sábado, fevereiro 25, 2023

O MISTÉRIO DA PLACA DE INAUGURAÇÃO

BAIRRO DA HORTA D´ALVA



Ontem ao passar pelo Bairro da Horta D’Alva, reparei que uma casa que está a ser recuperada, tinha afixado na sua frontaria, um pedaço de uma antiga placa comemorativa. Fotografei-a para depois em casa, tentar compreender o que lá estava gravado.

Depois de examinar bem o que resta da antiga placa, constatei que se trata da placa original da inauguração do Bairro da Horta D’Alva, em 1949!  Para comprovar a veracidade de tal achado, consultei uma imagem da inauguração e constatei que na imagem não está a placa que hoje lá se encontra,  mas… a placa cujos restos estão expostos na fachada da casa!

Não faço a mínima ideia da razão da substituição da antiga placa, contudo, sempre posso especular que após o 25 de Abri de 1974, alguém não terá gostado de ali ver nomes de Salazar e Carmona e a tenham destruído. 

Depois (continuada a especular), alguém apanhou o que sobrava da placa e a afixou na frontaria da casa onde morava, tendo a nossa autarquia colocado nova placa com novos dados. Terei eu razão, ou estou a fantasiar sobre a troca de uma placa por outra simplesmente? Se alguém puder explicar este mistério agradecia que o fizesse.

                                          O ALBICASTRENSE

terça-feira, fevereiro 21, 2023

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

UMA  CIDADE  ENGALANADA


Em 1929 realizou-se em Castelo Branco o IV Congresso das Beiras. Para celebrar o  acontecimento, a cidade foi engalanada para esse efeito, como aliás é possível ver-se nas imagens captadas por Manuel Paiva Pessoa.

O espólio de Paiva Pessoa (ou parte dele), está hoje na posse da nossa autarquia, situação que nos permite desfrutar destas bonitas imagens. Tendo em conta que as imagens foram captadas à 92 anos, bem podemos dizer que nesta parte da terra albicastrense as mudanças não foram muitas.

O ALBICASTRENSE

quarta-feira, fevereiro 15, 2023

TRISTEZAS DA NOSSA ZONA HISTÓRICA

NEM A SUA BELEZA LHE VALE


O Arco do Bispo, é sem qualquer dúvida, um dos mais belos monumentos da terra albicastrense. Todavia, essa sua beleza de pouco ou nada lhe vale (conforme se pode ver nas imagens desta publicação), pois tem grudadas a si duas casas em ruínas.

É completamente inadmissível, que tenham passado pela nossa autarquia nos últimos 20 anos, diversas vereações e que nenhuma tenha tido a bravura de “obrigar” os senhorios das ditas casas a recupera-las, ou encontrar soluções para a resolução desta tragédia. 

Numa terra onde não abundam muitas riquezas de que nos possamos orgulhar, damo-nos ao luxo de ter na Praça mais bela da terra albicastrense (Praça Camões), o mais belo monumento da mesma, acorrentado a duas casas em ruínas!

Quem devem os albicastrenses “responsabilizar” por esta triste tragédia? 


Os albicastrenses têm a palavra, ou será que nada disto lhes interessa
O ALBICASTRENSE

sexta-feira, fevereiro 10, 2023

TRISTEZAS DA TERRA ALBICASTRENSE

UMA “BOA” NOTÍCIA 

😠   😞    😝  

Se o título que coloquei nesta publicação, para o incentivar a tomar conhecimento desta imaginosa obra o atraiçoou, peço muitas desculpas. 

Contudo, por vezes temos que dar alguma graça ao que de engraçado nada tem, para dar a conhecer coisas que a todos nos entristecem. Ontem ao passear pelas ruas Mouzinho Magro e S. Jorge, recolhi as imagens desta publicação, imagens onde se mostram as "obras" que decorrem na antiga loja do Chinês. Confesso que fiquei completamente de queijo caído perante o que observei. 

- Então não é que estavam a enclausurar o interior do velho prédio do Chinês!...
 
