quinta-feira, setembro 29, 2022

CINCO IMAGENS DA RUA DOS FERREIROS


UMA BELA INICIATIVA 

Imagens que percorrem a rua dos Ferreiros, desde o Postiguinho até à Praça Camões. Como todos sabem, parte das casas do lado direito (para quem vai da Praça Camões para o Postiguinho), foram compradas pelos responsáveis da nossa autarquia. 
Segundo me foi dito, as casas vão ser recuperadas e depois colocadas à venda para famílias que ali queiram viver.
Vamos aguardar para ver o andamento da carruagem, no entanto, peço aos Albicastrenses para não perderem esta viagem, pois todos somos responsáveis pela situação em que a rua se encontra.  
Ps. Soube que brevemente esta rua, assim como a rua de Santa Maria, vão beneficiar de uma bela iniciativa, ideia que me parecer excelente, desde que seja uma situação "MUITO" provisória.

O ALBICASTRENSE

segunda-feira, setembro 26, 2022

UMA FANTÁSTICA PINTURA DO MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR

                                      
  «««  (HOJE)                                    (POR VOLTA DE DE 1980)    »»»


"ORAÇÃO"


A pintura que está nesta publicação encontra-se no nosso museu. Durante muitos anos quando admirava esta pintura perguntava a mim mesmo, se as “Santas” pessoas que nela estão representadas, mereciam o estado lastimoso em que ela se encontrava. Para quem não saiba, na pintura estão representados dois ilustres albicastrenses.
Freio Roque do Espírito Santo e seu irmão Freio Egídio da Aposentação da família dos Fonsecas. A pintura foi restaurada e hoje está uma autêntica beleza, pena é, que esteja afastada dos olhos que visitam o nosso museu.

QUEM FOI O AUTOR DESTA PINTURA?
BENTO COELHO DA SILVEIRA
(1617 -1708)
Foi um pintor portugues, tendo sido um dos mais conceituados artistas portugueses do século XVII. Foi nomeado Pintor Régio de D. Pedro. em 1678. As suas obras são maioritariamente pintadas a óleo sobre tela, material inovador no século XVII, por influência italiana. Albert Haupt, em 1912, refere que os seus trabalhos são "maneiristas e espontâneos".
Biografia
Não existem dados que nos permitam conhecer com segurança qual a data de nascimento de Bento Coelho. Num manuscrito de Caetano Alberto da Silva, lê-se que "viveu de 1617 a 1708". A data é corroborada por Heitor Gomes Teixeira, que afirma ter o artista oitenta e oito anos em 1706.
Foi discípulo de Marcos da Cruz. pintor autodidacta de alguma fama. Tal como outros pintores seiscentistas, Bento Coelho terá estado em Espanha, onde segundo Taborda, teria recebido ensinamentos de Peter Paul Rubens, hipótese que é contestada por Sousa Viterbo que, no entanto, reconhece nele a marca deste pintor.
A primeira referência ao pintor, data de 1648, já como membro da mesa da Irmandade de São Lucas, onde aparece registado em 1649, 1679 e 1701, da qual foi diversas vezes juiz e onde serviu até 1701. Sabe-se que foi nomeado pintor régio de óleo por carta do regente D. Pedro, de 10 de Setembro de 1678, em substituição de Domingos Vieira, recebendo o mesmo ordenado dos seus antecessores. Por volta de 1650 comprou casas na Calçada de Paio de Novais ao Chiado (Freguesia de S. Nicolau) onde instalou a sua primeira oficina.
A data provável da sua morte é 1708, uma vez que a carta que é passada por D. Joao V a Lourenço da Silva Paz, seu sucessor no cargo de Pintor Régio, data de 26 de Novembro de 1708.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O ALBICASTRENSE

sexta-feira, setembro 23, 2022

O AMOR E A MORTE... NOS ANTIGOS REGISTOS PAROQUIAIS ALBICASTRENSES – (13)

Por Manuel da Silva Castelo Branco

História da Lápide Sepulcral Biface (2ª parte)

