quarta-feira, outubro 26, 2016

RECORDAÇÕES DA LOJA DO “Cândido Gatuno”

As nossas memórias em relação a determinados estabelecimentos comerciais da terra albicastrense, podem ser também recordações de muitas das gentes que nos rodeiam.
O prédio da imagem aqui postada poderá ser um desses casos, não pelo prédio em si, mas por nele ter existido em tempos passados, um estabelecimento que terá sido dos mais populares e castiços da terra albicastrense desse tempo.
A loja do “Cândido Gatuno” ocupava o rés-do-chão deste velho prédio, vendia um pouco de tudo: livros de Cowboys, livros românticos, livros pornográficos, calendários com muchachas em trajes comprometedores, símbolos dos clubes, rifas de todos os géneros, guloseimas e muitas outras coisas, enfim, uma espécie de loja dos chineses dos dias de hoje.
Na década de sessenta passava diariamente à porta desta loja, parava, e ficava ali especado como se aquilo fosse uma coisa do outro mundo.
Um dia descobri lá uma rifa que consistia no seguinte: um cartão com os nomes de 20 a 22 jogadores de futebol.
Por baixo dos nomes dos jogadores, tinha uma pequena etiqueta a tapar a importância que quem escolhesse esse jogador, teria que pagar para poder candidatar-se ao prémio da rifa.
Quem comprasse esse jogador punha lá o seu nome, (normalmente as importâncias iam de $20 a $50 centavos).
Após vender o cartão na sua totalidade, cortava-se um pequeno quadrado que existia por detrás do cartão, nesse quadrado estava o nome do jogador premiado e a importância que quem tivesse comprado esse jogador ganhava. Até aqui tudo parece normal!
O pior, é que este vosso amigo, antes de começar a vender o cartão via o nome do jogador e comprava ele essa rifa, escrevendo lá um nome que ninguém conhecia, depois “ganhava” ele o prémio, que normalmente era de 5$00.
Esta é uma das muitas memórias que abrigo da loja do “Cândido Gatuno”.
O Albicastrense

2 comentários:

  1. Caro Amigo
    Não foi por causa das rifas que ele ganhou o nome de Cândido Gatuno, foi por outras razões mais encobertas. Quanto a rifas houve em tempos que ele as fazia e vendia mas era honesto, porque o prémio era atribuido de acordo com a terminação da lotaria nacional. O prémio era uma garrafa de vinho do porto (?)

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  2. Caro amigo Vilela.
    Eu sei que nome não vinha das rifas. Ou eu expliquei-me mal, ou você compreendeu-me mal. Eu é que comprava os cartões em criança, depois vendia as rifas.
    Abraço

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