quinta-feira, junho 29, 2023

ANTIGO DORMITÓRIO DA CP

UM BONITO PRÉDIO RECUPERADO
😀 😂 😃 😄 😆
As obras de recuperação do antigo dormitório da CP, estão finalmente terminadas. Tentei saber o destino do mesmo. Foi-me dito, que vai ficar para escritórios. Todavia, independentemente do seu destino, interessa realçar que este bonito prédio  é uma verdadeira relíquia, e que a sua recuperação é sem qualquer duvida, uma mais valia para o local e para terra albicastrense.

Aos  responsáveis pela sua recuperação,  este albicastrense bate palmas e agradece. 


  
                                             O ALBICASTRENSE

quarta-feira, junho 28, 2023

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (3)

(Continuação)
Em 1820 a revolução mais genuinamente democrática e liberal, que Portugal conta nos tempos modernos, tinha querido implantar no país o verdadeiro e democrático constitucionalismo política e civil, mas o povo brutificado e fanatizado por uma deprimente educação fradesca, encara à primeira vista o movimento patriótico de emancipação social com estupido indiferentismo, e mais tarde possuíra-se de terror e odio contra os vintistas. Sugestionado pelos frades, que lhe faziam crer que a revolução era obra de impios e pedreiros-livres, que só queriam destruir a religião cristã, e assassinar el-rei.Os teocratas continuavam assim a fazer frutificar a reação às ideias democráticas do marques de Pombal. Distanciando Portugal da revolução democrática da europa culta, distanciando igualmente do movimento intelectual, que fulgurava por esse mundo fora, principalmente em França “tardios e amortecidos chegaram até nós os ecos do progresso europeu; maior que a barreira dos Pireneus separava a península do resto do mundo a cordilheira alterosa do fanatismo e da ignorância. 
A política da santa aliança veio também em auxílio do direito divino que, por influxo da grande revolução francesa ameaçava ruir na Europa; e por todos estes motivos as primeiras conquistas da democracia portuguesa tiveram uma existência efémera. Aos esforços da burguesia no sentido liberal faltou o concurso do proletariado em Portugal.
A clerezia e a fidalguia, classe neófobas por conveniências próprias contrariaram, aliadas á casa reinada, todas as aspirações à liberdade. Nestes termos, como era de prever, a contra revolução tinha de ser. Não obstante a rápida regressão ao estado absolutista, o fugaz mas brilhante raio da luz liberal, apagado pelas trevas do obscurantismo, bastou para evidenciar que a grande alma Lusitânia existia pura e incorruta, como um diamante por lapidar, perdido num esterquilínio.
Os vintistas, embora alguns menos sinceros, e quiçá mais tímidos ou venais, se haverem, depois de 26, bandeado com os cartistas, constituem uma plêiade de astros de primeira grandeza, cujo brilho jamais poderá ser ofuscado pelas malquerenças absolutistas.
A Vila-Francada inutilizou a grandiosa e patriótica obra dos vintistas, derribando a constituição mais liberal e sincera de Portugal teve, e talvez terá, mas a história, serena e imparcial, já deu o seu veredito, louvando a glorificando os vencidos e deturpando e amaldiçoando os vencedores.
Com o falecimento de D. João, veio á discórdia entre a família Bragança e os irmãos D. Pedro e D. Miguel, julgando-se cada qual com direito á posse da lista civil portuguesa, atearam a guerra civil, faltando aos juramentos, que tinham prestado, esquecendo os mais elementares princípios dos deveres patrióticos e religiosos, invocando ambos o seu direito por gratia Dei.
Expolido, empobrecido, enfraquecido, completamente arruinado Portugal teve finalmente de submeter-se ao mais forte dos contendores, que por merce lhe deu uma carta de foral, sem consultar o povo, o qual aceitou a carta, ele que havia pouco ajudara a deitar abaixo uma constituição democrática.
Implantando definitivamente em Portugal o regime da carta constitucional, depois da convenção de Évora-Monte, devia seguir-se um período de sossego e de reparação, fomentador de regeneração do país; já porque desde então o partido miguelista nunca tornou a lutar á mão armada, já porque se impunha aos dirigentes a obrigação de restaurarem as forças vitais da pátria.
Não aconteceu porem assim. Uma nova época de convulsões políticas algumas ate bastante graves, teve principio, motivada pelos pseudoliberais, constitucionalistas-absolutistas, cartistas-ditadores, ambiciosos-conservadores e devoristas-indisciplinados.
A vida civil e política da nação, agitada constantemente por sucessivas revoltas, pronunciamentos e motins, em que o povo era arrastado sem consciência, servindo apenas de instrumento as ambições duns as ideias apaixonadas doutros, e ao insofrido egoísmo autoritário de todos, foi durante muito tempo, uma desordenada escola de perversão moral, social e intelectual, cujos frutos, bem amargos ainda hoje estamos tragando.
A carta de 1826 teve um vicio de origem, que sempre lhe imprimiu carácter. Ela não foi feita nem para o povo, como o fora a constituição de 22. É certo que não foi o  povo, segundo a significação genérica dada á palavra, quem fez a revolução de agosto de 29, mas foram cidadãos de origem plebeia e popular, e que tinham só a mira no alargamento das franquias e regalias populares.
(Continua)