(Continuação)
Assento 20 ( S2 - 50, fl. 68v) –
 O Excelentíssimo Senhor D. Frei Vicente Ferrer da Rocha, da Sagrada Ordem dos Pregadores, segundo bispo desta diocese, faleceu aos 25 dias do mês de Agosto de 1814. Recebeu somente o sacramento da extrema-unção (por não dar lugar a mais um acidente) e foi sepultado no adro desta igreja, segundo a determinação do mesmo senhor, de que fiz este termo que assinei / O Vigº encomendado Manuel Mendes de Abreu.
À margem:
- No dia 23 de Outubro deste ano de 1943, foi feita a trasladação dos restos mortais do bispo D. Vicente Ferrer da Rocha,
falecido em 25 de Agosto de 1814, do adro da Sé de Castelo Branco para uma sepultura da capela-mor da mencionada igreja da Sé.
O Conservador Adelino de Sousa.
Comentário
D. Frei Vicente Ferrer da Rocha, nascido a 5.4.1737 na freguesia de Santos-o-Velho (Lisboa) e religioso professo da Sagrada Ordem dos Pregadores, tomou posse do bispado de Castelo Branco em 7.3.1783 e, nesse mesmo ano, foi eleito por aclamação Provedor da sua Misericórdia.
Ao seu génio empreendedor se devem importantes melhoramentos: a ampliação do Paço Episcopal com o corpo do lado Norte, o estabelecimento do monumental peristilo da entrada nobre e a decoração da capela, janelas e salas, onde predominam os estuques artísticos; o alargamento e beneficiação do Jardim do Paço; a construção dos dois corpos laterais da igreja da Sé, formados pela formosa Capela do Santíssimo Sacramento e pela Sacristia Grande e Câmara Eclesiástica, etc. 
Atravessou o 2º bispo de Castelo Branco um período difícil durante as invasões francesas (1807-1812), tendo falecido a 25.8.1814 (como refere o Assento20) de uma apoplexia que lhe deu no dia 22, sendo sepultado de acordo com as suas determinações no adro da igreja da Sé, quási em frente da porta da Sacristia. (28)
Ora, ao procederem à sua inumação cometeu-se um acto para o qual não encontrei ainda qualquer justificação satisfatória... Assim, a fim de cobrir a sepultura de D. Frei Vicente utilizou-se a mesma campa que havia 86 anos tinha sido colocada sobre a de D. Joana Maria Josefa de Meneses, como contei na 1° parte desta história. 
Para o efeito, virou-se ao contrário e sobre a nova face vista (o anverso da anterior) gravaram-se, igualmente, as armas do Prelado com as respectivas insígnias e um letreiro identificativo contendo a data do seu falecimento. Deste modo surgiu a chamada lápide sepulcral biface (isto é, com epígrafes diferentes nas duas faces) a qual, durante cerca de 129 anos, permaneceu no adro da Sé sem qualquer protecção ou resguardo dos agentes atmosféricos, pessoas e animais... Talvez por esse motivo e/ou pelo trabalho mais apressado do canteiro, o seu lavor apresenta-se um pouco sumido e menos perfeito que o primeiro.
Porém, uma vez mais o destino viria alterar esta situação pois, a 23.10.1943, (como se indica no averbamento ao Assento 20) procedeu-se à exumação dos restos mortais do Bispo e à sua trasladação para um sarcófago colocado sob o arco cruzeiro da capela-mor da mesma igreja, em conformidade com as instruções de D. Domingos Frutuoso, então bispo de Portalegre... (29)
Quanto à lápide sepulcral biface manteve-se ainda durante algum tempo no adro da Sé, recolhendo finalmente ao Museu ... (30
(Continua )
O ALBICASTRENSE

