.
(Continua)
PS. Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”, que o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
O Albicastrense

sábado, dezembro 22, 2012

A FOGUEIRA DO NOSSO CONTENTAMENTO



O ALBICASTRENSE DESEJA A TODOS AQUELES QUE VISITAM ESTE BLOGUE, AS MELHORES FESTAS POSSÍVEIS.

O Albicastrense

quinta-feira, dezembro 20, 2012

PELOURINHO DE CASTELO BRANCO


A PRAÇA DO PELOURINHO
 

Ernesto Pinto Lobo, publicou em 1995 um livro a que deu o nome de; “Castelo Branco Antigo 1800 – 1950”. Nesse livro publicou um artigo a que deu o título de;
 “A Praça do Pelourinho.

O movimento mais que acelerado do nosso quotidiano e determinado pendor, por mais campanhas que se façam, de uma posição quase neutral, em quase tudo que diga respeito à nossa memória, levam-me, a oferecer, numa intenção cívica e cultural, de tentar informar o que esta cidade foi, nas constantes do seu desenvolvimento urbano.
Ainda que toda a memória física do património seja propriedade de todas, é também verdade que não a dispomos senão a titulo transitório, o que não invalida, que sejamos totalmente responsáveis pela sua transmissão às gerações futuras. Estará nesta situação o desaparecimento do Pelourinho da cidade, situado na Praça, que hoje se chama de Camões. Esta bela Praça, que durante séculos constituiu aquilo a que todos chamamos de centro cívico e que durante centenas de anos encerrou em si, a Domus Municipalis (finais do séc. XV a finais do séc. XIX), teve, em local de destaque, o seu Pelourinho como referencia histórica, pelo menos desde 1492.
Por volta de 1880, existe noticia relatada pelo Dr. Augusto de Sousa Tavares, ilustre professor do Liceu e durante anos servindo na Câmara Municipal, da existência do Pelourinho, onde em noites luarentas se sentou muita vez.
É graças a este depoimento, que sabemos também, que a plataforma se compunha de dois degraus quadrados, sendo a coluna, capitel e fustre, de arquitectura pobre. Até aqui tudo correcto. Mas o que se passou, depois de 1880, data a partir da qual o Pelourinho se “eclipsou”, nada encontramos que se refira minimamente a esta situação. Verifiquei, uma por uma, todas as actas do executivo camarário, 1880 ao final do século e nada.
É de facto inédito, que a Câmara que sempre relatou e discutiu ao pormenor casos, como por exemplo: a venda da Rua do Saco a abastado proprietário, da zona, que discutiu até à picuinha qualquer tipo de materiais, que por obras em realização se encontravam na Praça, não relatasse o que foi feito do Pelourinho. Segundo Jaime Lopes Dias, as edificações ao redor da Praça e a regularização a nível do transito, estarão na origem do apeamento do monumento.
O executivo camarário de então cometeu, com certeza quase absoluta, acção encobridora, que o tempo apagou, por complete. E mais ainda, admiro, que nenhuma voz se tivesse levantado contra, como aconteceu, quando da compra da Rua do Saco em que figura muito conhecida na terra, por alcunha o Fandiga, muito censurou nos jornais de então.
É evidente, que podemos considerar que o Pelourinho teria sido apeado, por motivos de regularização da Praça, para depois ser recolocado, isto não aconteceu e não é indelicadeza perguntar: onde foram parar os “restos” do Pelourinho?
É aqui que vou deixar ao leitor uma hipótese, daquilo que poderá ter sido uma parte do fuste do Pelourinho da Castelo Branco. Existe no logradouro, que serve de parque de estacionamento do restaurante Praça Velha, uma pequena escada em pedra, com corrimão em ferro, que assenta o seu equilíbrio num tronco granítica, trabalhado em reentrâncias mais menos iguais, pelo menos de um lado.
De facto, para a escada, que sempre teria tido utilização precária, aquela coluna de apoio, sempre parece absolutamente fora de contexto. O fecho da Rua do Saco, beco que terminava no logradouro referenciado (21-11-1890) não teria servido para guardar os restos do Pelourinho?
Aqui fica a hipótese, com fotografia a propósito do “bocado” da coluna e da Praça Velha, em hipótese também possível da localização do Pelourinho, que muita falta faz à dignidade, que representa e à memória municipal da cidade.
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A publicação do texto de Ernesto Pinto Lobo nesta publicação, vem a propósito das obras que atualmente decorrem na antiga rua do Saco.
Ao passar por ali, não pude deixar de reparar num “bocado” de uma coluna que por lá se encontra, ao olhar bem para ele, logo pensei para comigo próprio, que já tinha lido algo sobre aquele “bocado” de coluna. Depois de colocar o meus velhos neurónios a fervilhar, de imediato me veio à memória, o artigo e as imagens publicadas por Pinto Lobo.
O “bocado” de coluna, como ele o descreveu no artigo publicado, já não ocupa o local descrito por ele, como aliás se pode ver na imagem que dá cabeçalho a esta publicação, pois o local está a ser requalificado e a dita cuja, saiu do sitio que ocupava. A pergunta que aqui quero deixar aos responsáveis pela recuperação da velha rua do Saco é a seguinte:
A hipótese colocada por Ernesto Pinto Lobo, parece-me perfeitamente possível, (até prova em contrario) por isso, não posso deixar de perguntar aos responsáveis pela obra (Autarquia Albicastrense), se têm conhecimento deste facto e o que pensam fazer desde “bocado” de coluna? Meus amigos, espero que ele não acabe no estaleiro da autarquia, local, para onde normalmente vai parar o granito retirado de velhas obras.
A este “bocado” de coluna e a Ernesto Pinto Lobo, deve ser dado o beneficio da duvida, por isso, este albicastrense propõe desde logo, que o “bocado” de coluna tenha lugar de destaque na velha rua do Saco, se assim não acontecer, não estaremos nós mais um vez a dar um tiro nos próprios pés?
O Albicastrense