Ou seja, o velho prédio até pode estar a cair aos pedaços, porem, recolher e publicar imagens mostrando as suas miudezas (como fez recentemente Luís Vicente Barroso), é que não. Vai daí, toca a obstruir as portas com tijolos, pois as entranhas do velho prédio, não são para ser expostas aos cuscos ou gente que só sabe dizer mal.
Resumindo, o velho prédio pode estar a cair aos pedaços, a sua desgraçada situação pode envergonha-nos a todos, mas… recupera-lo não é coisa para já. Por isso, vamos entaipar as portas com tijolos, até que uma “boa” alma resolva recuperar o bonito prédio.  
Se não fosse trágico, diria que estamos perante um péssimo argumento para um filme rasca. Como albicastrense, só posso dizer, que por vezes tenho vergonha de quem dirige a terra albicastrense.
                                              O ALBICASTRENSE 

terça-feira, fevereiro 07, 2023

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

O CAFÉ CARIOCA

Na passada semana, fui informado por um amigo, que estavam a mandar abaixo o antigo espaço do Café Carioca. Fui até lá para captar algumas imagens, imagens que partilhe com os meus amigos.


Um pouco da Historia do Café Carioca:

O Café Carioca fechou portas em 2009, com ele finou-se um pouco da história da Rua da Figueira. Segundo informações recolhidas por mim, este velho café terá sido inaugurado na década de 40 do século passado.

O seu nome deve-se ao nome do seu primeiro proprietário; “Joaquim Carioca”. Não sei ao certo o tempo que Joaquim Carioca esteve à frente deste pequeno café, sei porém, que o trespassou ao Amoroso e ao Martins, (cunhados um do outro) e que depois o Amoroso o deixou nas mãos do Martins.

O Martins manteve este velho café aberto durante muitos anos, porém, o tempo e o descuido fez com que o velho café fosse ficando cada vez mais um local descuidado, o que veio a dar no seu encerramento. O branquinho traçado, com uma casca de limão e uma folha de hortelão, (uma delicia meus amigos), faleceu com o seu encerramento, agora segue-se a destruição do espaço.   

Era apenas um velho café! Dirão alguns…

Talvez seja verdade, porém, este albicastrense tem muitas saudades dos belos branquinhos traçados (bem fresquinhos), com limão e hortelão que ali bebeu. 

O ALBICASTRENSE

sábado, fevereiro 04, 2023

O AMOR E A MORTE... NOS ANTIGOS REGISTOS PAROQUIAIS ALBICASTRENSES – (19)

                         Por Manuel da Silva Castelo Branco 

III Parte - Alguns Episódios da Guerra
dos Sete Anos em Castelo Branco (1762).
Dois Heróis

(Continuação)

“Em 18 de Setembro de 1762, pelas 2 horas da tarde, entraram nesta vila os primeiros castelhanos; e logo vieram entrando 3 Regimentos de Cavalaria e infantaria, que se abarracaram na Devesa desta mesma vila e nos chãos detrás desta igreja de S. Miguel. E, dali a 2 dias, entrou todo o exército (que se julgou seria de 40000 homens pouco mais ou menos), foi passando pela Devesa e saindo para a Pipa, Granja e para cima, para a Líria, aonde estaria 15 dias pouco mais ou menos...”

