quinta-feira, novembro 26, 2015

TESOUROS DA TERRA ALBICASTRENSE

OS NOSSOS TESOUROS (IV)

  ERMIDA DE NOSSA SENHORA DE MÉRCOLES


Entre as muitas pérolas existentes na terra albicastrense, a Ermida de Nossa Senhora de Mércoles é sem qualquer dúvida, uma das mais preciosas.

Para o comprovar aqui ficam algumas imagens captados por mim recentemente.
O ALBICASTRENSE

domingo, novembro 22, 2015

MORREU MÁRIO CABARRÃO

Morreu ontem com 96 anos Mário Cabarrão. O Mário era igualmente conhecido pelos albicastrenses mais velhos, como Mário Troço.
Este albicastrense que conheceu muito bem Mário Cabarrão, não podia deixar de aqui mencionar este triste acontecimento e, afirmar que a terra albicastrense está hoje mais pobre com a partida deste velho homem. Em sua homenagem, aqui fica uma reportagem publicada pelo jornal Expresso, (deu várias) e algumas imagens captadas por mim na sua barbearia em 2013.

JORNAL EXPRESSO 2010.
“Barbeiro há 80 anos gostava de cortar o cabelo a Cavaco Silva”.
RECONQUISTA- JOÃO CARREGA
"Mário Cabarrão é, aos 91 anos, o barbeiro mais antigo da cidade de Castelo Branco e um dos mais experientes do país".

Chegámos à hora marcada e Mário Cabarrão, 91 anos, atendia mais um cliente naquela que é a barbearia mais antiga da cidade de Castelo Branco.
"Sou barbeiro há mais de 80 anos", diz, enquanto avisa o senhor a quem corta e apara o cabelo. - "Aqui já moram poucos", diz. - "Pois, é que toda a vida usei chapéu. Se calhar foi por isso que me caíram", responde o homem, dos seus setenta anos, enquanto aguarda pelo OK do mestre Mário para se levantar da cadeira. - "Está como novo, meu amigo!", concluiu, para depois puxar por um cigarrito, o segundo ou o terceiro do dia.
"Há que fumar uma cigarrada para abrir o apetite à verdade", justifica.
No número 3 da Praça de D. José, junto ao Banco de Portugal, Mário Amaro Cabarrão, mantém a boa disposição, e continua fiel a um atendimento personalizado e educado.
A arte aprendeu-a aos 10 anos de idade, com os mestres Manuel Pires Correia, Antero Correia e José Pires Correia.
"O meu pai levou-me lá e disse: se me entregarem a pele fico contente", recorda, para depois explicar: "nesse tempo havia muito respeito e não havia lugar a faltas de educação. Éramos tratados como homens, agora é tudo uma garotada".
O que é certo é que esse dia terá mudado o resto da vida de Mário Amaro Cabarrão. Permaneceu com os mestres até ir cumprir o serviço militar e, em 1940, quando regressou optou por criar o seu próprio negócio, que ainda hoje mantém.
"Pedi emprestados, ao Banco de Portugal, três mil escudos. Uma fortuna, na altura, mas que paguei religiosamente. 
Estabeleci-me por conta própria e aqui estou", lembra. A primeira barbearia abriu-a na Rua J. A. Morão, mas depois mudou-se para o local onde hoje se encontra.
"Já cortei o cabelo a milhares de pessoas. Hoje os clientes são menos, mas continua a vir gente de todas as idades", diz.
Mário Amaro Cabarrão gosta de seriedade e educação nos negócios e na vida. "Há indivíduos que chegam aqui cortam o cabelo e dizem que vão buscar a carteira ao carro. Nunca mais os vejo. Isso é estarem a brincar com o trabalho dos outros", sublinha.
No entender de Mário Amaro Cabarrão, "é do trabalho que sai tudo. Eu, com 91 anos, tenho que continuar a trabalhar, porque a reforma que tenho vai toda para os medicamentos".
Ainda no Estado Novo, o mestre Mário Cabarrão quis começar a descontar para a Segurança Social da época, mas não deixaram.
"Só depois com o Marcelo Caetano isso foi possível. Daí que a reforma seja curta", refere.
As barbearias são locais ímpares para se conversar de tudo e mais alguma coisa. Mas Mário Cabarrão explica que "antes do 25 de Abril a boquinha tinha que estar bem calada. Nessa altura não podíamos trabalhar as horas que queríamos. Eu tinha duas filhas para criar e precisava de trabalhar mais horas para lhes dar uma vida condigna. Cheguei a ter perseguições!".
Com a queda do regime veio essa liberdade e também a possibilidade de se falar abertamente de tudo e mais alguma coisa, sobretudo de futebol.
O aparecimento de doenças como a SIDA não mudaram o modo de trabalhar de Mário Amaro Cabarrão.
"Há clientes que optam pelas lâminas, outros que preferem a navalha. Mas há um remédio que não falha e não há males que aqui entrem. Passo sempre as navalhas pela lixívia e pelo álcool. A receita foi-me dada pelo médico Elias Cravo, um bom homem que foi meu cliente", justifica. A barbearia continua com a mesma traça original. 
Tal como os seus mestres Mário Amaro Cabarrão também ensinou a arte a muitos aprendizes. Hoje, aos 91 anos, gostava de cumprir o desejo de poder cortar o cabelo ao Presidente da República, Cavaco Silva.
"Sou amigo dele. Já o cumprimentei três ou quatro vezes e quando venceu as eleições envie-lhe uma carta a felicitá-lo por ter ganho a quatro lobos. Ele respondeu-me a agradecer. É um grande homem!", concluiu. 
 O Albicastrense

