(Continuação)
O
segundo bispo, D. Vicente Ferrer da Rocha, também da Ordem dos
Pregadores, nasceu em Lisboa a 5-IV-1736, sendo eleito a 21-VII-1782,
confirmado a 16-XII do mesmo ano e sagrado no Convento da Trindade,
da capital, a 24-II do ano seguinte.
Demorou
em Castelo Branco mais de trinta anos, deixando assegurada a sua
actividade em consideráveis melhoramentos. Muito lhe ficou devendo o
Paço Episcopal e a Sé, de sorte a tornar-se conhecido pelo
Bispo-artista.
Nas
obras do prelado anda estreitamente confundida a esfumada lembrança
de um humilde, mas notável colaborador, frei Daniel, professor
dominicano, imaginário e autor dos alçados de sacristia e da
capela-mor da Sé, talvez do chafariz da Mina, digno de merecer as
honras de algum investigador, com argucia e lazeres para trazer à
homenagem publica um apreciável obreiro das nossas jóias de arte e
arquitectura locais.
Pouco
sabemos dos dados biográficos, apenas que D. Vicente lhe dava plenos
poderes para imaginar e prosseguir as obras do bispado. Faleceu a
8-X-1806, e ficou sepultado no adro da Sé, à porta da sacristia,
obra de sua própria concepção e risco, junto do prelado e amigo.
D.
Vicente Ferrer, como se disse, foi testemunha e comparsa de alguns
episódios da primeira invasão napoleónica, e acolheu Junot no Paço
Episcopal.
Perante
o general em chefe e o governador militar da cidade, Peyre Ferry, em
tal emergência aponta-o Roxo como sendo extremamente sensível à
lisonja e brindando Ferry com a quantia, ao tempo, importante, de
duzentos mil reis, em resposta a uma carta de requintada amabilidade
gaulesa.
Mas
conta, do mesmo passo, como as justiças da cidade e as câmaras da
comarca ordenavam colectas e fintas – imagine-se com que vontade! -
para o mesmo destino...
(Continua)
Texto
retirado do livro:
“Estudantes
da Universidade de Coimbra Naturais
de Castelo Branco de:
Francisco Morais e José Lopes Dias”
O
Albicastrense
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