As últimas forças invasoras saíram da vila a 2 de Novembro, deixando-a empestada e repleta de feridos, destroços e imundície.  Muitos doentes acabariam por sucumbir ao contágio, como aconteceu ao filho do conde de Arcos (Assento 40) e ao médico municipal Dr. José Gomes Nunes (Assento 41). Este médico nasceu em Castelo Branco a 8.11.1722, sendo filho de Sebastião Gomes e D. Catarina Nunes. Frequentou a Universidade de Coimbra, onde se matriculou a 1.10.1741 e pela sua aplicação e qualidades obteve a mercê de partidista de Sua Magestade. Ali tirou o bacharelato em Artes a 3.4.1742 e a licenciatura em Filosofia e Medicina, respectivamente, a 14.3.1748 e 24.5.1751. Seguidamente, estabeleceu-se na terra natal, sendo confirmado num dos partidos de médico municipal com 40000 réis de ordenado, por carta régia de 8.1.1755.
No exercício deste cargo, acompanha dedicadamente os seus doentes durante a ocupação e, sofrendo o contágio da pestilência, dela viria a falecer como um herói, a 17.3.1763. O Assento 38 revela-nos uma outra figura singular, que sacrifica também a vida em prol da sua “terra. Trata-se de António Lopes Carapetoso, nascido em Castelo Branco a 20.10.1719, filho de António Lopes e D. Maria Gonçalves, e casado com D. Maria Gomes Bicho da qual houve geração. Acusado de espia do nosso exército, submete-se dignamente à pena que lhe foi imposta pelo inimigo. Assim, enquanto na Devesa da vila se levanta apressadamente a forca, António Lopes Carapetoso prepara-se para enfrentara morte com as derradeiras armas de que podia dispor para salvação da sua alma...
E na cinzenta madrugada de 25.10.1762, o seu corpo rígido e mudo ficou abalançar na Devesa, não como um exemplo vergonhoso mas qual estandarte cintilante e clamoroso!... Cerca de 4 anos depois, a 10.12.1766, Frei Filipe Gomes de Santiago vigário da igreja de S. Miguel escreve uma relação pormenorizada do que havia presenciado durante a ocupação de Castelo Branco, a qual passamos a transcrever: - ”Em 18 de Setembro de 1762, pelas 2 horas da tarde, entraram nesta vila os primeiros castelhanos; e logo vieram entrando 3 Regimentos de cavalaria e infantaria, que se abarracaram na Devesa desta mesma vila e nos chãos detrás desta igreja de S. Miguel. E, dali a 2 dias, entrou todo o exército (quase julgou seria de 40000 homens pouco mais ou menos), foi passando pela Devesa e saindo para a Pipa, Granja e para cima, para a Líria, aonde estaria 15 dias pouco mais ou menos.
Ocuparam as casas desta vila grande parte dos oficiais; e o general-chefe conde de Aranda o palácio de Sua Excelência (o Paço do Bispo); e nesta minha casa passal da igreja esteve um primo do mesmo conde, o conde de Ricta, ambos de Saragoça do reino de Aragão. Os vivandeiros do exército, que seriam 10000 pessoas, ocuparam com suas bestas todas as desarmar todas as vinhas, latadas e portas, queimando muita madeira delas e das casas (normais das fazendas não fizeram agora grande dano). E ocuparam com os doentes, que eram muitos e depois da saída cresceram em maior número, os conventos do Santo Agostinho dos religiosos Gracianos, de Santo António dos religiosos Capuchos, igreja e hospitais da Misericórdia, casas do capitão-mor e outras.
Ocuparam a igreja de S. João com a artilharia e munições dos franceses. S. Pedro, S. Marcos, Espírito Santo, capela da Porta da vila e outras muitas casas se ocuparam com trigos e cevadas, que conduziram em grande numero; e tanto que duas vezes fui notificado para mudar o Santíssimo Sacramento para outra parte, para poderem encher a igreja do muito pão que tinham na Devesa sem haver a onde o recolhessem.
Porém não tiveram efeito as notificações, porque na saída do exército permitiu a Senhora da Conceição e S. Miguel ficasse Governador desta vila um coronel irlandês chamado D. José, cuja mulher disseram era parente de S. Francisco de Sales, e este ficou nestas minhas casas, (aonde eu com mais dois irmãos me conservei), e ele foi o padrinho que tive para não despejar a igreja, dando conta ao conde de Aranda que estava nas Sarzedas.
E concorreu também ser a igreja a casa da oração, aonde se diziam muitas missas tanto pelos R. dos Padres que ficaram como por mais de 30 capelães do exército, cuja fidalguia e soldadesca concorria ela em todo dia , e ser a igreja muito estimada e louvada por todos pois se achava muito asseada e armada com a sua armação de tafetá encarnado, da mesma forma que tinha servido na festa da Senhora  o concurso nada faltou, de sorte que não seria preciso esconder algumas peças de prata pelas cimalhas da tribuna.
As capelas do Senhor da Piedade e da Senhora da Piedade, em cujo alpendre fizeram seu paredão de pedra, ficaram servindo de Corpos de Guarda; e o mesmo a igreja de Santa Maria do Castelo, aonde parece chegaram a meter alguns cavalos e encheram de palha para dormirem os que nela se recolhiam, com mágoa do seu vigário que também ficou nesta vila, Frei Martinho Gomes Aires, também natural desta vila. E ou destas imundícies ou de doentes ou de pão todas as igrejas foram cheias. Só pela graça de Deus e da Senhora da Conceição, a igreja de S. Miguel não ficou apestada como todas as mais, antes se conservou com muito asseio e sempre as chaves estiveram em poder do seu tesoureiro, o P. Manuel Vaz Touro do Amaral, que não me ajudou pouco na administração do Sagrado Viático e Extrema Unção, cujo trabalho era continuado desde manhã até à noite; e, não sendo tanta a caridade dos capelães em confessarem os doentes, certamente morriam pelos muitos que vinham de Vila Velha de Ródão e Sarzedas, às carradas; parece-me não chegariam os mortos que se sepultaram a 150, de que não fiz relação pelo muito trabalho e aflição que se padece em semelhantes tempos, que só quem o experimentar o pode vir a conhecer.
No fim do pouco efeito que acharam os castelhanos em Vila Velha, Sarzedas e Alvito, recolheram todos a esta vila. Como era no mês de Outubro, foi continuada a chuva e muito frio, de sorte que obrigou a recolherem-se a maior parte dentro das casas desta vila e, pela muita chuva e frio, entraram acarretar lenha de oliveira, cortando muitas nas vizinhanças e subúrbios da vila.
 E neste espaço, que seria de 15 dias, é que fizeram o maior destroço e perdas. E no dia 2 de Novembro saiu o resto de todo o exército, tendo levantado toda a grande maioria do trem, peão e artilharia nos dias antecedentes, fazendo o seu caminho para Alcântara com bastante medo e tendo tentado passar o Tejo em Malpica para Ferreira, o que não puderam à força da boa diligência conseguir. Não foi pequeno susto que causaram em aqueles que ficaram nesta vila, receando ser levados para Castela como foram muitos destas vizinhanças, eclesiásticos e seculares, de que muito poucos voltaram a este reino.
A maior parte da gente desta vila se retiraram para as terras da Serra, aonde não padeceram pouco, sem que porém se possa comparar aos sustos e apertos do coração que padecemos, os que ficámos, que é indizível. Saíndo o exército, ficou a vila quási apestada, que não morreu pouca gente; e a não vir o conde dos Arcos, que com grande diligência mandou enterrar as muitas bestas que havia mortas e já corruptas por toda a vizinhança da vila, além do despejo que se fez das muitas imundícies que havia nas casas e ruas, certamente seria ainda maior a mortandade.
E, nem assim pôde escapar da morte um filho do mesmo conde e, dos dois médicos, um ainda escapou como por milagre e o outro que era meu primo, o Dr. José Gomes Nunes,com efeito morreu no contágio que se seguiu à saída do inimigo. Não especifico aqui as muitas lidas e apertos que se padeceram, de que não coube pequena parte ao pároco desta igreja, porque o que for quando suceda outra (o que Deus pela sua Misericórdia não permita)então se saberá ...

