terça-feira, abril 29, 2025

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

ATAS CAMARÁRIAS 

No dia 21 de Dezembro de 1795, reuniu-se a vereação da autarquia da terra albicastrense para decidir o seguinte:  

Nesta vereação se determinou que visto António Jozé da Cunha naõ ter sido preenxido de toda a quantia que tinha emprestado para as Festas que nesta cidade se fizerão pello feliz nascimento da Princeza da Beira, e ainda se lhe restarem a quantia de duzentos mil réis os ouvesse de Jozé Pessoa Tavares pelo produto das Ervagens que a rematou para sy e para o João de Ordaz tivesse mandado a referida quantia”.

Comentário de A.R.C
Muita paciência tinha o tal Sr. António José da Cunha, para se aguentar tanto tempo à espera do seu rico dinheiro! Já a Princesa da Beira devia estar quase uma senhora e só agora acabava de se pagar a quantia que a Câmara teve de pedir emprestada para a celebração das festas do seu nascimento.
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No dia 1 de Janeiro de 1796 reuniu-se de novo a vereação  e como era praxe na altura, começou-se pela eleição das Justiças para as diversas terras do termo. Depois de apurado caso das Justiças, procedeu-se à nomeação dos derramadores da sisa, e entre estes lá nos aparece o insubstituível Dr. José Esteves Póvoa. Os outros eram José Vaz da Cunha, Manuel António de Carvalho, Francisco José de Pina, João Pantonilha (ou Pantorrilha? Tanto se pode ler uma coisa como a outra) e João do Amaral. Foram ainda nomeados os “almotaceis” para os três meses seguintes e por fim trata-se do seguinte:
Nesta Vereação apareceu o Mister do Povo Alexandre Domingues e seu companheiro Francisco Jozé de Carvalho e requererão que por utilidade do Povo se estabelecesse hua Taberna de azeite sem que contudo esta privasse em algûa couza o direito dos particulares de mesma forma que se praticava com a Taberna do vinho com a declaração que devem ser excluídos do azeite todos os revendedores, à vista de cujo requerimento lhe foy deferido e se arematasse a dita Taberna com a condição de que o rematante seria obrigado a ter sempre azeite eficaz sugeito todas as vezes que o não tiver a pagar as mesmas Posturas que se achão estabelecidas contra os revendedores”. 

Comentário de A.R.C
Não se percebe bem como se excluíam da venda de azeite “todos os revendedores”, como se lê na acta. Só podiam concorrer à arrematação da “Taberna do azeite” os produtores? E se o azeite que produziam se lhes acabasse, que haviam de fazer? Se o não tinham já seu, tinham de o comprar a quem o tivesse e em tal caso lá estavam metidos na conta de “revendedores”. Ou em tal caso tinham de fechara a “Taberna”. 
PS. Atas recolhidas em; “Efemérides Municipais”, da autoria de António Rodrigues Cardoso. 
O ALBICASTRENSE

segunda-feira, abril 21, 2025

MEMÓRIAS DO BLOGUE.

                RUA DOS CAVALEIROS

Na zona história da nossa cidade existem ruas cujo os nomes nos levam, muitas vezes, a interrogar-nos sobre o porquê daqueles nomes!?
Manuel da Silva Castelo Branco nos seus livros; “Subsídios para o Estudo da Toponímia Albicastrense do Século XV e Subsídios para o Estudo da Toponímia Albicastrense do Século XVI”. Conta-nos algumas histórias deliciosas e dá-nos alguns dados importantíssimos sobre estas ruas.
Para curiosidade de alguns e esclarecimento de outros, aqui fica o porquê da Rua do Cavaleiro, hoje designada como Rua dos Cavaleiros!...
Esta pequena rua, tem o seu início na Praça Camões, (numa das partes laterais do edifício do arquivo distrital), e desagua na rua do Arressário.
Segundo o Dr. Miguel Achioli da Fonseca, nela morou, em meados do século XV. Vasco Anes (tambem designado por Vasco Anes Folgado ou Vasco Anes Sequeira), neto do Mestre de Aviz D. Fernando Rodrigues de Sequeira. Teve o foro de vassalo del-rei, sendo vedor dos vassalos na dita vila e seu termo (por carta de 15.2.1453) e procurador às cortes de Lisboa, em 1439. Foi também Cav.º Fid. C.R... sendo por esse motivo conhecido vulgarmente pelo “Cavaleiro” dizendo o referido autor que, por antonomásia, tomou este nome a rua em que viveu, nas casas dos Arcos ou dos Sequeiras (que deviam ficar no cruzamento das ruas do Arressário e do Cavaleiro). Desta forma o tenho repetido, bem como outros autores. Entretanto, encontrei uma carta datada de 19.12.1636, em que Diogo Gonçalves, escuteiro e sua mulher Maria Lopes vendem a D. Juca, mercador judeu e a sua mulher D. Clara, todos moradores na dita vila, uma casa situada na “rua que chamam do cavaleiro”. Daqui, hesito neste momento em confirmar a afirmação do Dr. Miguel Achioli, pensando mesmo se tal designação não provirá de outro cavaleiro, talvez o próprio Mestres de Aviz, que ali nasceu...

