sexta-feira, março 17, 2017

OS HENRIQUES DE PAIVA, DE CASTELO BRANCO – (V)

Dr. JOSÉ HENRIQUES FERREIRA
(Comissario do Físico-mor e médico do Vice-Rei do Brasil)

Nasceu em Castelo Branco a 31-VIII-1740, e faleceu em Lisboa a 19-IX-1780. Casou com Maria Isabel Gonzaga, tendo o casal sete filhos.
Formou-se em Filosofia e Medicina em 1762. Após a formatura, estabeleceu consultoria em Castelo Branco. Foi para Lisboa, concorreu ao lugar de médico do Hospital real de Nossa Senhora dos Prazeres da Luz, mas foi preferido por um concorrente de menor valor.
Foi sócio correspondente das Sociedades de Medicina de Madrid, de Estocolmo e da Academia de Ciências de Lisboa, desde a sua fundação.
Mais tarde, passou à cidade da Baía, acompanhando o governador, Marques de Lavradio, D. Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão Silva Mascarenhas, e foi ali Comissario do Físico-mor do reino e médico do presidio.
Quando aquele fidalgo passou a Vice-Rei do Brasil, acompanhou-o ao Rio de Janeiro, na qualidade de primeiro médico do Hospital Real, distinguindo-se não só como clínico, mas ainda como bom administrador, igualmente, regulou o serviço do Hospital da Santa Casa da Misericórdia, sendo nomeado médico da Câmara e da Saúde.
Deu instruções para se estabelecer um Hospital Militar e ali prestou serviço, assistindo a mais de vinte e cinco mil doentes. 
Na qualidade de comissario e delegado Físico-mor do reino, incumbia-lhe, pelo regimento de 19-5-1744, a fiscalização e repressão do uso ilegal da Medicina e da Farmácia, a visitação das boticas, a inspecção dos medicamentos, dos pesos e medidas, da qualidade e do preço das drogas, a examinação dos oficias com quatro anos de pratica de boticários, e a autorização do exercício farmacêutico, etc.  
Nesta comissão, exercia grande influência entre os médicos e boticários da época. 
Durante o seu comissariado e o desempenho do cargo de médico do vice-rei do Brasil, Marquês do Lavradio, tomou a peito a criação da “Academia Fluviense Medica, Cirurgia, Botânica Farmacêutica” ou “Sociedade de História Natural do Rio de Janeiro”, que se inaugurou a 18-11-1772, na sala do palácio do vice-rei, na sua presença e de um numeroso concurso de pessoas de toda a qualidade, recitando os diretores da mesma Academia cinco eruditas orações sobre Medicina, Anatomia, História Natural, Química e Farmácia.
(Continua)
Recolha de dados “Estudantes da Universidade de Coimbra
Naturais de Castelo Branco”. Da autoria de; Francisco
Morais e José Lopes Dias.
O Albicastrense

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