terça-feira, janeiro 14, 2025

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE


RODRIGO REBELO
(Nasceu na segunda metade do século XV e faleceu em 1511)


Nasceu em Castelo Branco na segunda metade do séc. XV. Filho de Rodrigo Rebelo, fidalgo da casa real e cavaleiro da Ordem de Cristo, e de sua mulher D. Eiria Lopes. Em 1509, com grandes recomendações de D. Manuel I rumou para a India aos comandos da nau Santa Clara na armada  que fazia a Carreira da India  sob o comando do capitão-mor, o marechal do reino D. Fernando Coutinho.

Logo em 1509, num dos seus primeiros atos, Afonso de Albuquerque fez de Rodrigo Rebelo capitão da fortaleza de Cananor. Em 1510, Rodrigo Rebelo deixou a fortaleza de Cananor nas mãos do seu substituto e participou na expedição a Calecute; após a falhada expedição regressou a Cananor. No final de 1510 Goa foi definitivamente conquistada e Rodrigo Rebelo foi chamado para assumir a capitania de cidade. Em 1511, aproveitando a ausência de Afonso de Albuquerque, Hidalcão tentou recuperar a cidade e confiou essa tarefa a Pulatecão.
Estando Goa Assediada, Rodrigo Rebelo foi traído por um hindu que Pulatecão havia subornado e, valente, mas pouco prudente, ignorando o conselho de Coje-Qui, saiu da fortaleza deparando-se com uma força muito maior do que esperava. Mesmo assim conseguiu uma primeira vitória mas avistou um grupo inimigo e, ignorando um segundo conselho de, investiu com uma força de apenas 14 cavaleiros contra Pulateção e 80 homens, que logo o cercaram e o mataram às lançadas. Com ele caíram 12 cavaleiros e, no desbarato, os peões indianos passaram-se para o lado dos mouros

O ALBICASTRENSE

terça-feira, janeiro 07, 2025

BISPADO DE CASTELO BRANCO – (V)

                                                         MEMÓRIAS DO BLOG 

(10 ANOS DEPOIS)

 “Para a história do Bispado de Castelo Branco”

(Continuação)
Duas palavras sobre a residência episcopal, o famoso Paço do Bispo, de curiosa história e tradição sem confronto, nesta cidade.
Ordenara-lhe a traça primitiva, D. Nuno de Noronha, 34º bispo da Guarda, um aristocrata letrado e teólogo, com registo nas crónicas dos fins do séc. XVI e alvores do imediato.
Filho de D. Sancho de Noronha, 4º conde de Odemira e alcaide-mor de Estremoz, e de D. Margarida da Silva, herdeira do 2º conde de Portalegre, fora escolar teólogo nos crúzios de Coimbra, mestre em Artes e bacharel em Teologia, eleito Reitor da Universidade pela corporação dos mestres e estudantes.
Obtende confirmação do Cardeal-Rei (1578), tomou graus de licenciatura e doutoramento (1584), não sendo excepcional que um estudante como ele ocupasse a prelazia universitária.
Filipe II o despachou para a Sé de Viseu (1586), e dali se transferiu para a Guarda (1594). A sua memória perpetua-se na edificação dos seminários diocesanos e na organização do Sínodo de 1579, em que se aprovaram as novas constituições deste bispado. Ora os bispos guardenses usufríam direitos episcopais, rendas e procurações, no termo de Castelo Branco, desde eras remotas.
O “gentilhomem de grande estatura e grandiosa trato na sua casa”, segundo os testemunhos do secretário Belchior de Pina e do Padre Carvalho, deliberou estabelecer aqui uma residência hibernal, para si e seus sucessores. A edificação primitiva (1596-98) abrangia somente uma parte da actual, “a que tem janelas rasgadas sobre o parque, sem o perystilo nem o salão de entrada e todo o corpo correspondente”.
Era um personagem faustoso do quinhentismo, evidenciado na conhecida visita a Filipe II, “para concertar alguns negocio do reino”, à própria residência da corte, em Madrid, capital de Espanha e, também – ai de nós! - de Portugal. Finava-se em 1608, arruinado na fazenda, a ponto de um sucessor na Mitra (desde 13 de Fevereiro de 1610), D. Afonso Furtado de Mendonça, doutor em Cânones e futuro bispo de Coimbra, arcebispo de Braga e de Lisboa, ter providenciar na aquisição em hasta pública, da quinta do bosque, pele falta de pagamento aos proprietários.
(Continua)
                                                       O ALBICASTRENSE

domingo, dezembro 29, 2024

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

 