O ALBICASTRENSE

segunda-feira, junho 26, 2023

PÉROLAS DA NOSSA ZONA HISTÓRICA

                                    OS  NOSSOS TESOUROS 


Na nossa zona histórica existem tesouros  aos quais a grande maioria dos albicastrenses não liga patavina. 


Esta casa situada na rua de Santa Maria é no meu entender, um desses casos. Muitos dos que passam frente a ela, raramente lhe dedicam um simples olhar. 
Esta velha casa, tem um portado quinhentista geminado e no piso superior três fantásticas janelas quinhentistas (curva-contracurva manuelina; conjunto de pequenas esferas; elementos vegetalistas e geométricos) são indubitavelmente originais e conferem a este conjunto um valor extraordinário. 

Aos albicastrenses recomendo vivamente uma visita ao local.


No próximo fim de semana, em vez de ficarem no sofá a olhar para um ecrã, que tantas vezes nos põe a dormir, deambulem pela nossa zona histórica e vejam estas nossas lindinhas.


 
O ALBICASTRENSE

sexta-feira, junho 23, 2023

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

HISTÓRIA DA RUA DADRÁ 

"O PASSADO E O PRESENTE"

Em 1952, resolveram os responsáveis da autarquia albicastrense fazer obras no local que as imagens mostram. António Salavisa (homem que deixou vasto espólio fotográfico sobre a terra albicastrense), vai ao local e capta imagens para a posteridade. 

Setenta e um anos depois, este albicastrense junta as duas imagens, para melhor termos a noção de como era o local, antes da abertura da rua Dadrá. Resta dizer, que o espólio fotográfico de António Salavisa, está hoje na nossa biblioteca. Quem quiser pode consultar o referido espolio, no sit. da biblioteca.

O ALBICASTRENSE

terça-feira, junho 20, 2023

BIGODES E COMPANHIA - "Um email ao presidente Leopoldo"-


E-mail “fictício”  mandado pela dupla “Bigodes e Companhia”, ao presidente Leopoldo.
 

Ex. Senhor Presidente. 

Nós cidadãos albicastrenses (de corpo inteiro), dirigimo-nos a V. Ex. para expor a seguinte mimosa questão.

