A
rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e
Março de 1937, no jornal “A
Era Nova”.
Transitou para o Jornal “A
Beira Baixa”
em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A
mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do
primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC”
foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho
que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O
texto está escrito, tal como foi publicado.
Os
comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
Agora
há um salto de dois meses e meio, nada menos. Em Setembro e Outubro
nem uma só sessão se realizou. Os bons dos vereadores só tornaram
a reunir-se em sessão no dia 12 de novembro, mas desta vez com
assistência da Nobreza e Povo da cidade e seu termo, porque se
tratava de coisa de importância como vai ver-se. A carta reza assim:
“Sendo
juntos na Casa da Camara a Nobreza e Povo desta cidade e seu termo
lhes foy proposto pelo Juiz de fora Gervazio Jozé Pacheco Valadares
hum requerimento do Reverendo Juiz da Ordem Vigr. de S. Maria do Castelo Fr.
António Jozé Geraldes Leite no qual pretende que S. Mag. lhe
concedesse o Rial de Agoa do Vinho e carne e os sobejos das sizas
desta cidade e seu termo e huma finta pela sua freguesia para
reedificação do corpo da Igreja Parochial que se acha em total
ruina sem nella se possa selebrar os oficios Devinos: Sobre cujo
requerimento Sua Magestade se dignava mandallos ouvir. E logo pela
Nobreza e Povo desta cid. foy respondido uniformamente que elles
convinhão no indicado requerimento pelas justas rezoens que nelle se
allegavão sendo certo que só pellos rendimentos que o Sup. Requeria
se podia conseguir a indispensavel reedificação da Igreja para que
não herão sifuficientes as poucas posses dos seus fregueses pela
mayor parte pobres no que convierão os de Alcains e Monforte”.
Mas,
se os representantes da Nobreza e Povo de Alcains e Monforte disseram
que sim, apareceram logo os da Lousa a dizer que nos sobejos da sisa
do seu povo se não devia tocar, porque tinham lá obras urgentes
entre mãos e precisavam de todo o dinheiro, e todo ele seria pouco
para as necessidades que por lá havia. Depois de concluídas as
obras que tinham entre mãos veriam o que podiam fazer.
Os
do Salgueiro. Mata, Cafede e Escalos de Baixo, foram ainda mais
completos. Esses declararam pura e simplesmente: “que
não convinhão no presente requerimento por terem outro da mesma
natureza para obras de indispensável necessidade...”
Mas
a igreja de Santa Maria do Castelo nem por isso deixou de ser
convenientemente reparada.
(Continua)
PS.
Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides
Municipais”,
que o que
acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na
época.
O Albicastrense
Vizinho albicastrense , muito interessantes para o conhecimento destas terras a documentação que nos traz.
ResponderEliminarUm abraço
Amiga Idanhense.
ResponderEliminarConcordo plenamente. O trabalho de António Rodrigues Cardoso é realmente um belíssimo trabalho.
Abraço