segunda-feira, janeiro 29, 2024

MEMÓRIAS DO BLOGUE - LEMBRANÇAS PARA A HISTÓRIA DO BISPADO - (I)

          MEMÓRIAS DO BLOGUE 
         "DEZ ANOS DEPOIS"

Do livro, ”Estudantes da Universidade de Coimbra Naturais de Castelo Branco”, da autoria de Francisco Morais e de José Lopes Dias, retirei o texto que aqui vou postar em vários pousts. O texto é deveras interessante e merece ser conhecido por todos aqueles que se interessem pela história da terra albicastrense. 
 
LEMBRANÇAS
 Para a história do Bispado de Castelo Branco

A criação da Diocese foi de muito perto precedida da elevação da notável vila de Castelo Branco à  categoria de cidade, sendo comum o documento oficial respeitante a estes importantíssimos acontecimentos.
O titulo de notável, segundo a tradição, provinha do Príncipe Perfeito, com que o grade Rei se dignou honrar a vila, onde  se demorou por diversas ocasiões.
Mas enquanto a cidade não mais deixava de se aformosear e desenvolver, a diocese somente havia de contar a resistência efectiva de três prelados, durante sessenta anos, de 1771 a 1831, embora subsistisse  passante de meio século, administrada pelos vigários gerais  em representação do patriarca de Lisboa ou do bispo de Leiria, até á extinção definitiva de 1882.
O alvará de 21-III-1771, rubricado pelo Marquês de Pombal, anuncia a regia suplica de D. José ao papa Clemente XIV, “para que o território do Bispado da Guarda se desmembrarem algumas terras, e ser nellas erigido hum novo Bispado que tenha por cabeça a considerável Villa de Castelo Branco”. Em seguida acrescenta: “e para que nella se possa mais dignamente estabelecer a cathdral da mesma nova diocese, Hei por bem e Me praz que a dita Villa de Castelo Branco desde o dia da publicação deste em diante fique criada em Cidade...”A elevação do rescrito pombalino era flagrante de exactidão, dada a imensidade do bispado guardense, ao consignar a impossibilidade “de boa administração do Pasto Espiritual  e da Justiça ao excessivo numero de diocesanos”. 
O ultimo prelado da Guarda com jurisdição em Castelo Branco, D. Bernardo António de Melo Osório, escrevia em 1748: ”para se inferir da grandeza do bispado, declaro ter de âmbito sessenta e quatro léguas, de comprimento (porque é de figura oblonga) trinta e cinco, e de largura catorze
E muito embora declare ter visitado, nos primeiros dois anos e meio, todas as paroquias e muitas capelas e oratórios, acrescenta que nenhum livro achou quando veio para o bispado e sugere a excomunhão papal para os que destruírem bens, coisas e livros dos paços da Guarda e de Castelo Branco.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

quarta-feira, janeiro 24, 2024

ERMIDA DE NOSSA SENHORA DE MÉRCOLES

 TESOUROS DA TERRA ALBICASTRENSE

😍 😎 😌 😋 😊 😐 😑 


A Ermida da Nossa Senhora de Mércoles, é sem qualquer dúvida, uma das mais preciosas pérolas da terra albicastrense.
 
Muito se poderia dizer das maldades cometidas contra Ermida no passado, maldades que prefiro deixar de lado, pois o tempo é de olhar prá a frente,  não esquecendo  porem os erros do passado. 
 
Desta forma, evitaremos que se possam repetir maldade contra a nossa Ermida. Da nossa  lindinha aqui  ficam três imagens captados por mim em 2015.
O ALBICASTRENSE 
 

quinta-feira, janeiro 18, 2024

MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENCA JÚNIOR - "EXPOSIÇÃO"

ALMA DAS GENTES
"CONSERVAÇÃO DA MEMÓRIA"
21 outubro - 28 janeiro 2024

😍  😍 😍 😍 😍 😍  😍

Visitei no passado sábado esta linda exposição e não posso deixar de a recomendar aos albicastrenses. 

