sexta-feira, setembro 26, 2025

JOSÉ LOPES DIAS - (1900/1976).

ESTÁTUA DE JOSÉ LOPES DIAS
 FOI COLOCADA EM  FRENTE À ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

Na passado semana foi colocada frente à Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, uma estatua  do seu fundador. Foi uma merecida homenagem a um homem  a quem a terra albicastrense muito deve, é o mínimo que posso dizer. 
 Dos cadernos de cultura da Beira Interior, retirei uma pequena biografia da autoria de Fernando Dias de Carvalho sobre o Dr. José Lopes Dias, biografia que pode ser lida nesta  publicação.  
EVOCAÇÃO DO DOUTOR JOSÉ LOPES DIAS 
(Fernando Dias de Carvalho)
 Foi com muito prazer que aceitei o convite para falar sobre o Dr. José Lopes Dias, homem invulgar, com quem convivi largamente mais de uma década e de quem fui admirador e grande amigo, devendo-lhe muitos ensinamentos de ordem humanista e de saúde pública. 
 O Dr. José Lopes Dias nasceu em Vale de Lobo, hoje Vale da Senhora da Póvoa, concelho de Penamacor, em 5 de Maio de 1900, sendo o 2° filho do casal José Lopes Dias, professor primário, e Carlota Leitão Barreiros, doméstica, oriunda de Belmonte. 
Tiveram 5 filhos. Licenciou-se em Medicina em 1923 pela Universidade de Coimbra, frequentando em seguida o Hospital de Sainte Pietrïere, em Paris, durante dois anos. Exerceu a atividade profissional primeiro em Penamacor, durante seis anos, fixando-se em Castelo Branco, em 1933, onde viveu até 12 de Janeiro de 1976, data da sua morte. Aqui exerceu os cargos de Médico escolar e Delegado de Saúde do distrito, sabendo acompanhar e compreender as profundas transformações que ocorreram no campo da medicina. As suas principais preocupações eram a prevenção, o ensino para a saúde e o desenvolvimento, pois sentia bem que uma sociedade só se torna saudável quando a par da educação houver desenvolvimento sócio económico e cultural equilibrado e harmonioso. Três ideias força dominaram a sua vida: 
I - Um acrisolado amor a Castelo Branco e à sua região. 
Por ele se fixou nesta cidade, apesar de vários convites para cargos superiores da Administração, e Chefe de Serviço Hospitalar de Pediatria. Investigador de temas médicos aqui desenvolveu uma ação ímpar na promoção cultural, sendo um dos fundadores da Ação Regional do Círculo Cultural, da Revista Estudos de Castelo Branco, além de escrever numerosos artigos na imprensa regional de então. Analisando toda a sua atividade na região podemos afirmar que ninguém a serviu melhor e por isso ninguém a exaltou mais. Confessava ele próprio que só compreendia a homenagem que lhe prestavam “pelo estranho amor a esta cidade e a esta província, mas nada é mais natural e profundo do que servir ao que se ama”. 
II - O médico, onde brotava e podíamos sentir palpitar de modo tão desinteressado o enorme desejo de servir e comunicar ensinamentos, sentia bem que a saúde é um problema eminentemente político, não podendo dissociar-se da filosofia de vida e dos valores de uma cultura. 
Ela não depende portanto do êxito isolado de um fator, quer este seja de natureza biológica, psicológica ou sociocultural, depende sim do equilíbrio e da capacidade de adequação dos mecanismos de defesa pessoais, sociais, culturais e do lugar e importância que a pessoa, o cidadão, ocupa realmente na vida do país. 
 Ninguém melhor sentiu e interpretou esta filosofia de vida que o Dr. José Lopes Dias, sendo uma das suas paixões lutar contra a ignorância, o subdesenvolvimento e o consequente baixo nível sanitário das populações. O seu profundo sentido de serviço levou-o a debruçar-se com entusiasmo e esforço sobre problemas ligados à organização sanitária do distrito, criando obras de indiscutível merecimento, como a Escola de Enfermagem, hoje Escola Dr. José Lopes Dias, que vem prestando à região e ao país precioso auxilio, mercê dos técnicos aqui formados; O Jardim Escola João de Deus, porque sabia quanto é importante o ensino pré-escolar para o desenvolvimento da criança; em  colaboração com a Junta Distrital de que foi membro, o Dispensário de Puericultura Dr. Alfredo Mota, com as suas delegações rurais que englobava o Lactário, a Puericultura, a Pediatria Social, a Creche e as Colónias Marítimas para crianças na Praia da Nazaré. 
