domingo, dezembro 29, 2024

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

 

CONSTRUÇÃO DO CINE-TEATRO AVENIDA
(1950/1954)


😍 😊 😇 😅

Recordar gente que muito contribui para o engrandecimento da terra albicastrense, pode e deve ser uma preocupação de quem gosta de falar da nossa história. Por isso, resolvi lembrar a construção do cine teatro avenida e das pessoas que custearam essa construção. O custo da obra importou na importância de 7.000 contos e foi empreendida por uma sociedade constituída pelos seguintes acionistas:

José Ribeiro Cardoso, António Dias Rato, D. Maria Goncalves
Armindo Goncalves Ramos, João Belo Sobrinho, Mário Camilo
Vaz Pardal, João Neves Grilo, Júlio Neves Grilo, Domingos M. Romão
Francisco Mendes Barata, Higino Lopes Ferreira, José da Cruz
Maria de Jesus Alves, Joaquim Martins Bispo, Camilo Martins Bispo
António Barata, Joaquim António Lima, José Augusto Pina
Eduardo Nogueira Cardoso, Elísio Nogueira Cardoso
José Ramos Correia, Tenente José dos Santos Oliveira, 
José Nunes Porro, Alberto Trindade, Tenente Bernardino Fernandes
Albino das Neves Baleiras, Alfredo Leite Pereira de Melo
Auta das Neves da Costa Roxo, Adelino Martins, José António Lalanda
Irene Goncalves da Cunha Tavares, Fernando de Matos Pinto
Luísa Pinto Garcia, António Rocha, Capitão António Andrade
António Andrade, Maria Helena Rodrigues
Maria de Lurdes Rodrigues, João Carmona Nicolau
Tomas Mendes da Silva Pinto.

A construção foi iniciada em abril de 1950 e ficou concluída em setembro de 1954. Passados setenta anos da sua inauguração, já nenhum está entre nós, todavia, ficam os seus nomes para os recordarmos. 

O ALBICASTRENSE

sexta-feira, dezembro 27, 2024

BISPADO DE CASTELO BRANCO – (IV)

   MEMÓRIAS DO BLOG 

(10 ANOS DEPOIS)

 “Para a história do Bispado de Castelo Branco”

(Continuação)
Eis as dignidades da novel diocese: primeiro vigário geral, o cónego Dr. Manuel Cardoso Frazão, arcipreste de Castelo Branco, que já desempenhava o cargo com o bispo da Guarda e, em seu nome, visitador ordinário em 1767 primeiro promotor de justiça, o Dr. Jacinto Pereira Goulão, de Alcains; primeiro escrivão da Câmara eclesiástica, o padre João Baptista Castanheira, pouco depois substituído pelo padre José Sabino, que vinha na companhia de Frei José. O que consta da seguinte noticia:

 “El Rey nosso Senhor o Senhor D. José no anno de 1771 creou cidade a v.ª de Castelo Branco e obteve de Sua Santidade, o desanexar   da ordem de Christo a igreja de S. Miguel e a deu para Sé da Cidade ao novo Bispo o Ex. mo R. Snr. D. Fr. Jose de Jesus M.ª Religioso q era de S. Deus, o qual foi sagrado em 10 de Novembro de 1771 e este elegeo p.ª Provisor ao Padre Mestre o Dr Frey Manoel Baptista Dourado Religioso da mesma ordem e para vigario geral ao Dr. Manuel Cardozo Frazão natural de Castelo Branco. Faleceu este em 5 de Abril de 73 de pellas onze horas da noite. O Ex.mo Snr. D. Frey Jose de Jesus Maria Caetano he natural de Lx.ª.
O Doutor Provisor o Senhor  Fr. Manoel Baptista he da cidade de Portalegre. Veio para Castelo Branco em 18 (13 ou 15?) de dezembro de 1771, e tomou posse do Bispado por procuração do Snr. Bispo em 21 de dezembro de 1771. Logo q. Tomou posse do Bispado o d.º Snr. Elegeo p.ª Promotor da Justiça o meu f.º o Dr. Jacinto Per.ª Goulão p.ª escrivão da Camara Eclesiástica ao mordomo q era do  Sr. Bispo Bernardo Antonio a Joaõ Baptista Castaneira mas q. Veio o Sr. Bispo nomeou p. Escrivão da Camara Jose Sabino q. Veio na sua compa.ª. Em Domingo 22 de novembro de 1772 pellas duas horas da tarde chegou o Snr. Bispo a Cidade de Castelo Branco”.
Pastoreou D. Frei José a diocese cerca de una dezena de anos, até á sua morte, a 13-VII-1782, e jaze no claustro do Convento de Santo António, atual Quartel de Caçadores 6.
Recolha de dados: ”Estudantes da Universidade de Coimbra Naturais de Castelo Branco”, da autoria de Francisco Morais e de José Lopes Dias.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

terça-feira, dezembro 24, 2024

BISPADO DE CASTELO BRANCO (III)