CONSTRUÇÃO DO CINE-TEATRO AVENIDA
(1950/1954)


😍 😊 😇 😅

Recordar gente que muito contribui para o engrandecimento da terra albicastrense, pode e deve ser uma preocupação de quem gosta de falar da nossa história. Por isso, resolvi lembrar a construção do cine teatro avenida e das pessoas que custearam essa construção. O custo da obra importou na importância de 7.000 contos e foi empreendida por uma sociedade constituída pelos seguintes acionistas:

José Ribeiro Cardoso, António Dias Rato, D. Maria Goncalves
Armindo Goncalves Ramos, João Belo Sobrinho, Mário Camilo
Vaz Pardal, João Neves Grilo, Júlio Neves Grilo, Domingos M. Romão
Francisco Mendes Barata, Higino Lopes Ferreira, José da Cruz
Maria de Jesus Alves, Joaquim Martins Bispo, Camilo Martins Bispo
António Barata, Joaquim António Lima, José Augusto Pina
Eduardo Nogueira Cardoso, Elísio Nogueira Cardoso
José Ramos Correia, Tenente José dos Santos Oliveira, 
José Nunes Porro, Alberto Trindade, Tenente Bernardino Fernandes
Albino das Neves Baleiras, Alfredo Leite Pereira de Melo
Auta das Neves da Costa Roxo, Adelino Martins, José António Lalanda
Irene Goncalves da Cunha Tavares, Fernando de Matos Pinto
Luísa Pinto Garcia, António Rocha, Capitão António Andrade
António Andrade, Maria Helena Rodrigues
Maria de Lurdes Rodrigues, João Carmona Nicolau
Tomas Mendes da Silva Pinto.

A construção foi iniciada em abril de 1950 e ficou concluída em setembro de 1954. Passados setenta anos da sua inauguração, já nenhum está entre nós, todavia, ficam os seus nomes para os recordarmos. 

O ALBICASTRENSE

sexta-feira, dezembro 27, 2024

BISPADO DE CASTELO BRANCO – (IV)

   MEMÓRIAS DO BLOG 

(10 ANOS DEPOIS)

 “Para a história do Bispado de Castelo Branco”

(Continuação)
Eis as dignidades da novel diocese: primeiro vigário geral, o cónego Dr. Manuel Cardoso Frazão, arcipreste de Castelo Branco, que já desempenhava o cargo com o bispo da Guarda e, em seu nome, visitador ordinário em 1767 primeiro promotor de justiça, o Dr. Jacinto Pereira Goulão, de Alcains; primeiro escrivão da Câmara eclesiástica, o padre João Baptista Castanheira, pouco depois substituído pelo padre José Sabino, que vinha na companhia de Frei José. O que consta da seguinte noticia:

