terça-feira, julho 22, 2008

Castelo Branco na História XXXII

(Continuação do número anterior)

Para obter meios para aquisição de um palio pediu a Confraria do Sacramento do Santíssimo, em 1757, ao Rei D. José, que lhe desse dinheiro dos rendimentos do conselho. O Rei ordenou à Câmara em provisão de 13 de Novembro daquele ano, que desse à irmandade metade da importância do palio, devendo ela contribuir com a outra metade “como devia”.
A igreja foi elevada a Sé Catedral pela criação da diocese de Castelo Branco, por breve apostólico do Papa Clemente XIV, EM Junho de 1771.
Na mesma data foi a diocese considerada sufragânea do Patriarca de Lisboa; foi nomeado o primeiro Bispo D. Frei José de Jesus Maria Caetano, da Sagrada Ordem dos Pregadores; Concedeu-se autorização para a sagração do bispo perante três ou mais arcebispos ou bispos da sua escolha; e exortaram-se o Cabido, o clero e os fiéis da diocese a obedecer ao seu bispo e “a cumprir as suas ordens salutares e conselhos prudentes”. O primeiro Bispo, a quem alcunhavam de Bispo Trasgo por ser datado de um temperamento folgazão e de quem se contavam varias graças fora preceptor dos filhos do Marques de Pombal.
Faleceu em 13 de Julho de 1728 e foi sepultado no claustro do Convento de Santo António dos Capuchos. O segundo Bispo, D. Frei Vicente Ferrer da Rocha, da mesma Órdem dos Pregadores, possuía um génio empreendedor e um invulgar gosto artístico. A ele se devem importantes melhoramentos; a ampliação e o aformoseamento do Paço Episcopal e do seu belo jardim; e ainda a construção dos dois corpos laterais da Igreja de Sé, formados pela Capela do Santíssimo Sacramento e pela sacristia grande e Câmara Eclesiástica.
Teve como colaborador e delineador das notáveis obras de ampliação e decoração dos dois edifícios o arquitecto Frei Daniel, professor da Ordem dos Pregadores. Segundo a tradição foi também este arquitecto o autor do projecto do chafariz da Mina. Faleceu o Bispo D. Vicente em 24 de Agosto de 1814 e foi sepultado no átrio da igreja da sacristia grande que ele mandou edificar.
Actualmente os seus restos estão sepultados, sob o arco cruzeiro da mesma Igreja, para onde foram transladados por ordem do Bispo de Portalegre D. Domingos Frutuoso.

PS . O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.

Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. M. Tavares dos Santos

O Albicastrense

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