Como Delegado de Saúde soube travar uma grande luta com os então responsáveis pelo Ministério da Saúde, para conseguir a profilaxia da endemia do bócio existente nos concelhos da área do pinhal. Mas um espírito profundo e desejoso de servir com competência e profissionalismo, sempre desinteressadamente, sabia que para além das obras criadas era indispensável transmitir conhecimentos e por isso escreveu: Da Higiene da Primeira Infância; Tuberculose Pulmonar no Distrito de Castelo Branco; Pelos tuberculosos de Castelo Branco; Um Serviço Social de Puericultura; Em redor do Serviço Social; Breves considerações sobre a Tuberculose em Sanidade Escolar; As criancinhas portuguesas na política da Assistência; La protection de Fenfant à Ia campagne; Misericórdias e Hospitais da Beira Baixa; Apontamentos de Higiene das Escolas Primárias; Relatórios do Dispensário de Puericultura Dr. Alfredo Mota; Amato Lusitano - dr. João Rodrigues da Castelo Branco; Elementos da História da Proteção aos Estudantes na Idade Média e no séc. XVI; A Confraria da Caridade dos Estudantes;
O Primeiro Médico Escolar; Terapêutica de Amato Lusitano; Cantigas Populares da Beira Baixa, lidas e ouvidas por um médico; Organização e Técnica da Assistência Rural; Lições de Serviço Social; As Albergarias Antigas da Beira Baixa; Medicina da “Suma Orientar de Tomé Pires; Hidrologia Médica do Distrito de Castelo Branco; Ensaio de Combate à Mortalidade Infantil em Castelo Branco; Ensaio do Dr. L G. Leibowitz sobre Amato Lusitano; Duas Cartas de Ricardo Jorge a Menendez y Pelayo sobre ‘La Celestina”; Epidemia de Salmonelose Typhimurium; Abreugrafia dm Saúde Pública, de colaboração com o Dr. Manuel Lopes Louro; Estudantes da Universidade de Coimbra naturais de Castelo Branco; Enfermagem, Saúde, Assistência Rural; Um Médico Esquecido: o Dr. José António Mourão, Fundador da Biblioteca Municipal de Castelo Branco; Homenagem ao Dr. João Rodrigues de Castelo Branco; Manuel Joaquim Henriques de Paiva, Médico e Poligrafo luso--brasileiro; Tavares Proença Júnior, Fundador do Museu Regional de Castelo Branco; Dois documentos inéditos sobre o poeta João Roiz de Castelo Branco; Um centenário esquecido - o conselheiro Jacinto Cândido; A Misericórdia de Castelo Branco - apontamentos históricos; Duas Cartas Inéditas do Dr. José Henriques Ferreira, Comissário do Físico-mor e Médico do Vice-Rei do Brasil, a Ribeiro Sanches; e em colaboração com o Dr. Firmino Crespo a tradução das Sete Centúrias de Curas Médicas do Dr. João Rodrigues de Castelo Branco (Amato Lusitano); e ainda o Relatório sobre Saúde Pública e Segurança Social em França, Inglaterra e Espanha feito como bolseiro do Instituto de Alta Cultura. 
III - Como escritor e historiador fica o testemunho das obras citadas, sem termos esgotado a sua menção. 
O espírito insatisfeito que o caracterizava, levou-o a cultivar muitos ramos do saber, mantendo simultaneamente a maior distinção e dignidade em todas as suas atividades. As obras falam por si. A sua preparação dá-nos bem a dimensão do homem que foi o Dr. José Lopes Dias nos omnímodos aspetos da vida. Melhorar as condições sanitárias, ensinar e desenvolver foram as opções de vida deste nosso ilustre conterrâneo. Senhoras e Senhores: Apresentei-vos sucinta e pobremente um dos grandes do nosso distrito, que bastante por ele trabalhou e o amou. 
O Homem que soube ser médico, historiador e escritor e soube ainda unir, numa visão humanista, um ideal de vida, de civilização e de cultura, baseado no princípio de que o verdadeiro desenvolvimento tem por centro o Homem. Foi esta a sua vivência no dia a dia. É esta a grande lição que o Dr. José Lopes Dias nos legou. 
O ALBICASTRENSE

