Se
existia algo de que a velha urbe albicastrense se podia orgulhar no
passado, era da sua muralha. Contudo, essa vanglória de pouco ou
nada lhe serviu, pois durante o século XVIII
e princípios do seguinte, uns tais “senhores”
que ocuparam as rédeas do poder na terra albicastrense, resolveram
pura e simplesmente dar cabo dela, destruindo-a como se de uma praga
se tratasse.
Após
anos e anos de destruição, o ciclo inverteu-se e nos últimos
tempos a velha muralha, começa pouco a pouco a mostrar-se aos
albicastrense. Metro
a metro, a velha senhora vai-se recompondo das
maletas causadas pelos albicastrenses do passado, tornando-se numa das maiores preciosidades da terra albicastrense. Vem a lábia anterior, a propósito dos trabalhos que a autarquia albicastrense está a realizar nas ruas Vaz Preto, Ferreiros e antiga rua do Saco. Ruas onde estão a decorrer trabalhos para colocar à vista dos albicastrenses, parte da velha muralha que escapou à chacina dos senhores do passado.
maletas causadas pelos albicastrenses do passado, tornando-se numa das maiores preciosidades da terra albicastrense. Vem a lábia anterior, a propósito dos trabalhos que a autarquia albicastrense está a realizar nas ruas Vaz Preto, Ferreiros e antiga rua do Saco. Ruas onde estão a decorrer trabalhos para colocar à vista dos albicastrenses, parte da velha muralha que escapou à chacina dos senhores do passado.
Aos
responsáveis pelo restabelecimento da velha senhora, (autarquia
albicastrense)
este albicastrense não pode deixar de lhes dar os parabéns, e
pedir-lhes para continuarem a recuperar a pérola dos olhos dos
albicastrenses.
UM
POUCO DE HISTÓRIA
A
muralha, partia do ângulo sul poente do castelo, descia a colina
pela parte ocidental da actual rua dos Chões até ao largo do
Espírito Santo; daqui inflectia para a torre do Relógio, seguindo a
direcção da actual rua Vaz Preto, com pequenas variantes; da Torre
do Relógio, (então
arquitectónica mente equilibrada com uma cúpula piramidal e não
com a moderna cúpula cónica destoante da torre),
continuava até ao quintal da casa Tavares Proença, situada no
actual largo da Sé, onde inflectia novamente, passando nas traseiras
das actuais casas da rua das Olarias, subia a encosta para fechar o
parâmetro na planalto onde avultava a cidadela.
O
adarve, com os seus parapeitos e palanques apoiados em consolas e
cachorros, formava uma dupla fila de ameias em toda a extensão da
muralha. O vistoso e formoso castelo, com as cinco torras das quais
sobressaía a de menagem e da muralha poligonal com as onze torres
provisórias de vigias e seteiras, eram construídas de silhares de
granito e constituam um fortíssimo propugnáculo medieval de espeto
imponente, majestoso.
A
torre situada no ângulo nascente norte do castelo, da qual se vêem
ainda umas paredes com janelas góticas germinadas, fazia parte da
alcáçova, que foi residência dos alcaides e Comendadores das
Ordens do Tempo e de Cristo. As janelas da parte desaparecida da
alcáçova eram também trabalhadas no estilo gótico característico
da época da fundação do castelo.
A
muralha tinha sete portas; a de Santiago,
ao Norte, ao cimo da Calçada da Alegria; a da Vila,
também ao Norte, dando acesso à Rua dos Ferreiros; a do
Espírito Santo,
ao Sul, dando entrada para a Rua de Santa Maria: a do Ouro,
ao Sudoeste,
junto da torre da Igreja de Santa Maria,
que esteve próxima do local onde, no século XVI, foi edificada a
Capela de S. Brás; a de Santarém,
ao Poente, em frente da Igreja de Santa Maria; a da Traição,
em frente do sitio onde esteve a Capela de S. Gens e a do Esteval,
entre a Porta da Traição e a de
Santiago.
Para
facilitar a entrada e a saída da população, sempre crescente,
foram mais tarde abertas, na muralha, mais três portas; a do
Relógio,
dando entrada, para a rua do mesmo
nome; o Postigo,
dando acesso à Rua do Poço das Covas; e o Postiguinho
de Valadares, cuja designação
se mantém numa travessa que liga o Largo da Sé com a rua dos
Peleteiros.
No
primeiro quartel do século XIX foi praticada, na muralha, ao Norte
da Igreja da Misericórdia Velha que é actualmente da Invocação de
Santo António, mais uma abertura para dar acesso à quelha
denominada Barbacã do Norte.
Manuel
Tavares dos Santos
(Castelo
Branco na História e na Arte)
O
Albicastrense
agora tem duas portas de santarém. suponho que a primeira deve ser a de santiago
ResponderEliminarCaro anónimo.
ResponderEliminarQue poderei eu dizer destas minhas distraçôes?
Que talvez tenha o direito de ser distraído...
Abraço
Isto é uma resposta aos arqueólogos de meia tigela,que tanto criticaram, a autarquia e os seus técnicos.
ResponderEliminarO anónima das 15: 54 pm especifique lá, se conseguir, as críticas dos arqueólogos de meia tigela? A sua consideração mete nojo.é paga para controlar blogues? Tem medo do quê? Aprenda e estude.Ah e trabalhe,
ResponderEliminartem todo o direito a ser distraído, longe de mim dizer o contrário, ainda para mais na "sua casa".
ResponderEliminarabraço ;)
p.s. realmente também gostava de perceber essa coisa da meia tigela dos arqueólogos...
Amigo anónimo.
ResponderEliminarA minha distração é fruto da idade, por isso, não entenda esta minha afirmação como uma critica às suas palavras.
Quanto aos "arqueólogos de meia tigela": só pode ser "raspanete" para quem aqui tem criticado o atual presidente da autarquia albicastrense.
Enfim! Vale o que vale...
entre os que "defendem" e os que "atacam" o presidente, todos tem razão, em função do seu ponto de vista, que em nenhum dos casos deve ser ignorado.
ResponderEliminarse é facto meritório o "redescobrir" da muralha e a sua preservação, não deve deixar de ser criticada a forma como essa tarefa tem sido feita.
"redescobrir" a muralha não é simplesmente "limpá-la" das construções que lhe foram feitas por cima, por dentro, anexadas, etc, e que entretanto a esconderam. esses "obstáculos" também fazem parte da História e da evolução do monumento e não devem ser ignorados ou menosprezados.
estudar o monumento e ignorar ou apagar o que constituí o seu enquadramento histórico e espacial tem sido um problema recorrente na reabilitação e estudo de património edificado nas últimas décadas, um pouco por todo o país.
Faço das sua palavras as minhas palavras.
ResponderEliminarContudo, o problema é que muito boa gente, acha que dizer bem do presidente é um dever, porém se ousarmos critica-lo, cai o Carmo e a Trindade em cima de quem o faz.
Esquecendo este "pequeno" pormenor, não poso deixar "como já disse" de estar de acordo com o que você diz.
Abraço e feliz ano novo.