 

O BURACO 

(Qualquer semelhança com o buraco do

ozono, é pura coincidência)

 

Fomos convocados por um buraco instalado frente Nercab, para nos dar conhecer o seu desânimo perante a injustificada e discriminação situação, de que ele afirma estar a ser vítima (pobrezinho do buraco). Segundo ele, em Portugal não existem buracos de primeira e buracos de segunda. Argumenta ele, que em Lisboa é arranjadinho um buraco da família dos buracos menores, depois do Sr. Presidente Marcelo, ter ajeitado com seu pezinho, algumas das pedras que o tinham criado. 

Em Castelo Branco, um sujeito que se designa de “O Albicastrense”, delatou a minha triste situação, é V. Ex. não ligou patavina. O mal encarado e zangado buraco, afirma aos sete ventos, que irá até onde tiver de ir para denunciar esta grande injustiça, pois, não pode haver no nosso Portuga, injustiças buracais.

A dupla “Bigodes e Companhia”, declara desde já, que todo este assunto é um verdadeiro disparate, porém, como não queremos ser delatados por não dar voz a buracos zangados, enviamos a V. Ex. a reclamação do dito cujo. Sem mais por agora, despedimo-nos apelando ao tapamento do dito buraco, pois não queremos ser cúmplices de alguma parvoeira que o dito venha a provocar.

Bigodes e Companhia.

segunda-feira, junho 19, 2023

TIRAS HUMORÍSTICAS

“BIGODES E COMPANHIA”

A dupla “Bigodes e Companhia”, fartos da pasmaceira e dos branquinhos traçados, resolveu voltar ao ativo e enviaram-me a tira aqui publicada. Vou aguardar pelas tiras seguintes, para ver de a dupla maluca está mesmo de regresso, ou se estão a mangar comigo. 
PS, Hoje "visiteio buraco, e constei  
que o magano e sem vergonha ainda por lá habita.  
                                     O ALBICASTRENSE

sábado, junho 17, 2023

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (2)


 

“Espaço da vida político-social de Castelo Branco após a implantação do regime constitucional"

(Continuação)

O que vai ler-se é apenas um extrato de um vasto repositório de documentos, respeitantes à vida política e civil de Castelo Branco, durante os primeiros anos da vida cartista em Portugal. 

De tal arvore tal fruto! Assim, como para o país.  