segunda-feira, setembro 22, 2025

ANTIGOS JORNAIS DA TERRA ALBICASTRENSE

 JORNAIS DA MINHA TERRA

            UM POUCO DO SEU PERCURSO AO LONGO DOS TEMPOS (V)
                                                        (1846/1945)

  (Continuação)
Em 1924 publicava-se às quintas-feiras a “Ação Regionalista”. teve como seu diretor e editor; Manuel Pires Bento. Segundo consta, este periódico foi um verdadeiro defensor dos interesses regionais (que sempre estiveram acima dos interesses de partidos políticos).
O redator principal era; António Trindade. Foram fundadores; Albano Ramalho, António Trindade, Artur Silva, Francisco Marques Maia, Jaime Lopes Dias, João Eloy Nunes Cardoso, João Lino, João Matilde Xavier Lobo, João Mourato Grave, João Rodrigues Marques, José Martins Cameira, José Sena Esteves, Manuel Paiva Pessoa e Manuel Pires Bento. Com uma equipe tão ilustre não admira que a sua voz fosse escudada e as opiniões discutidas. Em 1927 anunciaram que se suspendiam temporariamente, reaparecendo assim que as circunstancias permitissem, dizendo que continuará a ser o que sempre foram. Foi este jornal que mais lutou pela via férrea Castelo Branco – Placência - Madrid. 
Em 1928 era seu diretor e editor; João Madilde Xavier Lobo, tendo como redator principal; José Lopes Dias e como secretario; João Mourato Grave. Terminou em 1931, mantendo sempre a feição regionalista.
Nota: Em 1931, (sete anos depois do seu aparecimento) esfumou-se da vista e da memória dos albicastrenses.Sem periodicidade fixa, saiu em 1924 o primeiro número do jornal; “Centro Artístico”. Era seu diretor e editor; Joaquim dos Santos Chita. Como administrador; Joaquim da Anunciação Morcela. Não se sabe quantos números saíram.
Nos meios académicos apareceu em 1926 “A Academia”. Era uma publicação quinzenal dirigida por; Vicente Rodrigues G. Cadete. Administrado por; João Vieira Pereira. Tinha como redatores; Alberto Trindade, Baltazar Alberto e José de Matos Ratinho. Era impresso em Leiria.
Em 1926 aparece o jornal; “A União” fundado por três professores de Liceu; José de Oliveira, Francisco Lopes Subtil e António do Rosário. Era um jornal semanário pertencente à União Liberal Republicana. Aparecem como fundadores; António Gonçalves, António Guilhermino Lopes, António Francisco Subtil, João António da Silveira, João Pires Marques e José de Oliveira. Era impresso na Covilhã.