 MEMÓRIAS DO BLOG 
10 ANOS DEPOIS

               “Para a história do Bispado de Castelo Branco”

(Continuação)
“Em os vinte, e hum de Dezembro de mil, setecentos, e setenta, e hum pelas tres horas da tarde do dia de Sabbado, em que a Igreja festejou o Apostolo São Miguel Archanjo, que era Collegiada da Ordem de Nosso Senhor Jesus Christo com vigário e sinco Beneficiados, e hum Thesoureiro sacerdote, e no mesmo  acto ficou erigida em Santa Sé Cathedral com o mesmo Santo Archanjo por Orago na forma, que Sua Magestade Fidelissima foi servido mandalo; tomou posse o Excellentissimo, e Reverendíssimo Snr. D. Fr. Joseph de Jesus Maria Caetano, que no actual era Provincial  da Esclarecida Ordem dos Pregadores, pelo seu Rev. Mo Procurador o mesmo presentado Fr. Manoel Batista Dourado da mesma Ordem dos Pregadores co, assistencia do Clero desta Cidade e suas vizinhanças, Nobreza Ministros, e povo; que todos com grande exultação, e alegria assistiraõ  a taõ  gostoso acto, em que foraõ lidos O Breve, porque o Santissimo Padre Clemente Decimo  Quarto desmembrou do Bispado da Guarda este novo da cidade de Castello Branco, com os Arcediagados desta cidade, Monsanto, e Ouvidoria de Abrantes, na forma que Sua Magestade, que Deos garde, lhe supplicou, ficando na forma do d.º Breve Apostolico pertencendo ao Real Padroado a nomeação do mesmo Bispado, das Dignidades, Conegos,  Meios Conegos, Capellanes, e mais Beneficios  ou Officios, que no Cabbito da mesma Cathedral Sua Magestade for servido determinar; e a respeito do actual Paroco, e Vigario da mesma Igreja se vê no mesmo Breve Apostolico oseguinte: 
“Absque temen “ultus perjudicio Dlecti moderni istius Rectoris, Cui vita” ejus naturali durante, sue dome, et quoresque ijo se Modernus” Rector de aliis reditibus Ecclesiasticis Canonice provisus fueril,” omnes illus fructus intgre remarere debebunt" 
e o d.º Breve Apostolico vinha incuido no processo  de sentença do Ex. mo MonS.ºr  Conti Arcebispo de Tyro, e Nuncio Apostolico deste Reyno, e no mesmo processo e fora delle vinhaõ os Avisos de Sua Magestade Fidelissima, que Deos guarde; e para memória do referido eu o vigário actual da mesma Igreja do Archanjo Saõ Miguel desta cidade de Castello Branco o escrevi, e assignei Cast.º b.º 23 de Dezembro de 1771.
O Vigr.º Dr. Philippe Gomes de Santiago.
Recolha de dados: ”Estudantes da Universidade de Coimbra Naturais de Castelo Branco”, da autoria de Francisco Morais e de José Lopes Dias.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

sexta-feira, dezembro 20, 2024

TESTEMUNHOS SOBRE TOMÁS MENDES DA SILVA PINTO

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

Em resposta ao meu apelo para que quem soubesse algo sobre Tomás Mandes da Silva Pinto, recebi os testemunhos que podem ser lidos nesta publicação. Testemunhos que não podiam ficar esquecidos na caixa de comentários, pois, eles fazem parte da historia da terra albicastrense. Aos autores destes testemunhos, o meu muito bem haja, por nos darem a conhecer memorias de um homem que bem merece ser recordado.

Manuela C

Thomaz Mendes da Silva Pinto, nascido em 16 de Setembro de 1894, em Sarzedas, Castelo Branco, filho de José Mendes da Silva Pinto e de Emília Barata. Teve um irmão (pelo menos) de nome Izidro Mendes da Silva Pinto. Foi casado com Serafina Joanico Sabater Mauri. Faleceu em Sarzedas, Castelo Branco, em 1 de Março de 1957. Não consegui apurar mais qualquer informação de relevo, nomeadamente, se deixou descendência.

