quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Obras na minha cidade



BAIRRO DO CASTELO
As obras promovidas pela nossa autarquia na zona histórica da cidade, (Bairro do Castelo), têm sido motivo de descontentamento entre os seus moradores pela lentidão pachorrenta, com que decorrem.
Como me chegaram rumores desse descontentamento, percorri no passado dia 17 todas estas ruas, para saber da veracidade dos mesmos.
Ao fazê-lo, muni-me de um bloco onde ia assentado o número de trabalhadores que encontrava, no final contei oito trabalhadores em toda esta zona em obras!…
Tanta gente!… na recuperação desta infeliz zona da nossa cidade. Por este andar talvez as obras estejam prontas no final do próximo mandato,(2009/2014) do nosso presidente.
Agora mais a sério… é totalmente inadmissível, que estas obras se arrastem no tempo, pois tal lentidão não só transtorna a vida aos moradores do castelo, como transmite a quem nos visita, a ideia que estas obras não são para se fazer, mas antes para se ir fazendo!…

MIRADOURO DE S. GENS
“A obra da minha tristeza”
No entanto o que me deixou mais triste nesta minha visita ao castelo, não foi propriamente o pachorrento andamento destas obras, mas antes o que tive oportunidade de ver na chamada “requalificação” do Miradouro de S. Gens.
Falei aqui por várias vezes do estado miserável em que se encontrava o nosso miradouro, fiquei pois deveras entusiasmado quando tive conhecimento que a nossa autarquia, ia de uma vez por todas benfeitorizar aquele espaço. Entusiasmo que virou revolta, dor, e raiva… ao ponto de hoje quando ali me desloquei, as lágrimas me terem caído pelo rosto abaixo.
O velhinho Miradouro, herança deixada pelos albicastrenses de ontem, e que os albicastrenses de hoje não souberam proteger, acarinhar e respeitar, foi completamente exterminado, banido e riscado do mapa e das memórias dos albicastrenses, para ali se construir um pátio que vai herdar o nome do antigo miradouro. Os “entendidos” da nossa praça, resolveram fazer no local do velho miradouro, mais um largo granítico igual a muitos outros já existentes na nossa cidade, (que falta de imaginação meus senhores!…).
Se aqueles que na década de 40 do século XX, pudessem ausentar-se das suas tumbas para poderem ir ao local ver esta desafortunada “recuperação” !… morreriam novamente de desgosto, pelo falta de gosto de alguns, que não souberam conservar o que tanto trabalho lhe deu a arquitectar.
A sensação que tenho quando sou confrontado com estas requalificações, (Palavra que eu substituiria por aniquilações) é de que os nossos desgovernanstes são pessoas sem lembranças, sem memórias, sem recordações e acima de tudo sem amor pelo nosso passado.
E que não podendo passear… pelo nosso passado colectivo, resolveram sepultá-lo no mar do esquecimento.
Podem os autores desta requalificação usurpar o espaço físico do antigo miradouro de S. Gens, para ali construir mais um largo granítico.
Podem os autores desta requalificação dizer bem alto que a cidade tem hoje um”miradouro” moderno!…
Podem os autores desta requalificação vangloriar-se e pavonear-se pela obra feita!…
No entanto lhes digo… que as recordações do velho miradouro, permanecerá para todo o sempre na memória dos albicastrenses, o mesmo não se poderá dizer quanto às recordações, que o espaço agora construído e as personagens ligadas a esta pseudo requalificação, deixaram para as gerações futuras.

O Albicastrense

20 comentários:

  1. Anónimo22:14

    Essa veneração pelos autores do miradouro original e por esse mostro de betão armado da década de 40 é deveras comovente e coerente. Como conhecedor da história da cidade certamente saberá que esta construção arrasou na época boa parte da muralha e estruturas medievais anexas! Que obra esplêndida! Que lindos pilarinhos e arquinhos de cimento pintados a azul...que lindas memórias deste exemplar de arquitectura da escola "portugal dos pequenininos".

    ResponderEliminar
  2. Anónimo10:16

    é verdade há ruas no castelo em obras desde abril de 2006
    nem respeitam os velhos que lá vivem
    quando mais os novos
    de vez enquanto a camara/junta dá umas sopas do sidonio para os enganar a votar
    e quando é inaugurado parque santa ingracia/mota
    uma vergonha este esbanjar de dinheiros publicos
    haja uma sindicancia se não depois vão ficar admirados

    ResponderEliminar
  3. Anónimo10:20

    da Câmara vai sair um grupo que este ano enquadra o cortejo de sua magestade
    voando sobre um ninho de passarões raros a não perder

    ResponderEliminar
  4. Anónimo15:05

    PARA QUANDO A SINDICANCIA AO PAGAMENTO DA AVENIDA EGAS MONIZ
    O NINISTERIO PUBLICO DEVIA VER AS FACTURAS QUEM PAGOU O QUÊ

    ResponderEliminar
  5. Anónimo15:35

    A Itelvina é o IGESPAR?Ou prima de um tal arquitecto responsável pelo empedradamento da sua cidade. Mete mão na consciência que ao bolso da Câmara já foi.A escola do "portugal dos pequenininos"de ver ser aquela onde o arquitecto destruidor do património deve ter sido ensinado...

