quarta-feira, fevereiro 22, 2006

MUSEU DE FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR - VI


MUSEU TAVARES PROENÇA JÚNIOR - VI
1999-2003

Voltando ao tema aqui proposto por mim no início deste sítio, vou hoje falar de um período de existência do Museu Tavares Proença Júnior que vai de 1999 a 2005 em que teve como directora a Dr. Ana Margarida Ferreira.
É hábito dizer-se que depois da tempestade vem a bonança, era sem duvida essa a esperança dos trabalhadores do museu e dos albicastrenses em geral, por altura da vinda da Dr. Ana Margarida Ferreira para directora. O Museu fora durante anos (1975 a 1989) uma referência a nível regional e até nacional, pelo trabalho cultural ali desenvolvido, tendo perdido entre 1989 e 1998 parte do prestígio conseguido até então. O museu tinha nas suas vertentes principais até 1993, a arqueologia a pintura e os bordados de Castelo Branco. O IPM “Instituto Português de Museus” entendeu a partir das obras feitas no edifício, alterar essa estratégia e tornar o museu Tavares Proença numa instituição de divulgação do bordado.
A tarefa que esperava a Dr. Ana Margarida Ferreira não era fácil, pois encerrara um ciclo da existência do museu Tavares Proença e ia começar um novo ciclo. O método de trabalho desenvolvido no museu nos últimos anos era o do quero, posso e mando. Com a Dr. Ana essa prática desaparece e em sua substituição aparece o diálogo, a troca de ideias e a responsabilidade de cada um. As obras feitas no edifício entre
1993 e 1997 tinham deixado o museu de pernas para o ar. A indecisão quanto ao futuro do museu era uma realidade, não existia no museu uma reserva digna desse nome, as peças amontoavam-se em algumas salas do r/c, e parte da arqueologia encontrava-se ao ar livre no exterior do museu. Era necessário tomar medidas, era como começar de novo.
Avança-se com a montagem da sala do linho, a reserva do museu depois de muito trabalho torna-se uma certeza, a secção de restauro do bordado é por fim uma realidade e não um amontoado de caixas. A arqueologia é limpa e recolhida para dentro de casa. Todo este trabalho é feito sem esquecer o trabalho cultural do museu no seu dia a dia, as exposições de arte contemporânea em colaboração com o museu do Chiado avançam em bom ritmo, são feitos dois filmes documentários um sobre a seda e outro sobre o linho - um deles é premiado num festival de cinema no estrangeiro, (que pena terem sido editados em sistema vhs e não em dvd), o museu está por fim a remar em boas águas.
Por fim a arqueologia! Em
2004 é inaugurada no r/c do museu uma exposição permanente com algumas das melhores peças das colecções de Francisco Tavares Proença é igualmente feito um belíssimo catálogo sobre as suas colecções e ainda um pequeno filme documentário sobre Tavares Proença e sobre a montagem da exposição no museu, (este em dvd). Todavia não se pense que tudo foi fácil ao longo desses cinco anos. Pelo meio ouve também algumas picardias, mas sempre resolvidas facilmente através do diálogo. Contudo nem tudo se recuperou em relação ao passado, o número de visitantes do museu desceu consideravelmente, em virtude dos erros cometidos anteriormente, não se sabendo se o museu alguma vez irá recuperar dos danos sofridos.
Em
2003 a associação dos amigos do museu da qual faço parte, torna-se uma realidade graças aos esforços desenvolvidos pela Dr. Ana Margarida juntamente com alguns albicastrenses, muito mais se poderia dizer sobre estes cinco anos, mas quer terminar esta tempo dizendo que talvez tenham sido os anos em que mais gostei de ter trabalhado no Museu Francisco Tavares Proença Júnior.
Em 2004 depois de duas comissões de serviço de três anos a Dr. Ana Margarida Ferreira abandona a direcção do F.T.P.J. e escolhe outro rumo.
Que pena para o Museu e para Castelo Branco!!!!!
O Albicastrense

3 comentários:

  1. Tive o prazer de trabalhar com a Drª Ana em diversas ocasiões e foi uma enorme impulsionadora do Museu. Sobre o impacto nos funcionários do Museu não posso opinar, mas fica na história da cidade um conjunto de exposições (as tais em parceria com o Museu do Chiado) das quais guardo o respectivo catálogo, como símbolos de uma oportunidade única de viver a arte contemporânea portuguesa aqui nesta urbe tão mal habituada.
    Confesso alegremente que visitei repetidas vezes as várias exposições. Mais ainda...quando precisava de respirar para além da "vidinha" lá ía até ao Tavares Proença.

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  2. Mas afinal quem lá está agora, ou não está ninguêm?

    E que vai fazer?

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  3. Anónimo19:13

    Trabalhei alguns anos com a DrªAna,fez muito pelo museu ,foi a melhor diretora.Cumprimentos.

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