Olímpio Mendes de Matos

O Homem do Cine Vaz Preto na rua com o mesmo nome, por detrás do Governo Civil . O Homem que tinha o à vontade suficiente para entrar na cabina de projecção do seu cinema e mandar parar o filme para repetir uma cena de dança artística que considerou, e alguém com êle, excepcional. Assist. E conservo essa cena na memória até hoje. O Homem do cinema no Parque! Que para muita gente nova e não nova" era um deslumbramento", na frase feliz do conterrâneo Eduardo Marçal Grilo muitos anos depois. Apesar diss, não sei de uma única foto do Senhor . Que bem merecia ser recordado nos tempos actuais pelo menos pelos continuadores do cinema na Cidade. e por membros deste nosso grupo que dele tenham tido conhecimento directo, já difícil, ou através de relatos de nossos pais e avós. Por último, agradecimentos para Manuela C. pela biografia que nos dá do Senhor Tomás Mendes.

Joaquim Lalanda Roseiro Boavida

Como já publiquei em várias ocasiões, o senhor Tomás Mendes da Silva Pinto foi Chefe da Secretaria da Junta Distrital do Distrito de Castelo Branco, na primeira metade do séc XX. Conheci-o a morar na casa senhorial que ficava ao cimo da Rua dos Chões; a casa depois foi Albergue da Mendicidade e hoje suponho que está afecta ao CIJE. Depois passou a residir num andar no edifício do Café Aviz. Também o vi várias vezes no Cine-Teatro Vaz Preto e no cinema do Parque da Cidade atarefado com os óculos na testa. Para além de funcionário público esteve ligado a tudo o que era espectáculo na cidade. Foi mais conhecido pela actividade de empresário de exibição cinematográfica e representação teatral, mas actuou noutros campos. Trouxe a Castelo Branco, no princípio do século, o aviador Sallés para a primeira exibição aeronáutica, dominava os bastidores do futebol e a ele se deve a construção do célebre forno comunitário da Rua de Santa Maria. Não pude confirmar, mas tudo indica que foi ele que pressionou para que o “Onze Vermelho Albicastrense”, fundado em Fevereiro de 1934, mudasse de nome. Como se sabe, o “Onze Vermelho Albicastrense foi o primeiro nome do actual Sport Benfica e Castelo Branco, que completou 90 anos em 2024. O senhor Tomás Mendes da Silva Pinto tinha um filho que desconheço onde reside. Mais informações só na âmara Municipal.

 O ALBICASTRENSE

quinta-feira, dezembro 19, 2024

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE - "Rua Tomás Mendes da Silva Pinto"

 TRISTEZAS NA TOPONÍMIA ALBICASTRENSE

Desta vez tenho para dar a conhecer, a Rua Tomás Mendes da Silva Pinto.
Antes vou descarregar (mais uma vez), a minha revolta pelas miseráveis placas toponímicas que são afixadas nas ruas da terra albicastrense. Placas de qualidade miserável, placas onde são despejados nomes de albicastrenses que por um ou outro motivo assim o mereceram, mas… pelos quais os responsáveis pela secção de toponímia da nossa autarquia, não têm qualquer respeito e carinho. Como se não bastasse a péssima qualidade das placas, temos ainda, o facto de ver nas placas nomes de ilustres que nada de nada nos dizem.
 
Veja-se o caso da placa desta publicação:
quem foi Tomás Mendes da Silva Pinto?
 
Após alguma pesquisa, descobri que foi personagem bastante ilustre do seu tempo na terra albicastrense.
O homem foi durante mais de meio século, um verdadeiro senhor na área do espetáculo.
Construiu o Cinema Olimpia em finais do século XIX, remodelou-o nos anos 20 do século seguinte, dando-lhe o nome de; “Cine-Vaz Preto”, cinema que estava instalado na rua com o mesmo nome, onde em tempos esteve um armazém da firma Castanheira e hoje um armazém da Caritas. E nada mais consegui descobrir sobre este ilustre. Fica por saber muito da vida deste homem, quando nasceu, que fez na vida além de ser empresário de espetáculos, quando morreu e se deixou descendentes. E justo dar nome de gente que por atos valorosos assim o merecem, porém, é indigno colocar nomes dessas pessoas como se fossem meros vagabundos desconhecidos. 
Ps. Se alguém puder acrescentar dados sobre a vida deste
 homem, desde já agradeço.