    ResponderEliminar
  6. Anónimo15:36

    A Itelvina é um travestido. MAs como é carnaval. Engata no novo estacionamento de S. João.

    ResponderEliminar
  7. Cara Itelvina !?

    Se vamos culpar alguém pela destruição da muralha da nossa cidade, então temos que começar pelo principio e incriminar aqueles que no começo do século XIX, permitiram a sua decadência definitiva.
    Porém tal discussão, não têm neste momento qualquer interesse, pois os seus responsáveis já não podem ser chamados a prestar contas pelas suas burrices, ( no entanto convêm não nos esquecer-mos quem foram eles).
    Quanto a monstros de betão… que me diz ao que ainda ficou em exposição na praça Postiguinho de Valadares? Bonito não é !? No entanto também este assunto de monstros, não leva a lugar algum, pois na nossa cidade temos infelizmente muitos, e os responsáveis pela sua construção nunca foram responsabilizados por estes lindos presentes.
    Quanto ao miradouro de S. Gens e ao responsável pelo projecto, “Eurico Salles Viana“ só posso dizer-lhe que não tenho procuração para o defender, no entanto deixe que lhe diga, que prefiro de longe a arquitectura da escola ”portugal dos pequenininos”, (como você lhe chama) que aquela coisa que agora lá estão a construir!… e que vai continuar abusivamente a chamar-se Miradouro de S. Gens.
    Terminava dizendo-lhe, que não é a requalificação do velho miradouro que reprovo, pois se ler atentamente o que escrevi, verá isso!… mas antes o detestável gosto pela escolha encontrada.

    PS- Quanto às “estruturas medievais anexas” ao miradouro… talvez devesse deslocar-se ao local, e ver a nova rua que dá acesso á coisa.

    ResponderEliminar
  8. Anónimo19:30

    esa adas estruturas medievias é como o outro . Idade Média no ´seculo XVII e XVIII.Rs,rs,rs é a cólidade arqueológico-histórica de~

    ResponderEliminar
  9. Anónimo19:38

    Etelvina: Por essa ordem de ideias a construção barroca do paço também destruiu empreitada maneirista.
    Grandes destruições de muralhas.Ai , ai essa "teoria do património" tão mal assimilada. É o chamado cuspinho cultural.

    Lucy, a macaca humana

    ResponderEliminar
  10. Anónimo23:44

    O bairro do Castelo e o Miradouro de S.Gens mexeu com as pessoas. Mas desculpem lá, andam muito distraídos. O que vai ser o Miradouro já há muito se pôde ver nos jornais. Para mim é mais um Jardim de Pedra a juntar aos outros. Sobre a zona histórica, mais uma vez é um remendo. Para quando um plano que comece com princípio, meio e fim.Já agora, que se fala de zona histórica,já repararam o que acontece aos arqueólegos: As Câmaras não os querem. Só a recibo-verde e só se forem obrigadas.Houve, há dias um no Porto que denunciou algo que não convinha,dias depois estava na rua.Porque será?num País com tanto património,devia ser obrigatório. E,deviam ser respeitados.Assim como,darem-se ao respeito e serem firmes.
    Carlos Vale

    ResponderEliminar
  11. Anónimo13:25

    Realmente é obrigatório por lei as câmaras municipais terem um arqueólogo nos seus quadros, o problema começa quando o trabalho do arqueólogo entra em choque com os interesses económicos, financeiros e políticos das autarquias.
    É por isso que a maioria estão sem arqueólogo, outras só o tem a recibos verdes.
    Quanto ao caso de Braga (e não do Porto), não é por um arqueólogo ir para a rua que arqueologia se acaba nessa câmara. Ambas tem gabinetes de arqueologia competentes, com vários arqueólogos bem reputados na praça. Além disso, no caso de Braga, esse gabinete está estreitamente ligado à Universidade do Minho e ao curso que esta lecciona.

    AD

    ResponderEliminar
  12. Anónimo18:19

    Peço desculpa ao partido único da crítica por não gostar do miradouro original e por achar que a muralha e torreão que ali existiam faziam parte de um conjunto a preservar...
    Já agora, podem indicar-me qual a década a partir da qual é possível criticar a destruição de pré-existências???
    Ouço repetidamente dizer que há défice de vozes críticas na cidade, mas pelos vistos, aqui, também para a crítica é preciso seguir cartilha!

