UM DOCUMENTO HISTÓRICO
(Continuação)
Das
antigas casas de residência do feitor da Capela, comulante com as
funções de albergueiro, eis a referencia do “Tombo”:
“Havia
morada de casas junto à muralha da porta, da Vila – que pegaõ com
a dita muralha da parte do norte, e do Sul com casas de Manuel Jorge
solteiro mercador, e pelo oezte com a rua publica chamada a dos
Ferreyros, E pello Leste com quintal da mesma casa, que tambem E
deste Morgado as quais cazas tem dous sobrados, e tres salas em
comprimento, e a cozinha sobre o segundo sobrado e delle se serve
António Gomes pelo trabalho de feitorizar a Capella e dar os
guizamentos ou aprestos para o Santo Sacrificio das Mifsas, que
annuais contidianamente selebrou na Capella de Santa Eulália, e
sendo estas medidas pella parte de dentro, a superfície tem de Norte
a Sul duas varas, e tres quartas, e de leste a oeste, a todo o
comprimento das tres casas doze varas e uma quarta e (….) da sala
que parte com o quintal tem delargura tres varas e uma sezma – Tem
as ditas casas seu Balçaõ para o mesmo quintal o qua tem seu Pofso
com bordas de cantaria e hum figueira, tres parreyras, e dista da
muralha he a chaminé da casa da ospedaria pella parte do Oeste e
sudueste tres varas e meya, e do Norta, o muro tem outo varas, e do
leste e sueste que he do muro até aultima quina da casa da ospedagem
tem doze varas, e meya, e pollo Sul vara, e meya porque faz augulo
agudo"
Dos
documentos depreende-se que a Albergaria de Santa Eulália continha
quatro camas, e cozinha, e destinava-se a cumprir uma das Obras de
Misericórdia, dar pousada aos peregrinos, isto
é, facultar aos viajantes, cama, roupa luz e sal, durante três
dias.
Não se admirem olhares modernos da sua exiguidade, em relação
com a vida actual, pois não eram maiores, em geral, as de outras
terras do país, elas desempenhavam funções sociais bem
importantes naqueles tempos. Algumas,
recolhiam os peregrinos aos lugares santos e consagrados, Jerusalém,
S. Tiago de Compostela, Boulogne, Guadalupe, S. Vicente do Algarve,
etc., os doentes e ainda os leprosos, acumulando as diversas
modalidades do exercício da caridade. Vasco
pais era alcaide-mor das Covilhã e de Monsanto, na epoca de D.
Afonso IV, e foi o primeiro que tomou o apelido de Castelbranco “por
hã sucesso de guerra que teve nesta Villa”.
“O
solar dos Castelbrâcos querê algûs que seja a quinta de Val de
Figr.ª Junto da Vila lla de Castelbrãco, outros querê que seja a
mesma v.ª aonde erão senhores os Castelbrancos da Capella da
Albergaria de S. Olaya que foi de Ruy Vasqs, de Castelbranco: os
quaes erão chefes deste app.º e por casamento pasou aos Sousas
Refoyos e pella mesma causa aos Cunhas Condes de S. Vicente e hoje
aos Tavoras”.
Este
Ruy Vasques de Castelbranco, parece ser filho de Vasco Pães, ao qual
El-Rei D. João Iº, deu a Albergaria-mor de Almeida.
(Continua)
Dados
recolhidos em: “Estudantes da Universidade de
Coimbra Naturais de Castelo Branco”. De Francisco Morais e
José Lopes Dias.
O
AIBICASTRENSE
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