quinta-feira, fevereiro 26, 2009

A NOSSA HISTÓRIA - (XIX)


A TERRA ALBICASTRENSE ATRAVÉS DOS TEMPOS

"NINARIAS FRIOLEIRAS E BAGATELAS"
Em 27 de Maio de 1888 o jornal “Correio da Beira” na sua rubrica, ”NINARIAS FRIOLEIRAS E BAGATELAS” publicava esta pequena nota da autoria de António Roxo.
"D. Pedro, regente, despacha aos 3 de Dezembro de 1682 sargento-mor das ordenanças de comarca de castelo Branco ao capitão Manoel Martins Roxo por se ter portado nas campanhas, sítios e rendimentos com o valor de bom soldado. O seu ajudante António Fernandes Guedelha, como procurador do seu capitão, aprestou a patente e registo e assignou o termo.
Em 1683 Rôxo é eleito governador da praça de Alfaiates, e na sua vaga é despachado Manoel Roballo Pinha Tello".
PS O texto está escrito tal como foi publicado em 1888.
O Albicastrense

Tiras Humorísticas



O FOTÓGRAFO ESTAVA LÁ

Bigodes e Companhia participaram na passada terça-feira no desfile carnavalesco que se realizou na nossa cidade.

O Albicastrense

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Imagens com história


Quando há tempos atrás aqui coloquei uma fotografia, que nos mostra uma vista parcial da cidade de Castelo Branco dos finais do século XIX, apercebi-me de imediato, que talvez fosse interessante ir ao mesmo local repeti-la.
Tentei encontrar o local onde á cerca de cento e dez anos, o autor da velha relíquia terá captado essa imagem, após alguma procura… lá encontrei no castelo da nossa cidade, um local que me dava mais ou menos uma imagem semelhante. O resultado desta experiência mostra-nos que pouco da cidade de então, resistiu ás adversidades dos tempos, ás agressões dos homens, e ao desenvolvimento de Castelo Branco. Do pouco que resta desse tempo nesta fotografia!… Podemos ver a Capela da Senhora da Piedade, alguns pavilhões do antigo quartel de cavalaria e pouco mais. Entre as devastações feitas pelos homens… lembrava o antigo palacete dos Fevereiros, (nos anos 40), situado no local onde hoje se encontra uma agência da Caixa Geral de Depósitos e o solar do Engenheiro Frazão, (no inicio dos anos 80), situado no local onde hoje se encontra a agência do Montepio.
A importância destas antigas imagens, são hoje fundamentais para podermos analisar a história visual da nossa cidade, sem elas… apenas poderíamos imaginar ou tentar adivinhar, como seria a nossa cidade á cento e dez anos atrás!?
PS. Quanto ao autor da velha foto… tenho pena de não poder mencionar aqui o seu nome, pois seria de grande justiça fazê-lo.
O Albicastrense

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XII


(Continuação)
A rubrica Efemérides Municipais, começou por ser publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova” transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937 e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro.
António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto foi escrito neste blogo, tal como foi publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
Comentário do autor. Agora, e durante muito, as sessões da Câmara são banalíssimas, sem sombra de interesse. Nomeiam-se juízes para freguesias do concelho, elegem-se os almotacés, os recebedores, os tesoureiros, reproduz-se todos os anos a postura que obriga ao pagamento dos impostos em cabeças de pardais, coutam-se os terrenos, renova-se para os almocreves a obrigação de ir buscar peixe fresco no tempo da quaresma, em resumo, sempre a mesma coisa, sempre o que já está dito e redito. O que nos aparece de novo são alguns nomes pitorescos, que fazem sorrir, mas que não oferecem o menor interesse, porque são nomes, isto é, apelidos que desaparecem de todo com os que usaram. Assim, por exemplo, em 1760 aparece nomeado juiz do Retaxo, Domingos Fernandes Beiçana; de Alcains, João Sanches Buraffa, e procurador, Manuel Pires Lomelão; mais longe aparece-nos José Barzenas, etc. Uma vez ou outra, aparecem-nos deliberações e reclamações que nos mostram que, em questões de interesse, os homens de então não diferiam sensivelmente dos homens de hoje. Assim, tendo sido estabelecidos mercados livres, os arrematantes do imposto faziam quanto podiam para iludir o que estava estabelecido e cobrar imposto pelas mercadorias que nesses mercados se vendia. Encontra-se na acta de sessão de 6 de Janeiro de 1760:
Acta de 1760. “ E logo nesta vereação aparecerão os Juízes do Povo e outras pessoas delle dizendo que era prejuízo edezabono do Mercado que estava estabelecido livre de Siza o pagar-se este se acaso os compradores não podiao sahir no mesmo dia do Mercado com as Mercadorias que comprasem e sendo chamados os Sizeirros responderão e convierão que aquilo que se compra no dia do Mercado ficaria livre de Siza ainda que não sahiosse no mesmo dia, mas sim nos seguintes com tanto que no mesmo dia do Mercado de faça a compra de Fasenda e entrega della de que fiz este termo que os dittos Sizeiros assignarão ”.