terça-feira, dezembro 18, 2012

O POVO TAMBÉM TEM CULPA



Desde o 25 de Abril de 1974 que temos vindo a assistir ao declínio desta porção de terreno chamado Portugal. Se até à entrada de Salazar para o governo se assistia a um esquema de rotativismo partidário, depois do 25 de Abril até hoje, o esquema PS/PSD-PSD/PS, tem sido uma realidade. Parece que o povo português ainda não viu que cada vez que se vai a votos apenas resulta mais do mesmo. Os sucessivos governos andam há 38 anos a arruinar o País, e o povo contínua masoquista, continua a não dar oportunidade de outra força partidária mostrar a sua forma de governação. Se formos para eleições antecipadas, lá vem outra vez o PS, e tudo rola igual, mais do mesmo. Se logo a seguir voltar a haver eleições lá vem outra vez o PSD, e tudo fica na mesma. E assim se foi deixando estagnar a economia portuguesa. Primeiro a agricultura, depois a indústria, e o resto é o que se vê, vende-se.
Mas o povo português continua como se nada fosse, tudo lhe passa ao lado. O povo português continua a insistir no lema de que “a política é para os políticos”. O povo, os mais velhos, contenta-se em beber uns copos, ir fumando uns cigarros, vai-se distraindo com jogos de futebol, e telenovelas, e pronto!. Que se lixe lá a política. Os jovens, raros são os que tem consciência política. Estes estão mais virados para os jogos de computador, e continuam a achar que “é fixe fazer maratonas de informática”, “é fixe fazer maratonas de jogos de computador”, e lá estão eles agarrados todo o dia ao teclado, tornando-se uns obesos. Para os jovens a política fica também para os homens de gravata e casacos pretos.
E desta forma os eleitos para governar o País se vão escapando às responsabilidades que tem, por nos terem levado ao desgoverno e à miséria. Os políticos não se sentem constrangidos pelo povo que os elegeu, e lhes concedeu a legitimidade governativa, não se sentem constrangidos pela justiça, a qual funciona para crimes de colarinho azul que são os crimes cometidos pelos pilha galinhas para matar a fome aos filhos.
Os políticos deixam correr a bola de um lado para o outro, e quando há eleições chutam a bola para o meio campo do partido que que for para o governo, e passam para a oposição, isto é, põem o conta-quilómetros a zero, mudam o motorista, e faz de conta que tudo começa de novo, para trás nada se passou. Quem vier atrás que feche a porta. Basta reparar no discurso dos atuais representantes do PS. Quem os houve falar até faz crer, e esquecer, que o PS foi governo cerca de 14 anos seguidos.
O Zé fugiu, e nunca mais ninguém o viu. Agora vem António e tudo se renovou, e para trás nada se passou. Mas o povo gosta disto, gosta de ser ludibriado(enganado). Mas o que fizeram os partidos que estiveram no governo depois do 25 de Abril de 74?. Não esqueçamos que o PSD também foi governo, não foi só o PS. Os sucessivos partidos nada fizeram que desse consistência à economia portuguesa. Nada fizeram para manter o sector primário e secundário ativos. Do sector primário existem pequenos focos, do sector secundário é o que se vê, são falências atrás de falências.
A desgraça a que chegamos, não é de hoje nem de ontem, esta situação já conta com 38 anos, e é resultado do desgoverno dos que passaram pelo “governo” deste País. Mas, o povo português também tem culpa, muita culpa. Se amanhã houvesse eleições, o povo, como tem memória curta, voltava a eleger novamente o PS, ou o PSD, bastando para isso a mudança dos lideres partidários, e o resto ficou para trás, vida nova, nada se passou, ninguém é responsável, e vamos ter “esperança” que as coisas melhorem como se de uma tempestade se tratasse. Meus caros leitores, se não temos agricultura, se não temos industria, se não temos serviços condignos, se estamos na penúria foi porque alguém foi deixando que chegássemos a este ponto. A situação a que chegamos resulta do laxismo daqueles que tinham obrigação de governar, pois para isso foram eleitos.
E agora! será que o povo ainda tem dúvidas?. Será que não está na hora de passar cartão vermelho aos dois partidos que nos puseram de “tanga”.
Não acham que nas próximas eleições se deve dar a oportunidade para que outro partido possa mostrar trabalho?
Por último deixo aqui a questão: Então para que é que se fez o 25 de Abril de 1974?.

