domingo, abril 04, 2010

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - LXVII



MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO

QUARTEL NA DEVESA - III

(Continuação)
De 1911 a 1917 passou o quartel a ser a sede do 2º Batalhão do Regimento de Infantaria nº 21 e do 7º Grupo de Metralhadoras. De 1915 a 1917 também se alojou ali o 3º Esquadrão do Regimento de Cavalaria n º 7.
No período decorrido entre 1917 e 1926 esteve instalado no quartel o Regimento de Obuzes de Campanha. Nos anos de 1926 a 1927 esteve ali aquartelado o Regimento de Cavalaria nº 11 e de 1927 a 1939 o Regimento da Cavalaria n º 6. No ano de 1939 voltou a ser a sede do Regimento de Cavalaria nº 8, conservando-se assim até à actualidade.
Na parada principal do quartel ressalta, na parede do edifício do lado sul, uma fita de betão em releve com a seguinte inscrição: “Dulce et decorum est pro Patria mori”. A tradução deste verso, extraído das Odes de Horácio, é a seguinte:
È doce e belo morrer pela Pátria” Sob a fita de betão há quatro lápides a saber: A primeira contém a relação das unidades que tem estado ali aquarteladas. Segundo esta relação, o Regimento de Cavalaria nº 8 do Príncipe Real esteve ali alojado desde 1844 até 1911 mas a verdade é que desde 10 de Dezembro de 1868 até 4 de Outubro de 1869 o Regimento teve o nº 7 e só foi denominado do Príncipe Real em 1891, deixando de ter esta designação em 6 de Outubro de 1910.
A segunda lápide, datada de 11 de Novembro de 1920, tem a seguinte legenda: “Aos mortos da Grande Guerra 1914-1918”. Nela figura a lista dos mortos do Regimento de Cavalaria nº 11 com a indicação dos postos, nomes, naturalidades, datas e causas da morte. As outras duas lápides dizem respeito ao Regimento de Obuzes de Campanha. Uma, com a legenda “Honra”, refere-se às condecorações com as quais foram agraciadas as diferentes baterias; e a outra com a legenda “Gloria”, tem inscritos os postos, números e nomes dos mortos, na França, na Alemanha, e África, (1ª Guerra Mundial de 1914-1918).
Com o prosseguimento da modernização de Castelo Branco prevê-se num futuro não muito longínquo, a demolição do conjunto de edifícios e a construção de um novo quartel nos terrenos suburbanos.
Para Manuel Tavares dos Santos, a história deste aquartelamento terminou em 1958, (altura em que o seu livro; "Castelo Branco na História e na Arte" foi editado, porém, a história deste quartel não terminou aqui, ele irá continuar a existir até inícios da década de 80 do século XX. Aos dados recolhidos por Tavares dos Santos, alguém se encarregará de juntar os anos que vão de 1958/1980, altura em que deixou de ser quartel e ficou ao abandono.
A previsão de Manuel Tavares dos Santos em relação à demolição do quartel, veio a realizar-se, (em parte) não para se fazer um mais moderno como ele esperava, mas antes, porque se tornou desnecessário a sua existência na nossa cidade.
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951. Autor; Manuel Tavares dos Santos.
O albicastrense

3 comentários:

  1. Anónimo00:02

    http://www.peticao.com.pt/mna

    assinem lá a bem do MNA e em solidariadade com o Luís Raposo

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  2. Anónimo11:16

    Sabe onde estão actualmente essas lápides?

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  3. Caro anónimo.
    A sua pergunta é sem qualquer duvida uma excelente pergunta, o pior e dar-lhe uma resposta.
    Como deve saber, estas lapides já não moram no velho quartel, pois alguns dos velhos barracões foram demolidos.
    A questão a saber é se as lápides ainda lá estavam ou se já tinham batido as botas.
    Promete-lhe que vou tentar saber algo sobe elas, e que dou resposta logo que tenha algo de concreto.
    Se houver algo de concreto, até posso publicar um poste sobre as lápides.
    Abraço

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