 A Sandra, pessoa que conheço à muitos anos, merece pelo seu esforço e dedicação à conservação de memórias, que levantemos a rabiosque do sofá na primeira oportunidade, e nos desloquemos ao nosso museu visitar a sua bonita exposição.   


       O ALBICASTRENSE

terça-feira, janeiro 16, 2024

UMA LÁPIDE TUMULAR BIFACE AO ABANDONO

 

"QUEM DE VIU, E QUE TE VÊ !".

     😝 😞 😠 😡 😣 😤 😥

Ao mostrar no passado sábado o Jardim do Paço a um amigo que veio visitar Castelo Branco, não pude deixar de olhar para o corredor situado nas traseiras do museu, corredor por onde eu entrava quando trabalhava no museu Francisco Tavares Proença Júnior. As imagens captadas por mim, mostram uma Lápide Sepulcral Biface encostada ao muro do jardim, lápide que esteve exposta no nosso museu entre 1972 e 1998 (imagem número 1), e que atualmente está  abandonada no Corredor exterior do museu.

 
Confesso que fiquei indignado por ver uma lápide que durante muitos anos foi admirada por milhares visitantes do nosso museu, estar nos dias de hoje abandonada. É simplesmente vergonhoso, e ao mesmo tempo demonstrativo da atual situação em que se encontra o nosso museu. 
   
Sobre a lápide tenho a dizer o seguinte: Trata-se de uma Lápide que foi utilizada duas vezes, por isso, o nome de biface. Foi utilizada para servir de pedra tumular de D. Joana Maria de Meneses, que morreu ao dar à luz juntamente com o filho, em 1726.Quase 90 anos depois, morre D. Vicente Ferrer da Rocha, como havia dificuldades em conseguir uma pedra para tapar a sepultura do prelado, foi usurpada a melhor pedra que existia no adro da igreja da Sé, para tapar a sepultura do Bispo. 
 
Ou seja, utilizaram a outra face da lápide de D. Joana, para lá escreverem os dados referentes ao segundo utilizador da pedra tumular. Desgraçada terra albicastrense que tão poucos dignos filhos tens, nem a lápide tumular de ilustres albicastrenses, sabem proteger e cuidar.
O ALBICASTRENSE

quarta-feira, janeiro 10, 2024

RECORDAR ALBICASTRENSES DO PASSADO.

ANTÓNIO RUSSINHO


(Desenhos de A. Russino)

ALGUMAS NOTAS SOBRE ANTÓNIO RUSSINHO
(Pintor e animador cultural albicastrense)

(Nasceu em Castelo Branco em data que não consegui descortinar).


Estudou em Lisboa onde conviveu com homens ligados à cultura do seu tempo. Criou com Norberto Correia, a "Grei Lusitana", que reúne colegas de várias Faculdades e que desenvolve um programa de atividades culturais. Na  nossa cidade cria o Círculo de "Educação e Cultura", e ensinou em várias escolas da cidade. 
Em 1952 cria aquilo que viria a ser a menina bonita dos seus olhos, a "Pró Arte". Instituição que ao longo de trinta anos, terá realizado na nossa cidade, mais de 150 concertos. Foi colaborador de vários jornais da nossa região e vereador da Câmara Municipal da nossa cidade. 
Em 1985, António Russinho realizou no Liceu de Castelo Branco uma exposição que tinha como tema "As 4 Estações do Ano", (guaches) e "Castelo Branco - cidade" (lápis). António Russinho foi galardoado em 1 de Outubro de 1989, com a medalha de Mérito Cultural. Na casa onde viveu na praça Camões, está hoje instalado o Arquivo Distrital. Morreu na década de 90 do século XX (data que desconheço). António Russinho tem hoje na Quinta Pires Marques, uma rua com o seu nome. 
O ALBICASTRENSE

sábado, janeiro 06, 2024

MEMÓRIAS DO BLOGUE - FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR

Hoje ao passar pela Praça Rei D. José não resisti em captar de novo, a imagem que dá inicio a esta publicação. 
O motivo serviu para recuperar uma publicação deste blogue de 2007. O busto de Tavares Proença ainda não estava nessa altura na referida praça. 
  
FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR





Nasceu a 1 de Junho de 1883, em  Lisboa, filho de Francisco de Almeida Tavares de Proença e de Luzia de Judite Galdino. A 20 de Outubro de 1899, sai de Portugal com destino a Inglaterra onde ingressa no colégio de Arreton Vicarege, na ilha de Wight.
Durante a sua estadia no colégio o jovem Francisco conheceu novas realidades, cresceu física e intelectualmente, tende sido um aluno brilhanrte. A 27 de Julho de 1900 deixou Inglaterra com destino a Portugal, fazendo uma paragem por Paris, tendo visitado a Exposição Universal e apreciado o pavilhão de Portugal.
A nove de Agosto chega a Castelo Branco com um aspeto muito debilitado, atribuído por todos ao cansaço da viagem e à má alimentação, faz exames médicos e é-lhe diagnosticado tuberculose. Parte para Davos na a Suíça a fim ser internado no sanatório de Schatzalp, situava-se nos Alpes Suíços. A 30 de Março de 1901 regressa a Portugal, no início do verão instala-se numa das suas casas na Serra da Estrela e aproveita a estadia para conhecer melhor alguns aspectos da região: geografia, hidrologia, etnologia e climatologia, tende inclusivamente preparado um estudo que nunca chegou a ser publicado.
Em Dezembro de 1901 regressa a Davos para novo tratamento e aproveita o tempo para se dedicar à fotografia. A vinte de Marco de 1902 è considerado completamente curado e regressa á serra da estrela, onde permanecera até ao fim do verão desse ano. Em Outubro do mesmo ano ingressa na Faculdade de Direito de Coimbra mais por vontade do seu pai do que por sua própria vontade. 
Durante a estadia em Coimbra surgem as primeiras referências ao seu gosto pelo estudo da arqueologia, tendo sido aqui que a paixão pela arqueologia tomou forma: Começou a frequentar o Museu do Instituto, a convite do Dr. Bernardino Machado, bem como a sua biblioteca, o direito ficou assim relegado para segundo plano. 

