domingo, outubro 25, 2009

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXIII


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
Nota do autor: Em sessão de 1 de Julho de 1786 a Câmara disse e tornou a dizer coisas e respeito dos expostos no intuito de ”continuar com inteira observância que principiou (como devia) a dar á ordem de S. Majestade expedita pelo Intendente Geral da Policia”, fala e torna a falar do grande trabalho que representa o facto de ter escriturar dois livros, “hum para os novos assentos dos mesmos expostos em que todas se juntão e apontão”, outro não se sabe bem para o que, e por fim, porque o dinheiro faltava para pagar os ordenados das amas, resolveu lançar uma finta, que aparece com desigualdades que não somos capaz de explicar.
Assim é que nos aparece Monforte a pagar 110.000 reis, Malpica a pagar 50.000 reis, Escalos de Baixo com 33.000 reis.
Já perguntamos, a propósito de outra finta lançada para fim idêntico, porque seria que Monforte é que aparecia á cabeça do rol com a quantia mais avultada e hoje estamos como então. Pagaria Monforte mais por ter lá o chaparral que tanto deu que falar? Seria porque de lá vinham mais enjeitados do que de outra qualquer povoação? Não sabemos! O que sabemos é que é assim e o facto se repete varias vezes, como teremos ocasião de ver, se não nos faltar a saúde nem a pachorra para levar ao fim estas notas.
Em sessão de 15 de Junho é lida uma carta da Rainha, D. Maria I, que nomeia “primeiro vereador da Câmara” José Carlos de Sousa e Castro em substituição de Manuel de Oliveira da Silva Castelo Branco, que tinha falecido. O que, porém, é interessante é que a carta diz que a comunicação da morte deste último vereador e o pedido da nomeação de outro que o substituísse foi feita em 15 de Maio e o deferimento do pedido aparece precisamente dois meses depois. Devemos assim reconhecer que naqueles tempos as coisas corriam um pouco mais devagar que hoje.
Também é verdade que, por esses tempos, quem tinha que ir daqui até Lisboa acautelava-se fazendo testamento. Lisboa ficava então longe… Nesta mesma sessão os vereadores, “determinarão que do dia dezasseis para diante dão licença para se acarretar o pam da folha para as Lages e Eyras em que se hade malhar e que para isso se lansem pregoens”.
Os trabalhos agrícolas obedeciam a regras que ainda hoje podem parecer despropositadas a quem não souber que a questão das “ervagens” tinha então grande importância e que, se a Câmara as não dirigisse com pulso de ferro, poderia haver grandes prejuízos para a economia do concelho.
(Continua)
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
O Albicastrense

16 comentários:

  1. Viriato23:07

    A propósito de efemérides:
    Só no fim de semana ao ler o Povo da Beira vi que o "Barbas Amaro"
    reapareceu com o seu discurso xenófobo e racista.
    Mais uma vez o alvo é a comunidade chinesa que se dedica ao comércio. A criatura vive obcecada.Ainda lhe dá um treco.
    Viriato

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  2. Anónimo08:36

    é só desabafos destas criaturas que vivem á conta dos comerciantes
    aprovam tudo o que o rei lhes coloca pela frente
    mas eu do barba-branca o que fazia era coloca-lo de plantão pelo natal
    ás portas do comercio local
    robin dos bosques

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  3. J. L. Ferreira02:13

    No Século XXI, num País que tem milhões de pessoas espalhadas por todos os continentes,ainda existem estes espécimes com ares de superioridade. Como é que se permite que uma "coisa" destas esteja numa associação comercial. Ao que me informaram, até foi imigrante!
    J. L. Ferreira

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  4. F.Mendonça11:35

    Tem razão o J.L.Ferreira.
    Temos comerciantes e industriais no Brasil,Venezuela,América,Ásia, Australia,África. Até na China e não só em Macau,que também é China e temos empresários com fábricas e empresas na China. O empresário da Covilhã, Paulo de Oliveira já tem fábricas na China.
    Enfim estamos em todo o lado.
    O que diriam se nos começassem a correr de todo lado? Não gostavam. E com razão.
    Então, estará correcto, que alguém venha levantar problemas porque vai abrir uma loja Chinesa na Zona Industrial. Eles já estão na cidade,qual é a diferença. Com franqueza,não entendo esta guerra. Na Z.Industrial já há lá de todas as nacionalidades. F.Mendonça

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  5. Zé do Telhado14:24

    Considero errado a forma como este assunto está a ser tratado.É um tema muito delicado e transformar-se num monte de problemas, dado o carácter xenófobo e racista como foi colocado, embora disfarçado, como se o problema económico e quebra nas vendas fosse da culpa dos visados. Eles também baixaram as vendas.
    É um disparate a forma como a pessoa colocou a questão.
    Cuidado. Não brincar com coisas muito sérias.
    Zé do Telhado

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  6. Caros Amigos.

    Tenho acompanhado estes artigos e concordo com o que Zé do Telhado diz.
    O assunto é bastante delicado e deve ser tratado com muito cuidado, porém não pode ser ignorado, pois se o fizermos estamos a ser conviventes com este tipo de afirmações.
    Peço aos visitantes alguma moderação sobre este tipo de comentários.
    Um abraço para todos.

