segunda-feira, dezembro 10, 2012

POETAS DA MINHA TERRA


AMADO AMATO

Tal como aqui anunciei, realizou-se na passada sexta-feira na Biblioteca Municipal, a apresentação de uma antologia poética dedicada a Amato Lusitano. Estive na apresentação deste livro, como tal, não posso deixar de aqui dizer duas ou três palavras sobre a sessão de lançamento desta antologia de poesia, dedicada a Amato Lusitano.
Aos organizadores desta antologia, Pedro Miguel Salvado e Maria de Lurdes Gouveia, aos poetas pela qualidade dos poemas publicados e à autarquia albicastrense, por tornar este belíssimo livro possível, este albicastrense só pode mesmo dizer bem-haja.
Contudo, este agradecimento não ficaria completo se não falasse aqui da intervenção de Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata na sessão de lançamento desta antologia poética.
Porquê! Perguntarão alguns... pelo simples motivo, que ao ouvi-la declamar (será assim de se diz?) alguns dos poemas que constam no livro, a musica das palavras dos poetas, invadiu a sala, e todos ficamos silenciosos pela pujança da poesia dos poetas albicastrenses.

TRÊS POEMAS DO LIVRO:

AMADO LUSITANO

Quando com o seu feliz nascimento
os homens se vão tornando na vida
exemplo de uma gloria prometida
e marcos de se tornar monumento;

quanto uma vida com merecimento
se constrói em caminhada sofrida
mas edifica esperança desmedida
e vai sofrendo a dor sem lamento,

eis que nasce o ser experimentado
no seu trajecto de brilho humano,
ser que à própria vida é dedicado!

Eis o Grande Mérito demonstrado
como no ilustre Amado Lusitano
em Cidadão do Mundo transformado!

Maria de Lurdes Gouveia Barata
AMATO LUSITANO

Haverias de sair para ser gente, gesta
imaculada deste povo crespo e arredio,
que de seu só sabe o quanto presta
se de si mesmo ouvir de outros elogio.
Deram o teu nome à minha escola,
fizeram dele mais coisas de aprender.
Amato. Mas sabe a pouco, cheira a esmola,
pelo muito que há ainda por fazer.

Em estátua tens a verdade nua e crua:
foi-te a vida de saberes e de degredo
e agora, quieto, que apontas para a lua,
há quem insista e te olhe para o dedo.

João de Sousa Teixeira
nunca acreditei...”

Nunca acreditei em neblinas fáceis
sacudindo as pupilas atentas de meus olhos.
Os acenos das manhãs são coisas do céu.
Sem preces já repeti relâmpagos nas noites,
dores fortes, chuvas vindas de longe,
Estranhas consolações de searas verdes. Suores.

A esperança? Não a perdi: apenas
me zanguei com ela.

Derradeira, a manhã promete
orvalho. Apenas isto. Talvez em algum
ramo de uma árvore lembrado
se escute ainda as marcas do essencial.
E as pedras frias.

O ar está saturado de surpresas e desertos.
E o dia ganha no meu olhar
tons de praias íngremes. Nómadas
areias que me atravessam a garganta. Gemidos.
Quero acreditar em gentes, campos férteis.
Quero acreditar no sol e em indícios. Estou vigilante.
Serva. Os deus devem escutar
este aludir a novos rumos. As vozes feridas.
A esperanças abreviadas pela mágoa.
Quero acreditar. Tem que ser assim.

Isabel Leonor Forte Salvado
O Albicastrense

2 comentários:



  1. Só me resta saudar os poetas albicastrenses e prometer comprar o livro na próxima semana .Parabéns a todos , inclusivo à família....
    AB.

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  2. Amiga Idanhense.
    Não sei se o livro se encontra à venda. O que tenho, foi-me oferecido na sessão de lançamento.
    Passe pela Biblioteca Municipal, pode ser que ainda por lá exista algum.
    Abraço

    ResponderEliminar

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