Alguns livros editados por Manuel da Silva Castelo Branco.
Albicastrense Ilustres
Alcaides-mores de Castelo Branco
Amor e a Morte... nos antigos Registos Paroquiais Albicastrenses
Assistência aos doentes na Vila de Castelo Branco e seu termo, entre
finais do Séc. XV e começos de 1806 até 1836
Familiares do Santo Oficio em Castelo Branco
Heráldica dos Bispos de Castelo Branco
Retratos de Frei Roque do Espirito e de Frei Egídio da Aposentação
do Museu Francisco Tavares Proença.
Recordando Albicastrenses Ilustres: D. Frei Fernando Rodrigues de Sequeira, 24º Mestre da Ordem de Aviz, (1387-1433)
Notas e Documentos para a História dos Judeus e Cristãos-Novos
em Castelo Branco
Noticia Histórica sobre a Fonte das Águas Férreas, em Castelo Branco
Registos Paroquiais Quinhentistas da Igreja de Santa Maria do Castelo
da Vila de Castelo Branco
Subsídios para o Estudo da Toponímia Albicastrense do Século XV
Subsídios para o Estudo da Toponímia Albicastrense do Século XVI
Poetas do “ Cancioneiro Geral” Ligados a Diversas Povoações
do actual distrito de Castelo Branco
Vínculos Genealógicos que Liga o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco presidente cessante da Republica do Brasil à cidade de Castelo Branco.
O ALBICASTRENSE

sexta-feira, abril 11, 2025

BENDITAS ELEIÇÕES DE 2025

OBRAS NA TERRA ALBICASTRENSE




Depois de algum marasmo, as prometidas obras na terra albicastrense arrancaram de vez.
Não vou aqui bater no nosso presidente, pois isso seria demasiado fácil, vou antes, apelar para que se for reeleito nas próximas eleições, não deixe para os últimos meses o cumprimento de promessas feitas. 
Contudo, não posso deixar de afirmar, que fica por cumprir uma promessa fundamental, as 250 novas famílias para a nossa zona histórica, redundaram num fracasso quase total.
O ALBICASTRENSE

segunda-feira, abril 07, 2025

MEMÓRIAS DO BLOG - EDIFÍCIO DO CONSERVATÓRIO

 A SUA HISTÓRIA
     (Inicialmente batizado como Teatro das Beiras)

Teatro Príncipe das Beiras

Em 1880 centenas de albicastrenses realizaram uma subscrição pública, que terá juntado a quantia de 6 000$00 réis, para construção de um pequeno teatro na cidade de Castelo Branco, nascia assim aquele que viria a ser o “infeliz” Teatro Príncipe das Beiras.