Comentário do autor. A perto de duzentos anos de distância, estamos a ver a mesma coisa. Procura-se apanhar o imposto por tudo e por mais alguma coisa. Se a coisa é um pouco mais grossa e aparecem queixas, encolhem-se as garras e… trata-se de estudar novo meio de chegar ao mesmo resultado. E, visto que se fala de mercados, não nos parece descabido dar a conhecer aos que o não saibam desde quando existe a chamada Feira de S. Francisco, que ainda hoje se realiza nesta cidade no dia 4 de Outubro. Leia-se para isso o que consta da acta de 4 de Maio de 1760:
Acta de 1760. “E logo nesta vereação apresentarão os Misteres do Povo Provizões Reais huma das quais era passada pello Conselho da Fazenda e libertava esta villa de toda a Siza do Comestival que entrasse a vender nella. E outro passado pelo Dezembargo do Paço em que se concedia a esta villa hum mercado em cada mês e huma feira franca de três dias em o de São Francisco 4 de Outubro, e sendo vistas as referidas Provisões as mandarão cumprir e guardar, e que na observância dellas se passassem as ordens necessárias e se apregoasse pellos lugares públicos hum mercado na primeira segunda feira de cada hum dos meses, e huma feira franca em o mes de Outubro que durara três dias sendo o primeiro em quatro de Outubro: e que outro sim se publicasse a liberdade da terra em todo o anno pelo que pertencia ao Comestivel que viesse vender nella de que se não pagaria Siza eque nos dias de mercado e feira franca seriam livres todos os géneros frutas e mercadorias que sevenderem dentro desta villa ficando totalmente livres detoda a Siza; e porquanto a Siza dos comerciantes tinha sido arrematada sem estas clausulas foram chamados os arrematantes desta João Ribeyro e António Nunes e sendolhe proposta a liberdade da terra pello Comestivel em todo o anno, e o outro sim a liberdade dos mercados, e feira franca a respeito de toda a Siza da forma que se declara convierao nas dittas clausulas e condições, ficando a sua arrematação na quantia de cem mil reis, para os haverem de pagar por todo este anno em os quartéis que se praticão com a condição que nos dias de mercado e feira franca hajam de sahir os frutos que se comprarem nos dittos dias, porque no caso que se comprem nos seguintes pagarão Siza”.
Comentário do autor. Fica-se assim, sabendo que a Feira de S. Francisco foi criada em Maio de 1760, durava três dias e era franca; que havia um mercado na primeira segunda-feira de cada mês e nele também os “géneros frutos e mercancias” expostas á venda não pagavam impostos; que a venda dos produtos naturais era também livre de impostos durante todo o ano, visto que era estabelecida a “ liberdade da terra”. Mais tarde, como oportunamente se verá, quando nos mercados começou a se cobrado imposto pelos géneros e objectos expostos á venda, houve uma verdadeira revolta, que só não deu de si consequências muito graves, porque a tropa interveio a tempo, metendo na ordem os “revoltosos”, que a receberam á pedrada. As revoltas populares, se desde logo se lhes acode, em regra não passam de fogos de palha. Os mais exaltados são os primeiros a render-se. Foi o que sucedeu neste caso. O imposto nas feiras e mercados ficou. Ficou e aperfeiçoou-se a ponto de hoje se pagar por tudo, pelo que se come, pelo que se veste, pelo que se não come nem se bebe nem se veste, pelo que se vende e pelo que não se vende, por tudo numa palavra.
Não é de agora. Já vem de largo e terá de continuar assim por muito tempo, porque “
necessitas caret lege” (A Necessidade não tem lei).
Saltando para o ano de 1761, encontramos logo na sessão de 15 de Janeiro esta determinação de respeito:
Acta de 1761. ” Logo determinaram que se nam consentisse que pessoa alguma entrasse na casa da Camara estando os vereadores em auto-de-Camara senão os pertencentes della porque as dittas vereações deverem ser feitas em segredo que ellles dittos vereadores guardarão segredo… sem que possam comunicar apessoa alguma como sam obrigados ”.
Comentário do autor. Ficavam sabendo os curiosos que não podiam meter o nariz nas delineações municipais. As sessões não eram públicas; os munícipes não punham pé na sala das sessões, enquanto nela se estivesse a deliberar. E não era só isso. Poucas linhas abaixo, lê-se:

Acta de 1761. “ O escrivão da Camara nam passara contas nem quitas de qualquer qualidade que sejão ”.

Comentário do autor. Havia qualquer conta a pagar ou qualquer coisa parecida? O escrivão não fazia nada, não punha nisso prego nem estopa. Dava conhecimento aos vereadores e, se havia urgência. Fazia-se uma sessão extraordinária. Forçoso é, porem, reconhecer que os casos de urgência não eram muitos porque as sessões vão sendo cada vez mais raras.
Ainda nesta sessão aparece a seguinte deliberação:
Acta de 1761.Parabem comum deste terra determina-se que todas as somanas barressem todas as pessoas as suas testadas sem que nas ruas fiquem sisco junto nem espalhado”.
Comentário do autor. E quem não cumprisse esta determinaçao era condenado ao pagamento de um multa de duzentos e quarenta reis, e a mesma multa pgaria quem deitasse “sisco ou inmondisse para algum logar publico da terra”. Não se satisfazendo ainda com a obrigaçao que a todos era imposta de “ barrerem as suas testadas” uma vez por somana e com a proibiçao de se deitar “ sisco ou inmondisse” para os lugares públicos, os vereadores foram mais longe em matéria de limpeza.
Assim é que, nesta mesma sessao:
Acta de 1761. “ Determinaram mais as esterqueiras que se achem dentro da villa ou visinhas della sejam obrigados a limpalas pena deque não o fazendo de serem condenados na ditta quantia deduzentos equarenta reis eamesma pena terá quem nas dittas esterqueiras lensar sisco ou outra qual quer incomodisse ”.
Comentário do autor. E’ de supor que esta determinação fosse então respeitada com medo da multa de doze vinténs, mas foi sol de pouca dura, porque se voltou á mesma. Anos depois torna a haver noticias de estrumeiras nas ruas, o que alias sucedia em todas ou em quase todas as terras. Ainda com estas deliberações se não gastou o fôlego dos vereadores. Ainda foram capazes de, nesta mesma sessão, nomear derramadores de Siza, cobradores se Siza, depositário geral de Siza, etc. Não durou muito o entusiasmo. Pouco depois as sessões começam a falhar e, quando não falham, é frequente ler-se que os vereadores se reuniram e, logo a seguir, se continuar e acabar assim. – “ E por não haver muito que despachar fiz este termo que asignarao”. ARC
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937. Modificar, emendar ou alterar estes artigos seria na minha perspectiva um insulto ao seu autor.
(Continua)
O Albicastrense

sábado, fevereiro 21, 2009

Relíquias da minha cidade.