FJPZB – José Zêzere Barradas

domingo, dezembro 16, 2012

JORGE DE SEABRA


RECORDANDO O PASSADO - VII

O ZÉ FEVEREIRO






Crónicas publicadas nos primeiros anos da década de 40, no Jornal A Beira Baixa”.






Em 1945, o autor publicou essas crónicas num pequeno livro, ao qual deu o título: RECORDANDO O PASSADO.


O Albicastrense

quinta-feira, dezembro 13, 2012

MURALHA DA TERRA ALBICASTRENSE


"A VELHA SENHORA"

Se existia algo de que a velha urbe albicastrense se podia orgulhar no passado, era da sua muralha. Contudo, essa vanglória de pouco ou nada lhe serviu, pois durante o século XVIII e princípios do seguinte, uns tais “senhores” que ocuparam as rédeas do poder na terra albicastrense, resolveram pura e simplesmente dar cabo dela, destruindo-a como se de uma praga se tratasse.
Após anos e anos de destruição, o ciclo inverteu-se e nos últimos tempos a velha muralha, começa pouco a pouco a mostrar-se aos albicastrense. Metro a metro, a velha senhora vai-se recompondo das 
maletas causadas pelos albicastrenses do passado, tornando-se numa das maiores preciosidades da terra albicastrense. Vem a lábia anterior, a propósito dos trabalhos que a autarquia albicastrense está a realizar nas ruas Vaz Preto, Ferreiros e antiga rua do Saco. Ruas onde estão a decorrer trabalhos para colocar à vista dos albicastrenses, parte da velha muralha que escapou à chacina dos senhores do passado.
Aos responsáveis pelo restabelecimento da velha senhora, (autarquia albicastrense) este albicastrense não pode deixar de lhes dar os parabéns, e pedir-lhes para continuarem a recuperar a pérola dos olhos dos albicastrenses.

UM POUCO DE HISTÓRIA

A muralha, partia do ângulo sul poente do castelo, descia a colina pela parte ocidental da actual rua dos Chões até ao largo do Espírito Santo; daqui inflectia para a torre do Relógio, seguindo a direcção da actual rua Vaz Preto, com pequenas variantes; da Torre do Relógio, (então arquitectónica mente equilibrada com uma cúpula piramidal e não com a moderna cúpula cónica destoante da torre), continuava até ao quintal da casa Tavares Proença, situada no actual largo da Sé, onde inflectia novamente, passando nas traseiras das actuais casas da rua das Olarias, subia a encosta para fechar o parâmetro na planalto onde avultava a cidadela.
O adarve, com os seus parapeitos e palanques apoiados em consolas e cachorros, formava uma dupla fila de ameias em toda a extensão da muralha. O vistoso e formoso castelo, com as cinco torras das quais sobressaía a de menagem e da muralha poligonal com as onze torres provisórias de vigias e seteiras, eram construídas de silhares de granito e constituam um fortíssimo propugnáculo medieval de espeto imponente, majestoso.
A torre situada no ângulo nascente norte do castelo, da qual se vêem ainda umas paredes com janelas góticas germinadas, fazia parte da alcáçova, que foi residência dos alcaides e Comendadores das Ordens do Tempo e de Cristo. As janelas da parte desaparecida da alcáçova eram também trabalhadas no estilo gótico característico da época da fundação do castelo.