terça-feira, setembro 20, 2022

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

  UM POUCO DA HISTÓRIA
DA 
RUA DOS FERREIROS 


Numa rua onde mora a tristeza, nada melhor que lembra aqui um pouco da sua história para minguar a dor.
A festa dos organismos corporativos realizava-se na procissão do Corpo de Cristo,  competia aos Municípios, organizar a procissão. Nela se incorporavam as três classes da sociedade: o clero, a nobreza e o povo. 
A imagem de S. Jorge, padroeiro do reino era levada a cavalo: o rei e os príncipes seguravam as varas do palio: cada organismo apresentava-se sob a proteção de um santo cuja imagem transportava em andor ou ostentava numa bandeira
Os ferreiros de Castelo Branco não tinham nenhuma imagem. Eram obrigados a vestirem-se de diabo, expondo-se a toda a espécie de vexames para se incorporem na procissão. A Câmara exigia que dois ferreiros fossem vestidos de diabo. Isto manteve-se até ao século XVIII.
Em 1700 os ferreiros apresentaram queixa e pediram licença para "darem um santo do seu ofício que é S. Dustan e aliviarem-nos de darem os diabos que costumavam dar".
A Câmara aceitou e propôs que a partir de então, transportariam o "S. Dustan em sua charola com quatro tochas".
A escolha deste Santo esta baseada numa lenda segundo a qual o diabo teria entrado em casa daquele santo que era ferrador. Dustan amarrou o diabo para o ferrar e ter-lhe-ia infligido tais tormentos que este lhe prometeu nunca mais entrar em casa de ferreiros. Desta lenda "talvez" tenha vindo a superstição do uso da ferradura para afugentar o diabo. (diz… Tavares dos Santos).
Segundo o Tombo de Santa Maria do Castelo de 1753 descrito por Porfírio da Silva, havia na Igreja de S. Miguel um altar e uma imagem de S. Dustan. Ficava precisamente onde hoje se encontra um belo portal com colunas de granito que faz a ligação entre o corpo da Igreja e o átrio da Sacristia Grande.
Ai estava a imagem de S. Dustan em vulto com uma tenaz de ferreiro na mão que por sua devoção lhe ofertaram os ferreiros desta vila para se livrarem da obrigação que tinham de dar para a procissão do Corpo de Deus a figura do diabo, para que prometeram também levar o dito santo àquela procissão, principiando no ano de 1698, ficando por este modo dispensados de darem aquela diabólica figura (Porfírio da Silva).
Resta acrescentar que a imagem de S. Dustan, que terá sido obra dos ferreiros albicastrenses "ausentou-se da cidade" e nunca mais soube do seu paradeiro.
PS. Recolha de dados históricos: José Ribeiro Cardoso 
e jornal "Reconquista".
O Albicastrense

quarta-feira, setembro 14, 2022

O AMOR E A MORTE... NOS ANTIGOS REGISTOS PAROQUIAIS ALBICASTRENSES – (12)

Por Manuel da Silva Castelo Branco

(Continuação)
(1ª PARTE)
História da Lápide Sepulcral Biface. 
Assento 18 (S2-10, fl.478) 
– A Excelentíssima Senhora D. Joana Maria Josefa de Meneses, mulher do Excelentíssimo Senhor D. Brás Baltazar da Silveira, Governador das Armas desta Província, faleceu a vinte dias de Novembro de 1726 e está sepultada nesta igreja de S. Miguel, em sepultura de fábrica, de que fiz este assento que assinei dia, mês e era «ut supra». / 
O Vig° encomendado João Rodrigues Goulão.