Duas inscrições
Pedido de protecção á imaculada Conceição, de 1646, sob o antigo baluarte da Porta da Vila.
(Hoje entrada da rua dos Ferreiros)
Pedido de protecção á imaculada Conceição, de 1646, sob o antigo baluarte da Porta do Espírito Santo.
(Hoje final da rua de Santa Maria)
O Albicastrense

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Obras na minha cidade



BAIRRO DO CASTELO
As obras promovidas pela nossa autarquia na zona histórica da cidade, (Bairro do Castelo), têm sido motivo de descontentamento entre os seus moradores pela lentidão pachorrenta, com que decorrem.
Como me chegaram rumores desse descontentamento, percorri no passado dia 17 todas estas ruas, para saber da veracidade dos mesmos.
Ao fazê-lo, muni-me de um bloco onde ia assentado o número de trabalhadores que encontrava, no final contei oito trabalhadores em toda esta zona em obras!…
Tanta gente!… na recuperação desta infeliz zona da nossa cidade. Por este andar talvez as obras estejam prontas no final do próximo mandato,(2009/2014) do nosso presidente.
Agora mais a sério… é totalmente inadmissível, que estas obras se arrastem no tempo, pois tal lentidão não só transtorna a vida aos moradores do castelo, como transmite a quem nos visita, a ideia que estas obras não são para se fazer, mas antes para se ir fazendo!…

MIRADOURO DE S. GENS
“A obra da minha tristeza”
No entanto o que me deixou mais triste nesta minha visita ao castelo, não foi propriamente o pachorrento andamento destas obras, mas antes o que tive oportunidade de ver na chamada “requalificação” do Miradouro de S. Gens.
Falei aqui por várias vezes do estado miserável em que se encontrava o nosso miradouro, fiquei pois deveras entusiasmado quando tive conhecimento que a nossa autarquia, ia de uma vez por todas benfeitorizar aquele espaço. Entusiasmo que virou revolta, dor, e raiva… ao ponto de hoje quando ali me desloquei, as lágrimas me terem caído pelo rosto abaixo.
O velhinho Miradouro, herança deixada pelos albicastrenses de ontem, e que os albicastrenses de hoje não souberam proteger, acarinhar e respeitar, foi completamente exterminado, banido e riscado do mapa e das memórias dos albicastrenses, para ali se construir um pátio que vai herdar o nome do antigo miradouro. Os “entendidos” da nossa praça, resolveram fazer no local do velho miradouro, mais um largo granítico igual a muitos outros já existentes na nossa cidade, (que falta de imaginação meus senhores!…).
Se aqueles que na década de 40 do século XX, pudessem ausentar-se das suas tumbas para poderem ir ao local ver esta desafortunada “recuperação” !… morreriam novamente de desgosto, pelo falta de gosto de alguns, que não souberam conservar o que tanto trabalho lhe deu a arquitectar.
A sensação que tenho quando sou confrontado com estas requalificações, (Palavra que eu substituiria por aniquilações) é de que os nossos desgovernanstes são pessoas sem lembranças, sem memórias, sem recordações e acima de tudo sem amor pelo nosso passado.
E que não podendo passear… pelo nosso passado colectivo, resolveram sepultá-lo no mar do esquecimento.
Podem os autores desta requalificação usurpar o espaço físico do antigo miradouro de S. Gens, para ali construir mais um largo granítico.
Podem os autores desta requalificação dizer bem alto que a cidade tem hoje um”miradouro” moderno!…
Podem os autores desta requalificação vangloriar-se e pavonear-se pela obra feita!…
No entanto lhes digo… que as recordações do velho miradouro, permanecerá para todo o sempre na memória dos albicastrenses, o mesmo não se poderá dizer quanto às recordações, que o espaço agora construído e as personagens ligadas a esta pseudo requalificação, deixaram para as gerações futuras.

O Albicastrense

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

NOTÍCIAS DESCONCERTANTES


Bigodes e Companhia cronistas oficiais e oficiosos do nosso burgo, indignados com a não publicação de acontecimentos que não aconteceram, (mas que podiam ter acontecido!…) por parte dos órgãos de comunicação social da nossa cidade.
E da recusa!… ordenada por parte dos média em publicar os seus brilhantes,(Brilhantes!… de pasmaceira), escritos.
Resolveram penetrar esse cerco, e apresentar a partir de hoje neste blog uma nova rubrica a que deram o nome de: Notícias Desconcertantes.
Os visitantes deste blog vão ter pois a oportunidade de através de um simples clik feito através do rato do seu Pc, (se ainda não tiver portátil) ter acesso a notícias que os jornais da nossa cidade ignoraram, por estas não terem a concordância dos grandes directores da nossa imprensa.