Porém a existência deste edifício como Teatro, bem poderá dizer-se… foi uma autêntica tragédia grega. As obras para construção deste teatro, iniciaram-se em 1880 e em 1882 as paredes e o telhado estavam de pé e assim ficaram por alguns anos, ao ponto de a população o ter alcunhado de Teatro da Barraca. Tal facto não impediu porém, que durante a sua parca existência como teatro, tivesses sido inaugurado por duas vezes com pompa e circunstância, mesmo sem estar devidamente preparado para tal. Entre 1882/1894 muitas foram as companhias de Lisboa, Porto, Espanholas e até uma Russa que ali realizaram os seus espetáculos, não esquecendo os amadores locais. 
Em 1894 catorze anos após o início da sua construção para teatro, a Câmara Municipal compra o edifício do Teatro para edifício dos Paços do Concelho por 18 000$00 reis. Em 1901 o edifício teve honras de inauguração como edifício dos Paços do Concelho de Castelo Branco. Era seu presidente na altura Pedro da Silva Martins e vice-presidente José Guilherme Morão.
Em 1935 os Paços do Concelho mudaram-se para o solar dos viscondes de Oleiros, onde aliás ainda hoje se encontram.
Com a saída dos Paços do Concelho em 1935, o edifício recebeu a partir dessa altura varias repartições públicas e particulares: Foi Biblioteca, Tribunal Judicial sendo atualmente Conservatório.
Com a saída dos Paços do Concelho em 1935, o edifício recebeu a partir dessa altura varias repartições públicas e particulares: Foi Biblioteca, Tribunal Judicial sendo atualmente Conservatório Regional.
Como em quase todas as histórias, a história deste bonito edifício tem em meu entender um final feliz. Nasceu para ser teatro e não o foi por muito tempo, depois foi Paços do Concelho, mas também por pouco tempo, de seguida foi Biblioteca e depois Tribunal, por fim dá-nos musica como Conservatório. 
Como em quase todas as histórias, a história deste bonito edifício tem em meu entender um final feliz. Com 145 anos de história, o nome deste bonito edifício bem poderia chamar-se: “Uma casa ao serviço dos albicastrenses”.
PS. Os dados históricos foram recolhidos no livro ”O Programa POLIS em Castelo Branco – álbum histórico” da Autoria de: António Silveira, Leonel Azevedo e Pedro Quintelo de Oliveira.
O ALBICASTRENSE

terça-feira, abril 01, 2025

MEMÓRIAS DO BLOG - MAIO DE 2010

 OS NOSSOS ARTISTAS

  

  
Para adoçar os olhos nesta época tão difícil aos visitantes deste blogue, nada mais apropriado que mostrar aqui algumas bonitas imagens da nossa cidade.
Falta acrescentar que estes postais fazem parte de uma bonita colecção de oito, e que foram editados na década de oitenta, pela “falecida” papelaria Semedo. Sendo autor dos desenhos António Russinho.

ALGUMAS NOTAS SOBRE ANTÓNIO RUSSINHO
(Pintor e animador cultural albicastrense)
Nasceu em Castelo Branco em data que não consegui descortinar. Estudou em Lisboa onde conviveu com homens ligados à cultura do seu tempo. Criou com Norberto Correia, a "Grei Lusitana", que reúne colegas de várias Faculdades e que desenvolve um programa de atividades culturais. Na nossa cidade cria o Círculo de Educação e Cultura e ensinou em várias escolas da cidade. Em 1952 cria aquilo que viria a ser a menina bonita dos seus olhos, a "Pró Arte". Instituição que ao longo de trinta anos, terá realizado na nossa cidade, mais de 150 concertos.
Foi colaborador de vários jornais da nossa região e vereador da Câmara Municipal da nossa cidade. Em 1985, António Russinho realizou no Liceu de Castelo Branco uma exposição que tinha como tema "As 4 Estações do Ano", (guaches) e "Castelo Branco - cidade" (lápis). António Russinho foi galardoado em 1 de Outubro de 1989, com a medalha de Mérito Cultural. Na casa onde viveu na praça Camões, está hoje instalado o Arquivo Distrital. Morreu na década de 90 do século XX (data que desconheço). António Russinho tem hoje na Quinta Pires Marques, uma rua com o seu nome.
O ALBICASTRENSE

OS FONSECAS DE CASTELO BRANCO - (III).

ALBICASTRENSES DO PASSADO  —————————————————————- FREI BARTOLOMEU DA FONSECA (Inquisidor geral do Santo Oficio) Frei Bartolomeu da Fonseca d...