Nasceu em 1927 o jornal; “A Era Nova”. Tinha como lema a defesa e propaganda do nosso distrito. Aparece como seu diretor; António Crucho Dias. Redator e editor; Eurico Salles Viana. Como administrador; José António da Conceição. Declara-se integrado no pensamento que presidiu ao movimento de 28 de Maio e tornou-se órgão das comissões administrativas da Junta Geral, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia do distrito de Castelo Branco.
Nota: Nas minhas pesquisas na biblioteca albicastrense, li alguns exemplares deste jornal e confesso que gostei bastante do que li. O seu fim deu origem ao aparecimento do jornal Beira Baixa.
A 12 de Abril de 1937 aparece a público um dos jornais que durante mais tempo se publicou em Castelo Branco (1937/1975), “A Beira Baixa”.
Tinha como lema no seu primeiro número; “Pelo estado novo e pela ordem e propaganda da província de Beira Baixa”. No cabeçalho trazia como diretor e editor; António Rodrigues Cardoso. Administrador e proprietário; José Portela. Feij Tinha redação na rua; Alfredo Keill em Castelo Branco. 
Nota: Tal como disse anteriormente, este jornal sucedeu ao jornal Era Nova. Pode dizer-se que seguiu a linha do seu antecessor e que só o 25 de Abril de 1974, o derrubou.
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A 13 de maio de 1945, surge, O  jornal; “Reconquista”. Jornal que irá tornar-se o verdadeiro dinossauro dos jornais albicastrenses. Tem como seu primeiro diretor; o Padre Albano da Costa Pinto e como redator principal; Duque Viera. Era seu editor; o comerciante Francisco Vilela, sendo composto e impresso na Tipografia Semedo, em Castelo Branco.
Tinha por princípio e como estatuto redatorial o seguinte texto: “O bem comum é o nosso programa e o nosso fim, Interessa-nos tudo de que possa resultar algum benefício para a coletividade, quer a pequena coletividade local quer a grande coletividade nacional. Como normas permanentes do nosso pensar e sentir, estão os princípios eternos do cristianismo”. 
Por este passaram grandes homens, entre eles destacava (como não podia deixar de ser) o padre Anacleto Pires da Silva Martins, homem que tive a honra de conhecer. Tem nos dias de hoje como diretor; José Júlio Cruz.
Nota: Um jornal com história na história da nossa cidade, e acima de tudo, um autentico dinossauro na imprense regional no nosso pais. Falar na imprensa regional e não falar da reconquista, é quase um pecado morta. Resta acrescentar, que o jornal comemorou em 2025 o seu 80º aniversario. 
FIM
PS. Os dados constantes nos postes; “Velhos jornais da minha terra”, foram recolhidos em antigos jornais, (e atuais) da nossa cidade, assim como em publicações que se encontram na biblioteca albicastrense.
O ALBICASTRENSE