Notícias Desconcertantes.
“ESGUEIROU-SE!… O CASTELO DE CASTELO BRANCO”
Segundo a Agência Noticiosa Albicastrense (A.N.A), o castelo da terra albicastrense foi desviado para sitio incerto durante a madrugada de sábado para domingo!
Alguns moradores das redondezas, afirmam ter ouvido durante essa madrugada barulhos muito estranhos!…
Zé da Escadaria que mora bem perto do castelo, atesta ter ouvido durante essa madrugada uns chiadores que pareciam camiões em movimento!…
Manuel da Bela Vista, acusado de ser cego que nem um morcego, e mouco que nem um chamusco, diz ter visto durante a citada noite, uns estranhos vultos que não conseguiu distinguir, mas que afiança parecerem-se com as naves vistas por si, em alguns filmes dos ficheiros secretos.
Joãozinho Pé de Cabra, puto reguila que mora no cercado do castelo, atesta que as afirmações de Manuel Bela Vista são fantasias de um cegueta, que ele já nem os sonhos consegue ver!… e avança, que o castelo foi desmontado pedra por pedra e levado por uma tribo de Pigmeus para África!… onde eles vão brincar ao jogo do lego com ele.
Perante estas declarações que não convencem ninguém… os repórteres Bigodes e Companhia, juntam a estas os depoimentos e as inquietações das varias entidades da nossa região.
A cidade e os albicastrenses estão em estado de colisão por mais esta intrigada evasão, e exigem a restituição do seu castelo o mais rapidamente possível.
A policia desdobra-se em movimentos para a esquerda e direita, afim de tentar encontrar pistas que levem à descoberta do castelo e dos larápios.
Os políticos da região dizem não ter culpa no cartório, e apontam baterias para uma seita de fanáticos culturais, que defendem a construção de uma cidade cultural com monumentos e outras velharias rapinadas aqui e ali.
O perfeito do burgo enfadado com este indigno acto, prometeu dar uma gorjeta colossal a quem indicar pistas que levem à captura dos meliantes.
PS - (!) já depois de pensada, redigida e quase publicada neste blog, os autores desta disparatada e irresponsável coisa, tiveram conhecimento que os meliantes irresponsáveis por esta barbárie, se teriam entregado ás entidades policiais, em troca de uns pratos de maranhos e de uma boa pinga de tinto morangueiro da nossa região !!!!!
PS - (?) O albicastrense não se responsabiliza pelas notícias  desta dupla de loucos!…
Bigodes e Companhia 
“Cronistas Oficiais e oficiosos”

sábado, fevereiro 14, 2009

UM VELHO POTE - V


Como o permitido é devido, aqui fica mais uma vez a fotografia do velho Pote e as notícias saídas em 1916, no antigo jornal “Notícias da Beira
Mais de setenta dias após a publicação do primeiro poste… o velho pote continua no seu jardim, à espera que saia fumo branco das mentes dos responsáveis das instituições, que podem e devem ajudar a resolver este intrigante caso.
Como sou teimoso… e não costumo desistir aos primeiros contratempos, irei manter a promessa de continuar a insistir na deslocação do velho pote para o nosso museu, até que alguém me prove que esta velhinha peça de cerâmica com 400 anos, não tem qualquer valor histórico.
Ao Nuno Farinha, Stalker e Pedro Salvado, que se mostraram interessados em ajudar a resolver este assunto, o meu bem-haja pelo interesse demonstrado, prometendo que os irei informando do andamento do intrigando caso: “Do Pote extraviado e agora encontrado “.
Ficamos todos muito chocados e zangados, pelo facto de “Nuestros Hermanos” terem colocado asas nas Pias de S. Bartolomeu, e as terem feito voar para sítios distantes!…
Ficamos todos muito tristonhos, quando lemos na nossa imprensa que mais um Brasão na zona de Monsanto, levantou asas e voou para sítios desconhecidos!…
Ficamos todos escandalizados quando nos dizem que um sacana qualquer colocou asas num fóssil com 5 milhões de anos, e o fez desaparecer por artes mágicas para um qualquer lugar ou país misterioso!…

PS - Indignamo-nos, chocamo-nos, entristecemo-nos no entanto… perante casos que diariamente estão bem debaixo do nosso nariz, que fazemos nós?
Ignoramos uma vez, ignoramos duas vezes, ignoramos três! E se alguém nos chateia… reagimos de imediato que o assunto é da responsabilidade das entidades oficiais da cidade!…
O velho Pote está bem debaixo do nosso nariz!… porém, parece-me que alguém terá que lhe colocar asas para que ele possa voar.
Depois… talvez possamos indignarmo-nos e culparmos os suspeitos do costume pelo seu voo desconhecido.
O Albicastrense

Tiras Humorísticas


Bigodes e Companhia
Dialogam sobre os desaparecimentos misteriosos que ultimamente têm ocorrido na nossa região.
O Albicastrense

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Castelo Branco na História - XLVII