 (Continua) 
                                                  O ALBICASTRENSE


quinta-feira, fevereiro 02, 2023

FONTES, POÇOS E CHAFARIZES

    DA TERRA ALBICASTRENSE


A Fonte da Pàqueixada, estava na confluência da actual Alameda de Salazar, (hoje 2010 Alameda da Liberdade) com a rua de D. Dinis em que foi transformado o antigo beco da Pàqueixada. 
Era um poço com grande abundância de água salobra que, segundo tradição possuía as virtudes de curar a inflamação dos olhos e de fazer despegar as sanguessugas da boca dos animais. A Fonte do Tostão, era um poço circular situado na serra da Cardosa, nas proximidades do local onde existiu a Capela de S. Gens. A água deste poço era apreciada como uma das melhores de Castelo Branco.
A Fonte Nova, ao nordeste da cidade, era um poço de grande caudal cuja água era utilizada como boa para usos domésticos.
O Poço das Covas, que deu o nome a uma das ruas da parte velha da povoação e o Poço do Concelho, localizado no confluência da Rua dos Olarias com a de Bartolomeu as Costa, eram tradicionalmente considerados como antiquíssimos. Não foram mencionados nas actas das sessões da Câmara de 7 de Abril de 1655 e 18 de Agosto de 1790, talvez por terem água impropria para beber e serem muito diminutos os seus caudais. Também não é conhecida a data da construção do Poço de Santiago, situado ao Sul da rua do mesmo nome. Tinha um caudal abundante mas a sua água não era de boa qualidade. 
No século XIX o abastecimento público foi algo melhorado com a captação de mais quatro mananciais: A Fonte das Águas Férreas, os dois poços da Devesa, a Fonte do Cansado e os chafarizes da Mina e da Granja.
A Fonte das Águas Férreas, foi construída em 1828 ao sudoeste da cidade, no limite da quinta que foi de Rafael José da Cunha. O povo atribuía à água deste fonte a virtude de curar algumas doenças do aparelhe digestivo. 
Dos poços construídos na Devesa o mais antigo era o do lado nascente do quartel do regimento de Cavalaria nº 8. O do lado do poente foi mandado abrir pela Câmara Municipal, em 1844, para a captação de uma nascente que surgiu quando se procedia à abertura dos caboucos para a edificação do quartel.
A Fonte do Cansado, ao sudeste da cidade e cuja água era das mais apreciadas, foi construída em 1848.
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época. Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1952. Autor: Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

ANTIGAS CAPELAS DA TERRA ALBICASTRENSE - (VII)

CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO "MEMÓRIAS DE OUTROS TEMPOS" E xistiu na antiga rua da Bela Vista, atualmente denominada de S...