terça-feira, setembro 16, 2025

ANTIGOS JORNAIS DA TERRA ALBICASTRENSE

 

 JORNAIS DA MINHA TERRA

UM POUCO DO SEU PERCURSO AO LONGO DOS TEMPOS (V)
(Continuação)
Em Agosto de 1919 surgiu à luz do dia o jornal; “A VOZ DA RAZÃO”. Este periódico tinha como subtítulo; “Pela verdade, pela justiça e pela legalidade”.
Tinha como seu diretor; Fernando Pardal. Como redatores e Secretários; José Maria Curado e José da Cruz Mendes. Eram seus administradores; João Ribeiro Costa e Florindo Bispo.
Era impresso na Empresa Tipográfica Lda, com sede em Castelo Branco. Tinha como estatuto redatorial; “Ser uma folha defensora dos empregados das barbearias de Castelo Branco”. 

Dizia que iria ser publicado, quando os interesses da classe assim o exigisse.
Nota: Então não é, que os interesses dos barbeiros se finaram com o primeiro numero!...
Em Setembro de 1919 apareceu em Castelo Branco, o primeiro número do jornal republicano, de sensibilidade política sidonista. Tinha por titulo; “A DEFESA DE CASTELO BRANCO”. Tinha com diretor, administrador e editor; José de Sousa Viera, (o qual posteriormente veio a ser substituído por Eurico Salles Viana). A sua administração tinha a sede na rua Machado dos Santo, (?) era propriedade da empresa de defesa de Castelo Branco.
Era composto e impresso na tipografia Casa Progresso em Castelo Branco. Dizia ser; “Um Jornal Republicano, conservador e extremo defensor dos interesso locais”. 
Terminou com a publicação do número 12, em Outubro de 1919.
Nota: É caso para dizer que os referidos interesses locais, morreram ao fim de uma dúzia de edições.
Em 1920 reorganizou-se o partido republicano, e vem à luz do dia; “A PROVÍNCIA”. Tinha como seu diretor; Jaime Lopes Dias, e como administrador; João Graça. A redação estava instalada no Largo de S. João.
Após um ano de existência, a responsabilidade do jornal passou para António Trindade, (médico e diretor da Escola Primaria Superior).
No final de 1922 foi suspense. Reapareceu em 28-1-1923, tendo como administrador; Joaquim de Matos Borata e passou a ser o órgão do Partido Republicano Nacionalista.
Em 1923 foi interrompido por duas vezes, em Dezembro desse ano, o dr. Trindade foi nomeado Governador Civil e passou a direção do jornal para José de Barros Nobre. 
Nota: Na biblioteca municipal existem alguns exemplares deste jornal. Terminou com o número 124, em 30 de Dezembro de 1923. Em Setembro de 1921, começou a ser publicado um novo jornal. Tinha como título; “O ALBERGUE”. Tinha como diretor; O Padre Baltazar Dinis de Carvalho. Como administrador; José dos Santos Portela Feijão, que era também editor.
Era impresso na Tipografia Progresso, em Castelo Branco. Dizia; “Destinar-se a angariar meios para a criação dum albergue, em Castelo Branco” Eurico Salles Viana fez publicar em 1922 dois números especiais sobre a travessia de Gago Coutinho e Sacadura Cabral e, sobre a inauguração do monumento aos mortes da Grande Guerra, monumento que foi erguido no Centro da Devesa. Terminou em Setembro do mesmo ano, com a publicação do número quatro.
Nota: Para quem tinha tantas ambições, morreu designadamente depressa de mais
Em 1923, Manuel José Oliveira Pio, sargento da G.N.R. Aparece como director de “AURORA”. Este semanário era editado por; João Marques Pereira e tinha como administrado; Francisco dos Santos Chambino.
Era impresso na Rua da Granja, e dizia-se; “Humorístico e alheio à politica!”. Publicava-se aos domingos.
(Continua)
PS. Dados constantes nos postes sobre: “Jornais da minha terra”, foram recolhidos em antigos jornais, (e atuais) da nossa cidade, assim como em publicações que se encontram na biblioteca albicastrense.
O ALBICASTRENSE

sexta-feira, setembro 12, 2025

AS NOSSAS INSTITUIÇÕES

  MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR 
(115 ANOS COM MUITAS  HISTÓRIAS)

Assisti ontem na biblioteca António Salvado a uma mesa redonda, acontecimento promovido pele sociedade dos amigos do museu. Associação  que convidou todos os candidatos à nossa autarquia nas eleições a realizar no próximo mês . O prato" principal da conversa, foi o museu Francisco Tavares Proença júnior. Confesso que fiquei desiludido, desilusão que me levou a abandonar a sala quando terminou a primeira volta. 
Nada mais vou dizer sobre o assunto, pois prefiro guardar para mim as magoas da citada mesa redonda. Em 2025 o Museu Francisco Tavares Proença Júnior celebrou  115 anos. Cento e quinze anos onde o drama (sempre com a casa ás costas), a tragédia (abandono e assaltos as suas instalações), e tempos felizes (finalmente um espaço digno e gente capaz para dele cuidar).