(Continuação)
”Os parapeitos com os seus assentos laterais sobre o muro de vedação do recinto que confina com a antiga Rua da Corredoura não podem, só por si, tornar verosímil a suposição de que o jardim ficou incompleto e que o seu prolongamento no mesmo plano até ao muro figurava no projecto primitivo. “ Podemos, sem relutância, admitir que o acesso aos parapeitos, que constituíam um miradouro para o lado da rua, era feito por escadas e balcões de madeira, hoje desaparecidos como as rotulas, também de madeira, que estavam colocadas entre os pinásios de cantaria sobre as guardas laterais do passadiço.
“Além disso, tendo o Bispo D. Frei Vicente Ferrer da Rocha, durante os trinta anos de governo da sua diocese, mandado ampliar a Igreja de Sé, aumentar e aformosear o palácio, reconstruir e embelezar o jardim, a quinta e o bosque fronteiros, não deixaria, evidentemente, de completar o logradouro adjacente à sua residência quando, para tal conclusão, a despesa a fazer seria relativamente insignificante.
“Por conseguinte, era o recinto outrora uma dependência do Paço Episcopal que, possivelmente estaria arranjado em condições de não prejudicar, como agora, a estética do conjunto.
“Actualmente, porem, não há possibilidade nem necessidade de reconstruir tal dependência e, carecendo o jardim de uma entrada directa, por ser do domínio público e possuir uma entrada indirecta e deficiente, projecta-se adaptar o recinto a pátio de entrada, com a execução das seguintes obras:
1º-- Escavação e remoção das terras e entulhos do recinto destinada a pátio de entrada;
2º-- Demolição, reconstrução e reforço do muro de suporte das terras do jardim;
3º-- Demolição do muro de vedação do recinto na extensão igual à do muro de suporte de terras;
4º-- Construção de um muro lateral, perpendicular ao muro de vedação, para tornar o recinto simétrico em relação ao eixo da rua do lago central do jardim;
5º-- Colocação de capeamentos e pilastras de cantaria no muro de suporte de terras do
Jardim e nos dois muros laterais;
6º-- Construção de uma escadaria de acesso ao jardim com uma fonte e lago de cantaria;
7º-- Construção de uma balaustrada sobre o muro de suporte de terras do jardim;
8º-- Colocação de bancos de cantaria junto das paredes do recinto;
9º-- Abertura de uma porta na parte do muro que subsiste junto do passadiço, simétrico, em relação ao eixo da rua central do jardim, com a existente junto ao palácio (praticada posteriormente no muro de vedação) e modificação das cantarias desta ultima para se lhe imprimir o estilo da época do aformoseamento do palácio;
10º-- Construção de uma vedação de ferro sobre socos de cantaria, do lado da rua de Bartolomeu da Costa, em substituição do muro a demolir, vedação que será constituída por seis painéis de grades, quatro pilares, e dois meios pilares de cantaria.
11º-- Colocação de uma porta de férrea ao meio da vedação, no eixo de simetria do recinto, da escadaria e da rua central do jardim;
12º-- Colocação de painéis de azulejo com motivos históricos e regionais nas paredes interiores do pátio de entrada;
13º-- Demolição da escada que dá actualmente acesso ao passadiço e da porta de entrada indirecta;
14º-- Construção de uma escada no sentido oposto ao daquela que deve ser demolida, para o restabelecimento da antiga comunicação do jardim com o parque lamentavelmente suprimida em 1911 e que justificava a existência do passadiço sobre a Rua da Corredoura.
“O recinto, actualmente entulhado, será escavado de forma que apresente um pavimento com uma inclinação de um centímetro por metro para permitir o escoamento das águas pluviais.
“As balaustradas a construir na escadaria e sobre o muro de suporte de terras do jardim serão iguais às existentes em todas as escadarias que ali predominam e cujos balaústres e pilares servirão de modelo.
“Sobre os quatro primeiros pilares da escadaria serão colocadas outras tantas estatuas talhadas no granito regional.
“Os pilares, os balaústres, as pilastras, os socos, os degraus, os pináculos, os vasos, os bancos, e os capeamentos dos muros serão de cantaria de granito regional aparelhada à picota.
“As paredes interiores do recinto serão rebocadas e guarnecidas a branco com um friso formando painéis separados pelas pilastras de cantaria, onde serão colocados azulejos artísticos com motivos históricos ou regionais”.
(Continua)
PS . O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa " em 1951
Autor. Manuel Tavares dos Santos
O Albicastrense

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Bigodes e Companhia

-- Companhia, as obras na nossa cidade vão continuar… 
o nosso presidente diz ter mais onze milhões de euros para obras futuras.
-- Lá vem este com a água benta do costume!… quantas vezes tenho eu que dizer-te que o homem não é o meu presidente!?
-- O homem… podes sempre mudar de lado, pois ele tem feito um belíssimo trabalho em benefício da nossa cidade.
-- Irra… que este é mais papista que o próprio papa! 

Ainda a campanha não se descortina no horizonte e ele já procura apoiantes pró dono.
-- Companhia… isto é um insulto completamente desnecessário, tu sabes perfeitamente que eu sou um albicastrense dos sete costados.
-- Claro Bigodes!… dos sete costados e das sete jantaradas que já papaste à custa do orçamento!
-- Já vi que hoje não se pode cavaquear contigo, pois estás bastante rezingão.
-- Bigodes… tu não me fales em cavaquear que me faz lembrar outras historias. Tu consegues pôr-me os poucos neurónios que ainda tenho, em ebulição desorientada.
-- Companhia vamos mudar de palratório... que te parece o novo Polis para o século XXI ?
-- Mas o velho Polis XX já terminou!?
-- Vamos com calma homem!… 
O polis XXI sucede ao polis XX, tem a duração de dois anos e aponta para quatro grandes prioridades: RE: habitar; RE: Qualificar; RE: Vitalizar e RE: Dinamizar.
-- Com caraças… as coisas que tu sabes homem! 

-- Importas-te de explicar essa coisa melhor?!
-- Olha… o melhor é não entrar em pormenorizes senão ainda vazamos o caldo entre nós os dois.
-- Bigodes não estou a perceber-te! 

Então agora recusas-te a explicar ao teu velho camarada o que querem dizer as palavradas que acabaste de relatar.
-- Companhia… RE: habitar; RE: Qualificar; RE: Vitalizar e RE: Dinamizar. São enunciações de obras e factos que irão decorrer durante um determinado período de tempo!…
-- Bigodes… os teus conhecimentos estão a deixar-me atordoado de espanto.
-- Parece-me que ultimamente tens andado por caminhos muito suspeitos!
-- Caminhos suspeitos eu!… 

Que raio estás tu a insinuar!?
-- Nada Bigodes… estou só a convidar-te a ir beber um branquinho traçado na tasca do nosso amigo Zé do Canto.
-- Vamos lá vistoriar a tasca do Zé do Canto, e emborcar dois ou três branquinhos traçados. Depois desta conversa da chacha fiquei com os beiços secos de tanto chalrear.
Bigodes e Companhia

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XI


A rubrica Efemérides Municipais, começou por ser publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal A Era Nova transitou para o Jornal A Beira Baixa em Abril de 1937 e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro.
António Ribeiro Cardoso,
ARC ” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.