À margem esquerda: - Declaro que a sepultura é própria por se dar por ela a esmola costumada de 8000 réis para a fábrica, com autoridade de Sua Ilustríssima (o que consta do Livro da Fábrica) / Goulão.
À margem direita: - Declaro também que na mesma sepultura em que foi sepultada a Ex.ma Senhora D. Joana (de cujo óbito é este Assento) foi sepultado juntamente um filho, de cujo parto faleceu / Goulão. Outro Adiantamento: - Esta sepultura foi aberta, como consta do Assento fl. 486v / Corugeiro.
Assento 19 (Ibid.,fl. 486v)
 - Aos vinte dias do mês de Setembro de 1728, se abriu a sepultura em que foi sepultada a Ex.ma Senhora D. Joana Maria Josefa de Meneses, cujo Assento está a fl. 478. E, constando da identidade dela e do corpo da dita Ex.ma Senhora, se tornou a fechar com campa de pedra inteiriça, com suas armas e letreiro que declara estar ela ali sepultada, de que tudo se fez Auto assinado pelos que estiveram presentes e de que fiz este Assento de mandado de Sua Ilustríssima dia, mês e era «ut supra» / O vigº Manuel Rodrigues Corugeiro.
Comentário:
No Assento 18, vemos o registo de óbito de D. Joana Maria Josefa de Meneses, filha segunda dos 2º condes de Santiago de Beduído e primeira mulher de D. Brás Baltazar da Silveira, então Mestre de Campo General dos exércitos de Sua Magestade (D. João V) e Governador das Armas da Província da Beira.Este casal pertencia à alta nobreza do reino e assistia, temporariamente, na vila de Castelo Branco desde meados de 1721... Aqui lhes nascera, a 6.2.1722, sua 2ª filha D. Luísa Amónia Francisca da Silveira (a 1ª, D. Leonor da Silveira, havia falecido com poucos meses, a 3.2.1721); a 3ª filha, D. Maria Inácia da Silveira, fora baptizada na praça de Almeida, a 18.2.1723; desta vez seria o primeiro filho mas a adversidade negou-lhe a existência bem como a sua mãe.
Os corpos da infeliz dama e do fruto do seu amor ficaram pois depositados (a 20.11.1726) na igreja de S. Miguel, em sepultura de fábrica adquirida por 8000 réis... Através do Assento 19, sabemos que cerca de dois anos mais tarde, a 20.9.1728, procederam à abertura daquela sepultura e, depois de revista e identificados os restos mortais de D. Joana, «se tornou a fechar com campa de pedra inteiriça, com suas armas e letreiro que declara estar ela ali sepultada». Na ausência de outros elementos documentais mais esclarecedores, não podemos deixar de nos interrogar sobre o motivo de tal diligência. No entanto, a resposta parece simples e de certo modo convincente: - D. Brás Baltazar da Silveira, ainda viúvo e no exercício do referido cargo, quis honrar a jazida da mulher, mandando colocar sobre ela uma campa que dignamente perpetuasse a sua memória. Efectivamente, o artista encarregado deste trabalho insculpiu na face exposta da lage granítica, com 2,14m de comprido por 0,86 metros de largura e 0,23 metros de espessura, uma bem ordenada composição repartida por duas partes.
Assim, na de cima lavrou o escudo com as armas da família de D. Joana e, por baixo, a epígrafe latina cujo teor é o seguinte (emport.): - «D. Joana Maria Josefa de Meneses, digníssima filha do conde de Santiago, amantíssima esposa de D. Brás Baltazar da Silveira, Governador das Armas desta Província, muito prendada na verdade por dons egrégios e dignos na mulher ilustre, mas mais ilustre pela piedade e por outras virtudes de Senhora cristã (a honra mais digna), morreu de hemorragia puerperal no dia 21 de Novembro de 1726 e, juntamente com o filho da (sua) dor, aqui está sepultada» .(27) Esta lápide ainda bem conservada foi escolhida pela organização das nossas jornadas, em 1991, para servir de figura alegórica ao tema: O Amor e a Morte na Beira Interior. Mas, como veremos a seguir, sobre ela há mais coisas para contar..
(Continua)

O ALBICASTRENSE

domingo, setembro 11, 2022

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

UMA FANTÁSTICA IMAGEM 
DA 
TERRA ALBICASTRENSE

Confesso que não sei quando terá sido captada a bonita desta publicação, nem quem foi o seu autor. 

Contudo, olhando com algum cuidado para ela, facilmente verificamos que o castelo já se encontra restaurado. 

Pode pois dizer-se, que a imagem terá sido captada entre as décadas de 40/50 do passado século. Segundo penso, a imagem terá sido captada da torre do relógio.