 “El Rey nosso Senhor o Senhor D. José no anno de 1771 creou cidade a v.ª de Castelo Branco e obteve de Sua Santidade, o desanexar   da ordem de Christo a igreja de S. Miguel e a deu para Sé da Cidade ao novo Bispo o Ex. mo R. Snr. D. Fr. Jose de Jesus M.ª Religioso q era de S. Deus, o qual foi sagrado em 10 de Novembro de 1771 e este elegeo p.ª Provisor ao Padre Mestre o Dr Frey Manoel Baptista Dourado Religioso da mesma ordem e para vigario geral ao Dr. Manuel Cardozo Frazão natural de Castelo Branco. Faleceu este em 5 de Abril de 73 de pellas onze horas da noite. O Ex.mo Snr. D. Frey Jose de Jesus Maria Caetano he natural de Lx.ª.
O Doutor Provisor o Senhor  Fr. Manoel Baptista he da cidade de Portalegre. Veio para Castelo Branco em 18 (13 ou 15?) de dezembro de 1771, e tomou posse do Bispado por procuração do Snr. Bispo em 21 de dezembro de 1771. Logo q. Tomou posse do Bispado o d.º Snr. Elegeo p.ª Promotor da Justiça o meu f.º o Dr. Jacinto Per.ª Goulão p.ª escrivão da Camara Eclesiástica ao mordomo q era do  Sr. Bispo Bernardo Antonio a Joaõ Baptista Castaneira mas q. Veio o Sr. Bispo nomeou p. Escrivão da Camara Jose Sabino q. Veio na sua compa.ª. Em Domingo 22 de novembro de 1772 pellas duas horas da tarde chegou o Snr. Bispo a Cidade de Castelo Branco”.
Pastoreou D. Frei José a diocese cerca de una dezena de anos, até á sua morte, a 13-VII-1782, e jaze no claustro do Convento de Santo António, atual Quartel de Caçadores 6.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

terça-feira, dezembro 24, 2024

BISPADO DE CASTELO BRANCO (III)

 MEMÓRIAS DO BLOG 
10 ANOS DEPOIS

               “Para a história do Bispado de Castelo Branco”

(Continuação)
“Em os vinte, e hum de Dezembro de mil, setecentos, e setenta, e hum pelas tres horas da tarde do dia de Sabbado, em que a Igreja festejou o Apostolo São Miguel Archanjo, que era Collegiada da Ordem de Nosso Senhor Jesus Christo com vigário e sinco Beneficiados, e hum Thesoureiro sacerdote, e no mesmo  acto ficou erigida em Santa Sé Cathedral com o mesmo Santo Archanjo por Orago na forma, que Sua Magestade Fidelissima foi servido mandalo; tomou posse o Excellentissimo, e Reverendíssimo Snr. D. Fr. Joseph de Jesus Maria Caetano, que no actual era Provincial  da Esclarecida Ordem dos Pregadores, pelo seu Rev. Mo Procurador o mesmo presentado Fr. Manoel Batista Dourado da mesma Ordem dos Pregadores co, assistencia do Clero desta Cidade e suas vizinhanças, Nobreza Ministros, e povo; que todos com grande exultação, e alegria assistiraõ  a taõ  gostoso acto, em que foraõ lidos O Breve, porque o Santissimo Padre Clemente Decimo  Quarto desmembrou do Bispado da Guarda este novo da cidade de Castello Branco, com os Arcediagados desta cidade, Monsanto, e Ouvidoria de Abrantes, na forma que Sua Magestade, que Deos garde, lhe supplicou, ficando na forma do d.º Breve Apostolico pertencendo ao Real Padroado a nomeação do mesmo Bispado, das Dignidades, Conegos,  Meios Conegos, Capellanes, e mais Beneficios  ou Officios, que no Cabbito da mesma Cathedral Sua Magestade for servido determinar; e a respeito do actual Paroco, e Vigario da mesma Igreja se vê no mesmo Breve Apostolico oseguinte: 
“Absque temen “ultus perjudicio Dlecti moderni istius Rectoris, Cui vita” ejus naturali durante, sue dome, et quoresque ijo se Modernus” Rector de aliis reditibus Ecclesiasticis Canonice provisus fueril,” omnes illus fructus intgre remarere debebunt" 
e o d.º Breve Apostolico vinha incuido no processo  de sentença do Ex. mo MonS.ºr  Conti Arcebispo de Tyro, e Nuncio Apostolico deste Reyno, e no mesmo processo e fora delle vinhaõ os Avisos de Sua Magestade Fidelissima, que Deos guarde; e para memória do referido eu o vigário actual da mesma Igreja do Archanjo Saõ Miguel desta cidade de Castello Branco o escrevi, e assignei Cast.º b.º 23 de Dezembro de 1771.
O Vigr.º Dr. Philippe Gomes de Santiago.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