O texto foi escrito neste blogo, tal como foi publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
Comentário do autor: De 1700 até fins de 1710 não aparece nada que vala apenas fazer menção. Nos primeiros dias de 1711 os vereadores que vinham servindo de anos anteriores, como a pauta dos novos vereadores se demorava um pouco, não estiveram para cruzar os braços e deixar correr; começaram a nomear a tordo e a direito juízes para todas as freguezias e ao mesmo tempo “thizoureiros e depositários de quais quer depósitos”. No dia 16 de Janeiro, porém, apareceu a pauta dos novos vereadores e procurador do concelho e desde logo “ ouverão por reclamadas todas as nomeações que nesta tinhão feito de thisoureiros e depositários de quais quer depósitos ”. Pelo que se vê, já nesse tempo era verdade que nem por muito madrugar amanhece mais cedo. Pelo que se vê, já nesse tempo era verdade que nem por muito madrugar amanhece mais cedo.
Os vereadores para este ano eram Pedro Freire Corte Real, Agostinho
Botelho da Costa e Simão Caldeira Castelbranco, e procurador do concelho era Joseph Martins Mercader, que pouco depois nos aparece com o nome de Joseph Martins Goulão. Pouco depois regista-se que desde o princípio do ano tinham sido mortos lobos em abundância.
Assim, encontramos que foi feito num intervalo de poucos dias toda esta mortandade;
Simão Nunes, pastor do capitão mayor desta villa ”, matou uma loba.
António Martins, da Lousa matou um lobo nos barros de São Giraldo ” .
Manuel de Sousa, de Escalos de Baixo, matou um lobo “ no sítio do Ribeiro
Traveceiro e matou outro no sitio de Val das Colmeas ”.
Francisco Gonçalves Valente e André Fernandes, de Castelo Branco mataram três lobos “ no carrascal da fonte das freiras da parte dalém do Rio ponsul ”.
Manuel Rodrigues Quelindro, de Castelo Branco, matou “ um lobo na Coutadinha lemite de Cafede ”.
António Fernandes Carvajalles e Francisco Marques, de Escalos de Baixo, apanharam uma ninhada de sete lobos piquenos nos matos das poupanas do lugar da Mata ”.
Estevão Nunes, de Alcains, também conta de “ uma ninhada de seys lobinhos piquenos no sitio da ponte pedrinha junto ao pizão de Diogo Mendes pinheiro ”.
Lourenço Martins e Antonio Gomes “ creados de António Gonçalves Temperado de Alcains e Domingos Pires Figueira desta villa mataram um lobo grande na ervage dos Frades dos Alvarinhos que está na folha da liria lemite desta villa ”.
Faça-se por aqui ideia da quantidade de lobos que andavam por esse concelho fora. Devia ser um pavor, atendendo a que foi possível matar todos aqueles bichos num prazo tão curtíssimo com espingardas que, sem dúvida, estavam longe de ser modelos de precisão de tiro e sem entrar nos matagais que se estendiam por esse concelho além. As colheitas de 1710 tinham sido uma verdadeira miséria e por isso o pão tinha, para o tempo um preço elevadíssimo. Então os officiai de Camara ”, em sessão de 6 de Março;
Acta de 1711: “ mas acordarão havendo respeito ao escecivo preço de mil e duzentos reis por que vale otrigo da terra que as padeiras vendão a trinta reis cada pão que terá meyo arrátel de pezo e o do mar venderão avinte reis oqual farão do pezo de Seis onças por valer comum mente a nove centos reis eque outro sim vendão o pão de centeio de meyo arretel por hum vintém a respeito do preço de oito centos reis por que vale cada alqueyre oque tudo assim mandarão que se observasse inviolavelmente sob penna daque faltasse aesta observância se executaria nella as pennas da ley neste cazo impostas ”.
Comentário do autor; Se atendermos ao valor da moeda, sem esforço chegaremos a apurar, que aos mil e duzentos reis que custava cada alqueire de trigo da terra, corresponderia hoje mais alguma coisa do que cinquenta escudos. Façam as contas para as outras espécies e terão de reconhecer que a apregoada carestia da vida de hoje não é nada que se compare com a daqueles tempos. Nesta mesma sessão volta-se de novo ao curioso imposto pago em cabeças de pardais, mas desta vez a postura era um pouco mais apertada. Os vereadores acordarão;
Acta de 1711: “ que toda apessoa desta Vila e seu termo daqui athe ofim de Abril mate sinco pardais ao quais hirão descarregar a caza do escrivão desta Camara sob penna de quinhentos reis para as despezas della pagos da cadea”.
Comentário do autor; Nos outros anos pagava-se simplesmente a multa e ficava-se quite com a fazenda municipal; agora é nada menos do que multa e cadeia. E aos juízes dos lugares do termo fazia-se constar que tivessem muito cuidado, que tomassem a rol todas as pessoas que lhe aprezentassem os ditos pardais ” além disse;
Acta de 1711: “ os dittos juizes virão a esta Camara dar o rol das pessoas que os matarão sob pena de se proceder contra elles e não servirá de exemplo para os mais annos por quanto são obrigados os moradores villos entregar acaza do escrivão desta Camara ”.
Comentário do autor: O caso era sério. Ficassem sabendo os juízes que se não abrissem bem os olhos, se não fizessem o serviço bem feito, responderiam pelas transgressões que deixassem passar. E, como os juízes das freguesias, apesar do que podia acontecer-lhes se não dessem boa conta do recado, deixavam na Camara a desconfiança de que eram uns passa culpas, ficassem sabendo que para os outros anos não ficariam encarregados de receber os pardais e vir “ dar o rol das pessoas que os matarão”; isso acabava; deste ano em diante os moradores eram obrigados a vir entregar os pássaros malfazejos a casa do escrivão da Camara.
Quatro dias depois, em sessão de 10 de Março, a Camara procura acudir á falta de pão e para isso;
Acta de 1711: “ Acordarão pella grande falta de pão que geralmente há nesta villa que os Almocreves e Burriqueiros della sejão noteficados para que todas as semanas tragão da villa de Abrantes para esta as bestas que cada hum tiver carregadas de pão esal ou seu ou de particulares que otem na dita villa de Abrantes sob penna de que faltar pagar por cada vês quatro mil reis que pagarão de cadea ou elles ou suas mulheres eas dittas cargas que trouxerem manifestarão perante o Doutor juis de fora e faltando alguma das ditas pessoas poderá ser denunciada por qualquer official de vara misteres ou tendeiros que levarão metade desta condenação que julgara o dito Doutor juis de fora ”.
Comentário do autor: Parece duro, mas havia fome e já o lobo da fábula dizia que a fome é lei. Os almocreves ou burriqueiros haviam de ir a Abrantes e voltar de lá, uma vez por semana, com as suas bestas carregadas de pão ou de sal. Não havia desculpas que valessem. Se não viessem com as betas carregadas, pagavam quatro mil réis e iam para a cadeia. Prevendo, porém, a hipótese de o almocreve não aparecer e não se lhe poder por isso deitar a mão, era a mulher que pagava a multa e ia malhar com os ossos na cadeia. Era de respeito. Mas, admitindo-se que podia haver algum almocreve ou burriqueiro espertalhão que, por artes mágicas, se furtasse ao olho vigilante dos vereadores e do juiz de fora, aguçava-se o apetite aos denunciantes, dando-lhes metade das multas. Assim, era de ver que não escapava nenhum. Mas em Abrantes haveria pão? Devia haver, porque aquela antiga vila foi sempre um alfobre de negociantes e o Tejo servia-lhes de meio fácil e seguro de transporte para o “pão do mar” isto é… para o que vinha de fora em barcos. (ARC)
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937. Modificar, emendar ou alterar estes artigos seria na minha perspectiva um insulto ao seu autor.
(continua)
O Albicastrense