PS. Imagem recuperada e pintada por V/Bispo-2022  
O ALBICASTRENSE

quarta-feira, setembro 07, 2022

A PRIMEIRA PUBLICAÇÃO DESTE BLOGUE.- 2005/2022

DEZASSETE  ANOS  DEPOIS

Dezassete anos depois (2005/2022), reponho no dia do décimo sexto aniversário deste blogue, a publicação com que iniciei esta aventura. Dezassete anos passados, não tenho dúvidas em afirmar que muito aprendi  com a criação deste blogue, pois as minhas visitações à nossa biblioteca, tornaram-me mais sabedor da história da minha terra. 
Este é um blogue de alguém que ama profundamente a terra onde nasceu, amor que muito gostaria de transmitir a quem  visita. 
Aos visitantes agradeço as visitas (mais de um milhão aos longo dos dezassete anos), sem essas visitas, à muito que este blogue tinha encerrado "portas". 
Abraço para todos.

quarta-feira, Setembro 07, 2005

CAFÉ LUSITÂNIA - 1827/ 2003

(CAFÉ TÍPICO  DA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX)
Local de convívio de muitos albicastrenses ao longo de décadas, foi brutalmente destruído em 2003, para dar lugar a outro tipo de estabelecimento. Era lá que nos anos cinquenta e sessenta as classes mais pobres se reuniam, para ver televisão. 
Ainda hoje recordo as tardes de sábado e domingo que em conjunto com um grupo de amigos. íamos ver filmes de Mickey Rooney e Shirley Temple, entre outros. Foi lá que assisti ás primeiras transmissões de futebol pela televisão. Era lá que nos anos setenta, pós 25 de Abril se discutia política entre um jogo de bilhar e o beber de uma cerveja, assuntos de várias ordens. 
Numa época em que a cidade de Castelo Branco
 está em claro desenvolvimento, como foi
 possível a sua destruição? 
Será que a defesa da nossa identidade cultural não é tão ou mais importante, que a construção de uma qualquer rua, parque de estacionamento ou rotunda!
Que raio de pessoas somos nós, que tudo permitimos a quem nos governa, (ou desgoverna neste caso), quem  foram os responsáveis pela sua destruição?
TODOS OS ALBICASTRENSES!
 UNS POR OMISSÃO, OUTROS POR FALTA DE SENSIBILIDADE CULTURAL E OUTROS, POR INCOMPETÊNCIA...
O Albicastrense

domingo, setembro 04, 2022

O AMOR E A MORTE... NOS ANTIGOS REGISTOS PAROQUIAIS ALBICASTRENSES – (11)

