LUTA
ENTRE OS TEMPLÁRIOS
E O CONCELHO DA COVILHÃ
Já
aqui postei as páginas do livro que relata este acontecimento, todavia,
resolvi postar esta história palavra por palavra por achar que ela é mercadora
de ser conhecida por todos os Beirões.
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(Poste - 1)
Dizem que vem de longe certa rivalidade entre Castelo Branco e a Covilhã, com rasto na história dos dois concelhos. Talvez assim seja, mas não é do nosso conhecimento, e o exame critico do documento de 1230 que fala de uma bulha célebre entre a Ordem do Templo e o conselho da Covilhã, com certa comparticipação do concelho de Castelo Branco, não autoriza tal opinião. Logo no principio do documento referido se diz:
Dizem que vem de longe certa rivalidade entre Castelo Branco e a Covilhã, com rasto na história dos dois concelhos. Talvez assim seja, mas não é do nosso conhecimento, e o exame critico do documento de 1230 que fala de uma bulha célebre entre a Ordem do Templo e o conselho da Covilhã, com certa comparticipação do concelho de Castelo Branco, não autoriza tal opinião. Logo no principio do documento referido se diz:
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havendo disputas entre o concelho da Covilhan de uma parte, e Estevam
Belmonte, mestre da Ordem do Templo e o concelho de Castelo Branco da
outra, a respeito de uma questão de termos e morte de homens...
Em
1230 Castelo Branco não tinha nem podia ter em questões de
limites com o conselho da Covilhã. O alfoz de Castelo Branco ficara
vincadamente marcado com a doação da herdade da Cardosa em 1214, e
a separá-lo do alfoz da Covilhã ficava o espaço largo ocupado
pelos concelhos de Lardosa e Alpreada. Quem vinha testilhando com a
Covilhã sobre limites era a Ordem do Templo, que no concelho de
Alpreada tinha avantajada herdade a estender-se pela encosta da
Gardunha, ou seja a deslindar com o conselho da Covilhã, no termo do
Fundão. Está mesmo a ver-se como os factos se passaram. Os
rendeiros dos Templários não se sentiam com forças para fazer
respeitar o direito de propriedade dos seus senhores, e o preceptor
da Ordem do Tempo em Castelo Branco quis dar lição severa aos
atrevidos que ousavam disputar à Ordem certa porção dos seus
domínios, e para este efeito levou de Castelo branco reforço em
homens destemidos.
O
que se passou é fácil de adivinhar, e o próprio texto da
composição o diz nestes concisos termos: homines de Covilliam
fuerunt interfecti. O local onde foram mortos os homens da Covilhã a
toponímia o crismou de Contenda, que ainda hoje conserva. Os
árbitros presididos pelo Bispo de Viseu vieram a Vale de Prazeres em
cujo termo estava o objecto do litígio, e reuniram na praça que a
memorar este facto foi crismado a de Praça da Concórdia.
(Continua)
O
Albicastrense
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