A muralha tinha sete portas; a de Santiago, ao Norte, ao cimo da Calçada da Alegria; a da Vila, também ao Norte, dando acesso à Rua dos Ferreiros; a do Espírito Santo, ao Sul, dando entrada para a Rua de Santa Maria: a do Ouro, ao Sudoeste, junto da torre da Igreja de Santa Maria, que esteve próxima do local onde, no século XVI, foi edificada a Capela de S. Brás; a de Santarém, ao Poente, em frente da Igreja de Santa Maria; a da Traição, em frente do sitio onde esteve a Capela de S. Gens e a do Esteval, entre a Porta da Traição e a de Santiago.
Para facilitar a entrada e a saída da população, sempre crescente, foram mais tarde abertas, na muralha, mais três portas; a do Relógio, dando entrada, para a rua do mesmo nome; o Postigo, dando acesso à Rua do Poço das Covas; e o Postiguinho de Valadares, cuja designação se mantém numa travessa que liga o Largo da Sé com a rua dos Peleteiros.
No primeiro quartel do século XIX foi praticada, na muralha, ao Norte da Igreja da Misericórdia Velha que é actualmente da Invocação de Santo António, mais uma abertura para dar acesso à quelha denominada Barbacã do Norte.
Manuel Tavares dos Santos
(Castelo Branco na História e na Arte)
O Albicastrense

segunda-feira, dezembro 10, 2012

POETAS DA MINHA TERRA


AMADO AMATO

Tal como aqui anunciei, realizou-se na passada sexta-feira na Biblioteca Municipal, a apresentação de uma antologia poética dedicada a Amato Lusitano. Estive na apresentação deste livro, como tal, não posso deixar de aqui dizer duas ou três palavras sobre a sessão de lançamento desta antologia de poesia, dedicada a Amato Lusitano.
Aos organizadores desta antologia, Pedro Miguel Salvado e Maria de Lurdes Gouveia, aos poetas pela qualidade dos poemas publicados e à autarquia albicastrense, por tornar este belíssimo livro possível, este albicastrense só pode mesmo dizer bem-haja.
Contudo, este agradecimento não ficaria completo se não falasse aqui da intervenção de Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata na sessão de lançamento desta antologia poética.
Porquê! Perguntarão alguns... pelo simples motivo, que ao ouvi-la declamar (será assim de se diz?) alguns dos poemas que constam no livro, a musica das palavras dos poetas, invadiu a sala, e todos ficamos silenciosos pela pujança da poesia dos poetas albicastrenses.

TRÊS POEMAS DO LIVRO:

AMADO LUSITANO

Quando com o seu feliz nascimento
os homens se vão tornando na vida
exemplo de uma gloria prometida
e marcos de se tornar monumento;

quanto uma vida com merecimento
se constrói em caminhada sofrida
mas edifica esperança desmedida
e vai sofrendo a dor sem lamento,

eis que nasce o ser experimentado
no seu trajecto de brilho humano,
ser que à própria vida é dedicado!

Eis o Grande Mérito demonstrado
como no ilustre Amado Lusitano
em Cidadão do Mundo transformado!

Maria de Lurdes Gouveia Barata
AMATO LUSITANO

Haverias de sair para ser gente, gesta
imaculada deste povo crespo e arredio,
que de seu só sabe o quanto presta
se de si mesmo ouvir de outros elogio.
Deram o teu nome à minha escola,
fizeram dele mais coisas de aprender.
Amato. Mas sabe a pouco, cheira a esmola,
pelo muito que há ainda por fazer.

Em estátua tens a verdade nua e crua:
foi-te a vida de saberes e de degredo
e agora, quieto, que apontas para a lua,
há quem insista e te olhe para o dedo.

João de Sousa Teixeira
nunca acreditei...”

Nunca acreditei em neblinas fáceis
sacudindo as pupilas atentas de meus olhos.
Os acenos das manhãs são coisas do céu.
Sem preces já repeti relâmpagos nas noites,
dores fortes, chuvas vindas de longe,
Estranhas consolações de searas verdes. Suores.

A esperança? Não a perdi: apenas
me zanguei com ela.

Derradeira, a manhã promete
orvalho. Apenas isto. Talvez em algum
ramo de uma árvore lembrado
se escute ainda as marcas do essencial.
E as pedras frias.

O ar está saturado de surpresas e desertos.
E o dia ganha no meu olhar
tons de praias íngremes. Nómadas
areias que me atravessam a garganta. Gemidos.
Quero acreditar em gentes, campos férteis.
Quero acreditar no sol e em indícios. Estou vigilante.
Serva. Os deus devem escutar
este aludir a novos rumos. As vozes feridas.
A esperanças abreviadas pela mágoa.
Quero acreditar. Tem que ser assim.

