terça-feira, outubro 11, 2011

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - LI



A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade
.
(Continuação)Sessão de 30 de Junho de 1791. Nada de interessante. Nomeação de “almotasseis” para servirem nos meses de Julho, Agosto e Setembro, ordem “para se acarretar o pam das folhas para as lajes e Eyras em que se ouverem da malhar” e mais nada“ por não haver mais que despachar.
A sessão imediata realizou-se no dia 10 de Julho e nela aparece o tesoureiro dos expostos com uma grande choradeira, porque não tinha dinheiro, já tinha posto algum do seu bolso e as coisas não podiam continuar assim.
Ora façam o favor de ler:
Nesta vereação foy aprezentada uma petição de Manuel António de Carvalho, thezoureiro dos ingeitados em que expunha que este Senado tinha fintado no presente ano para pagamento dos ditos trezentos mil reis e porque os mesmos Ingeitados são de prezente quarenta e quatro que dependem em cada hum mez trinta e tres mil reis vem a importar no anno trezentos noventa e seis mil reis e os vestidos importam sessenta e seis mil reis, e o ordenado da Rodeyra nove mil e seis centos reis fora despezas de alguns que se pagão a quem os vay levar ao termo que tudo virá a importar na quantia de quinhentos mil reis alem do Sup. estar dezempolço de cento outenta e seis mil seis centos e nove reis que de mais gastou nos annos antecedentes como consta da conta que se tomou o anno passado, e porque não pode suprir com a referida finta que se fez pertende outra tanta quantia que melhor paresse entrando os Montes das Freguesias como dantes hera costume. Pedindo que fossemos servidos proceder a segunda Finta. E Receberia mercê”.
Os vereadores ouviram, reconheceram que o que o pobre do tesoureiro dizia era verdade, descobriram que a lei permite que se fizesse nova finta, “quando como agora dellas há necessidade”, por isso lá lançaram nova contribuição na importância de de trezentos mil réis, cabendo 30.000 réis à cidade, 100.000 réis a Monforte, 10.000 a Malpica, 15.000 réis a Cafede, 10.000 ao Salgueiro, 25.000 réis a Alcains, 25.000 réis a Escalos de Cima, 25.000 à Lousa, 33.000 réis a Escalos de Baixo, 6.000 réis à Mata, 4.000 réis ao Palvarinho, 3.500 réis ao Juncal, 11.000 réis aos Cebolais, 6.000 réis ao Retaxo, 7.000 réis a Benquerenças, 6.000 réis aos Maxiais e 3.500 réis a Lentiscais.
A acta explica porque é que Monforte paga muito mais que qualquer outro lugar do termo. Diz assim:
E a segunda parcela destrebuem ao Povo de Monforte por ter muito rendimento, e o Conselho ter tão pouco que não chega para as suas despezas sabidas”.
A respeito das sete ultimas parcelas diz ainda acta:
As sete ultimas parcelas destrebuem aos Ferrolhos dos mesmos lugares que os Juizes fintarão proporcionalmente pellos moradores conforme a sua fazenda e rendimento cujo dinheyro os Juizes da cada hum dos refridos lugares remeterão ao mesmo Thezoureyro das Ingeitados António de Carvalho”.
Fica-se sabendo que “fintar por ferrolho” queria dizer distribuir por cada um dos donos de casa em proporção aos seus rendimentos.
Nesta sessão ainda foram nomeados os louvados para a avaliação das ervagens, um dos quais continua o famoso Manuel Martins Más Barbas.
(Continua)
PS. Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”, que o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
O Albicastrense

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