sábado, novembro 21, 2015

TESOUROS DA NOSSA ZONA HISTÓRICA

OS NOSSOS TESOUROS (III)



Na continuação da publicação
dos nossos tesouros,  aqui fica mais uma belíssima pérola.

Este bonito portado, pode ser visto na rua dos Peleteiros da zona histórica da terra albicastrense.






      O Albicastrense

quinta-feira, novembro 19, 2015

CARTAS DE PERDÃO MANUELINAS – (IV)

 
Álvaro Reis, morador em Niza fora preso por demanda de Brás Afonso Correia, ouvidor do Mestrado de Cristo, por dizer contra ele que, com muitos outros homens de noite e a desoras, fora sobre um Diogo do Rego para o matar numa casa onde estava preso. Ao arruído acorrera Nuno Fernandes juiz e vereador, que o houve por degredo e lhe pôs pena de degredo para as partes de além e pena de dinheiro.
E, tendo-o preso, o dito Brás Afonso o mandara à vila de Castelo Branco. Aí fora entregue a Marcos Mendes, carcereiro e jazente em a dita vila e prisão com outros presos e presas, viera a fugir um preso que o dito carcereiro trazia pela vila com uma cadeia nos pés.
E por assim lhe fugir, o carcereiro não ousava ver a cadeia e andava fora. Os juízos acudiram então e mandaram que os outros presos fossem guardados dia e noite por dois homens. Nesse tempo ele e os outros presos mandaram dizer ao carcereiro, que estava na igreja, que lhes desse ordem e maneira de fugirem pois lhe dariam dinheiro como de facto deram. E por seu azo e conselho tomariam os guardas e os ameaçaram de tal maneira que se calaram, e quebraram um cadeado e limaram ferros, elos e aloquetes. E chegando o carcereiro à porta, eles e outros lhe abriram com a chave todos soltos. E se amorara, e andava amorado, Tomé Gonçalves e João Afonso, moradores na Mata e guardas da prisão que ofendidos foram, lhe perdoaram e o não queriam acusar nem demandar como se via de um publico instrumento assinado por Mem Gonçalves, tabelião em Castelo Branco. O Rei, antes de lhe dar algum livremente, fizera vir perante si a inquirição devassa que se tirara por razão da fugida dos presos, e visto o perdão dos guardas e querendo fazer mercê lhe perdoara contanto que pusesse dois mil reais para as despesas da Relação.
E mais ordenou que o preso houvesse carta de segurança para nos quinze dias primeiros seguintes se livrasse e pusesse a direito daquilo por que era preso.
Data em Setúbal, 1496, Abril, 25
(Chanc. D. Manuel. Lº 40, folha. 25)

PS. O texto está escrito tal como foi publicado por Fernando Portugal, na revista; "Estudos de Castelo Branco".
O Albicastrense

domingo, novembro 15, 2015

MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR - EXPOSIÇÃO

CHINA ANTIGA:
     "Memórias, crenças, práticas quotidianas e saberes”.
(5 de novembro - 31 de dezembro de 2015)
Visitei esta interessante exposição e confesso que fiquei com os olhos em bico perante tanta riqueza exposta.
Para quem for apaixonado pela civilização Chinesa, esta exposição é de visita obrigatória.
Meus amigos, levantem o traseiro da cadeira e toca a visitar esta belíssima exposição.
                                             