DATAS HISTÓRICAS
1909 - A 2 de Dezembro é aprovado o regulamento do Museu de Arqueologia. 
1910 - A 17 de Abril é inaugurado, na capela do Convento de Stº António dos  Capuchos, o Museu Municipal. É nomeado seu primeiro diretor – Francisco Tavares Proença Júnior. 
A 30 de Abril é emitida uma portaria régia de louvor a Tavares Proença pela criação do Museu.
1912 - O Museu é transferido para o edifício da antiga escola normal primaria, escola primaria Conde Ferreira, no Castelo.
1914 - Em Setembro é constituída a Sociedade dos amigos do Museu Francisco Tavares Proença Júnior.
1915 - O Museu reabre no Convento de Stº António dos Capuchos.
1916 - Em 24 de Setembro morre Francisco Tavares Proença Júnior, em Lá Rosiaz na Suiça. 
O Museu passa a denominar-se Museu Municipal Francisco Tavares Proença Júnior. É nomeado Diretor  Dr. Manuel Paiva Pessoa.
1926 - A assembleia Municipal delibera a transferência do Museu para a dependência da tesouraria da Câmara, edifício onde hoje se encontra o Conservatório Regional.
1927 - A assembleia Municipal delibera fazer obras no segundo andar da cadeia para ai instalar o Museu Municipal.
1929 - O Museu é transferido para as dependências de Repartição das Obras Públicas, continuas ao edifício do Governo Civil de Castelo Branco. É nomeado
Diretor-Conservador  António  Elias Garcia. 
1962 - O Museu é encerrado ao publico, após um longo período de instabilidade.
1963 - É nomeado Diretor D. Fernando de Almeida.
1964 - O antigo Paço Episcopal é alvo de remodelação a fim de ai instalar o espólio do Museu.
1968 - O Museu é assaltado nas suas velhas instalações contínuas ao antigo Solar dos Viscondes de Portalegre (Atual Governo Civil).
1969 - A Museu é assaltado pela segunda vez.
1971 - A 20 de Março o Museu é inaugurado no antigo Paço Episcopal, onde atualmente se encontra.
1973 - O Museu é submetido a um regime técnico e administrativo idêntico a outros Museus do Estado, através do decreto-lei nº 424 de 23 de Agosto. Sendo nomeado diretor, Dr. António Forte Salvado 
1976 - É fundada a Oficina-Escola de Bordados Regionais, através  do decreto-lei nº 805 de 8 de Novembro.
1982 - O Museu transita para o Ministério da Cultura e Coordenação Cientifica.
1989 - É nomeada diretora Dr.ª Clara Vaz Pinto.
1993 - Em abril iniciam-se as obras de remodelação do Museu.
1998  - O Museu é reaberto ao público.
1999 - É nomeada diretora Dr.ª Ana Margarida Ferreira.
2005 - É nomeada diretora a Dr.ª Aida Rechena (2005/2015)
2010 - O Museu Francisco Tavares Proença comemora cem anos de existência.
2015/2025 - Depois de ter sido entregue (de novo à autarquia Albicastrense), o museu está à dez sem diretor e com imensos problemas por resolver.  
Ps. Desenhos são da autoria de Nuno Mata.  
O ALBICASTRENSE

terça-feira, setembro 09, 2025

ANTIGOS JORNAIS DA TERRA ALBICASTRENSE

 JORNAIS DA MINHA TERRA

UM POUCO DO SEU PERCURSO AO LONGO DOS TEMPOS (IV)

(Continuação)
Em Dezembro de 1911 saiu a primeira edição do jornal; ”O Futuro da Beira”. Tinha como subtítulo; “Pelo povo e para o povo”. 
Era impresso na rua dos Oleiros e tinha na sua direção; Carlos Martins. Tinha como editor; Eugênio Cardoso. Tinha como redatores; António Guilhermino Lopes, António Romão e José Gardete Martins.

