(Continuação)
Precisamente, o casal
veio habitar uma casa na Rua do Relógio, foreira à Confraria da Misericórdia. Adquiri-a
António Ribeiro de Paiva a um mercador, de nome João Soares, em 1752, e
vendeu-a em enfiteuse a seu filho, Eusébio Ferreira, em 1785.
A modesta residência
ainda conserva actualmente a sigla de Misericórdia na verga da porta de
entrada, um M maiúsculo e, algum dia deverá assinalar-se com uma lápide
comemorativa do berço de tão ilustres filhos desta cidade. Pagava o foro
anual de 375 réis, segundo os “Tombos” daquela instituição.
Como tivessem numerosa prole, quando a família cresceu e já mal podiam
acomodar-se na residência, onde também se achava a botica, adquirida por
enfiteuse em 1759 ou 1759 outra casa, na mesma rua, também da
Misericórdia e siglada com as letra M , “de
janela, três sobrados e duas torrinhas”, de que pagaram foro de 100
réis anuais, até 1764, em que foi trespassada a outro enfiteuta.
Cirurgião e farmacêutico examinado, como dissemos, António Ribeiro
prestou os melhores serviços profissionais da Campanha de 1762, contra
invasores espanhóis e franceses.
Era fornecedor habitual dos dois hospitais locais, da Misericórdia e dos
Convalescentes. Servia os conventos da Graça e de Santo António, as pessoas
principais e o povo, com “boa aceitação de todos
os moradores, pela especialidade e bom preparo de seus Remédios”
conforme diz no requerimento para lhe ser autorizada a botica, “por hum seu filho médico partidista na vila de S. Vicente
ser chamado para a Vila de Castelo Branco, por não haver nesta mais que hum só
medico, e haver precisão de outro pelos muitos enfermos”.
Aqui nasceram os filhos do casal, além dos quatro médicos e do Dr.
Teotónio Ribeiro de Paiva, bacharel em leis, os restantes irmãos, Eusébio
Ferreira, António Joaquim e Gaspar Henriques de Paiva.
Eusébio Ferreira viveu e faleceu nesta cidade, no lar de família
de seus pais e em que permaneceram a sua viúva, Maria da Conceição e o filho de
ambos, João Henriques Ferreira.
(Continua)
Recolha de dados “Estudantes da Universidade de Coimbra
Naturais de Castelo Branco”. Da autoria de, Francisco
Morais e José Lopes Dias.
O Albicastrense
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