sexta-feira, outubro 28, 2011

VELHAS TASCAS DA MINHA TERRA

A velha tasca do Sr. João, também conhecida por “Tasca do Cabeças” foi-se!... Consta que uma tal “A.S.A.E”, lhe entrou pela porta a dentro e lhe terá ordenado:
- Tem que fazer obras!
- Obras!? (terá respondido o amigo João).
- Nada de mais! Construir duas novas casas de banho, picar as paredes, meter azulejos até uma determinada altura e arranjar o chão.
- Não querem mais nada? (Poderá ter perguntado o amigo João).
- Até bebíamos um café.
- Café!... Com adoçante ou 605 forte!?
Agora mais a sério! Depois do Café Carioca, segue-se a tasca do Sr. João, será que o mencionado organismo se prepara para acabar com as antigas tascas e cafés da minha terra?
Palavra que não consigo entender este fecha portas! Se acreditasse em milagres, até pensaria que o referido organismo está preocupado com a saúde dos frequentadores destes estabelecimentos, e por isso, se torna necessário fechar portas a quem não oferece condições de higiene.
Não vou colocar em dúvida, as necessidades das obras no velho Café Carioca, ou na tasca do Sr. João, no entanto sempre posso argumentar o seguinte:
Normalmente este tipo de tascas e cafés, são geridos por pessoas de idade avançada, (veja-se o caso do “Café Carioca e da Tasca do Cabeças”, pessoas com mais de setenta anos) pessoas que herdaram o negócio ou o adquiriram há mais de meio século.
Ao exigir as obras que exige, a “A.S.A.E” mais não está que a passar uma certidão de óbito aos respectivos estabelecimentos, e a mandar para o lar mais próximo, os respectivos proprietários.
Além disso, se porventura o proprietário fizessem as obras recomendadas, a referida tasca iria começar a chamar-se pastelaria, pastelaria que independentemente das obras que custariam muitos milhares de euros, fecharia em pouco tempo por falta de clientes (basta dar uma vista pela cidade, para constatar essa realidade).
Meus amigos da “A.S.A.E” haja bom senso! Estas velhas tascas e cafés, são um espécie a preservar... querer transforma-las em pastelarias ou nini-cafés, é mandar para o baú do esquecimento parte da nossa história local.

A história destes velhos estabelecimentos não conta para nada? A história destes pequenos estabelecimentos, está entranhada na própria história da terra que habitam, esquecer este facto é ignorar quem somos e de onde viemos, e quando assim acontece, mais vale bater a porta e procurar exílio em terras distantes. Para terminar apenas uma pequena observação:
Duas casas de banho ou paredes com azulejos até ao teto, podem dar a imagem de modernidade, no entanto, não será esse facto que irá assegurar a sobrevivência destes pequenos estabelecimentos, o que irá assegurar tal sobrevivência, é aquilo que leva os seus frequentadores a continuar a visitá-los.
O calendário na parede, (de preferência com gajas boas! Ou do meu clube...) um copo de vinho caseiro, uma boa aguardente ou dois dedos de conversa com o proprietário, para lhe perguntar como vai a família e por fim, um até amanhã.
O Albicastrense

1 comentário:

  1. Anónimo21:29

    Xiii, nem um comentário acerca deste post. Onde anda o espirito "tasqueiro"?
    As tascas não têm a higiene que deviam? Não não têm, mas toda a gente sabe disso, e ninguem nos obriga lá a ir...Além do acolhimento, tudo tem mais sabor...
    Gostava de ver as cosinhas destes senhores da "azei"

    O patrimómio albicastrense já era...

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