    ResponderEliminar
  13. Anónimo20:00

    AD E em Castelo Branco , como é?
    Qual é a relação entre a Câmara e a a Arqueologia sabem?
    O que é que esteve lá a fazer a empresa?

    ResponderEliminar
  14. Anónimo22:24

    A Itelvina,a Itelvina e o Itelvino... perguntam - podem indicar-me qual a década a partir da qual é possível criticar a destruição de pré-existências???
    A partir de todos os milénios, séculos, décadas, lustros, anos, quinzenas, semanas,dias, horas, etc podemos criticar a destruição das pré-existâncias. As pré, as proto e as existências. Tambem as pós.


    O comuna pós

    ResponderEliminar
  15. Anónimo01:08

    Quanto a Castelo Branco apenas sei que arqueóloga foi contratada em 2000, mas desconheço de faz parte dos quadros.

    AD

    ResponderEliminar
  16. ITELVINA

    Não tem que pedir desculpa pelo facto de não gostar do miradouro original, nem por achar que “a muralha e torreão que ali existiam, faziam parte de um conjunto a preservar…”
    Porém… “parece-me” que lhe falta um pouco de humildade, para aceitar as criticas aos seus comentários. Itelvina… Dizer-se que quem comenta os textos aqui colocados seguem a cartilha do autor do blog, é acima se tudo passar um atestado de estupidez aos que os comentam, e faz de si a única iluminada entre os comentaristas do mesmo. No entanto quem poderá responder-lhe a essa questão, serão os autores dos comentários.
    Itelvina… contrariamente ao que advoga este blog não é de “partido único da critica“ nem é necessário seguir a cartilha do seu autor para ter voz, pois se assim fosse os seus comentários não teriam sido publicados.
    Não quero ser descortês na resposta que lhe estou a dar, no entanto quer dizer-lhe o seguinte: O autor deste blog já foi acusado de ser um obstáculo ao desenvolvimento e modernização da cidade!… de ser contra este ou aquele partido!… de pretender algum tacho na autarquia albicastrense!… e por fim, até ameaçado de forma indirecta já foi. Porém de pretender, ou achar que tem sempre razão nas criticas que faz sobre o que se passa na nossa cidade, nunca!… já mais em circunstância alguma.
    Respondendo às suas questões… posso dizer-lhe que o autor deste blog, (assim como a quase totalidade dos albicastrenses) estão de acordo consigo quanto diz:
    “a muralha e torreão faziam parte de um conjunto a preservar…” O pior, é que em relação a esses assassinatos já nada podemos fazer, podemos sim… denunciar, protestar e reclamar das obras que actualmente estão a decorrer, sem nos esquecer-mos dos atropelos ao nosso património, cometidos ao longo dos tempos pelos nossos queridos governantes.

    ResponderEliminar
  17. Anónimo11:09

    Pretensões a iluminado tinha o rei sol!
    Como não sou nobre, tavesti, Igespar ou cuspinho, a única pretensão que tenho é observar e comentar!

    ResponderEliminar
  18. Itelvina!...

    Para este rosário já dei o que tinha a dar.
    Fico á espera dos seus comentários noutros postes.

    ResponderEliminar
  19. Anónimo21:57

    ITELVINO! MENINA UM SUSPIRO ...
    NÃ. É O "HOSTORIDOR" REFORMADO?

    AVENÇA? Ou Avança?
    Classifique lá
    arquitectura da escola "portugal dos pequenininos" em relação ao mirad'OIRO!

    ResponderEliminar
  20. Eu só sei que quando soube que tinham restaurado o miradouro sorri, tantas eram as memórias que tinha de tal local. Imaginei uma nova pintura e um jardim bem tratado. Nada mais.

    Reservei um dia dos poucos que ainda consigo passar em Castelo Branco para ir ao miradouro, peguei na namorada e fui, para nos recordarmos de anos passados, num miradouro restaurado.

    Fiquei, no mínimo, transtornado. Não fiquei nem 10 minutos no miradouro e preferi admirar a parte velha da cidade.

    O miradouro antigo fascinava-me. Lembro-me de quando era pequeno... a primeira vez que lá fui. A minha irmã levou-me, eu tropecei e caí num dos lagos que havia e diverti-me imenso!! O miradouro sempre teve grande valor sentimental para mim e agora só na minha memória vou poder revisita-lo. Podiam ser uns arcos azuis idiotas, uns laguitos / fontes de água suja e vegetação selvagem, mas para mim era um espaço mágico.

    A cidade está a ficar cheia de jardins de "betão"! : \

    ResponderEliminar

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12 "ÙLTIMA")

Última publicação do excelente trabalho que António Roxo publicou em antigos jornais da terra albicastrense.   “O Espaço da vida polític...