                                                O ALBICASTRENSE

terça-feira, dezembro 17, 2024

BISPADO DE CASTELO BRANCO (II)

MEMÓRIAS DO BLOG 
(10 ANOS DEPOIS)
“Para a história do Bispado de Castelo Branco” 
 (Continuação)
Sem dilação, outorgada o mesmo diploma pombalino “todos os privilegios e liberdades de que devem gozar e gozam as outras cidades destes Reinos, concorrendo com ellas em todos os actos públicos, e uzando os cidsdaons da mesma cidade todas a distincçoes e preeminencias de que uzão os das outras sem diferença alguma”.
Pela carta régia da Chancelaria-Mor do Reino, de 15.IV do mesmo ano, com duplicado para a Torre do Tombo e cópias para a Câmara Municipal e a Correição de Castelo Branco, entra definitivamente em vigor o diploma de cidadania. Pouco tempo depois, o breve apostólico de Clemente XIV promove à dignidade se Sé catedral a igreja paroquial, e estabelece o bispado, 19.VI do mesmo ano. A diocese fica sufragânea do patriarcado, e o Pontífice confirma a nomeação do primeiro bispo, D. Frei José de Jesus Maria Caetano, provincial  dos dominicanos e mestres dos filhos do Marquês de Pombal, enquanto exorta o cabido, clero e fieis a obedecer ao seu prelado.
Logo, no breve do dia imediato lhe autoriza a sagração anta três ou mais bispos de sua escolha. Foi efectivamente sagrado a 7-XI-1771, e tomou posse a 21-XII, por procuração ao padre-mestre dos dominicanos e provisor do novo bispado, Dr. Manuel Batista Dourado, natural se Portalegre.
A D. Frei José não lhe correu pressa vir ocupar a sede episcopal. Deixou estralejar os morteiros da calorosa e triunfal recepção aos ouvidos do provisor, já não era novo, a dispunha da felicidade de um feitio repousado e folgazão. Profìrio da Silva esclarece: “vulgarmente era conhecido pelo bispo-trasgo, por ser dotado dum génio e maneiras joviais, de quem por isso se contam varias anedotas de gracejos
Recolha de dados: ”Estudantes da Universidade de Coimbra Naturais de Castelo Branco”, da autoria de Francisco Morais e de José Lopes Dias.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

sábado, dezembro 14, 2024

BISPADO DE CASTELO BRANCO (I)

MEMÓRIAS DO BLOG 

(10 ANOS DEPOIS)

Do livro, ”Estudantes da Universidade de Coimbra Naturais de Castelo Branco”, da autoria de Francisco Morais e de José Lopes Dias, retirei o texto que aqui vou postar em várias publicações. O texto é deveras interessante e merece ser conhecido por todos aqueles que se interessem pela história da terra albicastrense. 

 “Para a história do Bispado de Castelo Branco

A criação da Diocese foi de muito perto precedida da elevação da notável vila de Castelo Branco á  categoria de cidade, sendo comum o documento oficial respeitante a estes importantíssimos acontecimentos.
O titulo de notável, segundo a tradição, provinha do Príncipe Perfeito, com que o grade Rei se dignou honrar a vila, onde jornadeou e demorou por diversas ocasiões.
Mas enquanto a cidade não mais deixava de se aformosear e desenvolver, a diocese somente havia de contar a resistência efectiva de três prelados, durante sessenta anos, de 1771 a 1831, embora subsistisse  passante de meio século, administrada pelos vigários gerais  em representação do patriarca de Lisboa ou do bispo de Leiria, até á extinção definitiva de 1882.
O alvará de 21-III-1771, rubricado pelo Marquês de Pombal, anuncia a regia suplica de D. José ao papa Clemente XIV, “para que o território do Bispado da Guarda se desmembrarem algumas terras, e ser nellas erigido hum novo Bispado que tenha por cabeça a considerável Villa de Castelo Branco”. Em seguida acrescenta: “e para que nella se possa mais dignamente estabelecer a cathdral da mesma nova diocese, Hei por bem e Me praz que a dita Villa de Castelo Branco desde o dia da publicação deste em diante fique criada em Cidade...”A elevação do rescrito pombalino era flagrante de exactidão, dada a imensidade do bispado guardense, ao consignar a impossibilidade “de boa administração do Pasto Espiritual  e da Justiça ao excessivo numero de diocesanos”. 
O ultimo prelado da Guarda com jurisdição em Castelo Branco, D. Bernardo António de Melo Osório, escrevia em 1748: ”para se inferir da grandeza do bispado, declaro ter de âmbito sessenta e quatro léguas, de comprimento (porque é de figura oblonga) trinta e cinco, e de largura catorze
E muito embora declare ter visitado, nos primeiros dois anos e meio, todas as paroquias e muitas capelas e oratórios, acrescenta que nenhum livro achou quando veio para o bispado e sugere a excomunhão papal para os que destruírem bens, coisas e livros dos paços da Guarda e de Castelo Branco.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

ANTIGOS JORNAIS DA TERRA ALBICASTRENSE

    JORNAIS DA MINHA TERRA UM POUCO DO SEU PERCURSO AO LONGO DOS TEMPOS (V) Em Agosto de 1919 surgiu à luz do dia o jornal; “ A VOZ DA RAZÃO...