O constitucionalismo cartista foi apenas uma burla, para Castelo Branco foi simplesmente uma caricata mistificação. A liberdade, mesmo a consignada na carta, nunca existiu de facto.
Contrista percorre um período já largo, relativamente a implantação de um regime governativo, seja este qual for, e reconhecer-se afinal que, durante esse período, os dirigentes nunca praticaram tal regime sincera e genuinamente, nem educaram as classes dirigidas para o praticarem: mas sempre, e a propósito de tudo, sofisticaram o mesmo regime, governativo em proveito deles dirigentes e em prejuízo dos dirigidos.
Os factos são a base de tudo quando diz respeito à história, e consequentemente das considerações que os mesmos factos sugerem. Destruam os factos e de nenhum efeito ficam as considerações.
Por vezes a história se nos apresenta tao extravagante, inconcebível e refrataria ao bom senso, que a copia de vários documentos impõe-se como absoluta necessidade de comprovação da veracidade desta reles comedia humana, a que se convencionou dor o nome de política. Deste modo nenhuma duvida se oferecerá na apreciação do mérito, ou de mérito, da obra cartista, dos autores, dos atores e dos simples comparsas, apreciação que cada qual fara, segundo o seu modo de ver.
No que digo não intento criticar pessoas, mas entendo que todo e qualquer cidadão tem o direito de poder apreciar as ações sociais desses homens a quem a sociedade confiou a nobre missão de a governar, e de lhe administrar o seu património em todos os ramos da evolução sociológica.Se esses homens souberem e mostraram fazer a sus obrigação, merecem louvores, embora por vezes hajam fraquejado. Ninguém tem a perfeição suprema de modo que não erre. Mas se esses homens não souberem ou não quiserem desempenhar-se condignamente da sua alta missão, tanto pior para eles e para sociedade; para eles porque são dignos de ser verberados por falsificarem a sua missão; para a sociedade porque foi por isso defraudada na sua evolução.
 Os homens passam, mas os documentos ficam, e, como provas iniludíveis, servem para instruir o processo do julgamento histórico, o qual mais hoje, ou mais amanham a critica desapaixonada terá que fazer aos homens a as coisas de ontem. Afirmara-se a decadência económica e política de Portugal com assustadora rapidez a contar de 1807, época da primeira invasão francesa.
A impolítica fuga do príncipe  regente para o Brasil, transferindo  a corte Portuguesa de Lisboa para o Rio de Janeiro, levando nesse êxodo a família real e os cortesãos  enormes valores, quer em moeda quer em obras de arte, quer em preciosidades de varias espécies, que nunca mais voltaram a Portugal; as devastações e os roubos dos exércitos napoleónicos, que arruinaram as pequenas industrias portuguesas, reduzindo à miséria milhares de famílias, e produzindo uma assustadora crise económica e financeira; a vinda das tropas Inglesas a pretexto de cooperarem na expulsão dos Franceses, praticando tantos vexames e Violências que por fim o povo já considerava igualmente inimigos tanto uns como os outros: a separação do Brasil tornado autónomo pela ambição de Dom Pedro de Bragança, privando assim Portugal das riquezas desta ubérrima colónia num momento de crise nacional; o nefasto governo de Dom Miguel de Bragança, que queria fazer a felicidade dos vassalos por força do cacete; e, finalmente a injustificável guerra civil entre ao dois filhos de Dona Carlota Joaquina,  guerra só movida pela ambição de usufruírem  a lista civil portuguesa; todos estes fatores de decadência, acrescidos com a depressão moral e intelectual da sociedade Portuguesa, educada fanaticamente por frades devassos, tudo isto pesando sobre Portugal dentro de um período de menos de meio seculo, arruinara este malfadado pais, que, para em tudo ser mal-aventurado,  vinha sendo deste à muito tempo, dirigido e explorado por uma turba de estatistas de pechisbeque, amalgama de fidalgos e de frades, sem patriotismo, hipócritas, devassos, egoístas e poltrões. 
(Continua)
O ALBICASTRENSE

quinta-feira, junho 15, 2023

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (1)

NOTA PREVIA:

Para homenagear António Roxo, nada melhor que iniciar neste blogue a publicação  de um trabalho que ele publicou em 1904/05, no “jornal Notícias da Beira”. 
Durante ano e meio, ele escreveu semanalmente no citado jornal (cerca de quinhentas crónicas), sobre a vida da terra albicastrense. Entre os muitos trabalhos, publicou um que tinha por titulo: "Após o absolutismo". Infelizmente na nossa biblioteca não existem exemplares do jornal dos anos 1904/05. 
Todavia, nas minhas idas à nossa biblioteca, encontrei na revista “Estudos de Castelo Branco”, o trabalho que Roxo escreveu. 
Vai dar-me um trabalhão dos diabos transcrever o que saiu na revista estudos de Castelo Branco para o blogue, pois ainda espero pela operação às cataratas do olho esquerdo, mas…. com calma e paciência, tudinho se irá fazer. António Roxo merece ser recordado, se não forem os albicastrenses a recordá-lo, quem o fará!

REVISTA ESTUDOS DE CASTELO BRANCO 

"DEPOIS DO ABSOLUTISMO"

“Espaço da vida político-social de Castelo Branco
após a implantação do regime constitucional”