Isabel Leonor Forte Salvado
O Albicastrense

sexta-feira, dezembro 07, 2012

UM POBRE PALACETE



UM VELHO PALACETE EM RUÍNAS
NA
TERRA ALBICASTRENSE

As imagens que dão clarão a este poust, mostra-nos um velho e bonito palacete que tem residência na terra albicastrense, palacete que independentemente da sua já longa história, está como as imagens demonstram.
A longa existência deste velho palacete, de pouco ou nada lhe tem servido, uma vez que aqueles que o habitam, parecem estar-se borrifando para a degradação que dia a dia o vai transformando numa espécie da casarão próprio para filmes de terror.


Neste velho edifício, (1º andar) habita há muitos e muitos anos o Partido Social Democrata, (PSD).

- Não sendo este edifício do PSD mas de um particular, não deveria este partido, (para dar bons exemplos), conversar com o respectivo proprietário para que ele o recupere?

- Será que estão à espera, que um dia destes, caia por ali alguma das janelas, ou qualquer outra coisa em cima de quem por ali passa, para depois recuperarem o velho palacete?

- Não deveria a autarquia albicastrense “convidar” o respectivo senhorio a recuperá-lo?

Vou deixar de fazer perguntas e apelar a quem de direito, (autarquia albicastrense) para que tome medidas no sentido de ajudar a resolver esta triste situação, circunstância que ainda se torna mais desgostosa pelo facto da praça ser atualmente uma das mais bonitas da terra albicastrense.
O Albicastrense

quarta-feira, dezembro 05, 2012

BIBLIOTECA MUNICIPAL DE CASTELO BRANCO


ANTOLOGIA POÉTICA AMATO LUSITANO



Na próxima sexta-feira, 7 de Dezembro, às 17h, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, será lançada a antologia poética Amado Amato, organizada pelo Dr. Pedro Miguel Salvado e coordenada pela Profª. Doutora Maria de Lurdes Gouveia Barata, com edição da Câmara Municipal de Castelo Branco.
A antologia, lançada no quadro das comemorações do 500 aniversário do nascimento de Amato Lusitano, será apresentada pela Profª. Doutora Maria Antonieta Garcia.



                                      
            
                     O Albicastrense

segunda-feira, dezembro 03, 2012

ALBICASTRENSES ILUSTRES - XXX

MARCOS GIL FRAZÃO
Nasceu em Castelo Branco na segunda metade do século XVI, sendo seus pais Pedro Gil Frazão e sua mulher, D. Maria Gomes Folgado.
Seguido o exemplo de muitos dos seus patrícios, frequentou a Universidade de Coimbra, onde se formou em Cânones a 11 de Abril de 1592. Estava-se então sob o domínio de Espanha e, numa época em que a Igreja procurava reprimir rigorosamente a propaganda das heresias, utilizando para isso um tribunal designado pelo Santo Oficio ou Inquisição.
Apenas termina a sua formatura, Marcos Gil Frazão é convidado a servir naquele tribunal, no cargo de Promotor em Évora, onde permaneceu apenas três anos, pois a três de Fevereiro de 1596 toma posse do mesmo lugar, mas na Inquisição de Lisboa.
Esta nomeação é seguida, ainda no mesmo ano, a quatro de Outubro, de outra de maior responsabilidade, a de Inquisidor, na Índia no tribunal do Santo Oficio em Goa.
O Tribunal de Goa começou a funcionar com a chegada dos dois primeiros inquisidores, Aleixo Dias Falcão e Francisco Marques Botelho, em 1561, mas sua fundação é de 1560. O Tribunal foi instalado no Palácio do Sabaio, como era denominado pelos portugueses.
O palácio que antes pertencera ao governante Adil xá, Adil Kan ou Idalcão, (são as denominações dadas nas fontes ao senhor de Goa) até ser derrotado por Afonso de Albuquerque em 1510”.
Era então este cargo desempenhado por dois inquisidores, sendo seu campainheiro António de Barros, que já ali servia havia três anos e, com o qual começa a assinar os respectivos relatórios, a doze de Dezembro de 1596.
Embora ressentindo-se do clima daquelas longínquas paragens, entrega-se com todo o zelo aos serviços do Santo Oficio. Porém, a saúde cada vez mais abalada impede-o de fazer a visitação da China e de ir ao Conselho, acabando os seus dias a 19 de Setembro de 1602 e, sendo enterrado em Goa, no capitulo de Santo António.

Recolha de dados: Figuras Ilustres de Castelo Branco”, de Manuel da Silva Castelo Branco,
O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...