sábado, fevereiro 07, 2009

PIAS DE SÃO BARTOLOMEU


Por vezes, ainda me consigo surpreender com determinadas notícias que diariamente temos oportunidade de ler na nossa imprensa. Vem a propósito a notícia que aqui ponho à disposição dos visitantes deste blog e que foi publicada no jornal Reconquista desta semana.
Perante esta barbaridade… só me apetece perguntar, se é este o pais que queremos para nós e para os nossos filhos?
Podemos ser povo…
Podemos ter quase novecentos anos de história…
Podemos estar integrados na comunidade europeia…
Podemos até gabar-nos de tudo e mais alguma coisa

Porém… o dia a dia mostra-nos através destes miseráveis factos aquilo que somos.
O Albicastrense

Tiras Humoristicas


Bigodes e Companhia

Brincam com a chegada de mais alguns milhões de euros, para obras na nossa cidade.

O Albicastrenses

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

A NOSSA HISTÓRIA - (XVIII)


A TERRA ALBICASTRENSE ATRAVÉS DOS TEMPOS
D. Sebastião, escrevendo uma carta à Câmara de Castelo Branco em 17 Setembro de 1570, diz-lhe, entre outras coisas, que em quanto ao ordenado, que a Câmara pedia se desse a um mestre de gramática à custa das rendas do concelho, como se dava por uma provisão de El. Rei D. João III, não podia ser, porque este dinheiro está novamente aplicado para a fortificação dos lugares portos do mar que é causa que cumpre muito ao meu serviço, e
É caso para dizer, quereis um professor de gramática... então arranjem dinheiro e paguem-lhe.

PS - Este texto está escrito tal como foi veio a público em 1888 no jornal “Correio da Beira”.
O Albicastrense

terça-feira, fevereiro 03, 2009

A NOSSA CIDADE



CENTROS COMERCIAIS
COVEIROS DO COMÉRCIO TRADICIONAL
EM
CASTELO BRANCO !?
Pediu – me um anónimo que me pronunciasse, sobre os Centros Comercias construídos na nossa cidade, e dos malefícios que estas áreas comerciais provocaram no comércio tradicional da nossa cidade. Dizia ainda este anónimo que já tinha colocado o problema ao presidente da autarquia albicastrense, mas que ele não quis saber de nada… A questão colocada por este albicastrense, não é de análise fácil para mim, e também não é daquelas em que possamos lançar duas ou três postas de pescada e depois sairmos dela como se nada fosse connosco.
Como albicastrense que nasceu em Castelo Branco, e que procede de uma família que habita há mais de 400 anos na cidade… família que ao longo desse tempo passou por epidemias, invasões francesas, revoluções e contra revoluções e que vive desde sempre na nossa bonita cidade, não posso nem devo ficar indiferente a esta nova onda que invadiu Castelo Branco, e que está a aniquilar apressadamente o nosso comércio tradicional. A nossa cidade foi invadida por uma onda de grandes proporções, que pouco a pouco vai engolindo um sector que durante muitos anos foi pedra fundamental no seu desenvolvimento. A questão a colocar no caso da nossa cidade… é saber-se se toda esta enxurrada não poderia ter sido evitado ou minimizado, para que os estragos fossem o mais reduzido possível? Tenho para mim… que a nossa autarquia, abriu a torneira que tornou possível este Tsunami de proporções incontornáveis, ao permitir a construção de superfícies de forma completamente destrambelhada e incontrolada. Ontem abriu-se um hipermercado, hoje um centro comercial, amanhã um Fórum, depois de amanhã um Alegrete... sem se olhar ao redor para ver quais os malefícios que tal política de aberturas iriam causar no comércio tradicional da nossa cidade. Não se pense porém… que as culpas pertencem totalmente aos responsáveis da autarquia albicastrense! Seria um erro crasso pensar-se que as culpas pertencem sempre ao vizinho do lado. Muitos dos pequenos comerciantessão culpadospor terem parado no tempo… permitindo desse modo que as grandes superfícies todas elas embelezadas, os tramassem à primeira investida. Outros “são culpados” por se terem metido dentro das suas próprias conchas… pensado que a onda dos centros comerciais era passageira e que brevemente tudo voltaria á normalidade. Outros "são vítimas” dos seus fracos recursos económicos, que não lhes permite ou permitiu sequer sonhar ou pensar em modernizações, ou alindamentos nos seus estabelecimentos comerciais. Depois de portas deitadas abaixo… qual a solução para os pequenos e médios comerciantes que ainda não se afogaram nesta onda de mar bravio!?
O Nosso presidente diz frequentemente que “Castelo Branco é hoje uma cidade moderna virada para o futuro”.
É esta afirmação verdadeira? Tenho para mim que tem muito de verdade… porém, as coisas não são assim tão simples! Castelo Branco sofreu entre os anos trinta e cinquenta do século passado, grandes modificações. Todavia nos cinquenta anos seguintes, ficou-se a olhar para o que se tinha feito nos anos anteriores, ou seja… a pasmaceira instalou-se na nossa autarquia durante quase cinquenta anos, (salvo raras excepções).
Com a entrada de Joaquim Morão na autarquia albicastrense, a cidade sofre novo abanão e começam as transformações: Na devesa, no passeio verde, na zona da Sé, em algumas das ruas do centro da nossa cidade. Na Zona Histórica da cidade, fazem-se pela primeira vez obras após… quase cinquenta anos de abandono e desleixo! Constrói-se uma biblioteca de raiz, (a minha obra preferida) o velho parque da cidade é metamorfoseado de parque amplo e modernista! (que me desculpe o presidente, mas o velho parque tinha muito mais encanto), as velhas praças da cidade são requalificadas com parques de estacionamento subterrâneos, (em alguma cidades tira-se o transito do centro da cidade, em Castelo Branco faz-se o contrario). Porém as transformações são extensivas às rotundas, vias circulatórias à volta da cidade e ainda a muitas outras. Porém nem tudo são rosas nestas modificações, muitas das zonas renovadas são hoje espaços “quase” vazios do comércio tradicional e de pessoas… e quando digo ”quase” é porque felizmente alguns comerciantes ainda se vão aguentando heroicamente.
O caminho para mudar este estado de coisas não é fácil! No entanto a nossa autarquia pode e deve ter um papel importante neste trilho, depois da zona histórica da cidade e das ruas do centro da cidade estarem compostas, deveria a autarquia albicastrense apoiar e incentivar os proprietários dos prédios ai situados, a restaurá-los de forma a tornar possível que estes espaços se tornassem espaços de encontro e reencontro de albicastrenses com o comércio tradicional da sua cidade, (como aliás se vez em Abrantes).
Para terminar, voltava às palavras do nosso presidente; “
Castelo Branco é hoje uma cidade moderna virada para o futuro”. Tem razão senhor presidente… agora torna-se necessário colocar pessoas e comércio tradicional nesses espaços renovados, pois se assim não for… ficar-se-á com a ideia que as obras foram feitas para ser vistas e não para servirem os albicastrenses.
O Albicastrense