Reedita-se uma obra recheada de apontamentos e sucessos históricos relativos à nossa cidade, quase inteiramente desconhecida, e, para mais, de pena do considerado Autor da Monografia de Castelo Branco (1890). Saiu a publico em primeira mão no antigo jornal Noticias da Beira, a partir do nº 35, de 1 de janeiro de 1905, prolongando-se ao longo de muitos meses, até sua conclusão. Consta de mais de meio milhar de páginas em folhetins de pequeno formato e não pode duvidar-se de que (também se imprimiram algumas separatas, com brochuras e capa especiais, segundo atestam documentos bibliográficos dignos de todo o crédito. Pela nossa parte, devemos esclarecer que jamais logramos descobrir um só exemplar.
Obra rara ou raríssima, não nos passou despercebida, pelos exemplares daquele jornal, que possuímos em escasso número, e os existentes nos arquivos da Biblioteca Nacional. Por felicidade encontramos também no Eng. Manuel Castelo Branco a boa vontade e disposição necessárias para vigiar a reprodução escrupulosa do texto, mais um serviço valioso que lhe deve ser creditado nos domínios da história e da cultura.
 Bem se sabe que as investigações de António Roxo, notáveis para a época, há atualmente necessidade de averbar numerosos esclarecimentos e correção importantes, provenientes de estudos ulteriores, para que se não continuem repetindo e perpetuando inexatidões e erros compreensíveis em trabalhos de iniciação e pesquisa histórica.
De todo o modo, a desprezada e velha obra, com as cãs dos sessenta anos, há-te merecer, por certo, as atenções do curioso leitor, como se fosse uma verdadeira e surpreendente novidade.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

segunda-feira, junho 12, 2023

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

O PARQUE DESPORTIVO
(1921-1940)

Criado em 1921, esta coletividade foi uma das mais simbólicas da nossa cidade no século XX. Esta coletividade irá ficar instalada durante 20 anos no espaço que hoje conhecemos como parque da cidade, este espaço é alugado pela Câmara Municipal à associação Parque Desportivo em 1921.
Esta associação foi constituída por membros da alta sociedade albicastrense e tinha por objetivos proporcionar aos sócios jogos desportivos, divertimentos ao ar livre e promover festas públicas e outros divertimentos compatíveis com o carácter do clube. Segundo os estatutos do clube os lucros conseguidos com as suas atividades revertiam a favor de associações de beneficência.
Esta associação foi constituída por membros da alta sociedade albicastrense e tinha por objetivos proporcionar aos sócios jogos desportivos, divertimentos ao ar livre e promover festas públicas e outros divertimentos compatíveis com o carácter do clube. Segundo os estatutos do clube os lucros conseguidos com as suas atividades revertiam a favor de associações de beneficência.
O parque desportivo em 1935 possuía cerca de 400 sócios e ocupava apenas o espaço do bosque (Parque dos Loureiros). Durante o espaço de tempo (aproximadamente 20 anos) em que ali esteve instalado, muitas foram as iniciativas ali realizadas, procedeu-se à construção de um ringue de patinagem, à construção de uma carreira de tiro, foi aberto um bar e animatógrafo.
O cinema funcionou no Parque Desportivo a partir de 1921 e durante alguns anos ali passou regularmente, a coletividade leva a efeito pela primeira vez em Castelo Branco a realização de touradas (no pátio do Paço Episcopal, hoje Museu) assim como a realização de um jogo de futebol no campo de Montalvão, as “festas de Junho” começam a realizar-se no parque. 
Em 1932 o Parque Desportivo organiza no seu recinto um concurso de Ténis e de Tiro e em 1943 o recinto é eletrificado. Além das infraestruturas criadas o Parque Desportivo possuía entre outras coisas, aparelhos de ginástica, baloiços para crianças, uma barraca de chá, uma esplanada com telefonia (um luxo na época). Com o passar dos anos o Parque Desportivo entra em decadência, sendo cada vez menor o número de sócios a frequentar as suas instalações. 
Em 1940 um grupo de cidadãos pede à Câmara Municipal a restituição desse espaço á cidade (o aceso ao local era exclusivo para sócios desta associação).  A Câmara Municipal concorda com as razões apresentados, e decide em 1940 não renovar o contrato de arrendamento, tomando posse do local, com esta decisão estava dado o passo de morte para a sua extinção, o que acontece em Assembleia-geral realizada em Outubro de 1940. Os seus bens foram adquiridos pela Câmara Municipal e o saldo foi distribuído por varias instituições de solidariedade da cidade.
Ps. Dados recolhidos na revista semestral de investigação “istopía”, editada pela Câmara Municipal de Castelo Branco.