A sua redação situava-se em Proença a Nova. 
Dizia-se defensor; “Dos direitos das classes produtoras e órgão da Liga do Fomento da Beira”.
Nota: Para um jornal que se dizia defensor as classes produtoras, (parece que não consegui defender-se a si próprio) finou-se com a saída do número seis.
Em Fevereiro de 1912 apareceu o jornal, “A Beira”. Tinha como subtítulo; “Paz e Progresso”. Tinha como seu diretor; António Pignatelli. Como editor; Eugênio Cardoso. Como administrador; António Nunes Cardoso e António Nunes Basílio.
Aparece como propriedade do “Grupo União Albicastrense” e tinha a sua redacção na rua do Postigo. Era impresso na rua dos Oleiros.
Procurava defender os interesses do “Grupo”, (a briosa Corporação dos Bombeiros Voluntários) e os legítimos interesses da cidade.
Nota:
Este jornal dizia-se defensor da Corporação dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco. Creio que não terá ajudado a apagar muitos fogos, uma vez que saiu de cena, após a publicação do décima número.
Em Dezembro de 1912 surgiu o jornal, “O Beirão”. Tinha como subtítulo; “Deus e Pátria”. Era um semanário Monárquico e tinha como diretor; António Rodrigues Cardoso, (cá está ele outra vez). Como administrador; José Geraldes Cardoso. Era editado na rua dos Cavaleiros. Dizia; “Que tinha por objetivo advogar dentro da lei, os direitos dos católicos e defender os fracos e os perseguidos”.
Nota:
Este para a época aguentou-se bastante tempo. Publicou 200 edições ao longo dos seus cinco anos de existência. Cinco anos e duzentos números é sem duvida um feito para esses tempos.
Em 1912 iniciou a publicação o semanário; “O Futuro”. Tinha como subtítulo; “O órgão da Classe Operaria”. Era seu director; Júlio Pereira e tinha como administrador; Júlio E. Nard. Tinha como editor; Eugênio Cardoso.
A sede situava-se na rua dos Oleiros, em Castelo Branco. Era composto e impresso na tipografia Trindade..
Nota:
Este tinha um bom nome, porém, para um jornal que tinha como subtítulo; “Órgão da classe operaria” dá ideia que foi abandonado por essa classe, pois finou-se após a publicação do número cinco.
A 22 de Setembro de 1912 surgiu à luz do dia em Castelo Branco, o jornal “O Rebate”, (sucessor do jornal “o Futuro). Dizia; “ser um órgão das classes trabalhadoras”.
Tinha como seu director; José Fernando Alves. Como administrador; José Eugênio Nard. Era seu editor; José Oliveira Carvalho. Tinha a sua administração, na rua do Saibreiro. Era propriedade de um grupo de operários de Castelo Branco. Era composto e impresso na tipografia Pelejão. Afirmava, “ser o continuador do programa do jornal, O Futuro”, que terminara pouco tempo antes. A partir do numero oito, dizia ser “propriedade do núcleo do Partido Socialista de Castelo Branco”. No entanto no numero 26 já afirmava que o jornal, “era propriedade de um grupo de Operários de Castelo Branco”.
Nota: Também este não foi seguido pelas classe que dizia defender, evaporou-se após a publicação no número 74 em 1915. Mesmo assim ainda por cá andou cerca de dois anos e meio.
Em Dezembro de 1912, iniciou a sua publicação o semanário “A União” Era seu direcão. Era composto e impresso na tipografia de Joaquim Lúcio Pelejão. Dizia ser um semanário político, e que iria fazer a propaganda da agremiação partidária a que pertencia. Assim como iria discutir os atos públicos das pessoas educadas e elogiar os tos de utilidade para o pais e para a região.
Nota:
Parece que discutir os atos públicos a elogiar ao atos de utilidade para o pais e para a região não lhe valeu de muito, pois finou-se com a saída do número 65, em 1914. Em Abril de 1915 Castelo Branco deu à luz o seu primeiro jornal desportivo, “O ECO”. Dizia ser; “Árduo defensor do desenvolvimento do desporto na nossa cidade”.
Tinha como diretor; António Pedro Costa e como redator principal; Joaquim Santos N. Sal. Aparecia como seu administrador; Mário B. Ramos (que também era seu editor e proprietário). A sede da administração localizava-se na rua 5 de Outubro. Era um jornal copiografado com desenhos feitos a mão.
Nota: Nem o facto de ser um jornal desportivo lhe valeu de muito, ficou fora de jogo com a saída no número nove, nesse mesmo ano de 1915
(Continua)
Os dados constantes nos postes: “Jornais da minha terra” foram recolhidos em antigos jornais da nossa cidade, e em publicações que se encontram na biblioteca da nossa cidade.
O ALBICASTRENSE

