segunda-feira, novembro 29, 2010

JORNAIS DA MINHA TERRA


UM POUCO DO SEU PERCURSO AO LONGO DOS TEMPOS (III)
(Continuação)
Em 1904 apareceu aquele que viria a ser um dos dinossauros da imprensa da nossa região, “Noticias da Beira”. O primeiro numero sai em 29 de Maio de 1904 e o último em 1926, ao todo saíram 831 números deste jornal.
A pesar de algumas vezes “suspenso”, manteve-se durante vinte e dois anos. Foi seu primeiro director António Trindade Cardoso e Silva que o imprimia na Rua dos Peleteiros. Consta que o dono da tipografia, Artur Silva, não tinha trabalho e resolveu, então formar um grupo com Pedro Bispo e António Trindade, do qual nasceu o referido semanário. Porém surgiram desentendimentos entre o director e o editor, e o jornal passou a ser impresso em Portalegre, a administração mudou para a Rua de S. Sebastião. Ao fim de sete anos toma o subtítulo de “Semanário Republicano” e começou a ser impresso na Tipografia Cristiano e Silva, na Praça da Republica em Castelo Branco.
Em 1914 era seu director Francisco Xavier Pereira. Em 1918 esteve suspenso. E em 1919, reaparece tendo como director Martinho Lopes Tavares Cardoso, era impresso na tipografia Batista em Castelo Branco.
Em 1922 era seu director o Dr. Adolfo de Lemos Viana; tinha a administração na Rua da Ferradura, e era impresso na tipografia J. Trigueiros, na Praça da Republica, em Castelo Branco. Neste semanário se encontra um interessante folhetim de António Roxo ; “O Pimentel” sobre a vida política social de Castelo Branco na segunda metade do século XIX.
Nota:
curiosamente este jornal apregoou no eu primeiro numero que era livre e despido de preconceitos e sem qualquer ligação interna a qualquer “coterie" politica ou mercantil. No entanto passou a sua existência a dançar o tango quer com o partido Renegador ou com o partido Republicano. Terminou tal como disse no inicio, com a saída do numero 831, que tinha como artigo de fundo: “A Rivérada”.
Em 1905 vem a lume outro periódico “O Jornal” tinha como subtítulo; “Semanário Regenerador”. Era dirigido por Vicente Sanches, tendo como editor e administrador Francisco Alves Mateus. Dizia-se defensor dos ideais do Partido Regenerador na Beira-Baixa. Terminou com a saída do número 52 em Outubro de 1910.
A “Gazeta da Beira” iniciou a sua publicação em 1906 e tinha como seu director, António Rodrigues Cardoso. Era impresso na Tipografia Trindade; passou depois a sua impressão para a Rua dos Ferreiros, e a redacção para a Rua do Pina. Dizia-se essencialmente politico, pois vai fazer politica partidária e cujos princípios podem resumir-se assim... “Justiça a todos, favor dos nossos”. Finou-se com o número 207, em Outubro de 1910.
Em 1911 nasceu “A Beira Baixa”. Era um semanário democrático que tinha como director fundador, José Pinto da Silva Faia. O primeiro número saiu em 9-4-1911. Tinha redacção em Proença-a-Nova. Desiludido com o novo regime republicano do qual fora adepto convicto, João Pinto da Silva Faia deixou a direcção do jornal e preferiu o isolamento. Foi substituído no cargo por; António Trindade Cardoso e mais tarde por; Carlos Martins.
Dizia-se defensor dos interesses da província e muito especialmente do distrito e como republicano prestava todo o seu concurso à formidável obra da regeneração social do novo regime. Terminou com a saída do número 30 em Dezembro de 1912. Muitos dos que abandonaram este jornal, iriam depois aparecer no jornal, “O Futuro da Beira”.
Em 1911 aparece outro jornal, desta vez tem por titulo: “O Futuro da Beira” e tinha por subtítulo; “Pelo povo e para o povo”. Prometia defender os interesses da província, pugnar pelas classes produtoras e pela difusão dos modernos processos de explorar as riquezas naturais e dizia ser órgão da liga do fomento da beira Baixa.
Tinha por director; Carlos Martins, como editor; Eugénio Cardoso.
Nota:
para quem prometia defender a província fez muito pouco, pois terminou com a saída do numero 6, a 28 de Janeiro de 1912.
Ainda em 1911 dá à luz o semanário “A Pátria Nova”, jornal de orientação republicano. Tem como director; António Lobato Carriço e como editor; Lobato Carriço. O primeiro número sai a 23 de Novembro de 1911 e tinha sede administrativa na Praça da Republica e era impresso na tipografia Silva.
Dizia: “Estar sempre, absolutamente e incondicionalmente ao lado da Pátria", pugnando pela sua defesa e prestigio das instituições Republicanas.
A partir de 1912 foi seu director Carlos Ascensão e passa a ser impresso na tipografia Progresso, no Largo da Sé.
Tornou-se então do órgão do partido evolucionista em Castelo Branco, era seu director o coronel Francisco Nunes da Silva. Em 1913 era seu director Manuel Pires Bento e chefe de redacção, José Ribeiro Cardoso.
Nota: O último número, (175) saiu em 14-5-1915. Uma semana depois apareceu uma folha suplemento, onde se faz a declaração de que estava suspense. E não é, que se finou mesmo!
(Continua)
PS. Os dados constantes nos postes: “Jornais da minha terra”, foram recolhidos em antigos jornais, (e actuais) da nossa cidade, assim como em publicações que se encontram na biblioteca albicastrense.
O Albicastrense

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