                                                          O    ALBICASTRENSE

sábado, junho 10, 2023

CORETOS DS TERRA ALBICASTRENSE - ( 2 )

CORETO DO ANTIGO PARQUE DA CIDADE.

Ao que hoje designamos de parque dos loureiros, morou em tempos uma associação desportiva: "Associação Parque Desportivo".

A referida associação, esteve instalada no local até final dos anos 30. Segundo sei, a  associação desenvolveu atividades durante duas décadas. O parque desportivo em 1935 possuía cerca de 400 sócios e ocupava apenas o espaço do bosque (Parque dos Loureiros).

Durante os 20 anos em que a associação ali esteve instalada, muitas foram as iniciativas ali realizadas. A associação procedeu durante esse tempo, à construção de um ringue de patinagem, à construção de uma carreira de tiro, abertura de um bar e animatógrafo. 
Com o passar dos anos e com o desaparecimento de alguns dos seus fundadores entrou em decadência e no final da década de 30. Um movimento de cidadãos devido ao marasma existente, reclamou junto da câmara a restituição do espaço à cidade, situação que veio a acontecer no início da década de 40. 
Com a extinção da associação, o espaço fica nas mãos da câmara que restitui o espaço à cidade, começando assim o início do parque da cidade. A imagem número (1) mostra-nos o parque nos seus primeiros anos. O coreto as casinhas dos animais só nasceriam mais tarde, desconhecendo  eu o ano da construção do coreto.
Em 2003 o camartelo destrui-o sem dó nem piedade, passado dessa forma a fazer parte das memorias dos albicastrenses que o gozaram.
O ALBICASTRENSE

sexta-feira, junho 09, 2023

CORETOS DA TERRA ALBICASTRENSE - ( 1 )


 

 O ANTIGO 
CORETO
 DO PASSEIO DA  DEVESA
(1892-1954)

No dia 24 de Julho de 1892, foi inaugurado em Castelo Branco  no passeio da devesa, (conhecido por passeio verde), um belíssimo coreto. Coreto onde durante muitos e muitos anos, as bandas filarmónicas da nossa cidade, (e não só) deram música aos albicastrenses. Durante a cerimónia de inauguração, atuou a Orquestra do Clube Harmonia, sob a regência do maestro Urbano de Jesus Escoto.
O velho coreto da devesa, viu o fim dos seus dias derivado ao tornado, que assolou Castelo Branco no dia 6 de Novembro de 1954. 
Consta que o referido tornado, transformou o velho e bonito coreto, num montão de ferros retorcidos. Tendo eu nascido quatro anos antes do seu desaparecimento, confesso que a única memória de tenho deste velho coreto, é através de antigas fotografias dessa época.

Ainda hoje (passados 69 anos), não consigo compreender a razão de ele não ter sido substituído na altura por outro.

A imagem que ilustra este poste, foi retocada por este albicastrense, e só por esse motivo, o seu nome está nesta imagem. Se alguém souber indicar o nome do autor desta imagem, pode deixá-lo na caixa de comentários para ele ser inserido no poste. 
Ps. Em 2024,  passam 70 anos que  o tornado destruiu o antigo coreto, não seria uma excelente ideia, a nossa autarquia homenagear os Albicastrenses colocando um novo coreto no local? 
FICA A SUGESTÃO 
😉 😊 😋 😌 😍 😎 😏 😐 😑

O ALBICASTRENSE

terça-feira, junho 06, 2023

RUA DOS FERREIROS

 (Rua que em tempos, foi uma das mais 
importantes e populosa da terra albicastrense). 