Por Manuel da Silva Castelo Branco

(Continuação)
Epístola, entre o arco da capela absidal e a porta lateral virada ao Poente. E, sobre ele, mandou colocar uma lápide de granito moldurada de 0,365x1,090m, com inscrição latina e escultura alusivas ao
acontecimento. O letreiro, em tradução livre de António Rodrigues
Cardoso, contém o seguinte:
- «Abdon e Sémen, que nasceram ligados, têm um só baixo ventre, sexo e fígado; têm vidas distintas e distintas também todas as demais coisas. Deram a vida a Deus, pois, morrendo um, o outro morreu
também, desfalecendo pouco a pouco durante sete horas. Juntos foram gerados, juntos viveram e juntos morreram. 1716». (25)
A escultura representa duas crianças ligadas pelo abdómen, tendo a da esquerda o braço direito entrelaçado com o braço esquerdo da criança à direita. A capela de S. Brás foi demolida em 1940, quando restavam dela apenas algumas paredes mestras, encontrando-se a lápide actualmente no Museu Regional de Francisco Tavares Proença... Como já referimos, este parto prodigioso foi divulgado não só no país como fora dele, através dos meios de comunicação usados na época...
Assim, a «Gazeta de Lisboa» no seu n° 31 de 1.8.1716, inseria a seguinte notícia, remetida de Castelo Branco em 18 de Julho: «Terça-feira, que se contaram 14 do corrente, do meio dia para a uma hora,
pariu nesta vila uma mulher chamada Maria Mendes Maia, casada com António Simão Bragança, homem jornaleiro, duas crianças pegadas uma em outra pelas cinturas, de maneira que ambas têm um só ventre e um só umbigo e ambas se servem pelas mesmas vias que podia ter uma só. Têm quatro pernas, mas duas alguma cousa mais curtas que as outras. A estatura de ambas é a de uma criança pequena. Vivem espertas e mamam bem e pelas palpitações parece
ter cada uma seu coração. A sua forma se explica melhor nesta estampa». O epílogo do caso vai publicado no n° 33 de 15 de
Agosto do mesmo ano, sendo enviado de Castelo Branco a 1 do dito mês:
- «As duas meninas, que nasceram unidas, foram baptizadas logo em nascendo por um homem que se achava na casa dos pais e, depois, por um clérigo «sub conditione» sem lhes dar nome, dizendo:
«Criaturas de Deus, se não estais baptizadas Ego vos baptizo in nomine Patris, etc.» Duraram somente vivas dezasseis dias: uma faleceu na quarta-feira desta semana das oito para as nove horas da noite; a outra na quinta-feira pelas sete da manhã. Fez-se anatomia nos seus corpos e não se descobriu mais novidade que a indivisão dos intestinos igualmente continuados no seu processo, sendo a origem diversa. Esta principiava no estômago, tendo cada uma esta oficina no seu próprio lugar. O fígado era um só e começava no estômago de uma e se continuava ao da outra sem divisão; os duetos para as duas vias não tinham vício algum na sua conformação, nem o coração, bofe e peito, por se achar tudo na sua devida conformidade». Enfim, estas informações são preciosas para esclarecer e rectificar mesmo alguns dados já fornecidos e, além do mais, permitem-nos apreciar também o resultado de uma autópsia feita nos começos do século XVIII. (26)
(Continua)
O ALBICASTRENSE

quinta-feira, setembro 01, 2022

RECUPERAR O ANTIGO CINE CLUBE ALBICASTRENSE

                            CINECLUBE DE CASTELO BRANCO


Contrariamente á Concão de  Marco Paulo, eu tenho três amores, a família, a fotografia e o Cinema. 
O  projeção de Cinema no Parque da Cidade, convenceu-me  a colocar aqui a seguinte questão: Em Castelo Branco já existiu um Cineclube, coletividade  que desapareceu sem  que eu saiba as razões dessa extinção.

Como  eterno enamorado do cinema, arranjinho à mais de 60 anos, confesso que muito gostaria de contribuir para a reativação do Cineclube albicastrense. No meu entendimento, o Cineclube  poderia  ressurgir com a constituição de uma comissão instaladora, composta por gente que gostasse de cinema, pessoas a quem alguns designam de “cinéfilos”. Será que alguém está disposto a entrar nesta aventura?
Eu avanço desde já com o seguinte compromisso:  
-Tenho cerca  de 500 filme em DVDs, muitos  deles em  edições especiais, assim como filmes antigos (fitas que são verdadeiras riquezas).
-Tenho uma coleção de Westerns em DVDs, com mais de 200 títulos e mais de 300 títulos recolhidos na net, (duvido que possa haver alguém que tenha mais fitas de Cowboys, que eu).
Se o Cineclube renascer, estou na disposição de colocar todo este acervo à disposição do Cineclube, podendo até vir a disponibiliza-la futuramente. Vou aguardar para ver se está minha ideia tem apaixonados do cinema para pegar nela. Ou será, que eu estou a ser personagem duma fita que ninguém quer ver? Para começar esta aventura, aqui fica uma das pérola que tenho. Entre as muitas fitas que disponho, dou a conhecer uma que é realmente uma verdadeira pérola.                                                    
                O FANTASMA DA OPERA (PHANTOM OF THE OPERA)
(Filme de 1943)
O ALBICASTRENSE

ANTIGAS CAPELAS DA TERRA ALBICASTRENSE - (VII)

CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO "MEMÓRIAS DE OUTROS TEMPOS" E xistiu na antiga rua da Bela Vista, atualmente denominada de S...