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  7. Eu pessoalmente nada tenho contra os chineses, mas sim contra a abertura desmensurada das suas lojas. Não se trata de racismos ou xenofobias, mas há regras que têm de ser compridas...Têm de ter os mesmos deveres que os comerciantes locais.
    E quanto ao Paulo Oliveira não tem apenas empresas na China tem também acordos mútuos com os chineses....lá está, regras.!!!

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  8. Zé do Telhado20:25

    Se bem se lembram, a questão da Zona Industrial passar também a ser Comercial começou quando Vila Franca vendeu terrenos a um escudo o m2 para abrir "o Espaço", que depois vendeu ao "Jumbo".Claro que, a pessoa que comprou áquele preço e depois vendeu, ganhou uma "pipa de massa".Mas isso são outras contas!
    Agora o Morão chama-lhe Zona Empresarial,o que dá para tudo. Pelo que não se compreende esta "cena" contra a comunidade chinesa. Lojas e armazéns é o que mais por lá há e agora já é tarde para ser o que de facto devia, uma Zona Industrial.Agora,toda a gente tem lá empresas.
    Então: Qual é o problema?
    Claro que a pessoa da associação está a sugerir que para "aqueles" não deve ser autorizado. Porquê?
    Que sentido de justiça é este.As leis devem ser iguais para todos.
    Dá a ideia que há aqui "coisa" estranha e encapotada...
    Zé do Telhado

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  9. Zé do Telhado21:35

    Devo dizer que concordo com os "avisos à navegação" feitos por F.Mendonça,J.L.Ferreira, Viriato e Robin, que têm razão no que escreveram. O problema é que há está quem esteja interessado em desviar os reais problemas da crise,criando "bodes expiatórios".
    Zé do Telhado

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  10. Viriato01:23

    Diga-me Pastor Lusitano, que regras existem para limitar o número de lojas? Não conheço.
    Abertura desmensurada de lojas chinesas? Como?
    Nem todas pertencem à mesma pessoa e mesmo que pertencessem não é proibido. Há em C.Branco que tenha mais que uma loja e não é chinês. Isto não é coisa de nacionalidades é de pessoas,sejam elas o que forem. É aí, que está o erro.
    Que regras estão a violar?
    Se violam as entidades com autoridade para isso que actuem, mas de igual maneira para todos e não só para alguns.
    Quem coloca o problema,como o fez, que acto está a praticar?
    Pense bem. Consulte dicionários ou outros livros. Talvez chegue a conclusões bem diferentes...
    Viriato

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  11. P. Morgado01:56

    Para as efemérides:
    A conversa está interessante e aborda um assunto sério.
    Mas, para quem é pastor, já devia conhecer que, quem não que ser lobo não lhe vista a pele.
    P.Morgado

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  12. Caro Viriato;

    Temo que me interpretou mal (ou não), mas eu não falei em violação de regras nem regras que limitem o numero de lojas.
    Na minha opinião, o elevado numero destas lojas, descarcteriza o nosso comercio tradicional, além de que as lojas chinesas têm uma enorme vantagem na concorrência directa com o nosso comércio, pois têm o apoio do Governo Chinês. E quando falo em regras refiro-me aos acordos bilaterais específicos entre china e Portugal, em que não se podem aplicar as regras básicas da fiscalidade e assim não se pode competir em pé de igualdade. Solução? Talvez apoiar as PME da área do comércio.
    Citando o Zé do Telhado "Que sentido de justiça é este.As leis devem ser iguais para todos"
    Se isso se verificar, venham de lá as lojas.

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  13. Caro P.Morgado
    Obrigado pelo conselho mas longe de mim tal pretensão, no entanto não deve esquecer que quem não quer ser aconselhado, não pode ser ajudado.

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  14. P.Morgado21:16

    Caro pastor Lusitano.
    Depois de ler a sua resposta a Viriato ficou mais claro para mim que não defende medidas excepcionais contra os cidadãos chineses. Estamos de acordo.
    As minhas desculpas.
    P.Morgado

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  15. Anónimo23:32

    Aqui para nós, que ninguém nos ouve. É só um desabafo:
    A maioria dos comerciantes, são masoquistas, é que, apesar de maltratados pelo Morão,foram votar nele e ao votar nele votaram em mais sete vereadores todos do PS. Só do PS são oito. Do PSD só um.
    Agora, têm que gramar com eles.
    O Morão quando andou a mendigar o voto,alguma vez lhes disse que tinha autorizado uma loja chinesa para a Zona Industrial?
    Claro que não. Pelo contrário,
    ESCONDEU. No entanto, ele já tinha aprovado a autorização...
    Por isso, deixem-se de queixinhas. Têm o que merecem!
    O que é que o coitado do Eusébio pode fazer?
    Pouco mais do que nada.
    Pôncio Pilatos

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  16. Anónimo00:30

    Como disse, foi só um desabafo!
    Mas, sinceramente,não vão atrás da conversa xenófoba do Sr.Amaro.
    Ele só desprestigia os comerciantes. A associação já o está há muito tempo.
    Pôncio Pilatos

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