Muitas foram já as vezes que aqui barafustei contra a triste situação da 
Rua dos Ferreiros, como não sou de desistir do que acho ser justo e correto, volto hoje mais uma vez à pobre rua.  Recentemente veio a  público, que a nossa autarquia teria adquirido alguns prédios em ruínas  da rua, confesso que bati palmas e disse para mim mesmo, que desta vez a coisa ia mesmo acontecer. Bati palmas, contudo, como não embrenho pelos jornais, voltei a dizer a mim próprio, que o melhor era ser prudente nos festejos, pois, nem sempre as expetativas dão bom resultado. É simplesmente deprimente andar na rua dos Ferreiros sem nos interrogarmos sobre miséria instalada, tristeza que envergonha  a memória dos albicastrenses do passado e cobre de vergonha os albicastrense  do presente.
 

Publicação de 2010.

VELHAS RUAS DA MINHA CIDADE


RUA DOS FERREIROS
A rua dos Ferreiros começa na rua das Olarias (local onde se situava a antiga Porta da Vila), e termina na Praça Camões.
José Ribeiro Cardoso conta-nos que a antiga vila de Castelo Branco, tinha sete portas. A Porta do Esteval, ainda hoje mal localizada; a Porta do Espírito Santo como entrada dos caminhos de Alçafa e do Alentejo; a Porta da Vila que dava entrada para a Rua dos Ferreiros; a Porta do Ouro em frente da antiga capela de S. Brás; a Porta da Traição em frente de S. Gens; a Porta de S. Tiago que dava entrada pela Calçada de Alegria aos visitantes de Caféde e S. Vicente da Beira; a Porta de Santarém no lado poente dando acesso ao caminho das Sarzedas.
(As entradas pelo “Postiguinho de Valadares” “Porta do Relógio” e “Porta do Postigo” são posteriores).
Os ferreiros habitavam a rua que ainda hoje conserva o seu nome. Segundo o livro das Ordenanças da Milícia, D. João III mandou em 1527 fazer as “ordenanças” da vila de Castelo Branco; Ai aparece a rua dos Ferreiros capitaneada por Jorge de Sousa. Foi uma das principais ruas da vila, e tinha à entrada a albergaria e a capela de S. Eulália e conduzia à Praça Velha.
O último ferreiro que naquela rua exerceu a profissão, (segundo informações recolhidas por mim), terá sido o !Ti Caetano também conhecido por, “Pouca Sorte. A sua oficina terá encerrado portas da década de sessenta do século passado. Ao longo dos tempos esta velha rua viu os profissionais do ferro serem substituídos pouco a pouco, por oficiais de outras profissões. Nesta rua tiveram também residência; os Bombeiros Voluntários mais a sua famosa Banda; as primeiras tipografias da cidade; o “Hotel Salvação” tão conhecido dos estudantes; a Agência do Banco de Portugal; o Colégio de Santo António; a sopa dos pobres e muitos outros estabelecimentos comerciais.
UM POUCO DA HISTÓRIA
DOS FERREIROS ALBICASTRENSES
A festa dos organismos corporativos realizava-se na procissão do Corpo de Cristo e competia aos Municípios, organizar a procissão. 
Nela se incorporavam as três classes da sociedade: o clero, a nobreza e o povo. A imagem de S. Jorge, padroeiro do reino era levada a cavalo: o rei e os príncipes seguravam as varas do palio: cada organismo apresentava-se sob a protecção de um santo cuja imagem transportava em andor ou ostentava numa bandeira. Os ferreiros de Castelo Branco não tinham nenhuma imagem. Eram obrigados a vestirem-se de diabo, expondo-se a toda a espécie de vexames para se incorporem na procissão. A Câmara exigia que dois ferreiros fossem vestidos de diabo. Isto manteve-se até ao século XVIII.
Em 1700 os ferreiros apresentaram queixa e pediram licença para “darem um santo do seu ofício que é S. Dustan e aliviarem-nos de darem os diabos que costumavam dar”.
A Câmara aceitou e propôs que a partir de então, transportariam o ”S. Dustan em sua charola com quatro tochas”.
A escolha deste Santo esta baseada numa lenda segundo a qual o diabo teria entrado em casa daquele santo que era ferrador. Dustan amarrou o diabo para o ferrar e ter-lhe-ia infligido tais tormentos que este lhe prometeu nunca mais entrar em casa de ferreiros. Desta lenda “talvez” tenha vindo a superstição do uso da ferradura para afugentar o diabo. (diz… Tavares dos Santos). 

