UM
DOCUMENTO HISTÓRICO
(Continuação)
“O
mordomo de S. Olaya foi instituído por Martim Esteves e sua mulher
Maria Migueis que o deixaram a sua sobrinha Maria Eanes, casada com
Vasco Eanes de Refoyos, avós de Ruy Vasques de Refoyos, personagens
do período do mestre de Avis, o qual foi senhor dos direitos reais
da Covilhã, senhor de Sarzedas e Sobreira Formosa e alcaide-mor de
Almeida e de Monsanto. A
descendência consta de vário livros de genealogias”.
“Haja
vista aquele Martim Esteves, homem de haveres, que instituiu o
Morgado e a Capela de Santa Eulália, com assento ali na Rua dos
Ferreiros, entre a porta da vila e o Postiguinho de Valadares. Não
tinha o Esteves descendentes, e, por isso, chamou à administração
do morgado e capela o seu parente Vasco Anes, e na sua pessoa e por
anos sem conta, os seus descendentes que não fossem sandeus
ou desmemoriados”.
Ora
um neto daquele Vasco Anes, que dava pelo nome de Ruy Vasques de
Castelo Branco, o vamos encontrar na babugem da insurreição que
levou ao trono o Mestre de Avis, não ainda a enaipar com a
fidalgaria, mas a acamara-dar com outros escudeiros que se
encontravam nas Cortes de Coimbra, segundo refere Fernão Lopes.
Trouxemos
para aqui esta nota somente para se agarrar
explicação capaz da ascensão dos descendentes de Vasco Anes até
ás honrarias que culminam no condado de São Vicente, mas
sobretudo, para se adivinhar como inchou de haveres a sua casa
agrícola, que chegou a ser uma das maiores, em extensão
territorial, em terras da beira...
Nem
mais nem melhor se pode dizer para explicar como os descendentes de
Vasco Anes , da família de Martim Esteves, chegaram a Condes de S.
Vicente. Em 1666 Dom Afonso VI criou o condado de São Vicente da
Beira e nomeou João Nunes da Cunha Iº Conde de S. Vicente.
Este
João Nunes da Cunha era homem de altos merecimentos, e foi escolhido
para Vice-Rei da Índia. Era comendador de Castelejo e de S. Romão
de Herval, da Ordem de Cristo. Homem de muitas letras, publicou um
Panegírico de El-rei D. João IV e deixou manuscritas algumas obras
de matemática e poesia.
Em
1807 Luís da Cunha Sousa e Vasconcelos veio requerer que tendo
falecido sem descendência seu irmão José da Cunha, era ele seu
sucessor, e como tal requeria a posse judicial dos bens do Morgado
que nesta cidade possuía. Em
1866 o Morgado tinha entrado em franca liquidação. Neste ano da
graça que está a corre, do Morgado de Santa Eulália, tudo o vento
levou e dele só resta a pálida lembrança registada nestas paginas.
PS.
A imagem postada nesta publicação, foi captada por mim quando das obras
de requalificação da Praça Postiguinho de Valadares, imagem onde
se podem ver restos da antiga albergaria.
Dados
recolhidos em: “Estudantes da Universidade de
Coimbra Naturais de Castelo Branco”. De Francisco Morais e
José Lopes Dias.
O ALBICASTRENSE
“Se não fores votar, não estarás a votar na
ResponderEliminarmalandragem que te está a rapinar todos os dias?”
Claro que está !
VOTA EM QUEM NUNCA TE RAPINOU.