O ALBICASTRENSE

quinta-feira, novembro 12, 2015

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - CIII

A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Na sessão de 14 de Setembro houve coisa de vulto, como vai ver-se. Ora façam favor de ler:
Nesta determinarão que atendendo a queixa que fez o Procurador do Conselho José Vaz da Cunha de que não tinha dinheiro Metálico para poder fazer as despezas ordenarias de pequena quantia pertencentes ao mesmo concelho sem que se trocassem, apólices  pella muita abundancia dellas que havia pelas terem entregues as partes que pagão quantias grandes das Arremataçoins das suas Ervagens, e mais rendas do mesmo concelho. Determinarão que se rebatessem cem mil reis das mesmas Apólices reduzindo-se a dinheiro Metálico, de que o mesmo Procurador só Concelho passara atestação ao Escrivam deste senado da quantia do rebate para este o lançar em Despeza, e logo que finde a referida quantia o mesmo Procurador do Conselho dará para se dar nova licença com forme a necessidade, declarão que as quantias grandes se pagarão pelas partes metade em metal e metade em papel moeda, e na saída se não pode acomodar o papel nas despezas miúdas”.
Havia papel moeda à farta. Metal sonante é que havia pouco e por isso, era preciso arranjar as coisas para que quem tivesse de pagar quantias de certo vulto pusesse para ali metade em bom metal sonante.
A avaliar pela repugnância que havia em aceitar as notas do Banco pelas alturas da ultima década do século passado, deviam ser uma tragédia as transacções, um século antes, com o recurso ao papel moeda. Metal sonante quem o apanhasse havia de querer guardá-lo bem guardado.

No dia 23 de Outubro, tornam a reunir-se, e então o caso é sério. Façam o favor de inteirar-se do que então se passou.
Nesta Acordaram que visto não haver dinheiro nesta Camara, e a presizão de se comporem as cavalharices para as campanhas de Legião que estão chegando se tirasse do Depozito do Dinheiro de Monforte ou de outro onde o houvesse a quantia de Duzentos mil réis e nomearão para Expetor das obras que houverem de se fazer para o aquartelamento da Legião de Tropas, e para comunicar a este Senado as pressizoins tanto de viveres como de tudo o mais a João Cardozo Frazão Taborda Escrivam da Camara desta cidade para cujo fim se passarão os mandados para que o depositário de Monforte em tregue ao dito nomeado as quantias que lhe forem pedidas pelos mandados assignados por esta Camara, e com o recibo do mesmo Inspetor lhe deverão ser abonadas, cuja quantia de duzentos mil réis he a titello de emprestimo athe que Sua Alteza mande pagar ou devendo ser a custa do concelho reparte por todos os do têrmo e o desta cidade e se enteire o mesmo Depozito a que se tirar”.
Era preciso dinheiro, ia-se buscar onde o houvesse e depois se pagaria. Se Sua Alteza mandasse pagar, ficava o caso arrumado, se tivesse de ser pado pelo concelho, repartia-se por todos, porque onde todos pagam nada é caro.

PS. Aos leitores dos postes “Efemérides Municipais”: o que acabaram de ler, é uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
                                                 O Albicastrense

domingo, novembro 08, 2015

TESOUROS DA NOSSA ZONA HISTÓRICA

                   OS NOSSOS TESOUROS - (II)


Na continuação da publicação dos nossos tesouros, aqui fica mais uma pérola.




Na rua de Santa Maria
pode ser visto este belo portado.


O ALBICASTRENSE

quinta-feira, novembro 05, 2015

CASTELO BRANCO DAS ORIGENS À ACTUALIDADE




Foi apresentado no passado dia 31 na Capela da Senhora de Mércoles o livro de António Pires Nunes, "Castelo Branco das origens à atualidade", um lançamento integrado nas comemorações do Foral de Castelo Branco.

              https://m.youtube.com/watch?v=GpQxVb4aklE

Este albicastrense que não faltou ao lançamento deste livro, dá ao seu autor e à Junta de Freguesia de Castelo Branco responsável por este lançamento, os respetivos parabéns. 
ALBICASTRENSE

quarta-feira, novembro 04, 2015

AS MINHAS IMAGENS ANALÓGICAS DA TERRA ALBICASTRENSE



ANTIGO 
PASSEIO VERDE
           
       
         DA TERRA            ALBICASTRENSE



IMAGENS 
CAPTADAS EM 2002

ALBICASTRENSE

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...