domingo, fevereiro 01, 2009

Imagens a não esquecer...


CASTELO BRANCO NO TEMPO.
(Autor desconhecido)
O Albicastrense

ALBICASTRENSES ILUSTRES - XIII

SIMÃO DA SILVA
Nasceu em Castelo Branco na segunda metade do século XV, e terá falecido em 1512 ou 1513. De Simão da Silva muito pouco se sabe… sabe-se, que mandou construir em Castelo Branco a Igreja que todos nós conhecemos por Igreja de Santo António (Antiga Igreja da Misericórdia Velha).
Numa pedra de granito assente no seu pavimento sob o arco da capela-mor, existe uma inscrição onde é possível ler-se o seguinte:
“Esta capela foi mandada fazer por Simão da Silva h…. da Índia e mandoulha fazer Anna Correia sua testamenteira á custa dos seus legados que manda os faça em seu testamento”.
Sabe-se ainda, que Simão da Silva foi escolhido por D. Fernando no início do século XVI, para ser seu embaixador ao reino de Manicongo.
Damião de Góis refere-se a este fidalgo, na sua crónica do Felicíssimo D. Manuel, narrando o facto de haver sido enviado como embaixador ao rei de Manicongo, (1) capitaneando cinco navios onde eram transportados ricos presentes do rei português e sendo portador de seguinte credencial:
“Nós, D. Manuel, Rei de Portugal, etc., enviamos a vós, Simão da Silva, fidalgo da nossa casa, pessoa de que muito confiamos e a quem, por nos ter muito bem e fielmente servido, temos boa vontade, o qual escolhemos para vos enviar, por o termos conhecido por esforçado e de muita fidelidade e que vos dará de si boa conta… Muito vos rogamos que o ouçais e lhe deis inteira fé e crença em tudo o que de nossa parte vos disser e falar, assim como o fareis se por nós fosse dito e falado e em muito prazer o receberemos de vós, e nós esperamos em Nosso Senhor que da ida do dito Simão da Silva vós recebais muito prazer e contentamento e que em todas vossa coisas o acheis assim bom e verdadeiro servidor, como nós nas nossas e em todo o nosso serviço o temos achado, porque por isso o escolhemos para vo-lo enviar e muito vos rogamos que pois prouve a Nosso Senhor que por Sua misericórdia vos alumiar..."
Presume-se que Simão da Silva tenha falecido nesta embaixada por volta de (1513/1513)
Os dados que consegui encontra sobre Simão da Silva, são poucos… no entanto através deles é possível percebermos que este homem terá sido uma personagem muito importante na sua época, pois se assim não fosse não mereceria a confiança de D. Fernando.

(1) - Reino do Congo ou Império do Congo O foi um reino africano localizado no sudoeste da África no território que hoje corresponde ao noroeste de Angola, a Cabinda, à República do Congo, à parte ocidental da República Democrática do Congo e à parte centro sul do Gabão. O império era governado por um monarca, o manicongo, consistia de nove províncias e três reinos (Ngoy, Kakongo e Loango), mas a sua área de influência estendia-se também aos estados limítrofes, tais como Ndongo, Matamba, Kassanje e Kissama. A capital era M'Banza Kongo (cidade do Congo), rebatizada São Salvador do Congo após os primeiros contactos com os portugueses e a conversão do manicongo ao catolicismo no século XVI; renomeada de volta para Mbanza-Kongo em 1975.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Albicastrense

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12)

"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE" Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. U...