quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Castelo Branco na História XVI


(Continuação do número anterior)
A muralha, partindo do ângulo sul poente do castelo, descia a colina pela parte ocidental da actual rua dos Chões até ao largo do Espírito Santo; daqui inflectia para a torre do Relógio, seguindo a direcção da actual rua Vaz Preto, com pequenas variantes; da Torre do Relógio, (então arquitectónica mente equilibrada com uma cúpula piramidal e não com a moderna cúpula cónica destoante da torre), continuava até ao quintal da casa Tavares Proença, situada no actual largo da Sé, onde inflectia novamente, passando nas traseiras das actuais casas da rua das Olarias, subia a encosta para fechar o parâmetro na planalto onde avultava a cidadela.
O adarve, com os seus parapeitos e palanques apoiados em consolas e cachorros, formava uma dupla fila de ameias em toda a extensão da muralha. O vistoso e formoso castelo, com as cinco torras das quais sobressaía a de menagem e da muralha poligonal com as onze torres provisórias de vigias e seteiras, eram construídas de silhares de granito e constituam um fortíssimo propugnáculo medieval de espeto imponente, majestoso.
A torre situada no ângulo nascente norte do castelo, da qual se vêem ainda umas paredes com janelas góticas germinadas, fazia parte da alcáçova, que foi residência dos alcaides e Comendadores das Ordens do Tempo e de Cristo. As janelas da parte desaparecida da alcáçova eram também trabalhadas no estilo gótico característico da época da fundação do castelo.
No livro do Tombo da Comenda figura auto de mediação e descrição da antiga alcáçova, lavrado em 16 de Outubro de 1753, data em que foi feito um inventario dos bens da extinta Casa do Infantado pelo juiz do Tombo Doutor Manuel Tavares Falcão.
A Casa do Infantado foi fundada pelo rei D. João IV, por alvará de 11 de Agosto de 1644, para ser desfrutada pelo filho segundo dos reis de Portugal e nela ingressaram os bens confiscados aos fidalgos que se bandearam com a Espanha durante as guerras da restauração.
O palácio do castelo foi também incorporado nesses bens. Em 1791 a rainha D. Maria I uniu a comenda de Alcains à de Castelo Branco da qual era donatário o príncipe do Brasil.
16/103
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor.
M. Tavares dos Santos
O Albicastrense

2 comentários:

  1. Anónimo19:05

    copula? ás vezes, ás vezes

    ResponderEliminar
  2. Caro anónimo.
    O português é uma língua traiçoeira, principalmente quando se transcreve textos dos anos cinquenta, tal como foram escritos.
    O albicastrense.

    ResponderEliminar

CCCCB, DEZ ANOS APÓS A SUA INAUGURAÇÃO

  UM EDIFÍCIO QUE DEVIA SER MOTIVO DE ORGULHO PARA A TERRA ALBICASTRENSE, ESTÁ COMO AS IMAGENS DOCUMENTAM.  QUEM PASSA À SUA PORTA E OLHA P...