sexta-feira, dezembro 27, 2019

MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR - "A Ultima publicação de 2019"

Para terminar o ano de 2019, nada 
melhor que aqui postar neste blogue, a reportagem que António Tavares publicou no jornal Gazeta do Interior no dia 18 deste mês. 
Com o ano de 2019 a findar, espero (espero mesmo!), que o ano de 2020 seja o recomeçar do prestigio que o nosso museu já teve no passado, mas que perdeu nos últimos anos.     


"JORNAL GAZETA DO INTERIOR"
                            GESTÃO DO ESPAÇO CULTURAL GERA PREOCUPAÇÃO.
   
A Sociedade dos Amigos do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, de Castelo Branco, está preocupada com a situação com que este espaço cultural se vê confrontado e quer que sejam tomadas medidas, de modo a revitalizá-lo e dignificá-lo, deixando, pelo meio, fortes críticas.
Este sentimento foi transmitido no decorrer da apresentação do livro Museu e Comunidades seguida de outros textos, de António Salvado, realizada na passada quinta-feira, 12 de dezembro, na Sala de Arqueologia do Museu. A obra, que tem prefácio do presidente do International Council of Museums – Europa (ICOM – Europa), Luís Raposo, foi apresentada por José Pires, Manuel Costa Alves e Pedro Salvado, todos eles sócios da Sociedade dos Amigos do Museu.
No livro António Salvado apresenta três textos, que são Museu e Comunidade, de 1977; Museu lição de coisas, de 1989; e Por um museu etnológico da Beira Baixa, de 1983.
No primeiro destes textos António Salvado escreve que "necessário e urgente se torna pôr fim a uma ameaça que permanentemente espreita o Museu: o seu isolamento e a sua consequente desumanização. Colocado ao serviço do Homem, o Museu desempenhará uma proficiente função social, uma vez que da sua estrutura fazem parte dois salientes veios que dizem exatamente respeito à informação e à formação. Tendo sempre presentes as funções chamadas tradicionais que o alicerçam, o Museu saberá e deverá , de acordo com o que se lhe pede alargar as suas funções de modo a globalizar interesses próprios, recônditos e imediatos, e tendências externas. Tratar-se-á enfim de transformar o museu em Museu: Casa viva da Cultura, e atuante, alheia aos elitismos e colhendo das origens do seu nome a dignidade de uma nobre missão”.
Com este e os outros textos como ponto de partida, José Pires, focado no Museu, denunciou que, “aqui, infelizmente, temos mais no depósito, que exposição do acervo”.
José Pires avança também que o Museu devia ter “articulação com as escolas, com as associações”, devia apostar no acolhimento de visitantes, e palestras, concertos” e outras atividades, porque “isto é o que deve ser um museu e este museu já o foi”.
Ao longo da intervenção, entre outros pontos, chamou a atenção para o facto que “ligando o passado ao presente, o Museu deve ser um agente de desenvolvimento territorial”, para defender que Museu e Comunidades seguida de outros textos, “sendo um livro pequeno é um livro tão grande, aqui, na fronteira entre abrir e fechar portas

Tudo, porque para José Pires “estamos no momento propício para perceber que as portas desta casa têm de voltar a ser abertas, bom elas estão abertas, mas têm de ser abertas de uma forma diferente”, concluindo que “há que ter vontade e as vontades conquistam-se”.
Numa abordagem em tudo semelhante, Manuel Costa Alves sublinhou que “o Museu não dá lições de cultura. 
Nem agora, nem há bastante tempo” e apontou ao dedo ao afirmar que “tudo contribuiu para que o Museu ficasse neste estado, num estado de decadência”, denunciando, que “nem Direção tem. Nem técnicos superiores tem. Nem autonomia técnica e financeira tem”.
Manuel Costa Alves, depois de recordar que “o Museu tem um acervo espantoso”, defendeu ainda que “não pode ser gerido por uma hierarquia organizacional de uma câmara. Tem que ter autonomia”.
Já Pedro Salvado, que começou por recordar que “faz um ano estávamos a falar no futuro do Museu”, para assegurar que “preocupo-me bastante com o seu futuro”.
Já no final da intervenção, pautada por críticas à gestão do Museu, Pedro Salvado destacou que “os museus não são espaço de silêncio, devem ser territórios de inquietação”, lançando deste modo o desafio para que “se pense no futuro do Museu e na sua dignificação”.
O presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, que esteve presente na apresentação do livro, afirmou que “o livro é uma reflexão interessante” e garantiu que em relação ao que foi referido na sessão, “partilho as inquietações. Sou solidário com as preocupações”.
Isto, porque é da opinião que “importa refletir sobre o legado de Francisco Tavares Proença Júnior, um jovem visionário que despendeu tempo, dinheiro e alguma da sua saúde a recolher património”.
Leopoldo Rodrigues sublinhou, também, que “o Museu não existe desligado da comunidade, do estudo, da reflexão das pessoas”, para mais à frente afirmar que aquilo que “António Salvado fez pelo Museu vai fazer com que hoje possamos ser críticos em relação ao presente do Museu. António Salvado tinha uma ideia clara da função do Museu e isso, hoje, está perdido”, aproveitando para revelar que o presidente da Câmara, Luís Correia, segundo “conversas que já tivemos, tem preocupação com o que se está a passar no Museu”.
Por outro lado, defendeu que “a Sociedade dos amigos do Museu tem um papel importante. Pode ter um papel importante na ação de mudar o atual estado das coisas e eu tenho esperança nessa mudança. Contem comigo nesta causa, nesta luta, na promoção e valorização do Museu Francisco Tavares Proença Júnior”.   
                                                O  ALBICASTRENSE

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