sábado, setembro 06, 2025

ANTIGO HOTEL DE TURISMO

TRAGÉDIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

Nos últimos dias, muito se tem falado da possibilidade de no  espaço do antigo hotel de Turismo, ser erguido um novo hotel. 
A discussão está lancada, havendo quem esteja a favor e quem esteja contra a sua construção, no local do antigo hotel. O que muitos desconhecem e que o antigo hotel de Turismo não teve uma existência maravilhosa, contrariamente às belas imagens que nos deixou e nos encantam. 
Imagens que muitas e muitas vezes nos levam a perguntar "porque raio o mandaram abaixo?". O antigo hotel tinha um número reduzido de quartos, o que tornava praticamente impossível a sua rentabilidade, dai, ter sido derrubado para no seu lugar ser construído um mais moderno, coisa que não aconteceu (consta) derivado ao  25 de abril.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Dez anos para ser construído e inaugurado (1935/1945), depois, seguiu-se um percurso de muitas e muitas dificuldades, até que no meio da década de setenta foi derrubado para no local ser erguido um mais moderno e rentável. Ou seja, o hotel que adoramos ver em antigas imagens da terra albicastrense (entre os quais  eu), esteve no local entre a sua inauguração e o manda abaixo cerca de 27/28 anos!  
Na primeira edição do jornal "Reconquista", 13 de maio de 1945 descobri a noticia que pode ser lida nesta publicação.



Para terminar. Confesso que não     compreendo a insistência de quererem construir um novo hotel na residência do antigo. Na terra albicastrense, o que não faltam, são espaços de excelência,  para  poderem construir um hotel com espaços ajardinados e inclusivo, com parque próprio. 

                                O ALBICASTRENSE

segunda-feira, setembro 01, 2025

LEMBRAR 20 ANOS DE EXISTÊNCIA - (2005 / 2025)

VINTE ANOS A FALAR DA TERRA ALBICASTRENSE 
                                        😉 😊 😋 😍 😎 😏 😐

MEMÓRIAS
No próximo dia 5 de setembro, este blog. fará 20 anos. Quando em 2005 o resolvi criar, nunca imaginei  que 20 anos depois ainda andaria por cá, por isso, no seu 20º aniversário, tenho para mim, que se justificam algumas palavras sobre o seu percurso. 
Tirando a minha família, o blog. “Castelo Branco - O - Albicastrense"  terá sido o maior desafio da minha vida, (e olhem, que estive no antigo ultramar num destacamento de fuzileiros), aventura onde além de dar a conhecer o passado da terra albicastrense aos visitantes, se podia discutir igualmente o presente. 
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           Um pequeníssimo balanço
              dos vinte anos passados. 
- Centenas e centenas de horas na nossa biblioteca a folhear jornais, livros e folhetos antigos sobre o passado da terra albicastrense.
- Milhares e milhares de horas frente ao computador.
- Mais de 2800 publicações.
- 11.967 visitantes no ultimo mês (agosto deste ano).  
- Mais  de 1.500.000 visitantes ao longo dos vinte anos.
- Alguns insultos por discordância de opinião.
- Alguns agradecimentos por dar a conhecer o passado e o presente da terra albicastrense destacando, o bem-haja de muitos albicastrenses no estrangeiro.
- Por fim, lembrar que as publicações sobre o passado da terra albicastrense, são memórias deixadas por gente que muito amou a terra albicastrense.  
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20 anos depois e com o aparecimento das redes sociais, os blogs estão pouco a pouco a esvaziar-se, vazio inevitável pois como tudo na vida, nada dura para sempre. Para terminar, posso afirmar que o bloque irá continuar no ar, porém, a sua atividade (como muitos dos visitantes já notaram), irá diminuir. 
Por fim, o meu agradecimento a quem me segue deste 2005, pois sei que o bloque tem visitantes que o seguem desde o seu aparecimento.
                                            BEM-HAJAM A TODOS
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5 de Setembro de 2005

O INÍCIO

UM NOVO SÍTIO ESTÁ NO AR

A criação deste bloque tem como objetivo, colocar questões de interesse local. Estarei vigilante para denunciar aqui todas as situações que em meu entender, prejudiquem não só a terra albicastrense, como todos os seus habitantes.
CONTEM COMIGO!
O ALBICASTRENSE NÃO DORME...
O ALBICASTRENSE

IGREJA DA MISERICÓRDIA VELHA – (1/5)

Embora já tenha publicado em 2009 a história desta igreja, vou fazê-lo de novo, pois a tristeza em que ela se encontra assim o exige. Como...