Nos fins-de-semana deslocaram varia vezes à quinta da Cortiça propriedade da família, situada perto de Leiria, onde tentava por em pratica os seus conhecimentos de arqueologia. Em Março de 1903 descobre a Anta da Urgueira e registou a topografia das capelas da Senhora de Mercules, de Santa Ana e de São Martinho, neste ano ainda publica vários trabalhos. Em 1905 é convidado a participar no congresso Préhistori que de Franca, em Pèrigueux, onde apresenta duas comunicações. Em 1906 publica vários trabalhões e visita pela primeira vez o museu da Figueira da Foz, nesse mesmo ano escreve ao pai a dizer-lhe que está muito descontente com o curso de dieito e que tinha desejo de dar outro rumo à sua vida, o pai proibiu-o de abandonar a Universidade. Em Outubro de deste mesmo ano vai a Lisboa visitar o Museu de Etnologia e conhece o Dr. Leite de Vasconcelos, volta a Coimbra para tentar concluir os seus estudos, porem advocacia não era de facto a sua vocação e perde o seu tempo com os amigos. 
Em 1907 publicou em O Archeologo Português um estudo sobre “ inscrições Romanas de Castelo Branco” e prepara um trabalho para o congresso de Autun, com o título de “Essai d`un inventaire des enceintes portugaises (résume)“, nesse mesmo ano abandona definitivamente Coimbra.
Em 26 de Março enviou 1909 enviou à Câmara Municipal de Castelo Branco uma proposta para a criação de um Museu, a 8 de Abril a Câmara aceitou formalmente a proposta cedendo para o efeito a capela do Convento de Santo AntóniEm Junho de 1909 publicou “Anta da Urgueira (Beira Baixa)” e prepara ansiosamente a inauguração do Museu Arqueológico de Castelo Branco. Em Janeiro de 1910, desloca-se a Lisboa onde se encontra com leite de Vasconcelos, com quem conversa sobre a inauguração do Museu por ele financiado recebendo por doação as peças da sua coleção privada ficando também a seu cargo a direção a e conservação do espolio.
A 17 de Abril abriu ao público o Museu de Castelo Branco que teve na sua primeira direção Francisco Tavares Proença Júnior, o conservador Dr. Manuel Pires Bento e o Conservador – Ajudante Sr. Manuel dos Santos. Nesse mesmo ano fez o lançamento do nº 1 da sua revista a que chamou “ Materiais para o estudo das antiguidades portuguesas”
Ainda nesse ano o pai envolve-se na luta política pelos ideais Monárquicos, e foi o chefe do Partido progressista no distrito de Castelo Branco, e a 5 de Outubro dá-se a implantação da Republica em Portugal.
Depois da Implantação da Republica em Portugal Francisco Tavares Proença Júnior aderiu à causa Monárquica e sublevou a Beira Baixa contra os Republicanos e juntou-se na Galiza, ao movimento de Paiva Couceiro, não tanto para defender os seus ideais mas sim os do seu pai. Durante aproximadamente dois anos entra em escaramuças contra os republicanos, sendo obrigado a fugir de Portugal. Em Outubro de 1912 voltaram a evidenciar-se os sinais da do doença respiratória que lhe tinha sido diagnosticada em 1900, parte par Davos e instala-se no hotel Curhaus onde é observado pelo Dr. Spengler, que lhe disse não haver motivos para preocupação, regressa a Paris, onde aluga um pequeno apartamento.

Um mês depois volta a Davos com novos sintomas da doença, em Abril de 1913 escreveu ao Presidente da Republica Francesa, Raymond Poincaré, a dar-lhe conhecimento de um projeto com inovações para um navio de guerra. Em Maio, não suportando mais o ambiente de Davos, mudou-se para Lousanne e a 8 de Junho remeteu para a Chancelaria Particular do Imperador da Rússia uma carta dando-lhe conhecimento do projecto, anteriormente apresentado ao Presidente Francês. Os Russos pediram mais detalhes ao que respondeu com algumas indicações isentas de pormenores técnicos. Nunca recebeu resposta.
Durante o ano de 1914 deambulou pela Europa, em Agosto de 1915 instalou-se em La Rosiaz, na Suíça, e ali dedicou os seus últimos meses de vida ao estudo fisiologia e da microbiológica, a 24 de Setembro de 1916 morre com 33 anos.No dia 12 de Outubro a comissão executiva da Câmara Municipal de Castelo Branco aprovou por unanimidade a alteração do nome do museu, para Museu Municipal Tavares Proença Júnior. A 14 de Outubro realizou-se o seu funeral em Castelo Branco.

(PS) - Dados desta pequena biografia foram retirados do livro ”Arqueologia: coleções de Francisco Tavares Proença Júnior” de Carlos Fabião.
O ALBICASTRENSE

quarta-feira, janeiro 03, 2024

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (11)


"MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE"

Espaço da vida político-social de Castelo Branco, após a implantação do regime constitucional. Um fantástico trabalho que António Roxo publicou durante anos no jornal "Notícias da Beira". 
Que nos anos sessenta, a "Revista Estudos de Castelo Branco", publicou.
 
(Continuação)
(Continua)
O ALBICASTRENSE

ANTIGAS FONTES E POÇOS DA TERRA ALBICASTRENSE - (iI)

 A NOSSA HISTÓRIA (Continuação) As fontes públicas mais antigas de que há notícia são as da Feiteira, do Penedo, do Torneiro, o Chafariz da ...