Segundo o Tombo de Santa Maria do Castelo de 1753 descrito por Porfírio da Silva, havia na Igreja de S. Miguel um altar e uma imagem de S. Dustan. Ficava precisamente onde hoje se encontra um belo portal com colunas de granito que faz a ligação entre o corpo da Igreja e o átrio da Sacristia Grande.
Ai estava a imagem de S. Dustan em vulto com uma tenaz de ferreiro na mão que por sua devoção lhe ofertaram os ferreiros desta vila para se livrarem da obrigação que tinham de dar para a procissão do Corpo de Deus a figura do diabo, para que prometeram também levar o dito santo àquela procissão, principiando no ano de 1698, ficando por este modo dispensados de darem aquela diabólica figura (Porfírio da Silva).
Resta acrescentar que a imagem de S. Dustan, que terá sido obra dos ferreiros albicastrenses “ausentou-se da cidade" e nunca mais soube do seu paradeiro.
PS. Recolha de dados históricos: José Ribeiro Cardoso e jornal “Reconquista”.
O ALBICASTRENSE.

sexta-feira, junho 02, 2023

PARQUE URBADO DA CRUZ DO MONTALVÃO

😍  😌  😊  😉  😂  😀

UM NOVO ESPAÇO PARA OS ALBICASTRENSES

A terra albicastrense está de parabéns,
 pois a 
requalificação  do antigo Campos de Jogos do Montalvão, traduziu-se na criação de um espaço que muito engrandece a terra albicastrense.






O ALBICASTRENSE

quinta-feira, junho 01, 2023

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

PASTELARIA ROSEL

😖  😠  😤  😥

A pastelaria Rosel esteve instalada durante algumas décadas no local que a imagem mostra. No seu início, a Rosel era o ponto de encontro de senhoras da classe media, local onde uma menina de boas famílias poderia entrar sem perder virtudes.
A Rosel, tinha o encanto das casas de chá dos anos sessenta, onde o lambareiro mais exigente se podia deliciar com alguns dos melhores bolos da terra albicastrense.
 

- Os babás, os queques, os rins, os pastéis de nata,
 os croissants e as bolas de Berlim tinham mais encanto e sabor na Belar!

Como o passar dos anos, a situação alterou-se e no final no final dos anos noventa,  a Rosel mantinha ainda algum charme, mas o fim parecia estar  a bater-lhe á porta.

A clientela continuava fiel, mas os tempos eram bem diferentes.  Fechou provisoriamente para obras, e passou-se para o outro lado da rua, para a esplanada onde o encanto deixou de existir, perdendo muita clientela. 

Infelizmente o que era provisório tornou-se definitivo, e de um dia para o outro cerrou portas. Com o Polis, o que sobejava da velha Rosel foi esmagado pelo camartelo sem dó nem piedade, destruindo memórias de todos nós e da terra albicastrense.

O ALBICASTRENSE

ANTIGAS CAPELAS DA TERRA ALBICASTRENSE - (VII)

CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO "MEMÓRIAS DE OUTROS TEMPOS" E xistiu na antiga rua da Bela Vista, atualmente denominada de S...