sexta-feira, dezembro 20, 2024

TESTEMUNHOS SOBRE TOMÁS MENDES DA SILVA PINTO

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

Em resposta ao meu apelo para que quem soubesse algo sobre Tomás Mandes da Silva Pinto, recebi os testemunhos que podem ser lidos nesta publicação. Testemunhos que não podiam ficar esquecidos na caixa de comentários, pois, eles fazem parte da historia da terra albicastrense. Aos autores destes testemunhos, o meu muito bem haja, por nos darem a conhecer memorias de um homem que bem merece ser recordado.

Manuela C

Thomaz Mendes da Silva Pinto, nascido em 16 de Setembro de 1894, em Sarzedas, Castelo Branco, filho de José Mendes da Silva Pinto e de Emília Barata. Teve um irmão (pelo menos) de nome Izidro Mendes da Silva Pinto. Foi casado com Serafina Joanico Sabater Mauri. Faleceu em Sarzedas, Castelo Branco, em 1 de Março de 1957. Não consegui apurar mais qualquer informação de relevo, nomeadamente, se deixou descendência.

Olímpio Mendes de Matos

O Homem do Cine Vaz Preto na rua com o mesmo nome, por detrás do Governo Civil . O Homem que tinha o à vontade suficiente para entrar na cabina de projecção do seu cinema e mandar parar o filme para repetir uma cena de dança artística que considerou, e alguém com êle, excepcional. Assist. E conservo essa cena na memória até hoje. O Homem do cinema no Parque! Que para muita gente nova e não nova" era um deslumbramento", na frase feliz do conterrâneo Eduardo Marçal Grilo muitos anos depois. Apesar diss, não sei de uma única foto do Senhor . Que bem merecia ser recordado nos tempos actuais pelo menos pelos continuadores do cinema na Cidade. e por membros deste nosso grupo que dele tenham tido conhecimento directo, já difícil, ou através de relatos de nossos pais e avós. Por último, agradecimentos para Manuela C. pela biografia que nos dá do Senhor Tomás Mendes.

Joaquim Lalanda Roseiro Boavida

Como já publiquei em várias ocasiões, o senhor Tomás Mendes da Silva Pinto foi Chefe da Secretaria da Junta Distrital do Distrito de Castelo Branco, na primeira metade do séc XX. Conheci-o a morar na casa senhorial que ficava ao cimo da Rua dos Chões; a casa depois foi Albergue da Mendicidade e hoje suponho que está afecta ao CIJE. Depois passou a residir num andar no edifício do Café Aviz. Também o vi várias vezes no Cine-Teatro Vaz Preto e no cinema do Parque da Cidade atarefado com os óculos na testa. Para além de funcionário público esteve ligado a tudo o que era espectáculo na cidade. Foi mais conhecido pela actividade de empresário de exibição cinematográfica e representação teatral, mas actuou noutros campos. Trouxe a Castelo Branco, no princípio do século, o aviador Sallés para a primeira exibição aeronáutica, dominava os bastidores do futebol e a ele se deve a construção do célebre forno comunitário da Rua de Santa Maria. Não pude confirmar, mas tudo indica que foi ele que pressionou para que o “Onze Vermelho Albicastrense”, fundado em Fevereiro de 1934, mudasse de nome. Como se sabe, o “Onze Vermelho Albicastrense foi o primeiro nome do actual Sport Benfica e Castelo Branco, que completou 90 anos em 2024. O senhor Tomás Mendes da Silva Pinto tinha um filho que desconheço onde reside. Mais informações só na âmara Municipal.

 O ALBICASTRENSE

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE

RODRIGO REBELO (Nasceu na segunda metade do século XV e faleceu em 1511) Nasceu em Castelo Branco na segunda metade do séc. XV. Filho de R...