segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Castelo Branco na História XV

(Continuação do número anterior)
As obras de construção da linha da Beira Baixa foram iniciadas em Dezembro de 1885. A linha foi aberta à exploração, entre Abrantes e Covilhã, em 7 de Setembro de 1891 e entre Covilhã e Guarda no ano seguinte.
À inauguração da linha assistiram o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia, que tiveram em Castelo Branco um acolhimento entusiástico e se hospedaram no palácio do governo civil, que foi dos viscondes de Portalegre.
Durante a última década do século XIX e o primeiro quartel de século XX a cidade sofreu também, como era natural a estagnação resultante do depauperamento a que foi conduzido o país pelas estéreis lutas partidárias. Porém, no segundo quartel do século XX o abastecimento de água proveniente da serra da Gardunha e a distribuição domiciliária desse precioso elemento de civilização foram o início, de uma era de desenvolvimento e de prosperidade.
A cidade passou a ser considerada como uma das mais progressivas dos pais, por se haver ampliado e modernizado notavelmente com a abertura de novas ruas e avenidas. A sua situação topográfica, dada a ausência de empeços insuperáveis, é propícia a uma ampla e magnifica urbanização; todavia, tem-se obliterado, por vezes, nas novas edificações, o equilíbrio arquitectónico e é lamentável, que a carência desse imprescindível atributo de beleza tenha tornado detestáveis, algumas perspectivas primaciais e prejudicado sobremodo a estética citadina.
Após a narração sucinta dos sucessos mais notáveis que os factos de Castelo Branco registaram desde a época da fundação da nacionalidade, veja-mos como eram constituídas as fortificações medievais, hoje quase totalmente desaparecidas. Compulsando o livro das Fortalezas do Reino, elaborado por Duarte de Armas no século XVI e arquivado na Torre do Tombo, pois fazer-se uma reconstituição aproximada do velho baluarte.
Por lustrando os dois desenhos que lhe dizem respeito e conjugando-os as com actuais ruínas, verifica-se que a cidadela ocupava todo o planalto que dominava a povoação. Formavam a cidadela cinco torres coroadas de ameias, ligadas por espessos muros também ameados, estando situada no recinto a alcova, de elegante construção. A torre de menagem, de forma heptagonal, estava localizada no ângulo poente-norte, sobrepujando as outras quatro torres quadrangulares.

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PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor.
M. Tavares dos Santos
O Albicastrense

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